A INFLUÊNCIA DA BAIXA RENDA NO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DAS FAMÍLIAS DE COMUNIDADES POPULARES BRASILEIRAS.

THE INFLUENCE OF LOW INCOME ON THE PSYCHOSOCIAL DEVELOPMENT OF FAMILIES IN BRAZILIAN LOW-INCOME COMMUNITIES.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8061750


Luzilene Pereira dos Santos1
Rodrigo Freire de Souza2
Carla Cristina de Sousa Dimarães3
Wollace Scantbelruy da Rocha4


RESUMO 

Este artigo tem como objetivo investigar a influência da baixa renda no desenvolvimento  psicossocial das famílias de comunidades populares brasileiras. A metodologia utilizada é a revisão de literatura sistemática. Discutimos que as famílias de baixa renda enfrentam não  apenas dificuldades econômicas, mas também uma série de desafios psicológicos que afetam  seu bem-estar e seu funcionamento como unidade familiar. A pobreza está intrinsecamente  ligada a fatores estressantes, como a insegurança financeira, a falta de acesso a recursos básicos  e as condições precárias de moradia. Essas adversidades podem levar ao aumento dos níveis de estresse, ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental tanto nos adultos como nas  crianças dessas famílias. Além disso, o estigma social associado à pobreza pode levar a sentimentos de vergonha, baixa autoestima e isolamento social. As questões psicológicas nas  famílias de baixa renda têm impactos significativos na dinâmica familiar. Relações familiares  tensas, conflitos conjugais, dificuldades na parentalidade e na educação dos filhos são alguns  dos desafios enfrentados. Esses fatores podem gerar um ciclo intergeracional de pobreza,  perpetuando os problemas psicológicos ao longo das gerações. Diante desse cenário, as políticas  públicas devem abordar não apenas as necessidades econômicas, mas também fornecer suporte  psicológico adequado às famílias de baixa renda, programas de intervenção psicossocial,  orientação familiar, podem desempenhar um papel crucial na promoção do bem-estar mental e  emocional levando em consideração as especificidades e necessidades das famílias de baixa renda. Além disso, é importante que promover a conscientização e combate ao estigma, visando diminuir o impacto negativo na saúde mental e na qualidade de vida das famílias. Em resumo,  as questões psicológicas têm um impacto significativo nas famílias de baixa renda, afetando seu  bem-estar e sua funcionalidade. É essencial que as políticas públicas reconheçam e abordem  essas questões, garantindo o acesso a suporte psicológico adequado e promovendo o  desenvolvimento saudável dessas famílias. 

Palavras-chave: famílias de baixa renda, aspectos psicossociais, vulnerabilidade social, políticas públicas, impactos psicológicos. 

ABSTRACT 

This article aims to investigate the influence of low income on the psychosocial development  of families in Brazilian low-income communities. The methodology used is systematic  literature review. We argue that low-income families face not only economic difficulties but  also a range of psychological challenges that affect their well-being and functioning as a family  unit. Poverty is intrinsically linked to stressful factors such as financial insecurity, lack of access  to basic resources, and precarious housing conditions. These adversities can lead to increased  levels of stress, anxiety, depression, and other mental health problems in both adults and  children of these families. Additionally, the social stigma associated with poverty can result in  feelings of shame, low self-esteem, and social isolation. The psychological issues in low income  families have significant impacts on family dynamics. Tense family relationships, marital  conflicts, difficulties in parenting and child-rearing are some of the challenges faced. These  factors can generate an intergenerational cycle of poverty, perpetuating psychological problems  across generations. Given this scenario, public policies should address not only the economic  needs but also provide adequate psychological support to low-income families. Psychosocial  intervention programs, family guidance, and support can play a crucial role in promoting mental  and emotional well-being, taking into consideration the specificities and needs of low-income  families. Furthermore, it is important to promote awareness and combat stigma, aiming to  reduce the negative impact on mental health and quality of life of these families. In summary,  psychological issues have a significant impact on low-income families, affecting their well being and functionality. It is essential for public policies to recognize and address these issues,  ensuring access to appropriate psychological support and promoting the healthy development  of these families.

Keywords: low-income families, psychosocial aspects, social vulnerability, public policies,  psychological impacts. 

