REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7674985
Juliana dos Santos Carvalho1
Vilândia Souza Vasconcelos2
Itamar Teodoro de Faria3
Ilma Aparecida de Souza Cabral4
Sergio Luis de Sousa5
Geraldo Magella Obolari de Magalhães6
Natália Alexandra Freitas e Silva Leite7
Jony Wilson Pereira dos Santos8
Mariza Santos Caje9
Genilton José Nunes10
RESUMO: O presente artigo irá abordar a questão da importância do desenvolvimento da psicomotricidade nas escolas da modalidade infantil. O objetivo é mostrar como a psicomotricidade pode ser desenvolvida, quais seus recursos e a função do professor como mediador. A metodologia usada para a realização do presente artigo foi a pesquisa de cunho bibliográfico. O artigo foi dividido em dois capítulos, sendo que o primeiro aborda a importância de a psicomotricidade ser desenvolvida na educação infantil, e o segundo fala sobre a importância do lúdico como recurso favorecedor da psicomotricidade. O artigo irá contribuir para que os professores conheçam a importância do termo psicomotricidade na formação das pessoas. Nas considerações finais, os leitores poderão visualizar a importância de haver recursos e um bom planejamento, para que os educadores infantis possam realizar um trabalho de qualidade e que beneficie as crianças, e como ferramenta de transformação na vida desse público-alvo, enriquecendo as mesmas culturalmente e socialmente.
Palavras-chave: Desenvolvimento. Psicomotricidade. Formação. Ferramenta.
SUMMARY: This article will address the issue of the importance of the development of psychomotricity in kindergarten schools. The objective is to show how psychomotricity can be developed, what its resources are and the teacher’s role as mediator. The methodology used for the accomplishment of this article was the bibliographical research. The article was divided into two chapters, the first of which deals with the importance of psychomotricity to be developed in early childhood education, and the second talks about the importance of playfulness as a favorable resource for psychomotricity. The article will help teachers to know the importance of the term psychomotricity in the formation of people. In the final considerations, readers can see the importance of having resources and good planning, so that early childhood educators can do quality work that benefits children, and as a tool for transforming the life of this target audience, enriching them. culturally and socially.
Keywords: Development. Psychomotricity. Formation. Tool.
1. INTRODUÇÃO
O artigo irá abordar possíveis possibilidades de desenvolvimento do processo de psicomotricidade aos alunos da modalidade de educação infantil, e mostrar os benefícios que possui para a evolução das habilidades das crianças e de seu processo de adaptação ao ambiente escolar.
O objetivo é mostrar como os professores da modalidade de educação infantil podem beneficiar esse processo de aprendizagem em relação à psicomotricidade, além de evidenciar quais são os recursos necessários para a obtenção de sucesso dessa prática.
A metodologia aplicada caracterizou-se de forma bibliográfica descritiva, pois procurou explicar o tema abordado com base nas referências teóricas publicadas em documentos, exigindo dados comprovados extraídos de estudos bibliográficos.
A justificativa para a escolha do presente tema é destacar a importância que a escola possui na transformação das crianças, no desenvolvimento de suas habilidades e em seu processo de socialização e interação com o ambiente.
O artigo foi dividido em duas partes, sendo que a primeira fala sobre a importância de se desenvolver a psicomotricidade na modalidade de educação infantil, e como esse processo transforma a vida das crianças e aumenta suas oportunidades no futuro.
A segunda parte do artigo fala sobre os recursos que uma escola da modalidade infantil necessita para a realização de um trabalho de qualidade, que possa desenvolver o processo de psicomotricidade nesse público-alvo específico que são as crianças.
O artigo irá contribuir para que as pessoas conheçam a importância que o desenvolvimento da psicomotricidade possui na vida das crianças, e a transformação que as envolve, principalmente de suas habilidades sociais e culturais.
Nas considerações finais, o artigo mostra como o lúdico, o trabalho em grupo, uma escola estruturada e um planejamento bem elaborado, são fatores fundamentais para que o processo de psicomotricidade seja desenvolvido pelos educadores infantis, e façam realmente a diferença á favor das crianças e de um futuro melhor para elas.
