THE APPROPRIATION OF EVALUATION AUTHORS IN THE JOURNAL ESTUDOS EM AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202505312326
Me. Luiz Felipe Garcia de Senna1
Profª Drª Raquel Lazzari Leite Barbosa2
Dr. Fabio Vinicius Alves3
Drª Mariana Montanhini da Silva4
RESUME
Este artigo identifica os autores mais referenciados em artigos sobre avaliação da aprendizagem publicados na revista Estudos em Avaliação Educacional (UNICAMP) entre 2015 e 2020, analisando a qualidade das apropriações teóricas nessas produções. Realizou-se uma revisão bibliográfica de 24 artigos, com análise descritiva e interpretativa, categorizando as citações em três tipos de apropriação: incidental, conceitual tópica e modo de trabalho. Os autores mais citados foram Domingos Fernandes, Cipriano Carlos Luckesi, Philippe Perrenoud, Charles Hadji e Jussara Hoffmann. Predominou a apropriação conceitual tópica (27 ocorrências), caracterizada pelo uso pontual de conceitos sem contextualização profunda. Apenas 8 citações foram classificadas como modo de trabalho, nas quais as ideias dos autores foram integradas de forma sistemática às discussões. Os resultados revelam que o diálogo acadêmico sobre avaliação tende a ser superficial, com pouca articulação entre as citações e os contextos teóricos originais. O estudo reforça a necessidade de maior rigor na apropriação de referências, visando enriquecer debates e evitar reducionismos.
Palavras-chave: Revisão bibliográfica. Apropriações. avaliação da aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
A produção acadêmica é um diálogo contínuo entre pesquisadores, no qual a apropriação de referenciais teóricos não apenas sustenta argumentos, mas revela como o conhecimento é construído e legitimado. No campo da educação, a avaliação da aprendizagem ocupa um lugar central, influenciando desde políticas públicas até práticas pedagógicas cotidianas. No entanto, a forma como os autores são citados em artigos científicos — seja de maneira superficial ou aprofundada — reflete a qualidade desse diálogo e suas implicações para o avanço teórico.
Quando um trabalho é desenvolvido, algumas etapas do chamado processo científico são colocadas em prática, tais como: a escolha de um objeto, da metodologia a ser aplicada, das fundamentações teóricas, dos espaços e tempos em que o trabalho ocorrerá. Por fim, a análise dos dados levantados e a publicação para divulgação dos resultados.
Na educação, a avaliação é alicerce e alicerçada na dinâmica e variável relação dela com o ensino e a aprendizagem. Discutir a apropriação de conceitos teóricos em trabalhos acadêmicos, especificamente, que tratam da avaliação educacional é refletir sobre ela em seu cerne de desenvolvimento, nos espaços em que as perspectivas avaliativas são afirmadas.
Este estudo analisa como os principais autores da área de avaliação da aprendizagem são citados nos artigos da revista Estudos em Avaliação Educacional (UNICAMP) entre 2015 e 2020. O foco recai sobre os tipos de apropriação teórica dessas citações, investigando se elas são superficiais ou aprofundadas. A pesquisa se justifica por duas razões principais: (1) embora existam muitos estudos sobre avaliação, ainda há pouca discussão sobre como os referenciais teóricos são utilizados nas publicações acadêmicas; e (2) a forma como esses autores são citados impacta diretamente a construção do conhecimento e as práticas avaliativas.
Realizou-se uma revisão bibliográficade 24 artigos selecionados pela palavra-chave “avaliação da aprendizagem”. A análise, de caráter descritivo-interpretativo, categorizou as citações em três níveis de apropriação (CHARTIER, 1990; CATANI et al., 2001): Incidental: Menções superficiais, sem contextualização. Conceitual tópica: Uso pontual de conceitos, sem articulação com a teoria original. Modo de trabalho: Integração sistemática das ideias dos autores.
Identificaram-se cinco autores mais citados: Domingos Fernandes (11 artigos), Cipriano Luckesi (10), Philippe Perrenoud (9), Charles Hadji (9) e Jussara Hoffmann (7). A maioria das citações (27) foi classificada como conceitual tópica, indicando um diálogo frequente, porém pouco aprofundado, com esses referenciais.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA
A partir da leitura de revistas acadêmicas é possível saber quais os temas em maior evidência em um dado contexto. Todos os periódicos estão inseridos naquilo que Bourdieu (2004) denominou como campo científico, isto é, um espaço de luta pela autoridade científica, pelo domínio do saber e o protagonismo em divulgá-lo. Neste campo, há estruturas hierárquicas e constantes articulações entre seus agentes, seja nas leituras e releituras, seja na concordância ou na refutação dos pares.
