O JARDIM SENSORIAL COMO FERRAMENTA INTERDISCIPLINAR PARA INCLUSÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE DA LITERATURA CIENTÍFICA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10038302


Ana Paula Silva Santos¹
Roney Nunes de Andrade Nascimento²
Rosangela Aparecida Oliveira³


RESUMO

Este artigo aborda o tema dos jardins sensoriais como ferramentas para promover a inclusão social e a educação ambiental. O problema de pesquisa consiste em investigar o impacto e os benefícios desses jardins, considerando a diversidade de grupos sociais, e compreender como eles contribuem para a conscientização ambiental. O objetivo geral deste estudo foi analisar a literatura científica atual relacionada a jardins sensoriais, realizando uma revisão sistemática para identificar características essenciais desses espaços e avaliar seu impacto na inclusão social e educação ambiental. A metodologia incluiu uma busca criteriosa de fontes em bases de dados acadêmicos, a seleção de estudos relevantes e a análise crítica dos resultados. Os principais resultados indicam que os jardins sensoriais têm potencial para promover a inclusão social de grupos diversos, aprimorar o bem-estar das pessoas com necessidades especiais e aumentar a conscientização ambiental. No entanto, há lacunas na pesquisa que demandam estudos de longo prazo, generalização para contextos culturais diversos e a exploração de estratégias educacionais específicas. Em conclusão, este estudo destaca o valor dos jardins sensoriais como ferramentas interdisciplinares que podem contribuir para uma sociedade mais inclusiva e consciente do meio ambiente. O conhecimento gerado nesta revisão da literatura oferece informações valiosos para orientar pesquisas futuras e práticas educacionais voltadas para a ascensão da sustentabilidade e inclusão social no país.

Palavras-chave: Jardins Sensoriais; Inclusão Social; Educação Ambiental; Revisão de Literatura.

INTRODUÇÃO

Os jardins sensoriais têm se destacado como espaços multifuncionais que transcenderam sua função inicial de simples áreas verdes decorativas. Esses ambientes meticulosamente projetados incorporam uma variedade de elementos sensoriais, como aromas, texturas, cores e sons, com o intuito de proporcionar experiências enriquecedoras para todos os que os frequentam. Segundo Cordeiro et al., (2019) o Jardim Sensorial (JS) é um espaço educativo informal que convida as pessoas a desfrutar da natureza, relembrar memórias emocionais da infância ou de outras fases de suas vidas. Este local tem como objetivo principal proporcionar diversão e satisfação aos visitantes, promovendo a integração harmoniosa com o ambiente natural e estimulando um contato mais profundo com a natureza. A abordagem técnica do Jardim Sensorial visa despertar e aguçar os sentidos humanos que muitas vezes estão subutilizados, tornando-os novamente vívidos e perceptivos.

Além disso, os jardins sensoriais têm sido reconhecidos como ferramentas valiosas para a promoção da inclusão social e a educação ambiental, estabelecendo uma ponte entre o contato com a natureza e o desenvolvimento de habilidades cognitivas e emocionais.

Diante desse contexto, este estudo visa investigar o impacto dos jardins sensoriais na promoção da inclusão social e na educação ambiental por meio de uma revisão da literatura de pesquisas atuais sobre jardins sensoriais. Assim, essa pesquisa objetiva fornecer uma visão ampla e atual sobre o tema jardins sensoriais, buscando identificar, lacunas e áreas de conflito na pesquisa existente.

Para alcançar o objetivo principal elenca-se os objetivos específicos: identificar as características e elementos essenciais de um jardim sensorial eficaz no sentido de inclusão social e educação ambiental; realizar uma avaliação dos resultados de estudos sobre os benefícios dos jardins sensoriais na promoção da inclusão social de diversos grupos, que vão desde crianças com necessidades especiais até idosos e indivíduos marginalizados e explorar estratégias pedagógicas e educacionais usadas em conexão com os jardins sensoriais, visando promover a conscientização ambiental.