2. A IMPORTÂNCIA DE SE DESENVOLVER A PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A psicomotricidade é o início da fase de desenvolvimento das crianças em relação ao conhecimento sobre o próprio corpo, por esse motivo, trata-se de um processo que necessita ser desenvolvido com muita coesão, e com o auxílio dos educadores (ALMEIDA, 2006).
Segundo Almeida (2006) os estudantes mesmo no início de sua formação já possuem grande noção em relação à psicomotricidade, ou seja, já conhecem um pouco sobre o que seus corpos são capazes de realizar, contudo, a escola tem a obrigação de desenvolver esse processo nos estudantes.
Porém, para que isso seja realizado, é fundamental que haja um planejamento de qualidade, e que o educador tenha a oportunidade de realizar um trabalho que enriqueça esse nível de conhecimento nos educandos (ALMEIDA, 2006).
Primeiramente a psicomotricidade deve ser compreendida como uma transformação na vida das pessoas, algo gradual, mas, que não pode ser compreendido apenas como algo que as crianças conseguiram de maneira habitual e natural, isso por que se trata de um processo amplamente complexo (TELLES, 2003).
Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas (TELLES, 2003).
Para Telles (2003) o aprendizado em relação ao processo de psicomotricidade deve ter um objetivo, principalmente se puder contribuir com o desenvolvimento das habilidades que as crianças possuem, por essa razão devem até ter etapas a serem seguidas.
A Psicomotricidade no processo ensino-aprendizagem visa contribuir de forma pedagógica para o desenvolvimento integral da criança, tendo em vista o aspecto mental, psicológico, social, cultural e físico, no qual se acredita que as atividades de psicomotricidade possam ser trabalhadas no contexto escolar de forma a auxiliar no processo de aprendizagem do aluno (NASCIMENTO, 2006).
O educador infantil possui uma importância ímpar nesse sentido, de contribuir como um mediador nesse processo, uma vez que, as crianças nem sempre conhecem seus meandros, e não sabem exatamente o que estão realizando (NASCIMENTO, 2006).
Para Nascimento (2006) é preciso que se desenvolvam as habilidades inatas que as pessoas possuem, e descobrir isso na infância pode contribuir para que as mesmas no futuro tenham uma carreira muito mais sólida, e uma vida social muito mais desenvolvida
Poucos estudantes realmente chegam à escola da modalidade de educação infantil com suas habilidades normais já desenvolvidas, como é o caso, por exemplo, da interação com as demais crianças, ou seja, a psicomotricidade culmina com o beneficiamento do processo de socialização (DE MEUR, 2001).
A psicomotricidade na educação infantil significa que a criança não crescera como apena mais uma pessoa limitada, que já tenha um papel social definido, isso por que todas as suas habilidades são trabalhadas, e uma série de habilidades são descobertas, que cada pessoa irá utilizar da maneira como bem desejar (DE MEUR, 2001. p. 39).
Psicomotricidade acontece a todo o momento, em cada movimento que a criança realiza, isso faz com que os educadores precisem escolher com muitas riquezas de detalhes as atividades que irão realizar ao longo do ano letivo com seus educandos (DE MEUR, 2001).
É importante que as crianças aprendam primeiramente a interagir com o ambiente que está a sua volta, acima de tudo, conhecendo a importância que cada objeto ou ser compõe, por exemplo, a relevância que uma árvore possui para todos, bem como, a importância existente em preservá-la (FONSECA, 2009).
Para Fonseca (2009) psicomotricidade é uma prática que contribui para o pleno desenvolvimento da criança no ensino-aprendizagem, que favorece os aspectos físico, mental, afetivo-emocional que contribui para a formação da sua personalidade.
Além disso, o relacionamento da criança com o ambiente muda, uma vez que, ela descobre o que é bom e o que é ruim para ela, em outras palavras, a psicomotricidade contribui para a auto organização de cada pessoa, o que sem dúvida é um ganho muito importante, inclusive para a sociedade (FONSECA, 2009).