Os periódicos detêm diferentes níveis de relevância e abrangência temática, alguns discutem apenas um assunto, outros mais e há aqueles que propõem interdisciplinaridades. As revistas mais valorizadas no campo científico são mais consultadas e suas publicações mais citadas em outras produções, assim, elas exercem um impacto maior no campo científico e, por consequência, no educacional.
No Brasil, no período em análise neste trabalho, o principal qualificador de revistas acadêmicas é o chamado Qualis Periódicos, administrado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). As revistas são classificadas pelo poder de impacto de suas publicações, entre outros fatores, as mais relevantes são classificadas com A1, A2, A3 e A4, as intermediarias como B1, B2, B3 e B4, por fim, as revistas de nível C são as com menor prestígio. A revista Estudos em Avaliação Educacional (UNICAMP), classificada como A2 no Qualis (2013-2016), é reconhecida como a principal publicação brasileira sobre avaliação (Boldarine et al., 2017). Vinculada à Fundação Carlos Chagas desde 1990, seu objetivo é fomentar debates acadêmicos sobre políticas e práticas avaliativas (REVISTA EAE, 2021). Para diversos autores (BARRETTO et al., 2001; BOLDARINE et al., 2017; CALDERÓN; BORGES, 2013; CALDERÓN; POLTRONIERI, 2013), ela é a revista mais relevante no campo educacional brasileiro nas discussões sobre avaliação da e para as aprendizagens.
Para Boldarine et al. (2017), revistas como a mencionada ocupam posições privilegiadas nas estruturas de poder e, por isso, influenciam todo o campo educacional. A leitura de suas produções permite um contato com a história do campo científico, pois elas expressam o que está sendo produzido de mais relevante.
Posicionamento corroborado por Barbosa et al. (2015),ao dizer que as revistas: “nos permitem apreender o processo de construção de teorias” […], dado o fato dos periódicos serem sensíveis à dinâmica social e favorecerem diálogos intensos entre os pesquisadores. (p. 3).
Logo, discutir a presença dos referidos autores em artigos acadêmicos é refletir sobre “o processo de construção de teorias”.
De acordo com Catani et al.(2001), as apropriações de conceitos acadêmicos ocorrem de maneira: incidental, conceitual tópica e de modo de trabalho. A primeira, apropriação incidental, ocorre quando os autores são colocados nas referências, mas não utilizados no texto. Também quando arrolados entre outros nomes sem profundidade e classificados como parte de uma teoria; a segunda, apropriação conceitual tópica, quando são utilizados conceitos e citações dos autores, mas não de maneira sistemática. Os conceitos ou ideias são utilizados para reforçar argumentos ou resultados dos artigos; a terceira, apropriação de modo de trabalho, quando a apropriação é contextualizada e demonstra cuidado dos pesquisadores em utilizar os conceitos dentro de lógicas coerentes com as discussões dos autores mencionados.
Essa discussão sobre apropriação em trabalhos acadêmicos está atrelada ao conceito de apropriação de Roger Chartier. Para ele, o conceito: “[…] permite pensar as diferenças na divisão, porque postula a invenção criadora no próprio cerne dos processos de recepção.” (CHARTIER, 1990, p.136). Ou seja, como explicado por Catani et al.(2001, p. 64), a leitura e utilização das ideias de autores são também criações e interpretações sobre elas.
A avaliação é uma prática social que está presente no cotidiano de toda a sociedade, mais do que presente, ela é parte estruturante da realidade pedagógica. Na perspectiva de Domingos Fernandes, ela pode ser definida como:
[…] todo e qualquer processo deliberado e sistemático de coleta de informação, mais ou menos participativo e interativo, mais ou menos negociado, mais ou menos contextualizado, acerca do que os alunos sabem e são capazes de fazer em uma diversidade de situações. (FERNANDES, 2009, p.20).
A avaliação escolar é entendida, nesse destaque, como constante, sistemática, participativa, interativa, negociada, contextualizada e voltada ao que os alunos sabem e precisam fazer para aprender. Em conformidade, Senna (2020) a compreende como um meio de oportunizar a emancipação dos sujeitos a partir de um trabalho dialógico e contextualizado com a realidade pedagógica que é heterogênea.
Portanto, a pesquisa, assim como o ato pedagógico, é sempre um posicionamento, uma demarcação do eu diante o outro. Verificar quais autores e de que maneira eles são mencionados nas principais publicações acadêmicas do campo traz subsídios para compreender a atualidade e seus encaminhamentos.
