REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8225253
Telma Assunção Rêgo¹
Amanda Cunha Sampaio²
Sandra Regina Ramos Amorim³
Lindalva Macedo do Carmo4
RESUMO
Entende-se que, além da escola, a família é outro pilar importante e de fundamental importância para a educação escolar galgar os resultados propostos e proporcionar uma educação de qualidade e com a participação de todos que compõem a comunidade escolar. Essa parceria escola e família são de extrema relevância para que esse cidadão adquira noções de cidadania, desenvolvimento de suas possibilidades cognitivas, sociabilidade, busque conhecimentos e saberes para o exercício pleno de sua cidadania e, posteriormente, ser inserido no mercado de trabalho. Mesmo as famílias sabendo de suas obrigações no acompanhamento escolar de seus filhos, geralmente esse papel não acontece na prática. São muitos os fatores que impossibilitam tal contribuição: muitos pais não são escolarizados, outros não disponibilizam tempo para auxiliar os filhos nas lições de casa, muitos não demonstram nenhum interesse em participar da vida escolar dos filhos. Investigar a participação da família no processo ensino-aprendizagem dos alunos do Projeto Avançar, na Escola Estadual Sebastião Norões, considerando as problemáticas socioeconômicas, financeiras, afetivas e pedagógicas dos mesmos é uma das inquietações que devem ser investigadas na percepção da pesquisadora. Essas problemáticas vão desde a falta desse comprometimento familiar no âmbito escolar, como de socialização, de personalidade, de respeito e solidariedade destes com a própria família, com os professores, com os colegas de sala, e com as demais pessoas do seu convívio diário. Os alunos que participam do Projeto Avançar, da Escola Estadual Sebastião Norões sempre foram uma incógnita para muitos docentes de escolas país a fora. Na maioria das escolas, eles são vistos como um transtorno, como os mais indisciplinados, os que não aprendem, os que só bagunçam, aqueles que causam confusões e brigas e, as famílias, qual a participação delas nesse processo?
Palavras-Chave: Projeto Avançar. Participação Familiar. Ensino e Aprendizagem. Papel dos docentes.
RESUMEN
It is understood that, in addition to the school, the family is another important and fundamental pillar for school education to achieve the proposed results and provide a quality education with the participation of all who make up the school community. This partnership between school and family is extremely important for this citizen to acquire notions of citizenship, development of his cognitive possibilities, sociability, search for knowledge and knowledge for the full exercise of his citizenship and, subsequently, be inserted in the labor market. Even families aware of their obligations to monitor their children’s school, generally this role does not happen in practice. There are many factors that make such a contribution impossible: many parents are not educated, others do not make time to help their children with homework, many do not show any interest in participating in their children’s school life. Investigating the family’s participation in the teaching-learning process of the students of Projeto Avançar, at Escola Estadual Sebastião Norões, considering their socioeconomic, financial, affective and pedagogical problems is one of the concerns that must be investigated in the researcher’s perception. These problems range from the lack of this family commitment in the school environment, such as socialization, personality, respect and solidarity with their own family, with teachers, with classmates, and with other people in their daily life. The students who participate in the Avançar Project, at the Sebastião Norões State School, have always been unknown to many teachers from schools across the country. In most schools, they are seen as a nuisance, like the most undisciplined, those who don’t learn, those who just mess up, those who cause confusion and fights and, families?
Keywords: Avançar Project. Family Participation. Teaching and learning. Teachers’ role.
INTRODUÇÃO
A escola é vista como um espaço de aprendizagem, conhecimentos, socialização, um espaço com identidade única, espaço de solidariedade, compartilhamentos, espaço de muitas reflexões, amizades que perpassam os muros da escola, pois oportuniza aos estudantes a formação necessária para a construção de novas experiências, de socializar vivências, construção de conhecimentos e saberes para uma vida futura.
Partindo desse princípio, é necessário investigar a participação da família no processo ensino-aprendizagem dos alunos do Projeto Avançar, na Escola Estadual Sebastião Norões, considerando as problemáticas socioeconômicas, financeiras, afetivas e pedagógicas que provavelmente interferem no processo educativo dos mesmos. Assim, esta pesquisa versa sobre “A Participação da Família no Processo de Ensino Aprendizagem dos Alunos do Projeto Avançar, da Escola Estadual Sebastião Norões, Manaus – AM, 2021”.
