A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ABORDAGEM PSICOPEDAGÓGICA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202509090032


Anna Carolina de Oliveira Brito1
Susianny Carvalho de Oliveira2


RESUMO

Brincar não é apenas diversão; é uma poderosa ferramenta de aprendizado para as crianças. Quando uma criança joga ou brinca, ela está, na verdade, em uma situação de aprendizado contínuo. As regras dos jogos e a liberdade da imaginação permitem que as crianças experimentem comportamentos e ideias que vão além do seu dia a dia. Ao brincar, a criança age com autonomia e criatividade; e essa experiência é crucial para o seu desenvolvimento. Historicamente, a psicopedagogia tem atuado para ajudar alunos com dificuldades de aprendizagem, que geralmente se manifestam como um baixo rendimento escolar. Para entender o que causa essas dificuldades, é fundamental que a escola tenha um projeto pedagógico que valorize as características e necessidades individuais de cada aluno. Isso significa que a escola precisa criar um ambiente e oferecer recursos que apoiem o processo de aprendizagem de cada criança. Nosso objetivo aqui é mostrar como o brincar é fundamental no ensino-aprendizagem da educação infantil. Queremos identificar os obstáculos que as crianças enfrentam para aprender e, então, propor intervenções que transformem a aprendizagem em uma atividade atrativa. Quando a aprendizagem é prazerosa, as crianças se envolvem mais e exploram o conhecimento de forma mais profunda. É importante garantir que o brincar tenha seu devido lugar na escola, pois ele enriquece a prática pedagógica com expressão, interação e comunicação. Ao utilizar métodos, instrumentos e técnicas psicopedagógicas, busca-se solucionar os problemas de aprendizagem, transformando o ato de aprender em uma experiência divertida e significativa para as crianças. Isso permite que elas desenvolvam suas habilidades de forma mais completa e natural.

Palavras-chaves: Lúdico, Psicopedagogia, processo de ensino e aprendizagem.

ABSTRACT

Play isn’t just fun; it’s a powerful learning tool for children. When a child plays, they are, in fact, in a continuous learning situation. Game rules and the freedom of imagination allow children to experiment with behaviors and ideas that go beyond their daily lives. By playing, a child acts with freedom and creativity, and this experience is crucial for their development. Historically, psychopedagogy has worked to help students with learning difficulties, which usually manifest as low academic performance. To understand what causes these difficulties, it’s fundamental for schools to have a pedagogical project that values the individual characteristics and needs of each student. This means schools need to create an environment and offer resources that support each child’s learning process. Our goal here is to show how play is fundamental in teaching and learning during early childhood education. We want to identify the obstacles children face in learning and then propose interventions that transform learning into an engaging activity. When learning is enjoyable, children become more involved and explore knowledge more deeply.

Keywords: Playfulness, Psychopedagogy, Teaching-learning process.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo aborda a importância do lúdico para o processo de ensino e aprendizagem na Educação Infantil, sob uma perspectiva psicopedagógica. O reconhecimento da relevância do lúdico tem crescido notavelmente no panorama educacional brasileiro, especialmente na primeira infância. Essa valorização se justifica porque brinquedos e jogos não são meros passatempos; eles são, na verdade, ferramentas pedagógicas potentes. Por meio deles, é possível construir um trabalho que estimula a produção de conhecimento e uma aprendizagem verdadeiramente significativa.

Vivemos em uma sociedade globalizada onde as mudanças acontecem em ritmo acelerado, exigindo de nós a constante aquisição de novas competências. Nesse cenário dinâmico, o indivíduo é a peça central da transformação. Inserir brincadeiras e jogos no processo pedagógico é, portanto, crucial. Essa abordagem não apenas desperta nas crianças o gosto pela vida, mas também as equipa para enfrentar os desafios que, inevitavelmente, surgirão em suas trajetórias.

Apesar dos inúmeros esforços e projetos educacionais, os resultados no Brasil ainda estão aquém do ideal, evidenciando uma necessidade urgente de mudanças profundas no campo da pedagogia. Nesse contexto, o lúdico emerge como um catalisador significativo para o desenvolvimento humano em todas as idades. Ele não só impulsiona a aprendizagem, mas também nutre o crescimento social, pessoal e cultural, facilitando a socialização, a comunicação, a expressão e a construção do pensamento. É fundamental ressaltar que, embora o lúdico não seja a única solução para otimizar a interação entre ensino e aprendizagem, ele atua como uma ponte valiosa, oferecendo suporte a educadores comprometidos em promover transformações reais.

Para a elaboração deste artigo, adotamos uma abordagem metodológica fundamentada em pesquisas bibliográficas. Iniciamos com um estudo sistemático de materiais publicados, que incluiu a análise de livros, revistas, artigos da internet e documentários, proporcionando um robusto embasamento teórico para a discussão.

