VISÃO HOLÍSTICA DO PROFESSOR FRENTE AS MODIFICAÇÕES NA EDUCAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10002391


Rafael Raszl


RESUMO

A educação do ensino superior atual passa por uma fase histórica onde o professor deixou de ser protagonista para oferecer suporte integral ao desenvolvimento do aluno, onde o mesmo deve buscar o conhecimento seja de forma construtiva ou até mesmo através da modalidade hibrida. A contextualização educacional tomou proporcionalidade tão grande que constitui um novo foco de aprendizado, onde a modalidade de ensino passou a depender exclusivamente da técnica de manipulação de aula exercida pelo aluno, ou seja, a garantia do aprendizado ainda é proporcionada pelo professor. Este estudo é baseado em uma revisão bibliográfica que tem como objetivo traçar a visão holística do professor acerca das modificações recentes do ensino superior. 

PALAVRAS-CHAVE: Docente. Ensino Superior. Educação. 

1 INTRODUÇÃO

A prática da educação atual é rotulada na perspectiva do aluno se tornar o maior meio de condução da informação, onde assumir uma postura de professor autônomo é um dos pressupostos de formação continuada necessária para a evolução da dinâmica em sala de aula, pois transforma a autonomia profissional, tornando-o reflexiva e capaz de interferir pedagogicamente para a construção da cidadania do discente/docente em sua busca constante pelo conhecimento e atitudes que sejam capazes de transformar a sociedade em algo diretamente ligada a comunicação social (ALONSO, 2010). Fato este averiguado através da formação continuada, processo fundamental para o desenvolvimento do intelectualismo nas universidades, e não deve ser concebida como o meio de acumulação de conhecimentos e técnicas passivas, no qual acaba gerando frustação do processo educacional (BRASIL, 2016).

Baseado em reflexão crítica sobre as práticas e de reconstrução permanente de uma identidade profissional em interação mútua em que os docentes devem ser reconhecidos em seus processos de construção de autonomia intelectual transformadora, onde seu reconhecimento é concluído com quando seu aluno consegue transmitir a informação a ponto de virar conhecimento para o próximo. Principalmente no sentido de conceber a atividade docente implica pensá-la politicamente, e isso não se aprende fora da prática do cotidiano (SALATA, 2018).

As universidades necessitam repensar sua missão e defini-la segundo modalidades que reconhecem as verdadeiras contribuições do corpo docente, ou seja, estamos passando por uma fase onde é necessário o docente ajudar a construir as ementas educacionais referente a sua disciplina ministrada (AMARAL, 2003). Além da arte especializada da descoberta, seria preciso reconhecer a arte da integração que opera a síntese dos resultados já obtidos e lança pontes entre as disciplinas; bem como a arte da aplicação que presta serviços à coletividade. É necessário também que se reveja a arte do ensino, consequentemente sua estrutura e pilares para formar um horizonte da relação professor/aluno, na busca da formação de futuros pesquisadores, como alicerce da educação futuramente (CARINA; OLIVEIRA, 2015). 

Ademais, é fundamental o processo de reflexão crítica que permiti avançar num seguimento de transformação da prática pedagógica mediante sua própria transformação como intelectuais críticos. Auxiliar a formação do senso crítico é criar um clima de constante curiosidade intelectual, o qual levará inevitavelmente a questionamentos direto sobre a reestruturação da educação no ensino superior (NEVES, 2012). 

Diante disso, cabe ao docente transformador favorecer um ambiente, dentro e fora da sala de aula, de reflexão dos discentes, transformando-os em intelectuais e pesquisadores em ação, capazes de respeitar as críticas e pontualidades formais (LOUZANO, 2010). Assim, todo o docente que busque este estigma necessitará produzir conhecimentos a partir de engajamento na investigação reflexiva de sua própria prática, onde deve ser reavaliação constantemente em busca de implantar o melhor método educacional de aprendizado para cada aula ministrada, ou seja, oferecer de forma rápida a diversidade no método de ensino (ZOCCOLI, 2009). 

