A ATUAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11218129


Artunho de Araujo Farias1
José Flávio Fernandes dos Santos2


RESUMO 

Este artigo versa sobre a atuação doSupervisor Escolar na Educação Inclusiva e, se justifica pela responsabilidade social que assume e do farto conhecimento perante a realidade escolar. Dentre tantas atribuições assumidas pelo supervisor, estar a de orientar os professores a desenvolver estratégias inclusivas baseadas no currículo regular. Foi com essa finalidade, que este estudo se originou, de modo a contribuir com as reflexões sobre a formação dos profissionais que atuam junto a pessoas com deficiência, visando contribuir com o processo de ensino-aprendizagem. Metodologicamente, buscou-se realizar uma cuidadosa pesquisa bibliográfica, adotando como suporte, as abordagens teóricas de Mendes (2006), Freire (2004), Vygotsk (1999). O estudo nos possibilita concluir de que a atuação do supervisor escolar contribui para transformar os diversos obstáculos encontrados no percurso em oportunidades de aprendizagem. 

Palavras-Chave: Supervisor Escolar. Educação Inclusiva. Currículo.   

ABSTRACT  

 The aim of this work was to present the position of School Supervisor in Inclusive Education, due to his great social responsibility and world knowledge, with the objective of guiding teachers to develop inclusive strategies based on the regular curriculum. To this end, the work was organized in order to contribute with the reflections on the training of professionals who work with people with disabilities, in this perspective contribute to the teaching-learning process. For this, we start from the theoretical matrices of MENDES (2006), FREIRE (2004), VYGOTSK (1999). Aiming to transform the various obstacles encountered in the course in learning opportunities. 

KEYWORDS: School Supervisor, Inclusive Education, curriculum. 

1 INTRODUÇÃO 

O presente estudo é um desdobramento de uma pesquisa monográfica, de cunho bibliográfico, desenvolvida para a conclusão do Curso de Especialização em Supervisão e Orientação Educacional, no Centro Integrado de Tecnologia e Pesquisa (CINTEP) na Cidade de João Pessoa, PB, intitulada: “A postura do supervisor escolar na educação inclusiva”. 

O artigo tem como objetivo, refletir acerca da importância de os professores desenvolverem estratégias inclusivas baseadas no currículo regular e, com isso, demonstrar a importância da atuação do Supervisor Escolar na educação inclusiva, visando compreender como esse profissional executam suas atividades no contexto escolar, e em especial junto aos alunos com deficiência. 

É inegável a importância que este profissional exerce no apoio ao professor em sua tarefa complexa e com muitos obstáculos, sempre com intuito de promover uma melhor qualidade de aprendizagem, buscando sempre a autonomia do educando. 

O Supervisor escolar é um educador, e como profissional da educação tem por obrigação conhecer bem suas ferramentas de trabalho e, nesse sentido desenvolver um atendimento de qualidade, visando sempre um viés humanizador. Porém, cabe ainda avaliar de forma crítica, sua atuação bem como saber o momento mais adequado de realizar intervenções pedagógicas, sempre que julgar necessárias com vistas à resolução dos problemas cotidianos escolares.   

Na educação de pessoas com deficiência esse processo é ainda mais delicado, pois a aprendizagem desse público necessita do suporte de profissionais extremamente qualificados, e uma relação de parceria com o corpo docente, pois a falta de diálogo pode comprometer todo ou parte do processo de aprendizagem.  

Tendo em vista o objetivo proposto, este trabalho foi estruturado da seguinte maneira: Na primeira parte, abordam-se aspectos da História da educação de pessoas com deficiência na perspectiva da inclusão, e as diretrizes legais da educação especial. Na segunda, destacamos o desafio da supervisão educacional na perspectiva de atuação junto à educação inclusiva. Em seguida, refletimos acerca da visão/atuação do supervisor no processo de planejamento, sobretudo perante os alunos com dificuldades de aprendizagem. 