Ao analisar profundamente a potencialidade dos jardins sensoriais como ferramentas interdisciplinares para a inclusão social e a educação ambiental, este estudo busca contribuir para um entendimento mais completo e embasado sobre o tema em tela, com a expectativa de inspirar avanços no desenvolvimento e implementação desses espaços inclusivos e educacionais em nossa sociedade.

Este trabalho de revisão da literatura foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica sistemática, com o intuito de identificar e analisar trabalhos científicos, tais como artigos científicos, livros, monografias, dissertações e outros materiais importantes que abordam sobre os jardins sensoriais, educação ambiental e inclusão social.

Assim, para a seleção dos trabalhos, foram acessados as seguintes bases de dados acadêmicos: Revista Scielo, Google Acadêmico, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), Plataforma Sucupira – CAPES entre outros bancos de dados. Para refinar a busca por trabalhos que abordassem sobre a temática em tela, foram utilizadas as seguintes palavras-chaves: educação ambiental, jardins sensoriais, inclusão social, benefícios dos jardins sensoriais e espaços verdes inclusivos. Vale mencionar que o recorte temporal foi de pesquisas publicados de 2013 a 2023, com o intuito de buscar informações mais recentes e relevantes sobre os benefícios dos jardins sensoriais.

Vale ressaltar que apenas os trabalhos publicados em português foram considerados para este estudo, onde foram incluídos trabalhos que abordam os jardins sensoriais e sua relação com a inclusão social e a educação ambiental, incluindo estudos de caso, revisões sistemáticas e pesquisas empíricas. Foram excluídos materiais que não possuem relação direta com o tema ou que não atendam aos critérios de qualidade metodológica. Em suma os materiais selecionados foram avaliados por meio de uma análise crítica, na qual foram destacados os principais resultados, metodologias e conclusões de cada estudo. Os principais achados da revisão foram sintetizados e organizados de acordo com os objetivos específicos definidos na introdução. E por fim foi realizada a discussão crítica sobre como os jardins sensoriais contribuem para a inclusão social e a educação ambiental, com base nas evidências encontradas na literatura.

REVISÃO DA LITERATURA

Jardins Sensoriais e sua Evolução Conceitual

Os jardins sensoriais, eram entendidos de início como ambientes designado para o relaxamento e apreciação, no entanto, houve inúmeras evoluções nos últimos anos fazendo com que esses espaços se tornassem ambientes terapêuticos e educacionais. Esses espaços, atualmente são desenvolvidos visando estimular os sentidos humanos, buscando por sua vez oferecer diversas experiências sensoriais tais como: o toque de texturas distintas, observação de cores vibrantes e também apreciação por exemplo de fragrâncias. Os estudos atuais evidenciam que a definição dos jardins sensoriais os delineia como ambientes/ferramentas muito importantes para a melhoria da qualidade de vida de indivíduos de todas as idades e camadas sociais.

Além disso, esses espaços para observar e relacionar-se com as plantas podem ser criados em uma ampla variedade de estilos, dimensões e materiais. Isso inclui desde construções feitas com tijolos de cerâmica ou alvenaria, até estruturas feitas de paletes de madeira, ou até mesmo materiais reciclados como garrafas PET descartáveis (CORDEIRO et al., 2019).

Segundo Osório (2018) o Jardim Sensorial tem suas raízes fundamentadas no construtivismo, pois reconhece e valoriza os visitantes e suas ideias, priorizando seu envolvimento e aproveitando seus conhecimentos prévios para contribuir na construção do conhecimento científico. Ele funciona principalmente como um ambiente educacional não formal, onde os alunos podem se envolver em um processo de aprendizado agradável, participando ativamente, e onde os conteúdos acadêmicos são apresentados de forma descontraída, transformando cada um dos participantes em um colaborador ativo no processo de aprendizagem.