1. INTRODUÇÃO 

Este estudo trabalha a questão da influência da baixa renda no desenvolvimento  psicossocial das famílias de comunidades populares brasileiras. Para Romildo e José (2017), a família é considerada o pilar da formação da sociedade e da cultura, do desenvolvimento individual, e do conceito de maturidade emocional, é através da família que o indivíduo atinge a sua maturidade emocional. É o principal meio de socialização por introduzir crenças, cultura  e modos de pensar, construindo sujeitos e cidadãos. Ela é o primeiro grupo ao qual o indivíduo  pertence, e o meio em que ocorre o seu primeiro contato com o mundo. É por meio da família que a criança passa a conhecer as regras e normas da sociedade, além de desenvolver sua  personalidade e habilidades. 

Historicamente, a população vulnerável está inserida na sociedade em espaços  estigmatizados e marginalizados, onde são excluídos dos processos de tomada de decisão e  privados de direitos, serviços e recursos básicos. A falta de oportunidades para desenvolvimento de carreiras e a escassez de recursos materiais e financeiros, tendem a  gerar uma série de problemas práticos e emocionais para as famílias de baixa renda como  consequência Psicológica. 

As famílias de baixa renda, em geral, têm o seu padrão de vida limitado em relação às  famílias de maior poder aquisitivo. O acesso a uma educação de qualidade, ao lazer, à saúde, à  cultura, à segurança, à alimentação e à mobilidade urbana é muito mais restrito para essas  famílias. Essa realidade pode gerar efeitos sobre a saúde mental dos membros desse grupo de  famílias. 

A família deve ser apoiada e ter acesso a condições para responder ao seu papel no  sustento, na guarda e na educação de suas crianças e adolescentes, bem como na proteção de  seus idosos e portadores de deficiência (BRASIL, 2005). 

Atualmente, diversos estudos estão tratando dessa temática, destacam-se os trabalhos de  Barbosa e Ximenes (2019) que estão discutindo o apoio social e saúde mental em mulheres em  contextos de pobreza no brasil; Bessa e Fermiano (2021) que estudaram sobre representações  de pobreza e desigualdade social entre estudantes do ensino médio. Stamato (2016) exclusão social e subjetividade: o papel da psicologia na política de assistência social. Temos também o  trabalho de Ximenes et al (2019) que estuda sobre fontes de apoio social em contextos de  pobreza, questionando sobre o que dizem as comunidades rurais? E destacamos ainda o trabalho  de ROMILDO (2017) que fala sobre a família e a formação de valores. 

Estes estudos apresentam uma série de debates sobre temáticas diversas relacionadas à questão da baixa renda e seus efeitos psicológicos nas famílias brasileiras. Nesse cenário,  percebe-se que a psicologia tem papel de suma importância, não só intervindo no universo das famílias de baixa renda, suas consequências psicológicas decorrentes deste quando, mas também apontando sobre o trabalho que os psicólogos podem desenvolver para minimizar os impactos psicossociais decorrentes dessa realidade vivenciada por essas famílias 

Diante disso, a metodologia utilizada será a pesquisa estudo de revisão de literatura  sistemática no qual será levantada a produção científica na área da família de baixa renda e consequência pesquisa bibliográfica, pois permite a análise teórica do objeto de estudo e de  acordo com Lima e Mioto (2007, p. 44) “difere da revisão bibliográfica uma vez que vai além  da simples observação dos dados contidos nas fontes pesquisadas, pois imprime sobre eles, a compreensão crítica do significado neles existente”. Conforme as autoras, enquanto procedimento metodológico, a revisão bibliográfica, ainda que flexível, não é um processo aleatório e compreende o cumprimento ordenado de algumas fases. 

Tendo como base esse contexto e realidade, o objetivo geral deste estudo é investigar a  influência da baixa renda no desenvolvimento psicossocial das famílias de comunidades  populares brasileiras. Tendo como objetivos específicos: compreender a diversidade das  famílias de baixa renda da sociedade brasileira; discutir as políticas públicas na proteção das  famílias em situação de vulnerabilidade relacionadas à questão de renda; identificar os impactos  psicológicos em famílias brasileiras relacionados à questão da baixa renda. 

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

No contexto das famílias de baixa renda, as dificuldades metodológicas apresentam-se  como um desafio significativo. Com base nas ideias de Marconi e Lakatos (2017),  compreendemos que a revisão de literatura é conduzida por meio de diversas fontes, tais como  livros, artigos científicos, ensaios críticos, dicionários, enciclopédias, jornais, revistas, resenhas  e resumos. Essa abordagem visa realizar uma análise sistemática da literatura existente, com o  propósito de obter uma visão ampla do conhecimento atual acerca de um determinado assunto.  Dessa forma, a revisão de literatura envolve atividades como descrição, resumo, esclarecimento e avaliação dos documentos analisados. Ademais, ela pode ser útil na identificação de lacunas  na pesquisa existente, eliminando informações irrelevantes e apontando áreas relevantes para  futuras investigações. 