Por fim, são expostas as considerações finais a respeito dos achados da pesquisa, seguidas das referências.   

2 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO 

 A história da educação de pessoas com deficiência divide-se resumidamente em três grandes períodos, quais sejam: na idade antiga as crianças nascidas fora dos padrões eram “naturalmente” eliminadas. Esse “descarte” era justificado com o argumento falacioso de que o corpo defeituoso, não serviria para guerra ou para a arte. Em suma, tanto os nobres, quanto os plebeus sacrificavam as crianças que nascessem com algum tipo de deficiência. 

    Na idade média, os sérios problemas físicos e mentais eram vistos como ira divina e taxados como “castigo de Deus”. Já na idade moderna passa a prevalecer o modelo médico patológico, que tem como o seu principal expoente, o pesquisador Philippe Pinel que passou a considerar as doenças mentais como derivadas de tensões sociais e psicológicas exageradas, causas hereditárias ou acidentes físicos, contribuindo para que fosse abandonado de uma vez por todas, a pseudo ideia de que tivesse ligação com algum tipo de possessão demoníaca (MENDES, 2006). 

 A inclusão escolar das pessoas com necessidades educacionais especiais surgiu de forma mais focalizada nos Estados Unidos, e tem como base, oportunizar diferentes senários para promover a aprendizagem, de forma que os espaços e os modelos de ensino se adaptem ao educando, diferente da política de integração, que resulta em uma estrutura educacional fragmentada e inacessível a todos, tornando o ambiente escolar segregante e excludente (MENDES, 2006).  

Para direcionar o processo de inclusão algumas medidas foram implementadas, como por exemplo, o apoio pedagógico e estrutural em ambientes diferenciados, surgindo então à sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE). (BRASIL, 2009). 

Vale destacar que as escolas têm dificuldades para trabalhar com a diferença e, em alguns casos acabam culpabilizando o aluno e muitas vezes rotulando-o. O discurso educacional da história tem se caracterizado por difundir ideologias que camuflam e mistificam a realidade, de modo que se observa uma grande distância entre o que está posto na legislação que rege a educação, a exemplo da LDB, e o que de fato acontece na prática. Nesse sentido, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em seu art. 59, afirma:  

Art.59-Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: 

I-currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica para atender as suas necessidades. 

II-terminalidade específica para aqueles que não puderam atingir o nível exigido para conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados. 

2.1 DIRETRIZES LEGAIS DA EDUCAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIENCIA  

O Ministério da Educação (MEC) tem a importante missão de gerir a educação em geral, dentre esse aspecto a educação de pessoas com deficiência. Nesse sentido, desenvolver todas as áreas da educação no Brasil, envolvendo o ensino fundamental e médio, a educação de jovens e adultos a educação superior e também, a responsabilidade de organizar o ensino a distância e o ensino profissionalizante. 

A Educação de pessoa com deficiência é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis e realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços, e orienta quanto à sua utilização no processo de ensino nas turmas do ensino regular (MEC, 2010). 

Essa modalidade de ensino apresenta uma perspectiva inclusiva, buscando atender aspectos referentes à inclusão escolar dos alunos com deficiência, Transtorno Global de Desenvolvimento, Altas Habilidades/ Superdotação, público alvo da educação especial, através do acesso e permanência destes nas salas de aula do ensino regular, visando sua aprendizagem e o desenvolvimento da autonomia. 

De acordo com a resolução CNE/CBE n.04/2009,o público-alvo do Atendimento Educacional Especializado (AEE), são respectivamente: 

I – Estudantes com deficiência: aqueles que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas. 

II – Estudantes com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nesta definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação. 