Por essa razão Goretti (2017) afirma que, não se pode em hipótese alguma afirmar que o trabalho realizado pelos educadores infantis é mecânico, e que forma uma mesma personalidade, pelo contrário, trata-se de uma profunda transformação na vida das pessoas e que também deve ser valorizada.
O professor inicia um processo de observação, e isso é muito importante para detectar as dificuldades que as crianças apresentam, iniciando-se pela escrita, que denota a coordenação motora que as mesmas possuem ou não, e que muitas vezes necessita ser trabalhada (GORETTI, 2017).
Essa é uma dificuldade que algumas crianças apresentam, e que é desenvolvida de acordo com a repetição desses exercícios, essa é uma das principais potencialidades que a psicomotricidade possui isso porque, mesmo as crianças repetindo as mesmas atividades, elas estão aprendendo coisas diferentes (GORETTI, 2017).
A escrita foi utilizada como exemplo, principalmente pelo fato de que se trata do movimento que as pessoas em geral, mas realizam nas escolas, com isso, a criança aprende aos poucos a escreverem letras diferentes, formar novas palavras, o que contribui decisivamente com a elaboração de um vocabulário muito mais enriquecido, e consequentemente com o seu processo de aprendizagem (OLIVEIRA, 1997).
Segundo a ótica de Oliveira (1997) por mais que a psicomotricidade seja algo que mereça realmente uma atenção especial, ela apresenta uma única finalidade, fazer com que a criança interaja com tudo o que há a sua volta, especialmente com os outros educandos e com os objetos que estão a sua volta.
É fundamental que a psicomotricidade acabe possibilitando aos estudantes da modalidade de educação infantil seu crescimento, não só físico como cognitivo, afetivo e corporal. No qual a psicomotricidade deve ser trabalhada em casa e principalmente na escola (OLIVEIRA, 1997).
Em casa, as crianças até trabalham o processo de psicomotricidade, contudo, não existe uma pessoa que possa enriquecer esse desenvolvimento que é tão importante, isso por que os pais dos estudantes não possuem o mesmo nível de conhecimento para que as potencialidades das crianças passem a serem desenvolvidas (SOUZA, 2005. p. 71).
De acordo com Almeida (2006) para se trabalhar psicomotricidade no ambiente escolar não precisa haver recursos caros e nem tecnológicos, basta somente à escola ter uma junção de fatores, tais como concepção, comportamento, compromisso, materiais e espaços
De acordo com Souza (2005) por esse motivo, mesmo em casa, as crianças necessitam trabalhar o processo de psicomotricidade, essa é uma questão fundamental, crucial para que na escola, o professor possa acelerar esse processo
Voltando a falar da escrita, quando uma criança apresenta dificuldades para escrever, ela não pode apenas treinar para sanar essa limitação na escola, é preciso que os pais passem a ajudar de uma maneira muito mais ativa, e assim, a possibilidade de progressos por parte dessas crianças (SOUZA, 2005).
Uma interação de qualidade entre escola e comunidade escolar é fundamental nesse sentido, principalmente pelo fato de que, se for parado para analisar, as crianças possuem uma série de aprendizados que precisam ser desenvolvidos em pouco tempo (SANTOS, 1999).
A modalidade de educação infantil apresenta uma série de desafios que a grande maioria das pessoas nem sempre param para pensar, a criança ingressa na escola e logo passa por uma transformação social de grande porte, que é a socialização, que necessita ser expandida de maneira muito elevada (SANTOS, 1999).
Santos (1999) afirma que geralmente, as crianças possuem um vínculo com um número limitado de pessoas, e quando ingressam nas escolas precisam aprender a se comportarem de uma maneira que obedeça às normas do que é considerado como um padrão correto pela escola, o que representa uma série de regras certamente muito complexas por parte desse público-alvo.
Assim, elas aprendem que muita das coisas que realizam em casa ou na rua não podem ser realizadas na escola, pelo menos não com a liberdade que estão acostumadas, e esse é um dos principais aprendizados que a psicomotricidade possibilita para todos (BARROS, 2008).