3. ANÁLISE E DISCUSSÃO
A análise dos dados foi estruturada em dois eixos complementares: no primeiro, um mapeamento das características gerais dos artigos revisados – incluindo suas temáticas predominantes e abordagens metodológicas; e no segundo, uma investigação aprofundada sobre os padrões de apropriação teórica dos cinco autores mais citados (Fernandes, Luckesi, Perrenoud, Hadji e Hoffmann). Essa divisão permite não apenas contextualizar o corpus documental, mas principalmente analisar criticamente como o campo da avaliação educacional vem dialogando com suas principais referências teóricas.
3.1 ASPECTOS DOS TRABALHOS LEVANTADOS
O mapeamento dos 24 artigos publicados na revista Estudos em Avaliação Educacional entre 2015 e 2020 revela como as pesquisas sobre avaliação da aprendizagem têm se organizado em torno de eixos temáticos específicos, abordagens metodológicas particulares e contextos geográficos diversos. Nas leituras, constatou-se que as temáticas dos artigos são bem variadas, 08 deles abordaram concepções e práticas docentes (ALVES; CABRAL, 2015; ROLDÃO; FERRO, 2015; LARA; BRANDALISE, 2016; SILVA; SILVEIRA, 2018; MACHADO et al., 2018; SIMÃO et al., 2019; ISABEL; SANTOS; FERENC, 2020; GORGULHO; COSTA; SANTOS, 2020). Os outros apresentaram discussões sobre a avaliação: na formação inicial e continuada de professores, 02 (ARAÚJO; ANTUNES, 2018; PASSARELLI, 2020); nos conselhos de classe, 03 (MAGNATA; SANTOS, 2015; MAGNATA; ABRANCHES, 2018; OLIVEIRA; MEDEIROS, 2018); em ambientes virtuais, 02 (ELIAS et al., 2015; DUBOC, 2015); na educação inclusiva, 01 (SILVA; KANASHIRO, 2015); e instrumentos avaliativos, 04 (NASCIMENTO; RÔÇAS, 2015; VIANA, 2015; LUCENA; DIAS; BORRALHO, 2018; MOREIRA; RANGEL, 2015); na autorregulação, 01 (DAVIS, NUNES, 2016); em levantamentos bibliográficos, 02 (BOLDARINE et al., 2017; BIZZOCCHI, 2018); em larga escala, 02 (DALBEN; ALMEIDA, 2015). A diversidade de temas demonstrou como a avaliação está presente e é pensada a partir de diferentes aspectos da vida social e pedagógica. No aspecto metodológico, foi observado definições como: análise a partir do Discurso do Sujeito Coletivo (LARA; BRANDALISE, 2016); análise dos discursos (ALVES; CABRAL, 2015); interação dialógica de Bakhtin (ELIAS et al., 2015); estudo exploratório (ARAÚJO; ANTUNES, 2018); estudo de caso (MAGNATA; SANTOS, 2015; DAVIS; NUNES, 2016); abordagem piagetiana (VIANA, 2015); abordagem criterial (PASSARELLI, 2020); abordagem qualitativa (GORGULHO; COSTA; SANTOS, 2020; LUCENA; DIAS; BORRALHO, 2018; MACHADO et al., 2018; OLIVEIRA; MEDEIROS, 2018; MAGNATA; ABRANCHES, 2018); qualitativa de cunho etnográfico (SILVA; SILVEIRA, 2018); qualitativa com pesquisa ação (NASCIMENTO; RÔÇAS, 2015); e qualitativa com quantitativa (SIMÃO et al., 2019). Em alguns casos, não ficou claro como a opção metodológica dialogou com a proposta de pesquisa, a simples menção de que o trabalho seguiu uma lógica qualitativa não expressa quais os encaminhamentos dados.
Em 06 dos artigos (DALBEN; ALMEIDA, 2015; DUBOC, 2015; MOREIRA; RANGEL, 2015; ROLDÃO; FERRO, 2015; ISABEL; SANTOS; FERENC, 2020; MACHADO et al., 2018) não foi apontado, nos resumos, a metodologia, apenas os instrumentos utilizados nas coletas. Certos instrumentos podem ser utilizados tanto em pesquisas qualitativas quanto quantitativas, com isso, a simples menção não expressa a metodologia empregada. A entrevista foi o instrumento mais utilizado, apareceu 08 artigos (ALVES; CABRAL, 2015; LARA; BRANDALISE, 2016; SILVA; SILVEIRA, 2018; MACHADO et al., 2018; ISABEL; SANTOS; FERENC, 2020; SILVA; KANASHIRO, 2015; MAGNATA; SANTOS, 2015; LUCENA; DIAS; BORRALHO, 2018). Seguida da análise documental, que foi utilizada em 05 artigos (SILVA; SILVEIRA, 2018; MACHADO et al., 2018; ISABEL; SANTOS; FERENC, 2020; MAGNATA; SANTOS, 2015; OLIVEIRA; MEDEIROS, 2018).