O estudo destaca ainda que, essas problemáticas vão desde a falta de comprometimento familiar no âmbito escolar que gera problemas seríssimos não só de aprendizagem, como de socialização, de personalidade, de respeito e solidariedade desses adolescentes e jovens com a própria família, com os professores, com os colegas de sala de sala de aula, com as demais pessoas do seu convívio diário o que gera conflitos de naturezas diversas, tornando-se algo muito sério e que acarretará sérias consequências dentro e fora do espaço escolar.
Além da escola, a família é outro pilar importante e de fundamental importância para a educação escolar galgar os resultados propostos e proporcionar uma educação de qualidade e com a participação de todos que compõem a comunidade escolar. Essa parceria escola e família são de extrema relevância para que esse cidadão adquira noções de cidadania, desenvolvimento de suas possibilidades cognitivas, sociabilidade, busque conhecimentos e saberes para o exercício pleno de sua cidadania e, posteriormente, ser inserido no mercado de trabalho.
É necessária a compreensão que é de competência da família, da sociedade e do Estado zelar pelo bem-estar das crianças e adolescentes, conforme preconiza a Carta Magna do Brasil, promulgada em 1998, no seu Artigo 227:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração e opressão. (BRASIL, 1988, p.148).
A escola é um direito adquirido. Direito assegurado constitucionalmente, assim como a família também tem suas obrigações perante a educação dos filhos. Dividir as responsabilidades na educação escolar é uma tarefa que precisa ser desenvolvida pelas duas entidades: escola e família.
Quando falamos em família, é necessário lembrar a realidade da estrutura familiar que vem ganhando novos formatos, novas conotações, porém continua sendo uma instituição com responsabilidades sobre os integrantes da mesma, principalmente, os filhos, que podem ser biológicos ou adotados.
O importante mesmo é a família adotar posturas de respeito mútuo, solidariedade, harmonia, amor, afeto, carinho, visto que esses preceitos ajudarão a criança na formação do seu caráter, de sua personalidade, de sua formação intelectual, pessoal e profissional.
Mesmo as famílias sabendo de suas obrigações no acompanhamento escolar de seus filhos, geralmente esse papel não acontece na prática. São muitos os fatores que impossibilitam tal contribuição: muitos pais não são escolarizados, outros não disponibilizam tempo para auxiliar os filhos nas lições de casa, muitos não demonstram nenhum interesse em participar da vida escolar dos filhos, pois para eles essa tarefa é unicamente da escola.
Esses e outros fatores contribuem negativamente com o processo ensino- aprendizagem. Essa situação é mais agravada aos alunos repetentes ou que evadiram ou abandonaram os estudos ou, ainda, aqueles que possam estar muito tempo fora do ambiente escolar como é o caso dos estudantes que estão nos programas de distorção idade-ano, foco central desta pesquisa.
Na concepção de Prado (2000), a repetência, o abandono e a evasão são crônicos no sistema educacional brasileiro, sendo a distorção idade-ano, o gargalo dessa problemática. Ou seja, esses problemas são “velhos conhecidos” do sistema de ensino do país, que não conseguiu atenuar esses indicadores tão vergonhosos para a sociedade. O alto índice de evasão, abandono e repetência nas escolas públicas brasileiras é uma triste realidade em todas as cidades do Brasil e, infelizmente, as políticas públicas educacionais não são prioridades para as autoridades do executivo do país.
Os alunos inseridos nesse contexto sentem-se desestimulados, desacreditados, com a autoestima muito baixa, é como se eles fossem os únicos responsáveis pelo insucesso da educação brasileira. Assim, a complexidade desse problema da defasagem idade/ série e o fracasso escolar têm sido um agravamento, tanto para o aluno, levando à perda da autoestima, como para o sistema educacional como um todo, onerando significativamente os custos da educação pública. (PRADO, 2000, p. 49).
Essas problemáticas vão desde a falta desse comprometimento familiar no âmbito escolar que gera problemas seríssimos não só de aprendizagem, como de socialização, de personalidade, de respeito e solidariedade destes com a própria família, com os professores, com os colegas de sala, e com as demais pessoas do seu convívio diário. É algo muito sério e que acarretará sérias consequências dentro e fora do espaço escolar.