2 REVISÃO LITERÁRIA
2.1 UM BREVE HISTÓRICO

A ideia de que o jogo é uma ferramenta educativa não é nova, suas raízes se entrelaçam com a própria história do pensamento. Já na Roma e Grécia Antiga, filósofos como Platão defendiam o conceito de “aprender brincando”, rejeitando a violência e a repressão na educação. De forma semelhante, Aristóteles questionava uma pedagogia que preparava as crianças para a vida adulta apenas através de ocupações sérias. No entanto, foi com o Renascimento que o jogo começou a transcender a mera recreação, sendo reconhecido como uma tendência natural do ser humano. Essa mudança de perspectiva abriu caminho para que, no século XVIII, a criança fosse finalmente vista como um ser com uma natureza distinta da do adulto, impulsionando a criação e expansão de instituições educacionais dedicadas a ela.

Apesar dessas raízes antigas, o século XVII apresentou um cenário mais rígido. Segundo AIRES (1981), nesse período, a criança era frequentemente compelida a abandonar a “vestimenta da infância”, e sua educação ficava sob a tutela dos adultos. Essa visão controladora tratava as crianças como meras “miniaturas de adultos”, desconsiderando a importância do jogo para seu desenvolvimento físico e mental.

Contudo, ainda no século XVII, sob a influência dos jesuítas, uma percepção transformadora começou a surgir. Atividades antes vistas apenas como lazer e prazer passaram a ser reconhecidas por seu potencial educacional, tornando-se um meio valioso na formação infantil. Pensadores como Rousseau, defendeu que a educação deveria ser uma experiência natural, brotando da necessidade inata da criança de se desenvolver mentalmente. Ele enfatizou a importância fundamental dos jogos e brincadeiras como processos formativos, capazes de exercitar o corpo, os sentidos e as aptidões, além de preparar os indivíduos para a vida em comunidade e as interações sociais.

Seguindo essa linha, Froebel propôs uma “Pedagogia da Ação”, que elevou o valor intrínseco dos jogos e brincadeiras. Ele acreditava profundamente no poder do jogo e da brincadeira para o desenvolvimento integral da criança. Para Froebel o desenvolvimento infantil ia além de apenas observar e escutar; era essencial agir e produzir por meio de brincadeiras produtivas, que serviam como um verdadeiro canal para a expansão educacional. Este autor compreendia que o trabalho manual, os jogos e as brincadeiras eram as vias primárias pelas quais a criança construía sua representação do mundo e ingressava no universo das relações sociais, cultivando um senso de iniciativa e auxílio mútuo. Assim, educadores do passado já reconheciam o valor pedagógico dos jogos e das brincadeiras, buscando aproveitá-los como instrumentos educativos.

Segundo Kishimoto (1993), atualmente, há uma atenção considerável de pedagogos, psicólogos e psicopedagogos, especialmente na educação infantil, em relação ao papel do jogo na formação das representações mentais e seus impactos no desenvolvimento da criança, particularmente na faixa etária de 0 a 6 anos. Teóricos renomados como Piaget e Vygotsky  aprofundaram os processos internos relacionados ao comportamento lúdico, enfocando o jogo  e a brincadeira como uma representação essencial no processo de ensino e aprendizagem. É, portanto, um contraste notável que, em um período de nossa história, o jogo e a brincadeira tenham sido vistos apenas como uma forma de recreação, desprovido de qualquer caráter pedagógico, ao passo que hoje eles são centrais para a compreensão do desenvolvimento infantil.

Kishimoto indica o jogo livre como suporte da ação docente. E desta forma nasce o jogo educativo

Ao permitir a manifestação do imaginário infantil, por meio de objetos simbólicos dispostos intencionalmente, a função pedagógica subsidia o desenvolvimento integral da criança. Neste sentido, qualquer jogo empregado na escola, desde que respeite a natureza do ato lúdico, apresenta caráter educativo e pode receber também a denominação geral de jogo educativo (KISHIMOTO, 1993: 22).

No século XXI, a sociedade tem uma visão mais complexa e multifacetada sobre jogos e brincadeiras, muito diferente de épocas passadas. Há uma crescente valorização do brincar como ferramenta essencial para o desenvolvimento infantil, não apenas como lazer. A ciência tem comprovado os inúmeros benefícios do brincar para o desenvolvimento físico, mental, social e emocional das crianças.

No entanto, nosso século também trouxe uma transformação significativa na forma como as crianças brincam, com a proliferação da cultura eletrônica. Computadores, tablets, celulares e videogames se tornaram companheiros constantes, e os jogos eletrônicos são os favoritos de muitas crianças devido ao fácil acesso e manuseio. Isso gera um debate importante: enquanto a tecnologia oferece novas possibilidades de interação e aprendizado, existe a preocupação de que o tempo dedicado às telas possa prevalecer sobre o brincar ao ar livre e as brincadeiras tradicionais.