Como observado, a maioria das produções abordou a avaliação a partir da visão dos indivíduos que participam do cotidiano pedagógico, sendo assim, os instrumentos mencionados dialogam com tais propostas. As observações foram utilizadas em 04 pesquisas (SILVA; SILVEIRA, 2018; MAGNATA; SANTOS, 2015; LUCENA; DIAS; BORRALHO, 2018; OLIVEIRA; MEDEIROS, 2018). Os questionários em 03 (SIMÃO et al., 2019; ISABEL; SANTOS; FERENC, 2020; GORGULHO; COSTA; SANTOS, 2020). O diário de bordo (GORGULHO; COSTA; SANTOS, 2020), os instrumentos de avaliação (ARAÚJO; ANTUNES, 2018) e a análise de produções textuais (ELIAS et al., 2015) foram mencionados em um artigo cada.
Quatro artigos apresentaram resultados de pesquisas estrangeiras: Roldão e Ferro (2015), de Portugal; Simão et al., (2019) e Isabel, Santos e Ferenc (2020) de Angola; e Gorgulho, Costa e Santos (2020), de São Tomé e Príncipe.
A análise dos 24 artigos publicados na revista Estudos em Avaliação Educacional entre 2015 e 2020 evidencia um panorama diversificado da pesquisa em avaliação da aprendizagem. Percebe-se uma forte inclinação para a discussão de concepções e práticas docentes, o que reflete a preocupação com o cotidiano pedagógico e a atuação dos profissionais da educação.
No que tange aos aspectos metodológicos, o estudo aponta para uma predominância de abordagens qualitativas, com destaque para a entrevista e a análise documental como instrumentos mais frequentemente utilizados. Contudo, é fundamental que as pesquisas explicitem com maior clareza a articulação entre a escolha metodológica e os encaminhamentos propostos, indo além da simples menção do tipo de abordagem. A diversidade de temas e a presença de pesquisas estrangeiras também enriquecem o campo, demonstrando que a avaliação da aprendizagem é um objeto de estudo complexo, presente em diferentes esferas sociais e educacionais, e com relevância em contextos variados.
3.2 AS APROPRIAÇÕES DOS AUTORES
Depois da identificação dos temas e das metodologias, foram levantadas informações sobre os autores citados para sustentar as discussões teóricas sobre avaliação. Na leitura de todos os artigos, constatou-se que em 20 havia pelo menos 01 dos 05 autores selecionados para discussão neste trabalho. Como já explicado, essa verificação ajudou na compreensão da qualidade do diálogo feito nas publicações científicas. Buscou-se, com isso, estabelecer em que nível as relações de apropriação ocorreram, se apenas no nível da apropriação incidental, na da conceitual tópica ou na de modo de trabalho.
O autor mais utilizado foi Domingo Fernandes, em 11 de 20 artigos, no total 08 obras dele foram citadas. Trata-se de um educador português com longa experiência educacional e acadêmica, autor de diversos artigos, livros e referência em países de língua portuguesa e estrangeiros.
Em 03 trabalhos (SIMÃO et al., 2019; GORGULHO; COSTA; SANTOS, 2020; ISABEL; SANTOS; FERENC, 2020), a apropriação de Fernandes foi incidental, pois o autor foi classificado como parte de alguma linha teórica ou citado com outros sem maior aprofundamento ou discussão de conceitos. Os três artigos discutem representações de professores e alunos sobre avaliação e apresentam dados de pesquisas de países africanos, duas de Angola e uma de São Tomé e Príncipe. As obras de Fernandes mencionadas, nestes casos, foram: o livro “Avaliação das aprendizagens: desafios às teorias, práticas e políticas”, edições de 2005 e 2008; o livro “Avaliação em educação: olhares sobre uma prática social incontornável”, de 2011; e o capítulo de livro “Para um enquadramento teórico da avaliação formativa e da avaliação sumativa das aprendizagens escolares”, de 2019.