No bojo dessa problemática é conveniente destacar que todo processo de ensino tem suas implicações, suas alegrias, seus momentos de questionamentos diversos, muitas aflições, autocríticas, entre outros. Esses agravantes servem como mola propulsora para a investigação da temática em questão, que visa compreender as razões que levam os pais/ responsáveis a não interagirem com o processo de educação de seus filhos, não dar a eles a atenção devida, não os estimularem a empenhar-se mais nas atividades escolares.
O Programa de Correção do Fluxo Escolar do Ensino Fundamental: Projeto Avançar, criado pela Secretaria de Educação e Desporto – SEDUC/AM, em substituição ao Programa de Aceleração da Aprendizagem, criado pelo MEC, vem em socorro a essas “deficiências” educacionais criadas pelo próprio sistema, tentando amenizar a distorção idade/série buscando uma equalização para que os alunos participantes do Programa venham a cursar as séries adequadas às suas idades em um curto espaço de tempo.
O Programa instituído pelo MEC em 1997 financiou e regulamentou uma série de medidas educativas com o objetivo de corrigir o fluxo escolar e a redução da distorção idade- ano no Brasil. Era uma forma de possibilitar o retorno de crianças e jovens às escolas, com o objetivo central de diminuir o índice de analfabetismo, reprovação e evasão escolar. Era uma forma de amenizar as desigualdades sociais, possibilitando a esses indivíduos alguma dignidade social compensatória por meio da inserção e inclusão escolar.
O Projeto Avançar é ancorado legalmente em Lei Nacional e, também nas resoluções do Conselho Estadual de Educação do Amazonas (CEE/AM) 83/2007- CEE/AM, 148/2010- CEE/AM e 20/220113- CEE-AM. Tais resoluções aprovaram o Programa do Projeto Avançar e sua Matriz Curricular que disponibiliza um currículo particular ao Programa.
Ainda sobre o Projeto Avançar este tem como objetivo geral regularizar o processo escolar dos alunos com dois ou mais anos de distorção idade-ano que estejam na faixa etária de 9 a 21 anos de idade e, seus objetivos específicos são: viabilizar alternativas pedagógicas fundamentais em aprendizagem significativa a partir do currículo básico, fortalecer a autoestima do aluno e promovê-lo para o ano seguinte, desde que apresente condições de prosseguimento regular de estudos. (AMAZONAS, 2005).
No estado do Amazonas esse Programa passara a adotar as chamadas classes de aceleração e teve sua adesão em 1999, atendendo alunos do Ensino Fundamental em várias cidades amazonenses, permanecendo em vigência até o ano de 2006.
Como se observa, o Projeto Avançar tem uma “missão” para com crianças e adolescentes, visto que é destinado a uma correção de fluxo escolar, e evitar que estes sejam atingidos novamente pela reprovação ou evasão. É de competência do Projeto a aquisição de novas posturas metodológicas, investir em formação continuada para os professores que fazem parte do mesmo, contribuindo com a autoestima, permanência dos alunos na escola, socialização, interesse e motivação pelos conteúdos ministrados em sala de aula.
Por outro lado, a realidade exposta aos alunos e docentes não é essa. O que se evidencia são estudantes completamente desestimulados, vistos como um “problema” para a escola e para a própria SEDUC, pois os alunos do Projeto Avançar não fazem parte das estatísticas de rendimento, isto é, são matriculados e não são sinalizados no percentual bimestral e anual, eles também não constam nas avaliações externas nacionais (SAEB, PROVA BRASIL) e estaduais (SADEAM) realizadas pelo MEC e pela Secretaria de Educação do Amazonas.