A sociedade atual se depara com o desafio de equilibrar o mundo digital com a necessidade do brincar livre e criativo. Muitos profissionais de saúde e educação passaram a indicar “o brincar como um remédio”, destacando a importância de garantir tempo e espaço para que as crianças possam brincar de forma não estruturada. Há um esforço em valorizar as brincadeiras tradicionais e resgatar o contato com o meio ambiente, ao mesmo tempo em que se busca integrar as tecnologias de forma saudável e produtiva na experiência lúdica das crianças.

2.2 DEFINIÇÃO DOS TERMOS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS

O jogo transcende a mera denominação; ele não é um ato isolado, mas sim uma manifestação intrinsecamente ligada a um grupo social que compartilha e compreende seu significado. Atribuir sentido a um jogo dentro de um contexto específico implica formular uma hipótese, aplicar uma experiência ou uma categoria culturalmente fornecida, sempre mediada pela linguagem como instrumento social. É, portanto, crucial oferecer às crianças amplas oportunidades para brincarem de forma espontânea. Isso não só lhes permite gozar da alegria de brincar com outras crianças, como também fomenta um desenvolvimento significativo para a interação social.

A pesquisa evidenciou que a ludicidade se apresenta como uma alternativa essencial para o ensino na educação infantil. Reiterando isso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) confere um papel central e fundamental aos jogos e brincadeiras na Educação Infantil. Para este importante documento, o brincar não é apenas uma forma de lazer ou entretenimento, mas sim um dos eixos estruturantes da prática pedagógica, pois através de atividades livres e prazerosas que empregam jogos e brincadeiras, o interesse do aluno é despertado. Esse engajamento propicia um desenvolvimento aprimorado em diversos aspectos: biológico, emocional, psicomotor, social e simbólico, entre outros. O resultado é a formação de indivíduos mais críticos e participativos.

Por meio do jogo, a criança consegue satisfazer suas necessidades interiores através do prazer e do esforço pessoal. Sendo uma necessidade tanto física quanto mental, o jogo aciona e ativa funções neurológicas e operações mentais, estimulando assim o pensamento. Para Kishimoto (2000), os jogos permitem que as crianças construam sua personalidade e desenvolvam a linguagem.

A criança procura o jogo como necessidade e não como distração (…). É pelo jogo que a criança se revela. As suas inclinações boas ou más, a sua vocação, as suas habilidades, o seu caráter, tudo que ela traz latente no seu eu em formação, torna-se visível pelo jogo e pelos brinquedos, que ela executa (KISHIMOTO, 2000)

Segundo Grassi (2008), os jogos pedagógicos são um instrumento valioso na educação, que mobiliza a aprendizagem de forma prazerosa, permitindo que a criança desenvolva suas capacidades afetivas, emocionais, cognitivas e sociais.

Conforme a BNCC para a Educação Infantil, atividades como “brincar de roda, ciranda, pular corda, amarelinha etc. são maneiras de estabelecer contato consigo próprio e com o outro, de se sentir único e, ao mesmo tempo, parte de um grupo”. Quando a criança brinca, ela relaxa, alivia tensões e assimila a realidade do mundo ao seu redor. A BNCC enfatiza que o brincar não deve ser algo aleatório, mas sim um instrumento pedagógico intencional. Isso significa que os educadores devem planejar e organizar situações de brincadeira que tenham objetivos claros de aprendizagem e desenvolvimento, oferecendo materiais e ambientes desafiadores que estimulem a curiosidade, a autonomia, a criatividade e a construção ativa do conhecimento.

A brincadeira é uma expressão natural da vida infantil, não sendo uma atividade sistematizada ou estruturada. Para Grassi (2008), o jogo é um facilitador da aprendizagem, pois, ao brincar, a criança formula conceitos, adquire informações e supera dificuldades. Na prática pedagógica, o jogo enriquece as aulas, tornando-as mais prazerosas para os educadores e mais eficazes para os alunos.

É importante diferenciar o jogo do brinquedo. De acordo com Kishimoto (2000), o brinquedo é primeiramente um objeto e este pressupõe uma relação íntima com a criança e uma indeterminação quanto ao seu uso, ou seja, a ausência de um sistema rígido de regras fixas. Ele pode ser um artefato industrializado, uma sucata, ou até mesmo algo mais abstrato, como a voz ou um gesto que adquire um significado lúdico. O brinquedo é, essencialmente, o suporte material para a ação de brincar. Por exemplo uma boneca  pode ser usada de inúmeras maneiras: para alimentar, vestir, simular um bebê, ser um super-herói, etc. É a criança quem atribui o significado e a função ao brinquedo, permitindo uma relação íntima e livre com o objeto.