 Portanto este estudo é baseado em uma revisão bibliográfica que traz como objetivo traçar a visão holística do professor acerca das modificações recentes do ensino superior. 

2  DESENVOLVIMENTO 
2.1   A TRANSFORMAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSÁRIO BASEADA NA EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL 

Quando o professor universitário assume a categoria de intelectual, necessita-se imediatamente de propor uma metodologia de ensino transformadora do conteúdo em conhecimento (LOUZANO, et al.; 2010). Nesse contexto, o docente utiliza de certos atributos que antes não os tinha, tais como: a base teórica para executar qualquer atividade docente como trabalho intelectual e, não mais um enumerado de atributos puramente descontextualizados e tecnocráticos. Com o papel de transformador, o docente identifica quais condições ideológicas e práticas estão relacionadas à sua realidade ou a qual está inserida (SALATA, 2018). Alonso (2010) destaca em seus estudos qual é o seu papel frente a uma sociedade onde a produção e legitimação de interesses políticos, econômicos e sociais são influenciadas pelas classes privilegiadas, onde podemos ainda destacar a presença da classe alta predominante nas universidades federais. 

O docente do ensino superior ao buscar a concepção de intelectual transformador precisa ter uma perspectiva mais ampla deste contexto informal, muitas vezes chamado de processo educacional, pois o intelectual transformador precisa conhecer os interesses ideológicos que estruturam seu meio profissional e reconhecer que na sala de aula existem relações sociais antagônicas, onde não podemos esquecer que o protagonismo moderno está sobre o aluno e não mais sobre o docente (DURHAM, 2009). Obviamente, a busca por formar ou auxiliar na formação de cidadãos ativos e críticos é o desejo de todo docente que direciona suas atividades para mudança, que é capaz de reconhecer a necessidade desse novo processo chamado mudança na estrutura educacional (NEVES, 2012). 

Neste cenário do século XXI é extremante necessário transformar o meio pedagógico mais político e o político mais pedagógico. Isto é, incluir o meio acadêmico universitário diretamente no meio político, até por que, os centros de ensino superior representam uma parcela populacional ativa intelectual e economicamente, e conseguinte, a mesma define uma luta em torno das relações de poder que há em toda a sociedade, ou seja, a democracia também deve ser trabalhada diretamente com a educação, pois ambas são capazes de alterar o meio de mercado (ZOCCOLI, 2009). 

2.2  DESAFIOS DO DOCENTE FRENTE A SOCIDADE 

Como todas as áreas da sociedade, o trabalho realizado pelos docentes em todas as fases da vida acadêmica sofreu profundas alterações nos últimos anos, tanto em estrutura como em perspectiva de formação para inserção no mercado de trabalho. As bases para as transformações estão na própria evolução vivida no mundo (LOUZANO, et al.; 2010). E não apenas tecnológica, mas também de comportamento pedagógico e até mesmo na administração do ensino (AMARAL, 2003). Pois, poucas profissões em todo o mundo gozam de tanto prestígio junto à sociedade quanto os professores universitários e outros profissionais pedagógicos, rotulado como mediador e transformador pedagógico frente a educação.É evidente que se considerarmos o processo histórico frente a educação, podemos observar nos dias de hoje que o próprio governo tomou iniciativas para melhorar e reformular o processo educacional no Brasil, onde a educação a distância tem ganho grande enfoque, pois é capaz de oferecer ensino de qualidade associado a flexibilidade de horários para estudar (BRASIL, 2016).   

A rotina dentro da sala de aula tem levado os docentes a repensar métodos pedagógicos, instrumentos de ensino, e uso da tecnologia, onde podemos observar que as mudanças acontecem muitas vezes pela insatisfação do professor. Principalmente com a transformação que as comunicações provocaram, principalmente com a associação da comunicação e redes sociais. Ninguém mais detém o saber. Pois, a sociedade vive o impacto da revolução tecnológica sobre a produção e a socialização do conhecimento e colocam as Universidades em busca de profissionais ecléticos para atender as exigências do mercado globalizado e exigente frente a educação no ensino superior (CARIA; OLIVEIRA, 2015).