Programa de Correção do Fluxo Escolar do Ensino Fundamental no Amazonas: Projeto Avançar
De acordo com o Plano Estadual de Educação do Amazonas de 2008 (PEEAM-2008), nos anos noventa, a realidade da distorção idade-ano e do fluxo escolar no estado, era semelhante a dos demais da federação. Em 1998, por exemplo, a distorção idade-ano no Ensino Fundamental alcançava 67,1% dos alunos matriculados no Amazonas, enquanto a média nacional estava na casa dos 47,0%. (INEP, 1998)
Assim, em 1999 o Amazonas aderiu ao Programa de Aceleração da Aprendizagem, instituído pelo MEC e passou a adotar as chamadas classes de aceleração, que funcionaram até o ano de 2006, pois, em 2007, esse programa foi substituído pelo Programa de Correção do Fluxo Escolar do Ensino Fundamental: Projeto Avançar. O Programa de Correção do Fluxo Escolar do Ensino Fundamental: Projeto Avançar foi instituído pela Secretaria de Estado da Educação e Qualidade de Ensino do Amazonas (SEDUC-AM) no ano 2005, como política para a correção do fluxo escolar e da distorção idade-ano no estado. O Projeto Avançar divide-se em quatro fases: as fases 1 e 2 atendem alunos do 1º ao 4º ano do Ensino Fundamental (após a nova reestrutura do Ensino Fundamental para 9 (nove anos, compreende do 1º ao 5º ano, ou Ciclo), e as fases 3 e 4, são destinadas aos alunos do 6º ao 8º ano do mesmo nível de ensino (6º ao 9º ano).
Os alunos assistidos pelo Projeto Avançar têm até dois anos de retardo escolar, uma metodologia diferenciada para assegurar a qualidade na aprendizagem, adotam uma Proposta Curricular do Projeto Avançar (PCPA) baseada na interdisciplinaridade. Ou seja, os aparatos pedagógicos necessários para uma aprendizagem significativa, segundo a PCPA.
O Projeto Avançar tem suas concepções no bojo educacional, visando evitar as reprovações ou evasão escolar, onde o aluno se encontra em atraso escolar, possibilitando uma retomada aos estudos, acelerando assim, o processo educativo, criando oportunidades de aprendizagens e desenvolvimento de competências e habilidades na aquisição de saberes e conhecimentos.
É importante destacar os níveis compreendidos pelo Projeto Avançar: divide-se em quatro fases: Avançar fase 1, compreende o 2º e 3º anos, Avançar fase 2, compreende o 4º e 5º anos, do Ensino Fundamental I; Já Avançar fase 3, compreende 6º e 7º anos; Avançar fase 4, compreende o 8º e 9º anos, do Ensino Fundamental II. As turmas contempladas pelo Projeto funcionam somente nos turnos matutino e vespertino. Atualmente o Projeto não contempla alunos do turno noturno.
Os alunos vão avançando para as séries seguintes à medida que alcançam boas notas em todos os bimestres, podendo avançar até duas séries, por exemplo, o aluno do 6º ano se possuir um bom rendimento nos quatro bimestres do ano letivo em vigência, será aprovado para o 8º ano, do ano seguinte.
O teórico Dourado (2005) ao avaliar dados do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica), do ano de 2003, constatou que, o alto índice de distorção idade-ano é um reflexo da cultura de exclusão e reprovação que ainda persiste no sistema de educação do Brasil. Essa análise revelou alguns dados desse processo de exclusão por meio da reprovação e, que as escolas brasileiras vivenciam ainda nos dias de hoje.
Em nova contribuição, Dourado (2005) afirma:
Uma análise dos indicadores do SAEB de 2003 já permite alguns dados reveladores dos processos de exclusão vivenciados nas escolas brasileiras na medida em que estes apontam que 24.8% dos alunos do ensino fundamental são reprovados, sendo 13.3% na 1ª a 4ª séries e 11.5% na 5ª a 8ª. Assim, a cultura da reprovação tem sido internalizada no sistema educativo, tanto por alunos quanto por professores. Outro dado relevante refere-se às taxas de abandono que nas quatro primeiras séries é de 7,5% e nas séries finais do ensino fundamental atinge os 12%. Analisar esses indicadores objetivando deslindar que condições e processos, internos e externos, favorecem a manutenção desses índices de abandono é tarefa complexa para aqueles que buscam alternativas consequentes para a superação do fracasso escolar. (DOURADO, 2005, p.13).
Mesmo sendo uma realidade nefasta e que continua assolando a educação brasileira, a problemática da repetência, da evasão escolar não é o privilégio só dos brasileiros, grandes nações já enfrentaram essas problemáticas e muitos outros continuam enfrentando.