O brinquedo oferece uma rica oportunidade de desenvolvimento. Ao brincar, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e aprimora habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, ele fomenta o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção. Este objeto permite que a criança compreenda o universo infantil, suavizando o impacto do mundo adulto. Ao usar seu brinquedo, indivíduo usa sua inteligência e sensibilidade, desenvolvendo assim em harmonia, garantindo que suas potencialidades e afetividade floresçam.

A brincadeira, por sua vez, é a ação que a criança desempenha, o ato de brincar em si, é uma forma de divertimento característico da infância, uma atividade natural da criança que não exige compromissos, estratégias, planejamento ou seriedade É a forma mais pura de expressão lúdica, caracterizada pela liberdade e espontaneidade. Brincando, a criança se diverte, exercita-se, constrói conhecimento e aprende a conviver com os colegas. Na brincadeira, a criança não está necessariamente presa a regras externas rígidas; ela pode criá-las, modificá-las ou ignorá-las. É o universo do “faz de conta”, da imaginação que flui livremente. A brincadeira permite que a criança explore papéis, imite a realidade, crie mundos imaginários e expresse seus sentimentos e pensamentos de forma natural. É nesse espaço de liberdade que a criança constrói sua personalidade, testa limites e desenvolve habilidades sociais e emocionais sem a pressão de um resultado final.

A brincadeira pode ser transmitida de geração em geração, muitas vezes pela própria família de forma expressiva, ou pode ser aprendida pela criança de forma espontânea (Grassi, 2008). Brincadeira é a ação que a criança faz quando está se divertindo e explorando o mundo que a cerca. É o momento em que o “lúdico” acontece de verdade. Não precisa de regras rígidas; basta algo simples, como uma bola ou um espaço para correr, e a mágica acontece.

Toda brincadeira infantil tem três pontos importantes: imaginação, imitação e, às vezes, regras. Isso vale para brincadeiras de rua, faz de conta ou aquelas que têm algumas regrinhas. A brincadeira não é só um passatempo; ela é fundamental para o crescimento da criança, ajudando-a a interagir com os outros e a descobrir o mundo.

Embora distintos em suas definições, Kishimoto (2000) ressalta que jogos, brincadeiras e brinquedos estão profundamente interligados no universo lúdico da criança. O brinquedo serve de suporte para a brincadeira, e a brincadeira pode se transformar em um jogo ao adquirir regras, ou o jogo pode utilizar brinquedos para sua execução.

A relevância da concepção de Kishimoto reside em sua capacidade de nos fazer entender que cada um desses elementos — brinquedo, brincadeira e jogo — oferecem oportunidades únicas e complementares para o desenvolvimento infantil. Reconhecer suas particularidades permite que educadores e pais ofereçam experiências lúdicas mais ricas e intencionais, que realmente atendam às necessidades de cada fase da criança e promovam seu crescimento integral.

2.3 A COMPLEXIDADE DA INFÂNCIA E SEUS DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE

A concepção de criança modificou muito durante a história da humanidade. Ela não é entendida de forma única até mesmo em uma mesma sociedade. Numa mesma cidade, por exemplo, crianças de diferentes classes sociais ou grupos étnicos podem ser vistas e tratadas de maneiras bem distintas.

No entanto, muitas crianças brasileiras vivem situações difíceis, como o trabalho infantil ou abusos. Mas, por outro lado, há muitas que crescem protegidas e recebem os cuidados de que precisam para se desenvolver bem.

O grande desafio da educação infantil é entender e respeitar a forma única de cada criança ser e estar no mundo. Embora a psicologia e outras áreas nos ajudem a conhecer características gerais das crianças, cada uma delas é especial e diferente.

Quando a criança brinca, ela encontra um espaço essencial para resolver seus problemas. Especialistas em desenvolvimento infantil concordam: brincar não é só satisfazer vontades. É uma atividade vital que exige tempo e espaço próprios. Brincar é parte da nossa cultura e é fundamental para a saúde da criança, pois ajuda no crescimento, melhora as relações com outras pessoas e funciona como uma forma de se comunicar consigo mesma e com os outros.

No entanto, em nosso mundo cada vez mais tecnológico e focado no dinheiro, o brincar está diminuindo na vida das crianças. Elas brincam menos por vários motivos: estão amadurecendo cedo demais, têm menos espaço físico e tempo livre, e suas agendas estão lotadas com muitas atividades, como escola, informática, natação, cursos de idiomas e outras aulas. Quando sobra um tempinho, muitas acabam passando horas usando celulares, na frente da televisão ou do computador, jogando coisas violentas e com brinquedos eletrônicos que já fazem tudo sozinhos. Isso reduz a interação com outras crianças e a liberdade de criar e imaginar.