Outro detalhe muito importante tem a ver com os espaços que as pessoas precisam aprender a respeitar, e as escolas possuem um formato que possibilita um elevado grau de aprendizagem para as crianças. E que as mesmas possam colocar em prática no futuro (BARROS, 2008).
De acordo com Barros (2008) nas escolas brasileiras são constituídos em um espaço que possibilite uma estrutura física de qualidade; salas de aula, quadras, pátios, refeitório e outros. Onde a personalidade de cada criança e suas habilidades funcionam de uma maneira completamente diferente, o que também apresenta grande aprendizado.
Por essa razão, os espaços possuem uma relevância muito grande, e por essa razão não podem ser infrutíferos, em outras palavras, quando não exercem nenhuma ação ou movimento sempre será um espaço vago, e que não irão contribuir com o desenvolvimento do processo de psicomotricidade que as crianças precisam (CUNHA, 1994).
Há vários ambientes que se pode dizer que é um espaço educativo em uma escola. E que convém serem destacados, contudo, para que isso aconteça, o professor deve usar todos os recursos disponíveis, ou seja, os materiais ali presentes (CUNHA, 1994).
Segundo a concepção de Cunha (1994) Por serem crianças, a quadra de esportes é o espaço mais utilizado pelos educadores, por essa razão, a mesma deve ser moderna e oferecer um mínimo de segurança para os educandos, nesse local da escola, é possível realizar as mais diversas modalidades de atividades
Uma grande oportunidade para que os professores observem as crianças, isso por que quando um educando não consegue se interagir com os demais, não participa das atividades, faz-se necessária uma intervenção por parte dos educadores (GALVÃO, 2002).
Para Galvão (2002) em relação às atividades que podem ser propostas na quadra de esportes, os professores não precisam necessariamente fazer com que as crianças pratiquem esportes, e sim, oferecer jogos que as mesmas já conhecem e que brinquem em suas casas, até para que tenham mais afinidade entre si, e se sintam mais adaptadas ao ambiente escolar.
O grande problema acontece quando as escolas não possuem um espaço como esse, em outras palavras escolas dessa modalidade nem sempre contam com uma infraestrutura que apresenta um espaço qualificado, de maneira que os professores são muitas vezes obrigados a improvisar, o que sempre possui uma conotação negativa (GALVÃO, 2002).
As crianças precisam aprender como é bom correr, pular, brincar com as demais, e aproveitar esses momentos felizes e levá-los para a sala de aula, esse é um dos segredos que os professores possuem em relação à psicomotricidade, conciliar os interesses que os educadores precisam colocar em prática com um aprendizado muito mais prazeroso (MALUF, 2003).
Contudo, existem outros recursos que possuem uma grande importância, além do espaço físico que as escolas possuem, e que os professores necessitam ter a sua disposição, isso para qualificar o aprendizado das crianças, como é o caso do lúdico (MALUF, 2003).
3. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DA PSICOMOTRICIDADE
A principal importância que o lúdico possui para o desenvolvimento da psicomotricidade, é o fato de, as crianças adoram brincar, e por que se trata de um recurso que é capaz de enriquecer esse processo por ser idealizado para essa finalidade (MALUF, 2003).
De acordo com a visão de Mello (2002) as escolas infantis já não podem mais trabalhar sem o lúdico, uma vez que, se trata de uma metodologia muito enriquecedora, desde que, claro, sejam bem trabalhadas pelos educadores infantis.
É preciso que haja planejamento, e com ele objetivos propostos, sendo assim, é importante citar que o lúdico não representa apenas uma simples brincadeira, as crianças precisam aprender uma série de coisas através dessa metodologia (MELLO, 2002).
O lúdico nada mais é do que uma atividade pedagógica de desenvolvimento, e essa é uma amostra de como a educação infantil vem sendo mais bem planejada, contudo, relacionado essa metodologia de trabalho com a psicomotricidade, a criança aprende a raciocinar, a mentalizar, a conhecer os desafios e superar os mesmos (MELLO, 2002. p. 70).