III – Estudantes com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam 
um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento 
humano, isoladas ou combinadas, como intelectual, liderança, psicomotora, 
artes e criatividade. AEE Atendimento Educacional Especializado (2008) 

O atendimento educacional especializado tem como objetivo identificar, elaborar e organizar os recursos pedagógicos e de acessibilidade que elimine barreiras que dificultam a plena participação do aluno nas atividades escolares. As atividades realizadas nesses atendimentos diferenciam daquelas realizadas na sala de aula regular e não tem a finalidade de substituí-las.  

É necessário ressaltar que a Constituição Federal da República Federativa do Brasil (1988) em seu art. 205 garante que: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente – (ECA) o Estado brasileiro tem o dever de garantir as necessidades da pessoa em desenvolvimento (de até 18 anos de idade), velando pelo seu direito a vida, saúde, educação, convivência, lazer, liberdade, profissionalização e outros (art.4º do ECA), com o objetivo de garantir o “desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade” (art. 3º do ECA). 

O Estatuto da Criança e do Adolescente dá outras providências, no Art. 11. 

§ 1º A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. (Lei nº 13.257, de 2016).  

§ 3º Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira infância receberão formação específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer necessário. (Lei nº 13.257, de 2016) 

Essas leis dão suporte à criança e ao adolescente, com intuito de combater a discriminação e a segregação, dando assistência ao educador que trabalha na educação de pessoas com deficiência, dando direito a receber formação especifica para exercer suas funções educativas adequadamente.  

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- (LDB) também conhecida como Lei Darcy Ribeiro traz as diretrizes gerais da educação brasileira, seja ela pública ou privada. 

De acordo com a LDB no Art. 58 (1996) 

§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. 

§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. 

Durou bastante tempoo entendimento de que a Educação das pessoas com deficiências, trilhada de forma paralela à Educação Regular, seria o modo mais coerente para o atendimento dos alunos que tinham alguma deficiência. Essa visão trouxe um impacto que durou bastante tempo dentro da história da Educação de pessoas com deficiência, trazendo resultados e práticas que enfatizavam os modos pautados na deficiência em contrário à sua grandeza pedagógica.  

No ano de 1994, a Declaração de Salamanca anuncia que as escolas regulares com aspectos inclusivos estabelecem os meios mais eficazes de condenar modos discriminatórios e que alunos com deficiência precisam dar ingresso à escola regular, tendo como princípio norteador que “as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras” (BRASIL, 2006, p.330). 

Estamos em um momento de transição em direção à educação inclusiva e, toda e qualquer precipitação poderá ser muito perigosa, pois a nossa realidade tem mostrado que muitas das nossas escolas necessitam de melhor preparação em todas as áreas, para melhor atender os alunos com deficiência. É muito importante e legítimo, debatermos sobre o nosso ofício, e ao mesmo tempo, temos o dever de atender com qualidade. 

3 O DESAFIO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 

Dentre os teóricos que nos ajudam a discutir a cerca do conceito de  inclusão, está Vygotsky. Segundo ele, todo sujeito com deficiência não é menos desenvolvido que os demais, é, portanto, alguém que se desenvolve qualitativamente diferente apud, (MILANEZ, OLIVEIRA E MISQUIATTI, 2013).  

Nessa direção à sociedade, a escola, e seus profissionais, precisam enxergar o ser humano constituído de potencialidades de aprendizagem capaz de aprender e viver em sociedade. As deficiências e as diferenças não podem ser vistas como obstáculos e justificativa para discursos que inserem, integram, mas estão longe de verdadeiramente incluir. 

Nesse sentido, um dos maiores desafios da educação hoje é promover a inclusão de todos, no âmbito escolar e pedagógico, a mais importante contribuição é de que todo indivíduo tem potencial para aprender em todas as idades. Cada um possui ritmo, tempo e necessidades educativas especiais diferentes, logo, cabem ao professor considerar as particularidades de cada um e a partir delas, pensar e desenvolver métodos que sejam eficazes para a aprendizagem dos sujeitos.  