No presente estudo, optamos por adotar uma pesquisa bibliográfica exploratória, a qual  se fundamenta em estudos e pesquisas prévias sobre o tema em questão. A pesquisa  bibliográfica segue um conjunto ordenado de procedimentos de busca por soluções, levando em  consideração o objeto de estudo, sendo importante ressaltar que essa abordagem permite  examinar diferentes aspectos relacionados a um problema específico. Idealmente, todos os  assuntos deveriam ser estudados dessa maneira. Além disso, é possível realizar comparações  entre teorias e opiniões de diversos escritores que abordam o mesmo tema. Após a coleta de  informações e a formulação de conclusões, os alunos estarão prontos para publicar suas  descobertas. 

De acordo com Gil (2002), a pesquisa bibliográfica é conduzida com base em materiais  já elaborados, destacando-se livros e artigos científicos como as principais fontes utilizadas.  Embora a maioria das pesquisas demande algum tipo de trabalho bibliográfico, há casos em que  a pesquisa é inteiramente baseada em fontes bibliográficas. Nesse sentido, é possível classificar  grande parte das pesquisas exploratórias como bibliográficas. Estudos ideológicos e pesquisas  que buscam analisar diferentes posições sobre um determinado assunto também são  frequentemente desenvolvidos exclusivamente com base em recursos bibliográficos. 

A pesquisa bibliográfica consiste em localizar e consultar fontes escritas relacionadas a  um determinado assunto. Essa abordagem possibilita que o pesquisador encontre dados que  apoiam, corrigem ou complementam o tema proposto. Pode-se descrever esse tipo de pesquisa  como aquele que proporciona uma ampla gama de informações, permitindo o uso de dados  dispersos em diversas publicações. 

Ao diferenciar entre os dois tipos de pesquisa, é relevante considerar as características  da pesquisa bibliográfica, conforme apontado por Gil (2010). Nesse tipo de pesquisa, o autor  explora a literatura existente, refletindo sobre as ideias, argumentos e evidências encontradas  nos documentos consultados. 

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 

3.1. As famílias de baixa renda na sociedade brasileira. 

Acreditamos que a família desempenha um papel essencial na vida de todos, fornecendo  amor, apoio e conforto, sendo um dos pilares fundamentais da sociedade. A família é  considerada o pilar da formação da sociedade, da cultura, do desenvolvimento individual e da maturidade emocional, sendo responsável por introduzir crenças, cultura e modos de pensar,  contribuindo para a formação de sujeitos e cidadãos (ROMILDO; JOSÉ, 2017). A família é vista como uma instituição necessária e sagrada, merecendo ampla proteção  do Estado devido ao seu papel fundamental na sociedade (GONÇALVES, 2010). Além de  fornecer segurança e estabilidade, a família desempenha um papel crucial na formação de  indivíduos que contribuem para o bem-estar social. 

Ao longo do tempo, a instituição familiar passou por mudanças, resultando em uma  diversidade de modelos e configurações familiares. A estrutura familiar nuclear, que era  composta por pai, mãe e filhos, já não é tão predominante como antes, e novos modelos têm  surgido (SANTANA, 2014). Essas mudanças afetam toda a sociedade e têm um impacto  significativo nas famílias. 

Muitas famílias enfrentam a realidade da pobreza e da baixa renda, o que as torna ainda  mais vulneráveis. A pobreza é um fenômeno complexo e multidimensional, com diversas  definições e termos relacionados. A superação da pobreza e da desigualdade requer a  implementação de ações e políticas abrangentes (BESSA; FIRMINO, 2021). 

Segundo Yasbek (2003), os pobres são aqueles que, temporária ou permanentemente,  não têm acesso a um mínimo de bens e recursos, sendo excluídos em diferentes graus da riqueza  social. No entanto, programas sociais adequados podem amenizar esses problemas, oferecendo  assistência alimentar, moradia e cuidados médicos para famílias de baixa renda, tendo um  impacto significativo na saúde mental (BESSA; FIRMINO, 2021). 

As questões de trabalho e renda influenciam fortemente a percepção das pessoas sobre  a pobreza. Em contextos urbanos, fatores relacionados à educação, moradia e saúde também  estão ligados à pobreza. Nas comunidades rurais, onde a homogeneidade é maior, as diferenças  extremas em saúde, educação e habitação são menos comuns (XIMENES et al., 2016). 