As atividades pedagógicas e os objetos, assim, devem ser trabalhados de formas variadas. Sendo assim, se a criança for trabalhada como um todo e não apenas o lado cognitivo, ela naturalmente irá transmitir suas afetividades para frente, fazendo com que seu desenvolvimento se torne algo precioso e de grande importância (MATTOS, 2004).
Para as crianças, pode até ser que o lúdico seja apenas diversão, mas, não para os educadores, que precisam mediar às atividades, assim, quando um estudante faz algo de errado, deve ser corrigido na hora, e o educador deve mostrar a todos os demais quais são as causas desses erros cometidos (MATTOS, 2004).
Por esse motivo, é muito comum que a psicomotricidade seja melhor desenvolvida nos trabalhos em grupos, isso por que as crianças são muito observadoras, e prestam atenção naquilo que está incorreto, justamente para não repetir os mesmos erros (MATTOS, 2004).
Existem recursos lúdicos que são muito usados pelos educadores infantis, como é o caso dos quebra cabeças, onde grupos pequenos de estudantes são formados com a finalidade de montar a determinada figura, ensinando as crianças o trabalho em grupo e desenvolvendo uma visão mais aguçada, uma vez que, grande parte das peças possuem pequenas diferenças (TELLES, 2003).
De acordo com Telles (2003) outra vantagem que o uso do lúdico em atividades em grupo oferecem aos professores é a complexidade da própria tarefa a ser realizada, ou seja, na modalidade de educação infantil, as crianças possuem muitas diferenças em relação às suas aptidões, o que é perfeitamente normal, no entanto, o rendimento não é o mesmo em relação o desenvolvimento da psicomotricidade quando o trabalho é individualizado, algo que pode ser evitado de ser usado com muita repetição.
O professor na modalidade de educação infantil, possui o papel de facilitador de aprendizagem, e nem sempre esses mesmos profissionais possuem essa visão, o que os trabalhos em grupo beneficiam e apresentam um rendimento muito maior, inclusive, favorecendo muito o trabalho desses professores (OLIVEIRA, 1997).
As peças de montar também representam um recurso muito interessante e que deve sempre estar presente nas escolas infantis, isso por que cada criança pode pegar as pecinhas com as mãos, sentir a superfície do mesmo, ver sua coloração e aprenderem formas diferentes de montar os mesmos, isso de acordo com cada formato descoberto (FONSECA, 2009. p. 53).
Segundo a concepção de Fonseca (2009) infelizmente, existem ainda professores que não gostam muito de utilizar os recursos lúdicos, e assim, prejudicam o desenvolvimento do processo de psicomotricidade que os estudantes da modalidade de educação infantil tanto necessitam, e que servirá de acesso para outros níveis de conhecimento que irão formular uma nova personalidade.
Assim nos aponta MALUF (2003,p.32), um professor que não gosta de brincar nunca irá observar seus alunos vivenciando práticas lúdicas, e não reconhecerá o valor das brincadeiras na vida da criança, fazendo com que o ambiente escolar se torne muito mais hostil para os seus educandos, e favorável para o seu pleno desenvolvimento, uma prática incansavelmente buscada pelos educadores infantis.
Os educadores infantis precisam pensar que, para o desenvolvimento da psicomotricidade, existem fatores que devem fazer parte do funcionamento de seu trabalho, é o caso do espaço físico, da diversidade de materiais usados, dos jogos e atividades lúdicos, um ambiente arejado e agradável para que as atividades psicomotoras possam ser desenvolvidas, atendendo ao grau de necessidade de cada ser (BARROS, 2008).