De acordo Bezerra (2020) uma característica essencial dos jardins é a capacidade de envolver os cinco sentidos humanos, proporcionando sensações agradáveis, tais como: sentir (localizado nos receptores táteis da pele): ao acariciar as folhas de uma planta ou andar descalço pela terra; Cheirar (localizado na glândula pituitária dentro do nariz): ao perceber o aroma das flores e o cheiro da floresta; Ver (localizado nos olhos): ao apreciar a paisagem de um belo jardim, com suas diversas cores e formas; Ouvir (localizado no ouvido): ao escutar o som do vento nas árvores ou o ruído da água fluindo por uma cachoeira; Provar (localizado nas papilas gustativas na língua): ao experimentar o sabor de uma fruta (BEZZERA, 2020). Dessa forma, os jardins sensoriais proporcionam uma rica e envolvente experiência multissensorial que estimula e agrada a todos os sentidos humanos.

Além disso, esse contato sensorial aguça a curiosidade, um elemento crucial no ato de adquirir conhecimento. Podendo ainda ser uma ponte para abordagens de inúmeros temas tais como: o estudo da botânica, dos ecossistemas, da Educação Ambiental e da percepção sensorial (OSÓRIO, 2018).

Assim, podemos delinear o Jardim Sensorial como uma abordagem educativa informal que permite a exploração integrada e abrangente de conceitos relacionados à natureza, biodiversidade e consciência ambiental. Isso significa que ele oferece uma maneira de ensinar esses conceitos de forma prática e interdisciplinar, indo além das fronteiras tradicionais das disciplinas como sugerido por Silva e Libano (2015) no campo da Educação Ambiental.

Desse modo, as atividades ao ar livre proporcionam ocasiões em que as pessoas têm a oportunidade de vivenciar a ciência em um ambiente natural como se fosse um laboratório. Essa forma de exposição se destaca por sua ênfase na interação, criando um ambiente descontraído e atraente que motiva os visitantes a explorar e interagir de maneira mais ativa com os elementos expostos, em comparação com exposições convencionais realizadas em espaços fechados (MIR, 2002).

Nesse contexto, os jardins sensoriais, quando utilizados como espaços educativos informais, têm o potencial de desempenhar um papel importante na promoção de uma conexão mais estreita entre as pessoas e a natureza, especialmente no que se refere ao ensino de assuntos relacionados à botânica (OSÓRIO, 2018).

Benefícios da Interação com Jardins Sensoriais

A literatura científica evidencia uma série de benefícios associados à interação com jardins sensoriais. Estes benefícios incluem: a redução do estresse e da ansiedade, o aumento do bem-estar emocional, a melhoria da concentração e cognição, bem como o estímulo à criatividade e à expressão. Além disso, a inclusão social facilitada pelos jardins sensoriais contribui para a construção de comunidades mais coesas e inclusivas.

A pesquisa desenvolvida por Osório (2018) sobre o “Jardim Sensorial como Instrumento para Educação Ambiental, Inclusão e Formação Humana” enfatiza sobre inúmeros benefícios decorrentes da interação com jardins sensoriais. O quadro 1 a seguir apresentam os principais aspectos ressaltados pela autora:

Tabela 1 – Benefícios da interação com jardins sensoriais

Benefícios decorrentes da interação com jardins sensoriais

Promoção da Educação Ambiental
Os jardins sensoriais oferecem um ambiente propício para a aprendizagem relacionada à natureza e à biodiversidade, incentivando a conscientização ambiental.

Estímulo à Inclusão:
Esses jardins proporcionam uma experiência inclusiva, adaptada para pessoas com diferentes habilidades e necessidades, tornando o aprendizado acessível a todos.

Fortalecimento da Conexão Humano-Natureza
A interação com jardins sensoriais ajuda a estreitar o vínculo entre as pessoas e o ambiente natural, incentivando uma apreciação mais profunda e uma relação mais saudável com a natureza.

Desenvolvimento da Percepção Sensorial
A exploração sensorial desses espaços estimula os sentidos humanos, despertando a curiosidade e aguçando a percepção sensorial.