Famílias de menor poder aquisitivo têm acesso restrito a uma educação de qualidade,  lazer, saúde, cultura, segurança alimentar e mobilidade urbana. Essa realidade pode ter efeitos  negativos sobre a saúde mental dos membros dessas famílias (YUNES, 2007). 

É de extrema importância compreender a dinâmica da família de baixa renda, pois se  trata de um problema social multifacetado. O conceito de família é complexo e abrange diversos  significados, e existem várias teorias que tentam explicá-lo (VIGNOLI et al., 2010). As famílias  de baixa renda enfrentam uma série de desafios, como a falta de acesso à educação de qualidade,  serviços de saúde precários, condições habitacionais inadequadas e insuficiência de renda para  suprir as necessidades básicas. Além disso, lidam com o desemprego, a falta de oportunidades  e estão sujeitas ao risco de desigualdade, exclusão e violência. Essas dificuldades afetam especialmente as crianças, que enfrentam problemas financeiros, pressões relacionadas ao  emprego, segurança alimentar e bem-estar geral, além de estarem expostas a problemas sociais  como discriminação e isolamento (YUNES, 2007). 

A participação da comunidade e da escola na educação e criação de crianças de famílias  de baixa renda é uma vertente relevante de pesquisa para compreender a relação entre família e  escola (ROHENKOHL, 2012). Diferenças nos valores associados à educação dos filhos  também são observadas entre a classe média e a classe baixa (BRAZ, 2005). 

Ao trabalhar com a perspectiva de alunos do ensino fundamental, Bessa e Firmino  (2021) mostram que eles veem ricos e pobres em termos de diferentes funções e empregos,  vinculando riqueza com aparência, posses e status, e veem a privação dos pobres. A mobilidade  social e econômica é associada à ideia de trabalhar muito e estudar, dependendo da vontade  individual. Resolver a pobreza requer a participação voluntária das pessoas, e a ideia de classe  média é fragmentada e mal definida, negligenciando a integração dos diferentes elementos do  sistema econômico. Essas crenças perpetuam a ideia de que, se uma pessoa não melhorou de  vida, é porque não se esforçou o suficiente (BESSA; FIRMINO, 2021). 

A exclusão social é uma realidade enfrentada por grande parte da população brasileira e  tem sido amplamente estudada pelas ciências sociais. Compreender seu impacto na constituição  do indivíduo como sujeito social é essencial para quebrar os mecanismos que favorecem sua  perpetuação (STAMATO et al., 2016). 

A ruptura familiar pode levar ao aumento da pobreza, uma vez que a renda de um único  membro muitas vezes não é suficiente para manter o padrão de vida anterior. Além disso, a ruptura familiar pode ter impactos na saúde mental de todos os membros, aumentando a necessidade de cuidados médicos e gerando custos mais elevados. 

A família e suas relações desempenham um papel fundamental na proteção do  funcionamento biológico, na sobrevivência e na transmissão de valores culturais, tradições e  significados. A transmissão desses valores ocorre principalmente nas relações parentais  (SZELBRACIKOWSKI, 2007). 

3.2. As políticas públicas na proteção das famílias em situação de vulnerabilidade relacionadas à questão de renda. 

A família desempenha um papel fundamental no desenvolvimento emocional e social de  um indivíduo,sendo o primeiro ambiente em que ele entra em contato com o mundo e as pessoas ao seu redor. Uma família saudável é caracterizada pelo respeito, amor e compreensão entre os  seus membros. 

As políticas públicas têm buscado adotar medidas de proteção e prevenção,  desenvolvendo programas que visam melhorar o acesso aos serviços sociais e à educação, além  de fornecer auxílio financeiro. Também são implementados programas específicos para lidar com situações de vulnerabilidade, como abuso de substâncias, violência doméstica, pobreza,  entre outras. O objetivo é investir nas famílias, capacitando-as a superar as adversidades e fornecendo serviços especializados para lidar com essas questões (PNAS, 2004). 

Frazão (2008) destaca que há um consenso sobre a responsabilidade do Estado em  garantir os direitos sociais de todos os cidadãos. Da mesma forma, os profissionais de saúde  que compõem a rede de serviços devem apoiar os familiares, fornecendo capacitação para o  cuidado e orientação para acessar benefícios sociais e previdenciários, quando necessário. 

Dessa forma, cabe ao Estado garantir a proteção da família, incluindo a proteção das  crianças, jovens e idosos, e promover a união, o amor e o respeito entre os membros familiares.  Além disso, é necessário garantir o cumprimento dos direitos e deveres familiares, bem como o  acesso a serviços de saúde e educação de qualidade (art. 226, §8º, da CF/88). 