2.3  A CAPACITAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

É evidente que existe uma distância gigantesca na modernidade proposta pelo ensino superior quando comparado a educação básica e fundamental, pois o patamar de concentração educacional é muito mais direcionado para o ensino superior, onde o professor consegue ainda direcionar o conhecimento para o aluno, fator este muito diferente quando citado em outros pilares da educação (AMARAL, 2003). 

Lidar com o avanço tecnológico e com a velocidade de informações ainda é um projeto que gera muita dificuldade, pois ainda temos muitos professores da velha guarda, onde o ensino tradicional foi o pilar do conhecimento (BENDER, 2014). 

Manter-se atualizado frente ao processo educacional é complexo e necessidade de muita dedicação, pois no caso daqueles que vivem para produzir e transmitir conhecimento, é mais que um clichê administrativo, torna-se fundamental para o cotidiano proposto pela atual educação, baseada na tecnologia e na comunicação (DURHAM, 2009). 

Partindo dessa reflexão crítica, a postura diária do professor no ensino superior como intelectual transformador deve incorporar interesses políticos e social, onde os recursos de ensino devem variar conforme a necessidade em busca de equilíbrio para solucionar a problemática aberta que cerca a educação, com finalidade propriamente dita de concentrar a resolução dos problemas na aplicação do conhecimento de forma assertiva e coerente (LOUZANO, et al.;2010). Pois, o desenvolvimento de um discurso que una a linguagem crítica e a linguagem das possibilidades, podem contribuir para a resolução de todos os problemas que são gerados em sala de aula (DURHAM, 2009).

Neste contexto salientado, o docente precisa desenvolver o conceito de consciência transitivo crítica, ou seja, aquela que articulada com a prática é desafiadora e transformadora; para se conseguir isso é fundamental o diálogo crítico, a fala e a vivência docente, sendo fundamental considerar a experiência vivenciada de cada professor, ou seja, é muito valido que cada professor somente lecione a sua área de conhecimento especifica (ALONSO, 2010). 

Precisamos reconhecer de forma inegável que a experiência do profissional docente frente as aulas práticas geram uma pedagogia libertadora de obstáculos, ou seja, está é a forma mais clara de se demonstrar comprometimento com a transformação social diretamente no núcleo da educação, conhecido como aluno (LOUZANO, et al.;2010).

Importante ressaltar que o conhecimento ganho através da educação é uma ótima maneira de deixar a alienação, facilitando assim a quebra estigmática, e levantando a tona a criatividade do professor para se adaptar a melhor didática, gerando desta forma segurança ao ensino e proporcionando qualidade educacional de alto nível. Outro fato importante a ressaltar é a importância em cultivar a consciência crítica, sendo fundamental o reconhecimento da realidade, no qual devemos saber que é mutável conforme cada causalidade vivenciada (ZOCCOLI, 2019). 

O professor ajuda a construir conhecimento, muitas vezes de onde não se espera mais nada, ele faz a diferença na vida do aluno quando oferece esperança e incentivo ao estudo, no qual é essencial compreender que não conseguimos moldar um aluno, mas é possível construir novos ideias que fortaleça os pilares da educação em busca do conhecimento (LOUZANO, et al.;2010). 

É importante observar que a titulação do professor não é um requisito que determine sua capacidade de ensinar, entretanto a cultura pré dispõe que quando o professor possui os títulos de mestre e doutor, acaba tendo uma vivência maior com as modalidades e didáticas de ensino.  Pois é fato concreto que frente a uma análise crítica da situação, nos dias atuais ir a uma sala de aula e transmitir um determinado conteúdo é criar possibilidades de interação do sujeito com o objeto, no qual  é possível transformar dias de aula em expectativas para o futuro (BENDER, 2014).                                          

2.4  A INFORMATIZAÇÃO NAS UNIVERSIDADES 

O processo educacional tem que apresentar soluções plausíveis para treinamento dos professores universitários, pois é evidente que sua maioria ainda vive com o conhecimento maior na fase da educação tradicional e apresenta grande déficit para aceitação da modernidade, onde a comunicação é regida acerca da tecnologia e capaz de mudar rapidamente qualquer meio transitório de informação (LOUZANO, et al.;2010). 