O mais preocupante é que muitos pais e responsáveis estão esquecendo o quanto brincar é importante. Alguns acham que um tablet ou celular são “bons presentes” por serem “mais úteis” que um brinquedo, ou evitam comprar brinquedos para economizar. Essa visão está errada e pode trazer sérias consequências. Roupas e acessórios, por mais modernos que sejam, não ajudam no desenvolvimento da inteligência nem dos sentimentos da criança. Pelo contrário, podem fazer a criança virar um “adulto em miniatura”, preocupado demais com a moda, enquanto o raciocínio e a alegria de brincar são deixados de lado. Essas coisas, que são essenciais para o crescimento completo da criança, não podem ser sacrificadas por causa de dinheiro.

É imperativo respeitar o tempo da criança ser criança, seu jeito único de viver, descobrir e conhecer o mundo. É hora de mudar velhos pensamentos. O brinquedo não é só um presente; ele é um investimento em crianças saudáveis em todos os aspectos. Brincar é o caminho que a criança usa para entender o mundo, descobrir segredos e superar medos ao explorar o que não conhece.

2.4 O LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DO ALUNO
2.4.1 O Brincar como Alicerce do Pensamento e da Aprendizagem

Para Vygotsky (1994), um dos pilares da psicologia do desenvolvimento, o brincar transcende a mera diversão; ele é um laboratório de construção do pensamento. É por meio da ludicidade que as crianças externalizam suas percepções sensoriais (visão, audição, tato, movimento), seus saberes prévios e suas compreensões do mundo. Ao brincar, elas simulam e recriam situações cotidianas, o que lhes permite processar e internalizar informações, moldando ativamente suas estruturas cognitivas.

A linguagem, segundo Vygotsky, desempenha um papel crucial nesse processo. Ela atua como um instrumento organizador da experiência, permitindo que as crianças estruturem suas ideias e deem sentido ao que vivenciam durante as brincadeiras. Um conceito central de para este autor é a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP); nela, a criança encontra no brincar um terreno fértil para sua manifestação. Conforme ele mesmo descreve (Vygotsky, 1994, p. 97), a brincadeira cria um espaço dinâmico onde a criança transita entre aquilo que já consegue realizar sozinha (seu nível de desenvolvimento atual) e o que ela é capaz de aprender com a intervenção de um mediador, seja um adulto ou um colega mais experiente (seu nível de desenvolvimento potencial). É nesse “intervalo” que o aprendizado mais significativo e a internalização de novos conhecimentos ocorrem. O “faz de conta” e a imaginação, tão presentes no brincar, são ferramentas poderosas que impulsionam essa transição, permitindo que a criança reconfigure suas experiências e construa novos significados para a realidade.

É importante ressaltar que, tanto para Jean Piaget (1975) quanto para Vygotsky (1994), o desenvolvimento infantil não segue uma trajetória linear. Ele ocorre em estágios, e a imaginação se desenvolve de maneira concomitante. Uma vez que uma habilidade ou um conceito é internalizado através do brincar, sua perda é improvável. A verdadeira aprendizagem se concretiza na formação de conceitos sólidos, e o brincar se revela como um dos ambientes mais propícios para que essa formação aconteça.

Considerando tudo o que foi exposto, é evidente que o brincar e o jogo são mais do que atividades recreativas; eles são estratégias pedagógicas indispensáveis. Promovem o avanço do raciocínio lógico, o desenvolvimento do pensamento crítico, a socialização e a compreensão do mundo. Além disso, o brincar permite à criança explorar seus desejos, aprimorar suas habilidades, expandir seu repertório de conhecimentos e, fundamentalmente, desenvolver a criatividade.

As interações proporcionadas pelo brincar e pelo jogo são cruciais para o abandono progressivo do egocentrismo, cultivando a solidariedade e a empatia. A partilha de brinquedos e a vivência de jogos coletivos, por exemplo, oferecem ricas oportunidades para que as crianças ressignifiquem os conceitos de “ter” e “consumir”, promovendo uma visão mais colaborativa e menos individualista.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em sua essência, reconhece e valoriza profundamente o papel do brincar como um dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças na Educação Infantil. Ao contemplar campos de experiência como “O eu, o outro e o nós”, “Corpo, gestos e movimentos” e “Escuta, fala, pensamento e imaginação”, a BNCC corrobora a visão de Vygotsky e Piaget, ao destacar a importância da interação, da expressão e da experimentação lúdica para o pleno desenvolvimento das competências e habilidades essenciais para a formação integral do indivíduo.