A inclusão escolar não é um processo que irá acontecer simplificadamente, ela deve ser encarada como desafio, pois poucas escolas estão preparadas para receber alunos com deficiência, seja pela qualificação inadequada dos professores, pela má administração da escola, ou pelo simples fator estrutural, nesse caso sua precariedade. É fundamental trabalhar com a inclusão, porém, muitas barreiras precisam ser superadas, desde a questão da avaliação até as politicas e práticas pedagógicas adequadas para esse público em especial. 

É de extrema importância o papel do supervisor educacional no apoio ao professor, em sua tarefa complexa e com muitos obstáculos, mas sempre com intuito de promover uma melhor qualidade de aprendizagem mais facilitadora, buscando sempre a autonomia do aluno. 

Segundo Tonus e Silva (2008) o processo educacional está interligado em diferentes esferas, sociais, afetivas, emocionais, disciplinares, etc. Nesse sentido o supervisor educacional tem uma grande responsabilidade e ao mesmo tempo um desafio, mediar possíveis conflitos no seu ambiente de trabalho, usando como ferramenta o trabalho em equipe.  

É importante que o supervisor esteja sempre disponível para repensar a pratica pedagógica, buscando a formação continuada da sua equipe, e apostando no seu autodesenvolvimento, pois essas são ferramentas essenciais para uma educação inclusiva. 

Em sala de aula o professor exerce total autoridade e autonomia, para desenvolver atividades pertinentes a seus alunos, porem, o professor deve atentar para a grande possibilidade de uma sala de aula não homogênea, pois cada individuo tem suas características próprias para o aprendizado, e cabe ao professor com apoio da supervisão, desenvolver atividades pedagógicas que atendam de forma clara e objetiva, os alunos típicos e os educandos com deficiência.  

O educador não deve ser um mero transmissor de conhecimento, deve despertar no aluno a vontade de aprender. Necessita ser um facilitador da aprendizagem, buscando meios para se reinventar e proporcionar o caminho do saber e do desenvolvimento. (PAULO FREIRE, 2007)  

Quando se fala em alunos com deficiência, não se quer dizer alunos incapazes, muito pelo contrário, é tarefa de toda equipe escolar incluir esses alunos de forma acolhedora e carinhosa, sem distinção de raça, cor, deficiência, gênero ou etnia. Nesse sentido, a escola deve proporcionar indistintamente meios de acesso à educação para todos os públicos, sem gerar qualquer tipo de preconceito, e cabe também a supervisão,superar os obstáculos impostos pela deficiência, mediando um ensino de qualidade, que leve à superação das deficiências, através da utilização de recursos pedagógicos diferenciados.   

O desconhecimento dos professores gera uma “inclusão excludente”, pois incluir no ambiente escolar um aluno com deficiência e não dar condições a ele para aprender, não pode ser chamado de inclusão, talvez tão somente de integração, gerando, portanto essa exclusão. Nesse sentido, a supervisão é indispensável no que se diz respeito a elaboração, de planejamento especifico e apoio constante aos professores. 

A inclusão escolar não é um simples processo ao qual aconteça simplificadamente, ela deve ser encarada como desafio, sobre tudo, pelo fato de que poucas escolas estão preparadas para receber alunos com deficiência, seja pela qualificação dos professores ou pela má administração da escola, ou pelo simples fator estrutural. É fundamental trabalhar com a inclusão, porém, muitas barreiras precisam ser superadas, desde a questão da avaliação a políticas e práticas pedagógicas adequadas para esse público em especial.

4 A VISÃO DO SUPERVISOR NO PLANEJAMENTO 

O planejamento é algo intrínseco na atividade educacional, busca sempre estabelecer uma dinâmica no processo educativo, e o Supervisor Educacional deve estar atento na sua orientação, pois o trabalho de supervisão não procura apenas mediar a direção do trabalho dentro da escolar, mas também sua superação dos desafios postos diariamente. (HEIDRICH, 2009). 