Nos anos 90, o Brasil já vinha realizando estudos sobre a gravidade do quantitativo elevado de reprovações e evasão escolar. De acordo com Ribeiro (1991): “Repetência tende a provocar novas repetências, ao contrário do que sugere a cultura pedagógica brasileira de que repetir ajuda a criança a progredir em seus estudos” (RIBEIRO, 1991, p.7). Essa máxima não tem fundamentação, uma vez que o que se observa são indivíduos retraídos, desmotivados, muitos se evadem da escola, não conseguem ter interesse em retomar seus estudos.
Os autores MARGIOTTA, VITALE e SANTOS (2014, p. 362), inferem: “impede de ver os elementos de interdependência entre o abandono escolar e as instituições escolares, bem como o peso da responsabilidade institucional e comunitária desse fenômeno social”.
O Programa de Correção de Fluxo Escolar do Ensino Fundamental: Projeto Avançar apresenta-se com uma metodologia diferenciada para os estudantes do Ensino Fundamental, representa um marco para a educação do Estado do Amazonas, e objetiva desenvolver esta modalidade (Ensino Fundamental), como uma ação integrada do Departamento de Políticas Públicas e Programas Educacionais e a Gerência de Ensino Fundamental, tornando-se uma das políticas desenvolvidas pela Secretaria de Educação e pelo Governo do Estado do Amazonas (AMAZONAS, 2005, p. 9).
O Projeto Avançar é uma proposta pedagógica com livro didático específico para cada componente curricular, tendo como objetivo possibilitar aos jovens a formação básica e o seu desenvolvimento global. (AMAZONAS, 2005, p. 9).
O Programa foi implantado como um compromisso político do Governo do Estado do Amazonas com intuito de reverter um dos quadros mais graves da educação nacional: o da defasagem idade/série, oferecendo as condições necessárias ao desenvolvimento do Programa. Era uma promessa de uma metodologia de aprendizagem diferenciada para os educandos com distorção idade-série, porém na prática, o Projeto Avançar não vem galgando os resultados pretendidos.
Outro aspecto relevante diz respeito aos efeitos mais diretos que recaem sobre o estudante e sua família. O educando passa a sentir-se frustrado em suas expectativas em relação ao sucesso escolar o que impossibilita as perspectivas de integração social e de inserção no mercado de trabalho com registro formal, além de sentir sua autoestima completamente abalada.
Após os dados coletados no ano de 2003 pelo setor de Estatística da SEDUC-AM, foi diagnosticado que dos 107.222 alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental II ( 6º ao 9º ano) na sede (Manaus), 68.474 apresentam defasagem e-idade-série superior a dois anos, o que representa 64,1% (sessenta e quatro vírgula um por cento) das matrículas efetivadas no ano letivo de 2003.
Sob a responsabilização da Gerência de Ensino Fundamental ficou a condução das ações de execução, incorporando a filosofia, promovendo reuniões pedagógicas, subsidiando gestores, pedagogos e professores, acompanhando junto com a equipe pedagógica, o desempenho das classes e buscando apoio da comunidade escolar, com vistas à correção do fluxo escolar dos alunos defasados em idade-série (AMAZONAS, 2005, p. 12).
Sendo de responsabilidade da Secretaria de Educação e Qualidade de Ensino, o Projeto Avançar iniciou nas escolas de Manaus destinado aos alunos das escolas que apresentaram grande distorção-série, ou seja, um elevado índice de reprovação. A partir de 2007, o Projeto Avançar expandiu-se, passou a atender mais escolas na capital e em outros municípios do estado.
No ano de 2017, o Programa estava presente em 167 escolas estaduais localizadas na capital e nos municípios do interior do estado do Amazonas. O quantitativo de alunos atendidos pelo Projeto Avançar no ano letivo de 2017 foi de 10. 966 alunos.
METODOLOGIA
O presente estudo se caracterizou como uma pesquisa de método qualitativo, descritivo, não experimental, observações, entrevistas, aplicação de questionário aos principais atores que participam diretamente (alunos), registros fotográficos, análise de documentos do Projeto, legislação e implicações da implantação do Projeto Avançar.
Esse público-alvo é de certa forma, “marginalizado” por vários professores, alguns outros funcionários e até mesmo por uma boa parcela dos demais alunos. Alguns são “invisíveis” até para a própria família, podendo ser uma das razões de indisciplina elevada e dificuldades de aprendizagem.