4. ATIVIDADES MOTORAS IMPORTANTES PARA A ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO
O desenvolvimento psicomotor é um processo de imensa importância quando o assunto é aprendizado, seja este da leitura ou da escrita. Estudos apontam que as habilidades básicas já descritas anteriormente, tem uma estreita relação com a alfabetização. Para Oliveira (1997) apud Gusmão (2003),
[…] a escrita pressupõe, também, um desenvolvimento motor adequado, através de habilidades que são essenciais para seu desenvolvimento. Podemos citar a coordenação fina que irá auxiliar numa melhor precisão dos traçados, preensão correta do lápis ou caneta, bom esquema corporal, boa coordenação óculo-manual. Além disso, a criança deve possuir uma tonicidade adequada que irá determinar um maior controle neuromuscular e consequentemente determinará uma maior capacidade de inibição voluntária. A inibição voluntária é a capacidade de parar o gesto no momento em que se quer ou se precisa. A rotação do pulso ao escrever e a posição da folha também devem ser considerados, para não haver um maior dispêndio de energia e não provocar dores musculares no braço. Além disso, a criança necessita de uma organização no espaço gráfico, em termos de orientação espacial e temporal (OLIVEIRA, 1997 apud GUSMÃO, 2003, p.6).
Diante disso, a seguir serão apresentadas algumas atividades motoras extremamente importantes para o desenvolvimento de algumas habilidades básicas da criança (esquema corporal, lateralidade, estruturação espacial e orientação temporal), apresentados nos subtítulos anteriores.
Atividades que trabalham o esquema corporal: deitar a criança no chão e levantar as partes do corpo; atividades de rolamento; vendar os olhos e tocar as partes do corpo e perguntar qual é; nomear as partes do corpo tocando no colega; carrinho de mão, pedalar; olhar e tocar as partes do corpo no espelho; montar um boneco; recortar figuras humanas de revistas; exercícios imitativos e perceptivos como andar na areia, na água, gestos expressivos como susto, grito; imitar as funções das partes do corpo.
Atividades que trabalham a lateralidade: fazer o contorno das mãos no quadro, depois trocar as mãos e colocar sobre a outra; dividir uma folha de papel ao meio, determinar os lados (direito e esquerdo) e pedir que coloque objetos em determinado lado (COSTA; FORTES, 2012); manipulação de objetos; malabarismo; brincadeiras de arremessos; pular com ambos os pés em um círculo, depois com um pé, depois com outro, com o direito, com o esquerdo, pular para frente, para os lados; imitar posições realizadas pelo professor, respeitando a lateralidade; cruzar instruções: mão direita no joelho esquerdo; praticar desenhos e pintura com a mão dominante; pular revezando, pulando sobre o pé dominante.
Atividades que trabalham a estruturação espacial: brincadeira com bambolê e túnel explorando dentro/fora, perto/longe; blocos lógicos grosso/fino, pequeno/médio/grande; vivo ou morto, em pé, deitado, sentado, agachado; degraus, subir/descer; bacia de água, cheio/vazio (COSTA; FORTES, 2012).
Atividades que trabalham a orientação temporal: marchar, andar em diferentes velocidades; calendário, planejar o que vai acontecer amanhã, comentar o que ocorreu ontem; reconhecer a pessoa nova e a mais velha; colocar em sequência figuras que representem uma história; organização no tempo, antes, depois, agora, manhã, tarde, noite, ontem hoje, amanhã, rápido, lento, forte, fraco, alto, baixo.
O desenvolvimento de atividades de estimulação motora é extremamente importante, no entanto necessita de espaço físico, materiais e profissionais capacitados, com um conhecimento específico sobre a psicomotricidade para que estas atividades propostas anteriormente seja uma associação constante do movimento com uma finalidade e não apenas o movimento sem sentido, ação pela ação. Estas atividades também devem respeitar as limitações de cada criança, trazendo a partir da brincadeira dirigida o bem estar, segurança e confiança.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo procurou evidenciar a importância que existe no desenvolvimento da psicomotricidade, e que isso seja realizado nas escolas infantis, para que as crianças tenham uma oportunidade de conquistarem uma elevada evolução de suas habilidades.
Contudo, trata-se de um processo complexo, uma vez que, a psicomotricidade é o resultado de todas as ações que o corpo realiza, e por esse motivo, as crianças precisam entender seu potencial e o resultado dessas ações.