  O supervisor educacional articula no centro da equipe a construção de um projeto pedagógico. Dessa maneira, contribui na qualidade do ensino desenvolvido na instituição, proporcionando aos professores, novos pontos de vista em relação ao ensino/aprendizagem. Nesse sentido: 

Ser formador é oferecer a teoria e as condições para aprimorar a prática. É reunir opiniões e concepções da equipe em torno de um projeto pedagógico. É fazer com que os professores consigam ver além dos hábitos e conceitos adquiridos com a experiência e a formação inicial, por meio da sistematização do que ocorre em sala de aula (HEIDRICH, 2009). 

     De acordo com Heidrich, o processo de apoio esta interligado na formação e nas condições para aprimorar a pratica com foco no projeto pedagógico, levando os professores a refletir além dos hábitos adquiridos com a experiência no ambiente educacional, levando a novas reflexões. 

     O supervisor tem a responsabilidade de orientar sua equipe pedagógica, visando aperfeiçoar a relação de ensino e aprendizagem que norteia todo o processo de educação. Nesse sentido, está intimamente envolvido no viés educativo da escola, procurando facilitar os trâmites e as exigências da atualidade.  

O trabalho de supervisão exige uma visão ampla dos processos escolares, nesse sentido, o profissional deve ter autocritica e perceber com segurança os problemas da instituição, em seguida ver o que pode melhorar.  

Portanto, o planejamento bem feito fará com que a sua instituição ande no caminho promissor, proporcionando tanto aos educandos quanto aos funcionários as melhores condições para aprender e para ensinar. 

5. A ÓTICA DO SUPERVISOR PERANTE OS ALUNOS COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM 

 O Trabalho com crianças e adolescentes com dificuldade de aprendizagem não é algo simplório, porem possível de ser realizado. O supervisor educacional deve orientar os professores a utilizar estratégias de aprendizagem, voltadas para alunos típicos e com dificuldades de aprendizagem, utilizando seu eixo de interesse, de modo que a aprendizagem torne-se algo bastante prazerosa, facilitando a compreensão dos alunos com dificuldade.  

O supervisor necessita assumir um papel de intervenção, pois, como recomenda Lima (2000), a prática reflexiva da realidade deve estar presente no dia a dia do profissional da educação como algo sempre atualizado, dinâmico, em constante construção. 

O processo de aprendizagem necessita de uma visão ampla do educador, perante o educando, após essa visão, inúmeras atitudes devem ser tomadas, aproveitando a vivencia do aluno. Esse processo requer um olhar atento do mediador, onde os direcionamentos devem ocorrer de forma regular e variável, com o apoio da supervisão.  

  Ensinar é um processo de troca, tanto o professor aprende quanto o aluno ensina (PAULO FREIRE, 2007). Nesse sentido, é essencial que o mediador esteja atento, as possíveis aspectos no desenvolvimento da aprendizagem. Educandos com dificuldade de aprendizagem necessitam de atendimento diferenciado, e cabe à gestão escolar providenciar esse diferencial.  

A interdisciplinaridade deve ser trabalhada, na medida e nas condições dos alunos, como ferramenta para promover a linguagem e suas formas de expressão (PAULO FREIRE, 2007). Assim, aprendemos o que vivenciamos, e colocamos em pratica, não sendo diferente na educação de pessoas com deficiência, o importante é dosar os estímulos para que a aprendizagem não seja algo imposto, tornando os momentos de aprendizagens prazerosos e significativos, para todos os grupos, com isso, gradativamente o processo de aprendizagem vai tomando forma, e sentido, trazendo benefícios para ambos.  