Outros 06 artigos (MOREIRA; RANGEL, 2015; ROLDÃO; FERRO, 2015; ALVES; CABRAL, 2015; MAGNATA; SANTOS, 2015; BOLDARINE et al., 2017; LUCENA; DIAS; BORRALHO, 2018) utilizaram de apropriações tópicas. Nas discussões, fizeram citações de trechos de obras de Fernandes, de conceitos e revisões teóricas, mas nada aprofundado. Uma tendência percebida nos trabalhos é a utilização da leitura de Fernandes do livro “Fourth generation evaluation”, de Guba e Lincoln, que, desde 2011, é publicado em versão traduzida ao português pela Editora Unicamp. O trabalho de Roldão e Ferro (2015) apresenta os resultados de uma pesquisa portuguesa. A temática dos estudos é variada, em 05, as discussões abarcaram o estudo de concepções, narrativas ou percepções de professores, e alunos, sobre a avaliação, situações avaliativas e os seus efeitos. O artigo de Boldarine et al. (2017) apresenta os resultados de uma revisão bibliográfica sobre avaliação da aprendizagem em periódicos acadêmicos. As obras de Fernandes mencionadas foram: o artigo “Para uma teoria da avaliação formativa” de 2006; o livro “Avaliação das aprendizagens: desafios às práticas e políticas”, de 2005; o livro “Avaliar para aprender: fundamentos, práticas e políticas”, edições de 2008 e 2009; o texto “Dos fundamentos e das práticas. Da avaliação como medida à avaliação formativa”, de 2005; e o texto “Professor da Universidade de Lisboa defende o foco na aprendizagem”, de 2016.
Nos dois artigos restantes (LARA; BRANDALISE, 2016; PASSARELLI, 2020), as apropriações foram caracterizadas como de modo de trabalho. Pois, as ideias apropriadas foram relacionadas no percurso teórico, na metodologia e nos resultados. Os artigos apresentaram resultados de pesquisas que levantaram e discutiram concepções de professores sobre avaliação da aprendizagem. As obras de Fernandes citadas foram: o artigo “Avaliação em educação: uma discussão de algumas questões críticas e desafio a enfrentar nos próximos anos”, de 2013; o artigo “Para uma teoria da avaliação formativa”, de 2006; e o livro “Avaliar para aprender: fundamentos, práticas e políticas”, de 2009.
Em geral, as menções à Fernandes expressam um uso pontual de conceitos dele e da leitura que ele fez da organização de perspectivas avaliativas de Guba e Lincoln. Em consonância, as obras mais citadas são aquelas que trazem esta revisão teórica: “Para uma teoria da avaliação formativa”, “Avaliação das aprendizagens: desafios às teorias, práticas e políticas” e “Avaliar para aprender: fundamentos, práticas e políticas”.
O segundo autor com maior número de ocorrências nos artigos foi Cipriano Carlos Luckesi, em 10 publicações que referenciaram 03 produções dele. Luckesi é um educador brasileiro que aborda a avaliação há mais de 04 décadas, ele é referência no campo educacional brasileiro.
O artigo de Nascimento e Rôças (2015), discute o uso do portfólio como um instrumento viável para integrar a avaliação e a aprendizagem no ensino de Ciências. A obra de Luckesi citada chama “Avaliação da aprendizagem escolar”, de 2002, ele é mencionado entre outros autores, ao que consta, suas discussões auxiliaram na pesquisa, mas não isso não ficou muito claro no artigo.
O uso de conceitos de Luckesi, em 06 trabalhos (ELIAS et al., 2015; SILVA; KANASHIRO, 2015; MAGNATA; SANTOS, 2015; BIZZOCCHI, 2018; SILVA; SILVEIRA, 2018; MAGNATA; ABRANCHES, 2018), foi caracterizado como conceitual tópico. Foram mencionadas ideias do autor sobre: a avaliação utilizada com papel disciplinador; a avaliação para qualificar e não classificar; a avaliação como ato acolhedor, integrativo e inclusivo; a avaliação diagnóstica; e a permanência do educando na escola como elemento definidor da democratização. Nas referências dos artigos, estão: o texto “O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem”, de 2000; e o livro “Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições”, com edições de 2006, 2008 e 2011. As temáticas das publicações são amplas: avaliação em ambientes virtuais; avaliação visual na educação inclusiva; concepções de professores sobre avaliação; análise de relatórios ou materiais que expressem as concepções de avaliação em projetos ou estabelecimentos de ensino.
As apropriações, em 02 publicações (LARA; BRANDALISE, 2016; MACHADO et al., 2018), foram caracterizadas como de modo de trabalho. As ideias dos autores foram apresentadas, contextualizadas e relacionadas ao que foi discutido. Como visto anteriormente, o artigo de Lara e Brandalise (2016) também mostrou este tipo de apropriação com os escritos de Domingos Fernandes. Não que os autores expressem ideias muito semelhantes, diálogos entre contribuições de diferentes perspectivas teóricas são possíveis, desde que respeitando suas individualidades. A produção de Machado et al. (2018) discute as concepções de alunos sobre tal objeto. Os textos mencionados foram: o livro “Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico”, de 2011; e “Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições”, edições de 1998 e 2011.