Abordagem Lúdica e Descontraída
Os jardins sensoriais proporcionam um ambiente descontraído e divertido, o que torna o processo de aprendizado mais envolvente e prazeroso.

Fonte: Adaptada de Osório (2018).

Os jardins sensoriais surgem como uma ferramenta multifacetada que não apenas promove a educação ambiental, mas também contribui para a inclusão e a formação holística do indivíduo, melhorando a relação entre ser humano e natureza e estimulando uma apreciação mais intensa do mundo natural.

Segundo Machado e Barros (2020), parques e jardins exercem um papel significativo em diversas áreas, incluindo a promoção da inclusão, a promoção do bem-estar, a facilitação da aprendizagem, a promoção da interação social e até mesmo a terapia. Além disso, pessoas com deficiência podem não apenas buscar um jardim que atenda exclusivamente às suas necessidades, mas também valorizam a oportunidade de desfrutar de um espaço que seja acessível e compartilhado por todos.

O estudo de Camacho et al., (2013) demonstrou que o conceito de jardim sensorial pode ser aplicado com sucesso em uma variedade de ambientes, incluindo escolas, universidades, museus, hospitais e outros locais, contanto que haja um planejamento adequado para sua implementação. Além disso, essa abordagem proporciona uma experiência completa de interação com os sentidos para aqueles que utilizam esse espaço.

As atividades realizadas em jardins sensoriais oferecem experiências mais agradáveis e tornam o aprendizado mais prazeroso, proporcionando às crianças a oportunidade de aprimorar sua conexão com a natureza. Isso, por sua vez, estimula uma maior compreensão da diversidade de vida no planeta e aprimora sua integração com o meio ambiente e sua própria comunidade cultural, conforme destacado por Santos e Dionísio (2016).

Os autores supracitados ainda enfatizam que as atividades realizadas em jardins sensoriais oferecem experiências mais agradáveis e tornam o aprendizado mais prazeroso, proporcionando às crianças a oportunidade de aprimorar sua conexão com a natureza. Isso, por sua vez, estimula uma maior compreensão da diversidade de vida no planeta e aprimora sua integração com o meio ambiente e sua própria comunidade cultural (SANTOS; DIONÍSIO, 2016).

Portanto, quando o jardim sensorial é cuidadosamente planejado e implementado, considerando aspectos essenciais como sua adaptação ao nível de ensino, o estabelecimento de parcerias, a organização de atividades que aproveitam o espaço e a integração de diversas disciplinas acadêmicas, ele demonstra um grande potencial para promover a integração (BEZERRA, 2020).

Lacunas na Pesquisa e Necessidades Futuras

Apesar dos avanços na compreensão acerca dos jardins sensoriais, inclusão social e educação ambiental, a literatura também aponta para lacunas significativas na pesquisa. Inúmeras pesquisas ainda se concentram em contextos específicos e falta uma análise mais abrangente das práticas mais eficazes em diferentes contextos culturais e sociais. Além disso, se faz necessário o desenvolvimento de mais pesquisas visando explorar a longo prazo os efeitos da interação com jardins sensoriais e como esses efeitos podem influenciar a inclusão social e a sustentabilidade em nível comunitário.

De acordo com a pesquisa de Bezerra (2020) sobre o uso de jardins sensoriais como instrumento de inclusão social evidencia uma perspectiva relevante para a educação e o bem-estar em diferentes realidades. Todavia, vale apontar algumas lacunas na pesquisa e assinalar necessidades futuras em relação à implantação desses jardins. Essencialmente, é notório a necessidade do desenvolvimento de mais pesquisas, que busquem avaliar os impactos positivos dos jardins sensoriais em inúmeros grupos sociais onde podemos incluir: crianças, pessoas com deficiência, idosos etc. Buscando compreender como esses indivíduos se beneficiam e interagem com os jardins sensoriais, gerando assim uma implementação inclusiva e eficiente.