A supervisão é uma tarefa extremamente cooperativa, não adianta abraçar toda a responsabilidade para uma única pessoa, o supervisor necessita da colaboração do corpo docente, para que as ações confiadas sejam articuladas com os demais, ocasionando uma forte ação na obtenção dos resultados desejados. O supervisor educacional deve buscar qualificação profissional para potencializar suas praticas, envolver a comunidade escolar com temas atuais, de ampla visualização, inclusive a inclusão, adquirindo novas estratégias fundamentadas com intuito de oferecer ferramentas para seu corpo docente.   

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

 Diante do que foi discorrido pudemos perceber que a educação especial tem como objetivo, proporcionar ao educando a possibilidade de aprendizagem, com isso, essa modalidade de ensino é de suma importância no desenvolvimento das pessoas com deficiência, e o supervisor educacional deve servir de instrumento fundamental na potencialização desse objetivo.  

A educação inclusiva consiste na ideia de escola que não selecione pessoas em função de suas diferenças, mais sim, proporcione oportunidades iguais para todos, com o intuito de promover indivíduos autônomos. Nesse sentido o supervisor deve orientar os professores a contribuir pedagogicamente para ajudar os alunos, desenvolvendo atividades para todos. 

Quando se trabalha com a educação inclusiva é fundamental que haja uma sensibilização dos professores, familiares e demais colegas que convivem com as crianças e adolescentes com deficiência, inseridas nas Instituições. Logo, a educação inclusiva vem ganhando mais espaços, novas adaptações e novas perspectivas para que as escolas e Instituições possam atender a todos os alunos, se utilizando de novos métodos de ensino e diversificando os materiais utilizados, para assim promover o ensino-aprendizagem de uma forma mais prazerosa. Contudo, é fundamental que o corpo interno trabalhe em equipe, pois assim garante o acesso à inclusão social e cidadania de todos. 

Portanto, é imprescindível o cumprimento das Leis que dão sustentação a inclusão, colocando em prática o que já é garantido. Para que todas as diversidades sejam respeitadas e valorizadas de acordo com suas necessidades e particularidades, contribuindo positivamente para o desenvolvimento integral do sujeito, favorecendo e reconhecendo o direito de todos, para uma sociedade mais igualitária e inclusiva. 

Apesar de verificarmos alguns avanços na legislação e nas politicas publicas muitas ações ainda precisam ser feitas para que o atendimento educacional especializado venha ser ampliado, por exemplo, à flexibilização do currículo, mais incentivo por parte da supervisão, e condições mínimas necessárias para que o individuo possa aprender satisfatoriamente.  

REFERENCIAS  

Leia mais em: https://super.abril.com.br/sociedade/como-sobreviver-a-um-ataque-de-pit-bull/ 

TONUS, K.P.; SILVA, J.A.T. Escola Inclusiva: demolir preconceitos para reconstruir conceitos. Dialogia. São Paulo, v.7, n.2, p. 211-221, 2008. 

MENDES, E. G. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista Brasileira de Educação, v. 11 , n.º 33, p. 387- 405, dez. 2006. 

BRASIL. Diretrizes Operacionais do Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Brasília, 2009.   

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA: Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais, 1994, Salamanca-Espanha. 

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. 

Lei nº- 9394/96- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- 1996 

Lei nº- 8.069- ECA Estatuto da Criança e Adolescente.190, art. 1° e art. 2º 

HEIDRICH, G. Os caminhos para a formação de professores. Rev. Nova Escola, [S.l.], 2. ed., 2009.  

LIMA, Paulo Gomes. La formación del educador reflexivo: notas para la orientación de su práctica. Revista Latinoamericana de Estudios Educativos, México, v. XXX, n. 3, p. 117-127, 2000 


1 artunhoaraujo@gmail.com
Professor contratado na Rede Estadual de Ensino-Paraíba
Letras/ Português, Pedagogo, Psicopedagogo C&I, Supervisor/Orientador, AEE

2 flaviofernandes26@hotmail.com
Pedagogo pela UFPB. Biólogo pela UNIFAVENI.
Pós-Graduado em Supervisão e Orientação Educacional pelo CINTEP.