O terceiro teórico entre os mais mencionados nos artigos é Philippe Perrenoud, um sociológico suíço que trouxe importantes contribuições ao campo educacional e que é reconhecido internacionalmente. No artigo de Roldão e Ferro (2015), a apropriação de Perrenoud é incidental, visto que, é apenas mencionado como parte de um movimento teórico, suas ideias não foram discutidas. O texto referenciado é o capítulo de livro: “Dez princípios para tornar o sistema educativo mais eficaz”, de 2003.
Em 05 artigos (LARA; BRANDALISE, 2016; MACHADO et al., 2018; BIZZOCCHI, 2018; OLIVEIRA; OLIVEIRA; MEDEIROS, 2018; MAGNATA; ABRANCHES, 2018), a apropriação de conceitos de Perrenoud foi conceitual tópica. Entre os conceitos citados, destaca-se: a definição do autor da avaliação formativa como aquela que ajuda o aluno a aprender e como meio de regulação das aprendizagens; as competências que os professores precisam ter para ensinar; e a discussão da escola como fábrica de hierarquias de excelência. As temáticas dos trabalhos foram: percepções de alunos sobre avaliação; análise da participação de estudantes em conselhos de classe e os significados dessa para a avaliação; o julgamento professoral de agentes escolares nos conselhos de classe; e análise crítica de relatórios anuais de unidades de ensino. As obras de Perrenoud citadas são os livros: “Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas”, de 1999; “Dez novas competências para ensinar”, de 2000; e “La construcción del èxito y del fracaso escolar”, de 1996.
No artigo de Lara e Brandalise (2016), diferentes tipos de apropriação podem ser observados, anteriormente, pontuou-se que Fernandes e Luckesi foram bem desenvolvidos nas discussões, enquanto Perrenoud serviu de complemento e comparação nas definições de avaliação. Situação semelhante é observada no artigo de Machado et al. (2018), a apropriação de Luckesi é de modo de trabalho, já de Perrenoud é conceitual tópica.
Processo inverso é percebido nos artigos de Moreira e Rangel (2015) e Alves e Cabral (2015), neles, as apropriações de Fernandes foram conceituais tópicas, já de Perrenoud de modo de trabalho. O uso de Perrenoud foi contextualizado, relacionado com a temática estudada e rediscutida nos resultados apresentados. O primeiro artigo trata de percepções de professores e alunos sobre os processos de correção de exercícios nos cadernos de alunos; o segundo artigo, discute narrativas de professores que relembram situações avaliativas vivenciadas quando alunos. Em Moreira e Rangel (2015), o único livro citado foi “Avaliação. Da excelência à regulação das aprendizagens: entre duas lógicas”, de 1999.
No trabalho de Alves e Cabral (2015) foi utilizado obras de Perrenoud em francês e português, são elas: o artigo “L’Évaluation formative dans un enseignement différencié”, de 1982 e também de autoria de Linda Allal e Jean Cardinet; o capítulo de livro “Des différences culturelles aux inégalités scolaires: l’évaluation et la norme dans un enseignement indifférencié”, de 1979; o artigo “Pour une approche pragmatique de l’évaluation formative” de 1991; o livro “L’évaluation des élèves. De la fabrication de l’excellence à la régulation des apprentissages”, de 1998 e que só apareceu nas referências do artigo; e em português: o capítulo de livro “Não mexam na minha avaliação! Para uma abordagem sistémica da mudança pedagógica” de 1982; e o artigo “Os dez não-ditos ou a face escondida da profissão docente”, de 1999.
O quarto autor com mais ocorrências nos artigos é Charles Hadji. Pesquisador francês que há mais de 20 anos aborda questões relacionadas à formação de professores, entre elas, a avaliação da aprendizagem.
Os artigos de Elias (2015), Magnata e Santos (2015) e Machado et al.(2018) fizeram apropriações incidentais de Charles Hadji. No primeiro, que discute processos avaliativos em uma disciplina de especialização, o autor é apenas arrolado entre outros; no segundo, um estudo sobre o conselho de classe como instrumento de avaliação, a citação foi indireta. Para falar de Hadji, Magnata e Santos (2015) citaram Luis (2010); no terceiro artigo, um estudo sobre percepções de alunos sobre avaliação, o autor é mencionado no final de um parágrafo, mas não trazido para discussão. O livro “Avaliação desmistificada”, de 2001, foi referenciado nos artigos de Elias et al. (2015) e Machado et al. (2018).