Compreender e aplicar esses conceitos em nossa prática psicopedagógica é, portanto, um passo fundamental para garantir uma educação que realmente promova o desenvolvimento pleno e significativo de nossas crianças.

2.5 A LUDICIDADE NO PROCESSO EDUCATIVO

Para Alicia Fernández (2001), a atividade lúdica não é meramente um recurso pedagógico, mas uma expressão vital do sujeito que aprende. Ela nos convida a repensar a escola não como um espaço isolado do “mundo da criança”, tampouco como um ambiente onde o adulto se ausenta. Pelo contrário, a autora faz um alerta para os perigos de um “laissez-faire” que ignora a necessária intervenção adulta, pois, como sabemos, as dinâmicas infantis, sem mediação, podem replicar lógicas de autoritarismo. A presença do adulto deve ser significante, pautada no respeito aos direitos da criança, mas também na oferta de significados e na construção de pontes entre o saber instituído e o saber construído pela criança.

Almeida (1990) defende que as atividades de brincadeira devem voltar com força para a escola. É importante entender que dar valor à criança não significa deixá-la sozinha em um mundo separado dos adultos, nem permitir que ela fique apenas com outras crianças sem a orientação de um adulto. Estudos mostram que, mesmo entre as crianças, pode haver autoritarismo. Mas a participação dos adultos na educação não precisa ser vista como algo ruim; ela deve ser feita com respeito aos direitos da criança.

O autor nos convida a pensar em uma educação que una a escola, o lazer e o aprendizado. Por isso, é muito positivo que jogos, brinquedos e outras atividades lúdicas estejam presentes nas escolas e nas aulas. Eles são ferramentas e formas de ensinar que ajudam a apresentar os conteúdos de um jeito melhor. Jogar e brincar são experiências que dão prazer. Quando a criança aprende brincando, o próprio aprendizado se torna divertido. Ao valorizar as brincadeiras, a escola ajuda a criança a ter uma visão positiva do mundo, onde os sentimentos são bem-vindos, a convivência é estimulada, a criatividade floresce e os direitos da criança são respeitados.

Enquanto aprender é entender e guardar informações e símbolos em um ambiente de troca social, brincar é explorar a realidade de forma ativa, usando a imaginação. Ou seja, brincar é aprender. Em um mundo que muda tão rápido e em todas as áreas, precisamos encontrar novas formas de lidar com os desafios de hoje. Nesse cenário, é essencial trazer de volta o prazer para o trabalho, para a educação e para a vida, sempre pensando em ser competente, criativo e comprometido.

Assim, trabalhar com o lúdico abre portas para que todos se envolvam em uma proposta que valoriza a interação, ajudando cada um a descobrir e usar seu potencial. Com isso, as pessoas podem criar suas próprias formas divertidas de trabalhar e aprender, o que certamente será mais significativo e produtivo.

Através das atividades lúdicas, a criança se prepara para a vida, absorvendo a cultura do lugar onde vive, se adaptando às condições do mundo e aprendendo a competir, cooperar com os outros e viver em sociedade. O jogo, o brinquedo e a brincadeira podem ser um desafio e estimular a criança a pensar, mas também oferecem satisfação e diversão. Desse modo, uma abordagem lúdica oferece aos alunos experiências reais e importantes, que são a base para o desenvolvimento do raciocínio e do aprendizado complexo.

A liberdade e a espontaneidade inerentes aos jogos e atividades lúdicas são virtudes que raramente se encontram em outras atividades escolares. Por isso, a Psicopedagogia e a Pedagogia precisam aprofundar seu estudo sobre a ludicidade para integrá-la de forma consciente e planejada ao projeto pedagógico. O ambiente lúdico é, portanto, indispensável para uma escola que busca não apenas o sucesso no aprendizado formal, mas, sobretudo, a formação de sujeitos integrais, capazes de aprender, de se relacionar e de atuar no mundo de forma plena. Isso porque o resultado imediato dessa forma de educar é o aprendizado em todas as áreas: pessoal, social e cognitiva. Portanto, faz-se necessário olhar para o brincar não como um tempo “morto” ou um “recreio” da aprendizagem, mas como o coração pulsante da construção do conhecimento, da subjetividade e da autonomia.

2.6 REPENSANDO SOBRE O LÚDICO NO TRABALHO PSICOPEDAGÓGICO

Ao trabalhar com Psicopedagogia, é frequente a necessidade de adaptar a intervenção às necessidades individuais de cada criança. Nesse contexto, brinquedos, jogos e materiais pedagógicos assumem um papel de extrema relevância. A intervenção psicopedagógica enriqueceu significativamente o enfoque pedagógico, reconhecendo que o processo de aprendizagem da criança é vasto e multifacetado, envolvendo dimensões afetivas, motoras, sociais e cognitivas, entre outras.