Segundo a Política Nacional de Assistência Social (2004), é importante realizar uma  análise mais próxima do cotidiano das pessoas para identificar situações de vulnerabilidade e  riscos sociais, uma vez que é nesse contexto que esses riscos e vulnerabilidades se manifestam. As políticas públicas têm atribuído às famílias a responsabilidade por essas situações de vulnerabilidade e exposição ao risco, enquanto as políticas sociais buscam identificar as famílias  que se encontram em maior risco social (PNAS, 2004). 

Além disso, muitas vezes as famílias de baixa renda não têm acesso aos programas de  assistência social, o que significa que não podem contar com o apoio necessário para superar  suas dificuldades. Outro desafio enfrentado por essas famílias é a escassez de oportunidades.  Elas têm menos chances de participar de programas de capacitação profissional para melhorar  suas condições. 

A realidade da pobreza é muito mais absurda para os mais pobres. Além da privação,  existem diferentes níveis de estratégias de estigmatização. Dentro da sociedade, existem  símbolos e representações que criam identidades sociais estigmatizadas e depreciativas para os  pobres. Este contexto fornece subsídios para a existência de práticas estigmatizantes que  rebaixam os indivíduos em situação de pobreza. Portanto, há um processo pessoal de  autodepreciação baseado na vergonha. Da mesma forma, também pode haver um processo de  aceitação e adaptação a essa realidade. No entanto, também é importante mostrar que o comportamento resistivo está presente. A vergonha e a vergonha em si podem ajudar a encorajar  críticas e campanhas contra essa desrealização. O delineamento transversal deste estudo  também é entendido como uma limitação. Entende-se que o fenômeno da pobreza é dinâmico e  composto por diferentes grupos. Existem populações transitoriamente pobres que são  temporariamente pobres, avaliando a persistência do estigma. (JÚNIOR; SARRIERA, 2020). 

A culpabilização coletiva dos pobres, instigada pelos meios de comunicação, fortalece  o significado de seres menos humanos que os demais e leva à perda do sentido pessoal, por  meio da transformação de pessoas em rótulos: carentes, favelados, ladrões, menores infratores,  delinquentes, criminosos, bandidos, viciados. O forte sentimento de discriminação, vivido  diariamente em situações de violência e humilhação, e intensificado pelos meios de  comunicação, leva a uma identificação de cidadãos de segunda categoria, que assume culpa por sua própria condição de exclusão (STAMATO, et al. 2016). 

É essencial oferecer políticas públicas que não apenas melhorem as condições de vida  dessas famílias, mas também lhes permitam desenvolver competências socioemocionais, como  autocontrole, empatia e autoconhecimento. Isso requer uma gestão eficaz e um ambiente  propício para encorajar essas famílias que sofrem com as consequências psicológicas e sociais. O objetivo dessas políticas é garantir que as famílias recebam a assistência necessária para lidar com essas consequências. 

Stamato et al (2016) discorrem sobre a relação da sociedade com os classificados como  pobres por dependerem dos serviços de assistência social, a perda do direito social produz  sentimentos de desvalorização e inferioridade. E, traduzida em estigma, pode levar a uma  mudança de identidade que dificulta o sentimento de pertencimento a uma classe social e prejudica a capacidade de inserção. Isso se reflete no enfraquecimento dos laços sociais que, quando intensificados, podem levar à sua ruptura total, etapa final de um processo de  desqualificação social caracterizado por alto grau de marginalização. Esses mesmos autores  acrescentam ainda que o sofrimento provocado pela exclusão, legitimado no interior da proteção social pela caracterização de vulnerabilidade, leva à transferência para o âmbito individual de um sentimento cuja origem é social. Absorvido pela subjetividade do indivíduo é transformado em sofrimento individual, provoca dupla penalização do excluído: uma decorrente  da própria condição de exclusão e outra do processo de interiorização e autor responsável  pelo sofrimento provocado por esta condição. (STAMATO; et al. 2016). 

De acordo com Siqueiro (2011), os sistemas especiais de proteção social no Brasil são  destinados a ajudar famílias e indivíduos em situação de risco. Esses sistemas são responsáveis por sistematizar a assistência prestada pela Assistência Social brasileira e têm como foco principal esses aspectos mencionados (SIQUEIRO, 2011). 