A apropriação de maneira conceitual tópica de Hadji foi percebida em outros 05 trabalhos (DALBEN; ALMEIDA, 2015; NASCIMENTO; RÔÇAS, 2015; MAGNATA; ABRANCHES, 2018;SIMÃO et al., 2019; PASSARELLI, 2020). Nos artigos, as ideias de Hadji foram utilizadas para complementar pontos da discussão, relacionar com as ideias de outros teóricos e apontar como uma ou outra afirmação contribuiriam para o tema abordado nos artigos. Entre as questões citadas, estão: a ideia de avaliação como processo multidimensional que se dá em diversos campos; avaliação como auxiliar do processo de ensino-aprendizagem; como processo de regulação; e os pressupostos de uma avaliação formativa para o autor. As temáticas dos trabalhos foram: a importância de uma avaliação externa mais ligada com o trabalho desenvolvido nos estabelecimentos de ensino; o portfólio como instrumento avaliativo; participação de estudantes em conselho de classe e os impactos na avaliação; discussão sobre avaliação da produção textual; e caracterização de concepções de professores. As obras de Hadji utilizadas foram os livros: “Avaliação desmistificada”, de 2001; e “Avaliação: a regra do jogo”, de 1994.
As apropriações de Hadji no artigo de Gorgulho, Costa e Santos (2020) foram caracterizadas como de modo de trabalho. A discussão exposta na publicação utilizou as discussões do pesquisador francês para subsidiar as análises e aprofundar as reflexões desenvolvidas. O trabalho relata concepções e práticas de professores sobre avaliação escrita, o estudo ocorreu em São Tomé e Príncipe. As obras citadas foram os livros: “A avaliação, regras do jogo: das intenções aos instrumentos”, de 1994; e “Avaliação desmistificada”, de 2001.
A última autora entre os com maior ocorrência nos artigos é Jussara Hoffmann, reconhecida acadêmica brasileira que discute o papel da avaliação nos processos de ensino e aprendizagem. Nos artigos de Nascimento e Rôças (2015) e de Machado et al. (2018), as apropriações foram vistas como incidentais. Tanto no primeiro, um estudo sobre o uso do portfólio no ensino de Ciências, quanto no segundo trabalho, que discute percepções de alunos sobre avaliação, a autora foi apenas mencionada. As obras referenciadas foram: os livros: “Avaliar para promover: as setas do caminho”, edições de 2001 e 2008”; e “Avaliação, mito e desafio: uma perspectiva construtivista”, de 2011.
Já a apropriação conceitual tópica foi identificada em 04 artigos (ELIAS et al., 2015; MAGNATA; SANTOS, 2015; SILVA; SILVEIRA, 2018; ISABEL; SANTOS; FERENC, 2020). As questões mais mencionadas foram: avaliação mediadora; a importância do diálogo nos processos avaliativos; o papel do conselho de classe; avaliação como reflexão transformada em ação; e avaliação como tomada de decisão. As temáticas dos artigos vão de avaliação em conselhos de classe até reflexões sobre práticas e concepções avaliativas. As obras referenciadas foram os livros: “Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade”, edições de 2003 e 2012; “Avaliação – mito e desafio: uma perspectiva construtivista”, edições de 2000 e 2003; “Avaliar para promover: as setas do caminho”, edições 2009 e 2014; e “O jogo contrário em avaliação”, de 2014.
Por fim, o artigo de Magnata et al. (2018) demonstrou uma apropriação das ideias de Hoffmann de modo de trabalho. Como visto em outros, a autora tem grande repercussão em trabalhos que discutem a avaliação no conselho de classe. Também é muita utilizada em discussões sobre a avaliação como meio de promover diálogo e mediação nos contextos pedagógicos.
4. CONCLUSÕES
A produção científica resulta dos constantes, complexos e conflitantes processos de leitura e releitura das realidades e de suas diferentes interpretações. O estudo de um dado objeto é sempre um exercício exaustivo que visa estabelecer novas perspectivas, ainda que a questão já tenha sido explorada, busca-se outras possibilidades. Em produções acadêmicas, percursos teóricos são como alicerces do trabalho que foi desenvolvido. Mencionar uma ideia, estabelecer conexões com outras, utilizá-las como base para análises e reflexões são etapas iniciais e estruturantes.
A proposta deste trabalho foi verificar quais autores são mais utilizados, nas discussões sobre avaliação, em publicações da revista Estudos em Avaliação Educacional, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Como apontado, o periódico é o de maior referência no Brasil sobre avaliação e os trabalhos publicados nele servem como síntese dos encaminhamentos no campo educacional.