É crucial entender que as causas do processo de aprendizagem, e consequentemente das dificuldades, não se limitam à criança ou ao professor. Existem inúmeras variáveis complexas que o psicopedagogo precisa analisar com grande cuidado. O fundamental é perceber a criança em sua total singularidade, desenvolvendo um plano que atenda às suas necessidades específicas. Essa percepção individualizada é o que guiará efetivamente seu processo de aprendizagem e desenvolvimento.

O psicopedagogo deve reformular sua compreensão sobre o processo de ensino e aprendizagem, reconhecendo que ele não é linear, mas sim multifacetado. Isso inclui a própria “não aprendizagem”, pois a criança pode, em certos momentos, recusar-se a aprender. O saber e o não saber estão intrinsecamente ligados, e essa dinâmica deve ser considerada.

A atividade lúdica é um instrumento investigativo valioso no diagnóstico psicopedagógico, pois permite que a criança se expresse de forma livre e alegre. Ela é uma ferramenta importante para observar a simbolização e as relações que a criança estabelece com o jogo, possibilitando a formulação de hipóteses a serem verificadas. A utilização do lúdico no diagnóstico serve para identificar como a criança se relaciona com o aprender.

No trabalho psicopedagógico, a intervenção baseada nas necessidades da criança é constante. O uso de situações lúdicas é essencial para compreender o funcionamento dos processos cognitivos e afetivos e como eles se influenciam mutuamente.

Aprender e jogar caminham juntos na psicopedagogia. Por meio de momentos lúdicos ou da “hora do jogo”, é possível observar sentimentos como prazer e frustração, além de desejos. Também se pode trabalhar com os erros, integrando-os à construção do conhecimento.

O conhecimento não é assimilado pela criança de forma neutra; existe uma luta interna entre o desejo de saber e o desejo de não saber. O uso estratégico de brinquedos, jogos e materiais pedagógicos pode direcionar a criança para o desejo de aprender que ela almeja alcançar. Por isso, é crucial que o educador perceba que a reação da criança a um objeto não é apenas um resultado de sua interação com ele, mas também um produto de sua história pessoal e social.

A psicopedagogia oferece uma abordagem mais aprofundada para trabalhar com a criança, pois leva em consideração suas necessidades específicas, reconhecendo que o sistema simbólico e imaginário de cada indivíduo é único.

No ensino, o professor não apresenta um objeto qualquer. O objeto de ensino, enquanto símbolo, carrega consigo a história prévia tanto da criança quanto do próprio professor. Ao utilizar jogos, brinquedos e materiais pedagógicos, é fundamental ter a percepção do contexto em que estão inseridos. O profissional de psicopedagogia deve, portanto, identificar o processo simbólico anterior do objeto para compreender melhor as necessidades da criança.

Segundo Alicia Fernades (1991) este processo é essencial, pois não é só o objeto do conhecimento e do saber que está sendo construído, mas também a modalidade de aprendizagem da criança. Para esta autora, o conceito de modalidade de aprendizagem, permite que se passe do universal para o particular, do estático para o dinâmico, do concreto para o abstrato, de uma percepção do objeto pedagógico construído para um objeto pedagógico em construção. O aspecto fundamental desse processo é o modo como se dá o processo de construção do material pedagógico no interior da criança. A construção do material pedagógico e da modalidade de aprendizagem da criança são processos em estruturação.

O conteúdo do processo de estruturação da aprendizagem criança revela-se por meio da modalidade de aprendizagem. Os jogos, brinquedos e materiais pedagógicos não são objetos que trazem um saber acabado e pronto, antes são objetos que trazem um saber em potencial que pode ser ou não ativado pela criança. Sendo que este material pedagógico tem que ser dinâmico, que se altera de acordo com a imaginação da criança.

Ao utilizar jogos, brinquedos e materiais pedagógicos é necessário atentar para a vasta quantidade de estruturas de alienação no saber que cercam estes objetos. É preciso que elas sejam identificadas com precisão para que o processo de intervenção psicopedagógico se realize com facilidade.

Quando a criança brinca, ela constrói um espaço de experimentação, de transição entre o mundo interno e o externo. Nesse espaço de transição da criança com o outro e com o meio, acontece a aprendizagem. Por essa razão é que o processo lúdico é fundamental no trabalho psicopedagógico.

Para Grassi (2008) as atividades desenvolvidas por um psicopedagogo nas oficinas têm um caráter preventivo (uma vez que pode facilitar no desenvolvimento e na aprendizagem prevenindo dificuldades) e um caráter terapêutico (pois tenta resgatar a possibilidade de aprendizagem da criança, permitindo que a mesma supere as suas dificuldades de aprendizagem.