Além disso, é de suma importância abordar sobre a questão da acessibilidade e adaptação dos jardins sensoriais visando atender às necessidades individuais de diferentes indivíduos. Isso envolve considerar não apenas os aspectos físicos, como rampas e sinalização tátil, mas também a disponibilidade de materiais sensoriais adequados e atividades que sejam inclusivas e culturalmente sensíveis. Também seria valioso explorar o potencial desses jardins como ferramentas terapêuticas em hospitais e instituições de cuidados de saúde mental, o que pode requerer pesquisas adicionais para estabelecer protocolos eficazes de uso. Em resumo, há um vasto campo de pesquisa e oportunidades futuras para expandir o conhecimento sobre os benefícios e a implementação eficaz dos jardins sensoriais em diversos contextos, visando uma maior inclusão social e qualidade de vida (BEZERRA, 2020).

Portanto, a literatura evidencia que os jardins sensoriais têm um potencial expressivo como instrumentos interdisciplinares para promover a inclusão social e a educação ambiental. Ao resumir os achados da pesquisa existente, esta revisão fornece uma base sólida para a discussão e conclusões que se seguirão, abrindo caminho para recomendações práticas e futuras pesquisas na área.

Os Jardins Sensoriais como uma ferramenta transformadora para Inclusão Social e Educação Ambiental

Por meio da revisão da literatura foi possível ainda realizar uma análise crítica dos estudos que abordam sobre os jardins sensoriais como ferramentas de inclusão social e educação ambiental. Alguns estudos abordaram sobre esses benefícios. Dentre eles podemos destacar:

O Estudo de Bezerra (2020) buscou averiguar sobre o uso de jardins sensoriais como instrumento de inclusão social. Os resultados deste estudo evidenciaram que a criação de jardins sensoriais pode efetivamente colaborar para a inclusão de diferentes grupos sociais, incluindo crianças com necessidades especiais. O autor identificou que a interação com elementos sensoriais nos jardins estimulou o desenvolvimento de habilidades motoras e sensoriais em crianças com deficiências, promovendo sua participação ativa e inclusão em atividades ao ar livre. Este estudo ressaltou a importância do planejamento cuidadoso do design do jardim e do envolvimento da comunidade na criação desses espaços inclusivos.

Já o estudo de Osório (2018) explorou o potencial do jardim sensorial como instrumento para educação ambiental, inclusão e formação humana. Os resultados destacaram que os jardins sensoriais oferecem um ambiente rico para a conscientização ambiental. Os participantes deste estudo relataram uma maior conexão com a natureza e uma maior compreensão das interações entre os seres humanos e o ambiente. Além disso, o estudo enfatizou como a experiência sensorial nos jardins pode promover a inclusão, criando um espaço de igualdade onde as diferenças são valorizadas e celebradas. Essa abordagem se alinha com os princípios da educação inclusiva.

Já a pesquisa de Silva e Libano (2015) buscaram investigar sobre a pré-posição de plantas para a preparação de um jardim sensorial. Embora esta pesquisa tenha buscado focar mais na fase de planejamento e design de jardins sensoriais, ele nos fornece importantes ponderações a respeito de como realizar a escolha correta de plantas e demais objetos que estimulem os sentidos. Assim, o estudo evidencia que a escolha destas, deve ser feita de modo planejado e criterioso, visando estimular os sentidos dos indivíduos. Além disso, por meio destas escolhas será possível criar experiencias sensoriais diversificadas para os visitantes do jardim sensorial.

Todavia, o estudo de Silva e Libano (2015), fomentam sobre o potencial dos jardins sensoriais no processo de inclusão social e educação ambiental, enfatizando a relevância do planejamento e do envolvimento da sociedade na criação desses espaços.