Em relação a coleta dos dados, Sampieri (2013, p. 216) afirma que “coletar de dados implica elaborar um plano detalhado de procedimentos que nos levem a reunir dados com um propósito específico”.
Destaca-se aqui os instrumentos e técnicas adotadas para celeridade das investigações ocorridas nesta pesquisa:
- Revisão dos aportes teóricos
- Roteiros de análise de documentos;
- Roteiro de entrevista informal;
- Pesquisa bibliográfica
- Questionário com questões fechadas (múltipla escolha);
- Gráficos;
- Observação não participante.
O questionário apresentou 26 (vinte e seis) questões de múltipla escolha, cujas alternativas correspondem as letras A até E.
Em se tratando do questionário, MARCONI & LAKATOS (2003, p. 196) argumentam que é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença dos entrevistados.
A coleta dos dados realizou-se via intermédio da aplicabilidade de questionário fechado, de observação, de entrevistas informais, onde a pesquisadora conversou informalmente com os alunos em vários momentos durante o período letivo, sendo essas entrevistas responsáveis por riquíssimo material de pesquisa.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Ao analisar os dados coletados, o pesquisador consegue obter mais detalhes sobre os dados da pesquisa, visando a obtenção de respostas aos seus diversos questionamentos, inquietações e indagações, buscando assim, estabelecer as relações fundamentais entre os dados que foram devidamente obtidos e as hipóteses formuladas para sua comprovação, destacando se estas são verdadeiras ou se podem ser refutadas (Lakatos & Marconi, 2003).
Após a realização da coleta dos dados, houve a compilação das respostas apresentadas no questionário para apresentação e análise dos resultados, onde as respostas foram representadas por gráficos com as porcentagens das alternativas que correspondem aos questionamentos presentes nas questões.
A análise dos questionários respondidos pelos agentes deste estudo foi realizada no limite de um campo de possibilidades claramente demarcado pelas condições socioeconômicas, afetivas, didático- pedagógicas para se chegar aos resultados e atribuir credibilidade e confiança pretendida por esta pesquisa, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo e intelectual e uma educação de representatividade nos âmbitos escolar, local e social.
Os dados coletados por intermédio do questionário de questões fechadas elaborado no Word, impresso e entregue aos participantes da pesquisa. Foram entregues 40(quarenta) questionários, sendo respondidos e devolvido pelos alunos apenas 34 trinta e quatro) do turno vespertino, destacando que os mesmos fazem parte da população pesquisada.
Após a realização da coleta dos dados, houve a compilação das respostas apresentadas no questionário para apresentação e análise dos resultados, onde as respostas foram representadas por gráficos com as porcentagens das alternativas que correspondem aos questionamentos presentes nas questões.
Na sequência, fez-se o levantamento quantitativo de respostas de acordo com as alternativas A, B, C, D e E. Primeiramente, foi feito um levantamento nas respostas fornecidas pelos alunos do Projeto Avançar. Num terceiro momento, após os dados coletados e separados, fez-se a análise de conteúdo dos dados coletados e, sequencialmente, ocorreu a representação gráfica dos resultados obtidos.
Sobre a análise dos conteúdos, é de caráter descritivo e apresentou em detalhes os dados demonstrados nos gráficos de acordo com a análise a seguir. A análise considerou a resposta dos 34 (trinta e quatro) estudantes que atuaram como agentes da pesquisa e responderam ao questionário de múltipla escolha.
A seguir apresenta-se os gráficos que representam os dados coletados através do questionário fechado e analisado com referência aos critérios da análise de conteúdo.
Apresenta-se na sequência, a distribuição das respostas a cada uma das variáveis, na qual contou-se com a participação de 34 alunos do turno vespertino. Destaca-se se que as questões do questionário de múltipla escolha apresentam uma padronização, ou seja, as alternativas A, B, C, D, E.
Os gráficos que seguem são condizentes com as questões e as respostas fornecidas pelos agentes do estudo.
Questão 1: Qual sua idade?