Segundo a autora

As atividades lúdicas desenvolvidas numa oficina psicopedagógica envolvem, além de brincadeiras e de jogos, a história, a dramatização e/ou jogos dramáticos, a música, a dança de grupo, entre outras. (2008 p.118)

É neste contexto de múltiplas interações que as atividades lúdicas são utilizadas no processo de diagnóstico e intervenção psicopedagógico, pois fazem com que as crianças revelem aspectos que não aparecem em situações mais formais a estes momentos. O material a ser utilizado em tais atividades devem ser muito bem selecionados de acordo com os objetivos específicos do trabalho, da idade das crianças, do tempo disponível e, é importante para que o material funcione como um atrativo pelo seu possível uso (colorir, escrever, modelar, pregar, construir, juntar, colar etc.) tendo em vista a construção do conhecimento e do saber por parte da criança.

Fica, portanto, evidente a essencialidade do lúdico no trabalho psicopedagógico, tanto no aspecto clínico quanto institucional.

3. CONCLUSÃO

Nossa pesquisa confirmou que jogos e brincadeiras são, sem dúvida, ferramentas essenciais para o desenvolvimento integral das crianças e para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem. No entanto, ficou claro que usar o lúdico exige planejamento cuidadoso e objetivos bem definidos. Isso garante que as atividades não se tornem aleatórias e mantenham sua intenção pedagógica. Além disso, a participação ativa do professor é fundamental, pois ao desafiar os alunos, ele maximiza o desenvolvimento infantil.

Para as crianças da Educação Infantil, o lúdico é de extrema importância. Sua relevância reside na capacidade de se conectar diretamente com a criatividade e a imaginação, características marcantes dessa fase. É crucial que as escolas de Educação Infantil invistam mais no trabalho lúdico, reconhecendo-o como um pilar indispensável para uma aprendizagem prazerosa e significativa.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), inclusive, coloca o lúdico no centro do ensino e aprendizagem na Educação Infantil. Longe de ser apenas um passatempo, o brincar é visto como um dos eixos principais de toda a prática pedagógica para crianças de 0 a 5 anos e 11 meses.

Os jogos e brincadeiras desempenham um papel vital para ajudar as crianças a superarem o egocentrismo, aquela fase em que elas só pensam em si mesmas e não consideram muito os outros. Os jogos de cooperação, em especial, são ótimos aliados nessa transição, auxiliando as crianças a se tornarem mais sociais.

Outro ponto importantíssimo que os jogos permitem explorar é a compreensão e o respeito às regras. Viver em sociedade exige que aceitemos diversas normas, e como todo jogo tem suas regras a serem seguidas, eles se tornam ferramentas eficazes para que as crianças aprendam desde cedo a importância de obedecê-las, preparando-as para as interações sociais.

Seria muito positivo se as escolas promovessem o resgate dos jogos tradicionais. Essas brincadeiras, além de divertidas, fazem parte de um valioso patrimônio cultural que, infelizmente, está se perdendo na sociedade moderna. Entre os fatores que contribuem para esse esquecimento, podemos citar: a falta de tempo das famílias, que muitas vezes trabalham muito e não conseguem transmitir essa cultura para as crianças; a diminuição e a insegurança dos espaços públicos; e o crescente avanço da indústria eletrônica, que, ao criar brinquedos cada vez mais elaborados e cativantes, desvia a atenção dos jogos e brincadeiras tradicionais.

É fundamental defender o valor psicopedagógico dos jogos. Em primeiro lugar, porque eles proporcionam à criança uma experiência essencial para que ela mergulhe no conhecimento, construindo suas próprias respostas por meio de um trabalho que une o lúdico, o simbólico e o concreto. Em segundo lugar, porque o ato de aprender, para a criança, se assemelha a um jogo de investigação onde é permitido perder, ganhar e tentar de novo, estimulando a resiliência e a persistência. Conforme a BNCC, o brincar é explicitamente um direito de aprendizagem e desenvolvimento, o que reforça sua importância não apenas como método, mas como uma vivência fundamental para a criança.

Desse modo, a psicopedagogia entende o lúdico como a principal linguagem da infância na escola. É por meio dele que a criança explora, interage e constrói ativamente seu conhecimento sobre si, os outros e o mundo, de uma forma prazerosa e eficaz.

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  • WAJSHOP, Gisela. Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez, 1995

 1Licenciatura em Pedagogia pela UFSCar. Psicopedagogia pela Uninter. Graduando: Neuropsicopedagogia pela UNIASSELVI.

2Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Psicopedagogia pelo Centro Universitário Estácio de Sá e Educação Especial e Inclusiva pela Faculdade de Educação São Luís.