Vale ressaltar que, mesmo estes estudos evidenciando informações importantes, ainda emerge a necessidade do desenvolvimento de mais pesquisas que busquem aprofundar a compreensão dos impactos ao longo prazo da interação com esses jardins.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revisão da literatura sobre o uso de jardins sensoriais como ferramentas para promover a inclusão social e a educação ambiental revela uma convergência de evidências que ressaltam o valor e o potencial significativo desses espaços interdisciplinares. Os estudos analisados oferecem insights valiosos sobre como os jardins sensoriais podem influenciar positivamente a vida das pessoas e contribuir para uma sociedade mais inclusiva e consciente do meio ambiente.

Primeiramente, os resultados dos estudos de Bezerra (2020), Osório (2018) e Silva e Libano (2015) demonstram claramente que os jardins sensoriais têm um impacto positivo na inclusão social de diferentes grupos, incluindo crianças com necessidades especiais, bem como na promoção da conscientização ambiental. Esses espaços oferecem oportunidades únicas para estimular os sentidos, criar ambientes inclusivos e proporcionar experiências sensoriais enriquecedoras.

Os resultados também apontaram que esses jardins, desempenham um papel fundamental na promoção do bem-estar dos indivíduos uma vez que proporciona uma experiência imersiva que estimula os cinco sentidos. Onde esses estímulos são capazes de reconectar as pessoas com a natureza de uma forma e terapêutica. Vale mencionar que os jardins sensoriais têm ainda o potencial de beneficiar diversas comunidades, promovendo a educação ambiental e garantindo que mais indivíduos possam deleitar-se de seus benefícios.

A relevância desses achados é notável, tanto para a ciência quanto para a sociedade em geral. Os jardins sensoriais não são apenas áreas de lazer, mas ferramentas educacionais e terapêuticas que podem melhorar a qualidade de vida das pessoas, promover a inclusão e despertar a consciência ambiental. Isso é de suma importância em um mundo onde a desconexão com a natureza e a exclusão social são desafios significativos.

Além disso, por meio deste estudo foi possível identificar o apontamento para pesquisas futuras. Onde emerge a necessidade do desenvolvimento de mais estudos que busquem analisar e investigar a longo prazo os efeitos da interação com jardins sensoriais de diferentes indivíduos.

É conclusivo que esses jardins têm um impacto positivo no ser humano, independentemente da idade, ao estimular, concentrar e promover o seu desenvolvimento, entre outros benefícios. Esse recurso versátil demonstrou sua eficácia comprovada e tem o potencial de melhoria ou bem-estar de forma abrangente.

Por fim, se faz necessário ainda a realização da exploração de estratégias pedagógicas com o intuito de utilizar-se dos jardins sensoriais na perspectiva do ensino de educação ambiental.

REFERÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEZERRA, Rafaela Ferreira. Jardim Sensorial como Instrumento de Inclusão Social. Trabalho de conclusão de curso. Universidade Federal Rural da Amazônia como requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Agronomia. Orientadora: Profa. Dra. Ruth Helena Cristo Almeida. Belém, 2020. Disponível em: https://bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/1669/4/Jardim%20sensorial%20como%20instrumento%20de%20inclus%C3%A3o%20social.pdf. Acesso em 11 de set. 2023.

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OSÓRIO, Maria Gabriela Waiszczyk. O jardim sensorial como instrumento para educação ambiental, inclusão e formação humana: Uma proposta para o campus Reitor João David Ferreira Lima da Universidade Federal de Santa Catarina. Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas. Orientador: Prof. Dr. Rafael Trevisan. Florianópolis, 2018. Disponível em https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/192871/TCC%20-%20Maria%20Gabriela%20W..pdf?sequence=1&isAllowed=y#:~:text=O%20Jardim%20Sensorial%20revela%2Dse,Ambiental%20e%20da%20percep%C3%A7%C3%A3o%20sensorial.. Acesso em 12 de set. 2023.

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¹Agronomia, Instituto Educacional Santa Catarina – IESC. Guaraí – TO.

²Agronomia, Instituo Educacional Santa Catarina – IESC. Guaraí – TO.

³Doutora, Agronomia, Instituto Educacional Santa Catarina – IESC. Guaraí – TO. Email: rosangela.oliveira@iescfag.edu.br