Cabe a reestruturação educacional proporcionar um meio de desenvolvimento que abranja um pensamento sistêmico e informatizado com intenção imediata de proporcionar recursos e alternativas para o aperfeiçoamento do professor e aluno. Entretanto é essencial que professor e aluno nunca percam o senso crítico de argumentos, para a essencial do aperfeiçoamento nunca acabar (AMARAL, 2003).   Temos que considerar após avaliar um senso sociocultural que o professor do ensino superior tem aspectos idiossincráticos conforme a natureza de sua disciplina, onde princípios técnicos e práticos se unem afim de proporcionar resultados capazes de inserir o aluno rapidamente no mercado de trabalho (NEVES, 2012). 

As universidades brasileiras passaram a se dedicar à pesquisa e à oferta de cursos superiores à distância e ao uso de novas tecnologias nesse século, onde a procura pela flexibilidade de horário tem sido um grande diferencial entre as universidades (ALONSO, 2010). Com a expansão da Internet nas Instituições de ensino superior associado a regularização dos cursos a distância como modalidade valida, gerando neste momento um desafio chamado capacitação do docente, no qual deve sim respeitar conceitos trazidos pela educação tradicional e associar a modernidade tecnológicas que seja capaz de mudar o meio de comunicação afim de despertar novos horizontes na educação do ensino superior (SALATA, 2010). 

3       CONCLUSÃO

A educação superior atual passa por uma fase histórica onde o professor deixou de ser protagonista para oferecer suporte integral ao desenvolvimento do aluno, onde o mesmo deve buscar o conhecimento seja de forma construtiva ou até mesmo através da modalidade hibrida. 

Cabe ao professor buscar a intelectualidade para desenvolver novos métodos de ensino, onde deve-se deixar o contexto básico sempre á frente da proposta de ensino, onde o aluno irá buscar desenvolver o conhecimento integralmente. 

Portanto sabemos que apesar das dificuldades encontradas para se aplicar as novas metodologias de ensino, principalmente quando falamos em ensino por meio hibrido, devemos buscar o aperfeiçoamento e a reestruturação do ensino baseado na integralidade e principalmente na preparação do aluno para se inserir na sociedade diferenciada através de uma boa colocação no mercado de trabalho. 

4  REFERÊNCIAS

ALONSO, K.M. A expansão do ensino superior no Brasil e a ead: dinâmicas e lugares. Revista Educação e Sociedade, Campinas, v.31, n.113, p.1319-1335, 2010.

AMARAL, N.C. Financiamento da educação superior: Estado x mercado. São

Paulo; Piracicaba: Cortez Editora; Editora Unimep, 2003

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Catálogo nacional de cursos superiores na área de tecnologia. 3. ed. Brasília: MEC, 2016.

 BENDER, W.N. Aprendizagem baseada em projetos: educação diferenciada para o século XXI. Porto Alegre: Penso, 2014.

CÁRIA, N.P.; OLIVEIRA, S.M. Avaliação em larga escala e a gestão da qualidade da educação. Revista de Ciências Humanas – Educação, Frederico Westphalen, v.16, n.26, p.22-40, 2015.

DURHAM, E.R. A qualidade do ensino superior. São Paulo: Revista @mbiente Educação. v.2, n.1, p.9-14, jan./jul. 2009.

LOUZANO, P.; et al. Quem quer ser professor: atratividade, seleção e formação docente no Brasil. São Paulo: Est. Aval. Educ. v.21, n.47, p.543-568, 2010.

NEVES, C.E.B. Ensino superior no brasil: expansão, diversificação e inclusão. Porto Alegre: GEU. 2012.

SALATA, A. Ensino superior no brasil das últimas décadas: redução nas desigualdades de acesso. são paulo: tempo social – Revista de Sociologia da USP. v.30, n.2, 2018.

ZOCCOLI, Marilise M. de S. Educação superior brasileira: política e legislação. Curitiba: IBPEX, 2009.


FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANDE FAVENI