O levantamento abrangeu 06 anos (2015-2020), alcançou 24 artigos com a palavra-chave: avaliação da aprendizagem e, após leitura de todos, verificou-se que 20 mencionaram pelo menos 01 dos 05 autores com maior número de ocorrências nas publicações. Por um lado, foi percebido que o estudo de concepções e práticas pedagógicas de avaliação estivera em alta no período pesquisado, por outro lado, constatou-se que há uma variedade de abordagens, discussões sobre a avaliação: na formação inicial e continuada de professores; em conselhos de classe; em ambientes virtuais; na educação inclusiva; entre outras coisas.
Na maioria dos trabalhos a metodologia empregada foi a qualitativa, perspectiva que está mais relacionada ao estudo de fenômenos sociais. Os instrumentos mais citados foram: entrevistas, análises documentais e observações com registros. Ferramentas que permitem a coleta da visão dos sujeitos sobre a realidade que participam, seja por meio de suas falas, seja por meio dos documentos que produzem e utilizam no cotidiano.
Os 05 autores mais mencionados foram: Domingos Fernandes (8 obras citadas em 11 artigos); Cipriano Carlos Luckesi (3 obras em 10 artigos); Philippe Perrenoud (9 obras em 9 artigos); Charles Hadji (2 obras em 9 artigos); e Jussara Hoffmann (4 obras em 7 artigos). O tipo de apropriação mais observada foi a conceitual tópica (27 ocorrências), que ocorre quando conceitos e afirmações dos autores são trazidos para os artigos, mas sem aprofundamento ou contextualização. Normalmente, a intenção é reforçar algum argumento do artigo. Seguida pela apropriação incidental (com 10 ocorrências) que é percebida quando os autores são apenas colocados nas referências ou citados, entre outros no texto, como parte de uma teoria ou para dar base para algum argumento. Por fim, poucos trabalhos apresentaram a apropriação de modo de trabalho (08). Que é vista quando o uso dos autores é contextualizado com as teorias deles e suas ideias são relacionadas com o tema trabalhado. As apropriações dos 05 autores seguiram dinâmica igual, maior número de apropriações tópicas, um pouco de incidentais e, por fim, as apropriações de modo.
A partir dos resultados, concluiu-se que a qualidade do diálogo empreendido na maioria das publicações é do nível conceitual tópica, ou seja, trechos das obras dos autores, bem como algumas ideias, são apresentados nos artigos, mas não aprofundados e nem discutidos. Visto que, as citações são diálogos entre textos, a verificação do nível destas relações expressa de como estes autores são utilizados no campo científico e, por consequência, no educacional.
As menções encontradas de Domingos Fernandes foram as que melhor demonstraram essas diferenças, em muitos casos, quando utilizado, as citações foram sobre sua leitura de Guba e Lincoln, autores que desenvolveram um panorama teórico sobre avaliação e com os quais Fernandes desenvolve conexões teóricas. Assim, as citações das obras do autor não trataram de suas ideias, da sua teorizada Avaliação Formativa Alternativa (AVA), mas de sua leitura de outros teóricos.
Mais do que perceber a maior presença de um autor, este trabalho tratou da maneira como essa aparição se deu. Com isso, constatou que grande parte das menções não são bem contextualizadas, às vezes, apenas constam como um apêndice das discussões. A apropriação de ideias dos autores para comparações, exemplificações e até discordâncias é um processo natural e comum na produção do saber científico. A pesquisa é um recorte das possibilidades do estudo de um objeto, a produção acadêmica resultante é outro recorte dos resultados alcançados, por fim, uma publicação acadêmica é um recorte menor de todo o processo desenvolvido. Este último, se bem contextualizado, apresenta de forma clara e objetiva o caminho percorrido e os motivos da seleção apresentada.
Por fim, o trabalho realizado reforça a noção de que os resultados de uma pesquisa são construídos por meio de diálogos com outras, seja em menções pontuais, seja em discussões contextualizadas. Essa análise reforça a percepção de que o aprofundamento no diálogo com as fontes primárias resulta em um uso mais contextualizado e crítico das teorias, o que enriquece os debates e evita reducionismos.
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1Doutorando em Educação pela Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Marília. e-mail: luiz.senna@unesp.br
2Docente da Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Marília. raquel.leite@unesp.br.
3Doutor formado na Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Marília. e-mail: fabio.alves@unesp.br
4Doutora formada na Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Marília. e-mail: mariana.montanhini@unesp.br