Durante o decorrer do artigo, foram destacados dois itens para que os professores da modalidade de educação infantil consigam trabalhar a psicomotricidade com as crianças, é o planejamento, etapas que devem ser cumpridas e o lúdico, que representa uma riqueza de possibilidades para que as crianças aprendam sobre tudo o que está a sua volta, ou seja, desenvolvam seus órgãos sensoriais.
O planejamento depende muito de uma escola estruturada e boas condições de trabalho, principalmente na fase inicial, onde os educadores infantis necessitam observar as crianças, para que elas aprendam a interagir com as demais que estão à sua volta, ou seja, passando a realmente se adaptar ao ambiente escolar.
Já o lúdico merece um destaque ainda maior, uma vez que, se trata de um recurso que foi desenvolvido justamente para o desenvolvimento das crianças, isso porque favorece um processo de aprendizagem da maneira que os estudantes da modalidade de educação infantil mais gostam, que é através das brincadeiras.
Os alunos precisam conhecer seu potencial, desenvolver seu sistema sensório-motor e tantos, para isso, o trabalho em grupo é muito importante, isso porque existe uma troca de aprendizado, de experiências, e sem aquela pressão ou cobrança que é uma tônica dos educadores
A atitude da escola frente à espontaneidade do movimento de cada criança poderá, senão determinar, pelo menos influenciar fortemente o rumo do processo de aprendizagem da criança. A escola que trabalha com especial atenção para o desenvolvimento psicomotor da criança tende a contribuir para o bom aprendizado, que é o objetivo principal de toda a instituição de ensino e formadora de cidadãos.
Diante das informações apresentadas durante o trabalho, é possível considerar que a psicomotricidade tem diferentes funções, dependendo da necessidade da criança. Esta é muito importante quando trabalha com a criança desde muito cedo, quando ainda habita o ventre materno. Quando passa a fazer parte da vida externa, inúmeros são os estímulos que podem ser realizados para que a criança se desenvolva em sua totalidade, facilitando a aquisição do conhecimento mais futuramente, sendo comprovado que se a criança for estimulada em certo quesito aos dois anos o resultado será visível aos quatro, e assim sucessivamente.
A psicomotricidade também tem suas funções clínicas, pois quando estes estímulos não acontecem na idade correta, à criança vai para a fase de alfabetização e muitas vezes não consegue aprender a ler e a escrever, assim, novamente a psicomotricidade torna-se essencial, pois psicomotricistas identificam quais habilidades estão em déficit e como devem ser trabalhadas para que a alfabetização aconteça.
Vale ressaltar que muitas vezes a educação infantil não é vista com toda a importância que se tem no desenvolvimento, pois muitos vêem os centros de educação infantil como creches, onde as crianças são apenas cuidadas. Por sua vez, muitos profissionais não conhecem a importância da psicomotricidade na educação infantil e talvez nem saibam o que se deve trabalhar e estimular uma criança de 0 a 5 anos.
Os estudos e especializações em psicomotricidade tornam-se cada vez mais comuns na contemporaneidade, onde instituições já sugerem a seus profissionais que atualizem seus estudos sobre o tema, que participem de cursos, pós-graduações que possam oferecer aportes teóricos essenciais para a formação do educador e depois da criança.
REFERÊNCIAS
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GUSMÃO, Carmen Paranhos. A utilização das funções motoras na aquisição da escrita em crianças de 6 a 8 anos. Rio de Janeiro, 2003.
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1Doutoranda em Ciências da Educação – Universidade Columbia del Paraguay/PY
2Mestre em Ciência da Educação – Universidade San Lorenzo/PY
3Doutorando em Ciências da Educação – Universidade Tecnológica Intercontinental/PY
4Doutoranda em Educação – Universidade Tecnológica Intercontinental PY
5Mestrando em Ciências da Educação – Universidade Tecnológica Intercontinental/PY
6Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental – Universidade Católica de Brasília/BR
7Mestranda em ciências da Educação – Universidade Tecnológica Intercontinental/PY
8Doutor em Ciências da Educação – Universidade Interamericana/PY
9Mestre em Ciências da Educação – Universidade Interamericana/PY
10Pós Doutor em Administração – Universidade Iberoamericana/PY