Para essa questão respondida por 34 entrevistados, as respostas apresentadas foram: 18 dos respondentes informaram possuir idade entre 15 a 16 anos (alternativa B), outros 13 informaram ter idade entre 13 a 14 anos (alternativa A) e 3 participantes informaram possuir a idade entre 17 a 18 anos (alternativa C). As alternativas D e E não apresentaram respostas.
Pelas respostas fornecidas pelos atores sociais da pesquisa, as idades apresentadas em suas respostas demonstram que estão em faixa etária acima da estabelecida pela legislação educacional em vigor.
Questão 7: Quando você falta às aulas é por quê?
O questionamento em relação a falta as aulas, obteve as seguintes respostas: 19 respondentes afirmaram que as faltas são por motivo de doença (alternativa E); para outros 5 participantes, preferem ficar em casa (alternativa B). assim, outros 4 informaram que faltam as aulas porque precisa tomar conta de algum parente: irmão, sobrinho, primos (alternativa D); outros 3 participantes registraram que faltam as aulas é devida a falta de crédito na carteira estudantil (alternativa A); para 2 respondentes, as faltas são devido a motivo de doença (alternativa C), finalizando 1 respondente afirmou que só falta porque considera a escola um local chato (alternativa F).
Constatou-se nesse item que o maior agravante para as faltas é devido a motivos de doença, seguido por preferir ficar em casa que ir à escola, bem como cuidar de algum familiar. É necessário que ações sejam criadas para solucionar essa problemática.
Questão 10. Você recebe algum apoio ou auxilio em casa dos seus pais e/ou familiares para fazer as atividades escolares que os professores passam?
A respeito da questão 10 que abordou se o participante recebe algum apoio ou auxílio em casa dos familiares na realização das tarefas escolares obteve-se as seguintes respostas: 15 dos 34 participantes assinalaram que SIM, recebem apoio familiar nas tarefas escolares, conforme explícito na alternativa “A”; já outros 11 participantes informaram que ÀS VEZES recebem apoio dos pais ou responsáveis para a realização de tarefas escolares, conforme destacado na alternativa “B”; outros 5 respondentes afirmaram que “NÃO” tem apoio da família para a realização das atividades escolares, alternativa “C”; para 2 participantes RARAMENTE recebem apoio de algum familiar para a realização das tarefas escolares e, para finalizar, 1 participante informou que “JAMAIS” recebeu alguma contribuição na realização das tarefas escolares que devem ser intermediadas pelos pais e responsáveis, conforme salientado na alternativa “E”.
Constatou-se que uma parcela da população do estudo afirmou receber apoio familiar no que diz respeito as atividades escolares que devem ser feitas em casa e outros 11 desses participantes afirmaram que às vezes recebem esse apoio familiar. O que se vislumbra é que os pais/responsáveis precisam com a máxima urgência fazer o acompanhamento da vida escolar de seus filhos que muitas vezes já se sentem excluídos pela própria escola e pela sociedade.
Questão 11. Sua família e/ou responsáveis costumam fazer acompanhamento do seu desenvolvimento escolar?
Em relação ao papel dos pais/responsáveis sobre o acompanhamento do desenvolvimento escolar dos alunos do Projeto Avançar, as respostas atribuídas as questões foram as seguintes: 25 dos entrevistados afirmaram que SIM, os pais/responsáveis fazem o acompanhamento do seu desenvolvimento escolar, alternativa “A”; 6 dos respondentes informaram que AS VEZES contam com esse acompanhamento de pais/responsáveis, alternativa “E”; já para 2 participantes RARAMENTE podem contar com tal acompanhamento, alternativa “C” e para 1 participante NÃO costumam fazer acompanhamento do seu desenvolvimento escolar, alternativa “B”. a alternativa D não recebeu nenhuma resposta.
Aqui evidenciou-se que os pais/responsáveis vêm buscando fazer o acompanhamento do desenvolvimento escolar de seus filhos, já alguns mencionaram que as vezes recebem esse acompanhamento de pais/responsáveis. É exatamente esse acompanhamento dos pais/responsáveis que os filhos precisam para melhorar sua aprendizagem e, com isso, os resultados educacionais.
Questão 20. Quantas pessoas vivem da renda da sua família?