Um passo fundamental para uma política eficaz é estabelecer um sistema de  identificação e mapeamento das famílias mais vulneráveis. Esse sistema deve ser acompanhado  de uma análise e monitoramento contínuo para identificar as famílias mais afetadas. Uma vez  identificadas, as famílias devem ser informadas sobre os recursos disponíveis, como serviços  médicos, psicológicos, de alimentação, acesso a medicamentos e serviços de apoio às famílias. A ciência psicológica não pode ser utilizada como mecanismo de reprodução de desigualdades sociais e de dominação de realidades, e seus processos de geração de   conhecimento e desenvolvimento de intervenções devem estar voltados para a liberação dessas estratégias dominantes (JUNIOR; SARRIERA, 2020). 

Entre as estratégias psicológicas de enfrentamento às questões emocionais da resultantes  da pobreza, Ximenes, et al (2020) apresentam: os laços comunitários, que são responsáveis por  favorecem o apoio emocional, que é visto como apoio diante das adversidades cotidianas e momentos de solidão; o lar, tratado como um espaço de apoio emocional e material, especialmente quando se trata da velhice, também pode ser considerado um fator de proteção, ajudando a enfrentar as adversidades do envelhecimento em contextos rurais, e; o apoio familiar  como a principal fonte de ajuda às famílias socialmente desfavorecidas. (XIMENES, et al.  2020) o apoio social é visto como um importante recurso formal e informal para o enfrentamento  de situações de privação e sofrimento emocional, os tipos de apoio utilizados incluem  financeiro, instrumental e emocional, tendo a família e amigos como protagonistas. 

Gomes e Pereira (2005) ressaltam a gravidade da situação de pobreza e miséria no Brasil,  o que levanta preocupações constantes e exige reflexão sobre suas influências na esfera social,  especialmente no contexto familiar, onde as políticas públicas ainda carecem de ações mais  efetivas. 

A pobreza causa uma série de problemas psicológicos entre as pessoas de baixa renda.  Essas famílias vivem em condições de moradia precárias, têm acesso a dietas inadequadas e enfrentam dificuldades para obter cuidados de saúde adequados. Além disso, elas sofrem com o desemprego e enfrentam altos níveis de estresse na luta pela sobrevivência. Muitos desses problemas são causados pela desigualdade social, e as pessoas de baixa renda muitas vezes não  conseguem suprir suas necessidades básicas sem a ajuda do governo. 

A saúde mental e o apoio social são influenciados por dimensões socioeconômicas e  contextuais e influenciados por marcadores de gênero. No que diz respeito à pobreza vivida  pelas mulheres rurais, as privações em termos de trabalho, renda e educação são agravadas pelo excesso de trabalho doméstico e violência de gênero. Promover as realidades do sofrimento e da doença mental na ausência de cuidados médicos e na medicalização do sofrimento  (NEPOMUCENO; XIMENES, 2019). 

Observa-se que a ansiedade é uma das principais questões enfrentadas por famílias de  baixa renda, uma vez que frequentemente lidam com problemas financeiros e insegurança. A  falta de recursos, o estresse decorrente da condição de pobreza e a pressão para atender às  necessidades básicas podem levar à depressão. Além disso, o estresse é uma constante na vida  das famílias de baixa renda, uma vez que enfrentam problemas relacionados à falta de moradia,  acesso limitado à saúde, educação e emprego. 

Os problemas sociais enfrentados pelas famílias de baixa renda também têm  consequências psicológicas. A escassez de recursos leva à competição dentro da família,  resultando em violência. Além disso, a falta de recursos e as dificuldades enfrentadas levam ao  abuso de substâncias, pois as pessoas buscam alívio para suas adversidades. 

Outro aspectos significativo é a questão da religiosidade, Nesse sentido, Ximenes, et al  (2020) afirma que a espiritualidade como suporte religioso configurado como consolo  existencial vital é ampliada em meio à instabilidade das políticas públicas. Acrescentam ainda  que a religião como uma perspectiva espiritual apoiada socialmente ainda se manifesta em  comunidades rurais empobrecidas como um campo de consolo existencial e também expressa  uma visão política de obediência e individualismo. (XIMENES, et al. 2020) 

3.3. Os impactos psicológicos em famílias brasileiras relacionados à questão  da baixa renda. 

As famílias de baixa renda frequentemente enfrentam uma série de problemas que  podem resultar em consequências psicológicas significativas. Esses problemas incluem  condições de vida precárias, abuso de substâncias, violência e falta de acesso à educação. Essas  questões são comuns em comunidades de baixa renda e têm um impacto significativo no  bem-estar psicológico dos membros da família (CEZAR, 2009). 

De acordo com Cezar (2009), a forma como a família se estrutura tem um impacto direto  na sua capacidade de proteção e na sua capacidade de lidar com as demandas das instituições  sociais, como acesso a serviços de saúde, assistência social, educação, previdência social e  moradia. A relação entre a família e as consequências psicológicas está diretamente ligada a  esses aspectos sociais.

A violência psicológica é caracterizada por comportamentos sistemáticos que visam  obter, manter e exercer controle sobre a mulher (MILLER, 1999 apud FONSECA, 2008). As  consequências psicológicas da violência doméstica podem incluir sentimentos de vergonha,  culpa, dificuldade em confiar, raiva, depressão, ansiedade e isolamento social. As vítimas  também podem desenvolver transtorno de estresse pós-traumático e outros problemas de saúde  mental. Além disso, a violência doméstica pode levar a problemas de comportamento, como  uso de drogas, abuso de álcool, distúrbios alimentares e comportamentos autodestrutivos  (MILLER, 1999 apud FONSECA, 2008). 

Bronzo (2009) destaca que, além das privações objetivas, as famílias pobres e  vulneráveis enfrentam condições psicossociais negativas que dificultam a superação da  pobreza. Nessas situações, é comum que as famílias desenvolvam atitudes e comportamentos  de apatia, desmotivação, baixa autoestima, falta de iniciativa, falta de esperança, submissão e  dependência, o que acaba perpetuando o ciclo de pobreza. 

Uma família desestruturada ou disfuncional pode acarretar consequências psicológicas  significativas para os seus membros. Essas consequências podem incluir sentimento de  insegurança, baixa autoestima, dificuldades nos relacionamentos interpessoais, problemas de  comportamento, ansiedade, depressão e problemas de saúde mental. Crianças expostas a esse  ambiente podem desenvolver problemas comportamentais, como agressividade. 

Conforme apontado por Ximenes (2015), as condições de vida das pessoas estão  influenciadas não apenas pelos rendimentos, mas também pela qualidade dos serviços públicos  nas áreas da saúde, educação e habitação. É essencial considerar que a pobreza tem um impacto  direto no bem-estar e que esse fenômeno pode levar à apatia e ao sofrimento nos indivíduos.  Portanto, é importante desenvolver estratégias que promovam uma análise crítica dos  fenômenos cotidianos e que contribuam para a redução da pobreza e do sofrimento psíquico  decorrente dela. 

As famílias de baixa renda enfrentam uma série de problemas sociais que resultam em  várias consequências psicológicas para os indivíduos e suas famílias. Condições sociais  desfavoráveis contribuem para o surgimento de diversos problemas psicológicos sociais. A falta  de recursos financeiros leva à violência entre os membros da família, já que há competição por  recursos. Além disso, a baixa renda também está associada ao abuso de substâncias, pois as  pessoas buscam conforto em meio às dificuldades enfrentadas. Desencadeada por atos de  humilhação, a vergonha relacionada à pobreza pode ser considerada como essa prática social  estigmatizante concebida a nível individual e psicológico, porque, para um indivíduo sentir vergonha, ele precisa legitimar um julgamento social sobre si mesmo (JUNIOR; SARRIERA,  2020). 

A psicologia desempenha um papel fundamental no contexto das famílias de baixa  renda. Os psicólogos podem auxiliar essas famílias no enfrentamento e superação dos desafios  que surgem em suas vidas, proporcionando compreensão e tratamento para as questões  psicológicas que podem surgir. 

De acordo com Vizzotto e Gomes (2009), o psicólogo encontra na família uma  oportunidade de intervenção para promover uma melhor qualidade de vida. A terapia familiar  não coloca toda a responsabilidade pela patologia ou deficiência apenas na criança, além de  fornecer orientações e apoio como uma forma preventiva de saúde mental e física. 

O psicólogo pode auxiliar a família a trabalhar em conjunto visando uma vida mais  saudável. Seu papel inclui melhorar a comunicação, resolver problemas familiares,  compreender e lidar com situações especiais, e criar um ambiente doméstico mais funcional e  produtivo. Além disso, o psicólogo pode identificar e tratar problemas de saúde mental, como depressão, transtornos de ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. No caso  das crianças, os psicólogos podem trabalhar para melhorar seu comportamento e desenvolver  habilidades sociais, tais como resolução de problemas e manejo de conflitos (CESCA, 2004). 

No entanto, para que o processo terapêutico seja efetivo, é necessário que a família  reconheça suas dificuldades e deseje encontrar uma solução. O psicólogo não sugere soluções  nem é responsável por isso. Seu papel consiste em potencializar as capacidades reais do grupo  e auxiliá-los na busca de recursos emocionais. 