No item 20, questionou-se sobre o quantitativo de pessoas que vivem da renda de sua família e as respostas obtidas foram: dos 34 participantes da pesquisa 19 assinalaram a alternativa “B” que de duas a quatro pessoas vivem da renda familiar da família; para outros 7, a resposta foi que de cinco a sete pessoas vivem da renda familiar, alternativa “C”; já para 5 respondentes, vivem da renda familiar uma única pessoa, alternativa “A”; para 2 participantes, a renda familiar mantém mais de 10 pessoas, alternativa “A” e para 1 participante de 8 a 10 pessoas vivem dessa renda da família.
Aqui foi comprovado que a renda familiar mantém de 2 a 4 pessoas, na segunda colocação afirmou-se que vivem da renda familiar de 5 a 7 sete pessoas, ou seja, mesmo não sabendo o valor da renda mensal familiar evidenciou-se que o número de pessoas que vive dessa renda familiar é expressivo.
CONCLUSÃO
As conclusões apresentadas por esta pesquisa almejaram compreender os papéis desempenhados pela família e pela escola, onde cada um deve assumir suas devidas responsabilidades, respeitando suas limitações e obrigações, firmando uma parceria solidificada, em que haja envolvimento mútuo e, em consequência desses fatores implícitos
proporcionarem mudanças sociais, “libertando” os alunos que integram o Projeto Avançar das mazelas, injustiças e desigualdades sociais, necessárias a uma vida mais justa e digna.
Portanto, a participação da família na vida escolar dos seus filhos deixa de ser meramente ilustrativa, ou seja, o envolvimento dos pais passa de ir até o ambiente escolar e deixar a criança no portão, e passa a estar dentro da escola, participando das ações desenvolvidas por ela, preparando-o para assumir posturas, valores éticos, morais, sociais e profissionais.
Logo, este estudo não teve a prepotência de encontrar todas as respostas para os questionamentos que foram levantados, pois entende-se que todo estudo científico pautado nas questões de educação requer maior aprofundamento à medida que novas inquietudes e interrogativas vão surgindo.
Por outro lado, teve-se a fiel pretensão de analisar com viés teórico as problemáticas envolvendo a baixa participação das famílias no processo educativo dos alunos do Projeto Avançar, a ausência familiar nas ações pedagógicas que acontecem dentro e fora do espaço escolar e, a partir dos resultados sugerir ações que envolvam essas duas entidades: família e escola, numa parceria unificada em prol de melhorias educacionais.
Para comprovação do objetivo específico 1: Identificar os fatores socioeconômicos que intervém na falta de participação da família no processo ensino aprendizagem dos alunos do Projeto Avançar, observou-se que a situação socioeconômica é responsável pela falta de acompanhamento dos pais na vida escolar dos filhos, pois precisam trabalhar e nem sempre conseguem acompanhar o que os filhos fazem dentro e fora da escola, mas muitos pais mesmo trabalhando fora conseguem acompanhar a vida escolar de seus filhos, deixando-os mais seguros e confiantes.
Comprovando o objetivo 2: Elencar os fatores pedagógicos enfrentados pela família que comprometem efetivamente na participação do processo ensino-aprendizagem dos alunos do Projeto Avançar. São vários os fatores pedagógicos que interferem na aprendizagem, indo desde a falta de material pedagógico, dificuldades de aprendizagem e ausência familiar na vida escolar dos filhos. Por outro lado, com base nos questionamentos e respostas apresentadas pelos atores sociais da pesquisa comprovou-se que os pais participam da vida escolar de seus filhos, bem como das reuniões escolares, ou seja, fazem-se presentes na vida escolar de seus filhos.
Para comprovar o objetivo específico 3: Destacar os fatores familiares que dificultam a participação da família no processo ensino-aprendizagem. Constatou-se que a família exerce seu papel de apoiar e participar da vida escolar de seus filhos, conforme dados coletados e analisados para conclusão deste estudo.
Assim, destaca-se que o professor, o aluno, a família e a escola são protagonistas desta pesquisa, visto que a intermediação entre escola e família são essenciais para a efetividade dessa parceria que acarretará na melhoria da qualidade de ensino e melhor desempenho educacional dos alunos. Ressalta-se ainda que escola e família caminhando na mesma direção irão somar com o processo de aprendizagem dos alunos do Projeto Avançar.
REFERÊNCIAS
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