Conforme apontado pelos autores, um dos principais desafios enfrentados pelas famílias  de baixa renda é o estresse. Devido às condições econômicas, muitas vezes a família não dispõe  de recursos para lidar com os desafios da vida. Nesse sentido, os psicólogos podem ajudar a  família a compreender e gerenciar o estresse, fornecendo técnicas de relaxamento e orientações  (VIZZOTTO; GOMES, 2009). 

Para Cesca (2004), os psicólogos podem auxiliar a família a lidar com questões  relacionadas a conflitos intrafamiliares. Seu papel é orientar sobre os benefícios da divisão dos  cuidados entre os membros familiares, incentivando a participação ativa de todos, a fim de evitar  sobrecarregar apenas uma pessoa. Desse modo, é fundamental proporcionar um espaço para que  os papéis sociais e familiares sejam questionados e refletidos. 

Concebe-se que há uma potência para transformação social desencadeada pelo próprio  sujeito em situação de pobreza, que vive situações de humilhação e vergonha. No entanto,  pontua-se que é necessário também um contexto minimamente propício, com a existência de oportunidades a serem alcançadas pelos indivíduos pobres. Caso esse contexto seja inexistente  ou não apoiador desses movimentos de resistência, pode haver um processo de enfraquecimento  dessas potencialidades e retorno de isolamento social ou conformismo (JUNIOR; SARRIERA,  2020). 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Diante do exposto, fica evidente que as famílias de baixa renda enfrentam desafios  financeiros e sociais significativos que afetam negativamente diversos aspectos de suas vidas,  tais como educação, saúde, moradia e aumento da pobreza, com impactos na saúde mental. A  exclusão social é uma realidade para muitas famílias de baixa renda, sendo responsabilidade  principalmente da família desempenhar um papel fundamental na transmissão de valores  culturais e na formação emocional e social dos seus membros. 

As políticas públicas têm como objetivo adotar medidas de proteção e prevenção para  melhorar o acesso aos serviços sociais e à educação, além de fornecer apoio financeiro às  famílias em situação de vulnerabilidade. Cabe ao Estado garantir a proteção da família,  incluindo crianças, jovens e idosos, promovendo a união, o amor e o respeito entre seus  membros, bem como o acesso a serviços de saúde e educação de qualidade. No entanto, é  necessário identificar e mapear as famílias mais vulneráveis para oferecer-lhes recursos e  serviços adequados, como assistência médica, apoio psicológico, alimentação e suporte familiar. 

É importante destacar que famílias de baixa renda enfrentam acesso limitado a serviços  essenciais, o que pode resultar em consequências para a saúde mental dos seus membros.  Condições de vida precárias, violência doméstica, abuso de substâncias e falta de acesso à  educação são problemas comuns enfrentados por essas famílias, que têm um impacto  significativo no bem-estar psicológico. A falta de recursos financeiros e as condições sociais  desfavoráveis contribuem para o surgimento de problemas psicológicos, como violência  familiar, abuso de substâncias e vergonha relacionada à pobreza. 

É importante também ressaltar que a pobreza está associada a problemas psicológicos,  como ansiedade, depressão e estresse, e é essencial oferecer políticas públicas que melhorem as  condições de vida das famílias e promovam o desenvolvimento de competências sócio  emocionais para lidar com essas consequências. Além disso, a religiosidade e o apoio social  desempenham um papel importante nas comunidades rurais empobrecidas.

Outro fator relevante a ser considerado é a presença de “famílias desestruturadas ou  disfuncionais”, que podem acarretar consequências psicológicas significativas, como  insegurança, baixa autoestima, dificuldades nos relacionamentos e problemas de saúde mental. Nesse contexto, destaca-se o papel fundamental dos psicólogos no auxílio às famílias de  baixa renda, fornecendo compreensão, tratamento, melhorias na comunicação familiar,  resolução de problemas e promoção de um ambiente mais saudável. 

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1Discente finalistas do curso de graduação em Psicologia do Centro Universitário CEUNI – FAMETRO
2Discente finalistas do curso de graduação em Psicologia do Centro Universitário CEUNI – FAMETRO
3Mestres em Serviço Social pela PUC-RJ, graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Amazonas. Docente  do Centro Universitário CEUNI – FAMETRO
4Mestres em Educação e graduado em Psicologia pela Universidade Federal do Amazonas. Docente do Centro Universitário CEUNI – FAMETRO.