DEBATE EM RELAÇÃO ÀS EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS NO ESTÁGIO DE REGÊNCIA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8205878


Larisse Emília Silva Bezerra1
Filipe dos Santos Silva2


Resumo: Esse trabalho apresenta uma conexão entre um relato de experiência no estágio de regência em História com a discussão acerca da importância do estágio nos cursos de licenciatura para a formação da identidade docente, assim como a discussão acerca da importância da escola para ampliação do conhecimento. A base para esse debate está ancorada nas experiências de estágio de regência realizadas na escola pública municipal ECIM Dr. Edward Teixeira Ferrer, em turmas de 8° e 9° ano do ensino fundamental.

Palavras-chave: Escolas – Estágio de regência –Identidade docente.

Introdução

A discussão que será feita neste trabalho gira em torno das experiências que foram vivenciadas dentro de sala de aula durante o estágio de regência, realizado na escola da rede municipal ECIM Dr. Edward Teixeira Ferrer, localizado no município de Juazeiro do Norte-CE, e em turmas de oitavo e nono anos.

A intenção desse trabalho será abordar sobre a importância de pensar o estágio de regência como uma etapa muito significativa para formação de professores, já que é nesse momento que acontece a aproximação entre os conteúdos vistos na Universidade e os conteúdos escolares. Nesse momento também, os estagiários têm contato com as diversas realidades existentes no ambiente escolar, com os professores, coordenação e alunos. Principalmente, para aqueles alunos dos cursos de licenciatura que nunca tiveram contato com a comunidade escolar, o estágio de regência, e também o estágio de observação, constituem-se como uma etapa muito relevante para o aprendizado e para construção da identidade docente.

Será necessário também ressaltar sobre a função social da escola, como um importante local de socialização de saberes. Considerando que sua função social mudou com o passar dos anos e com as lutas sociais, mudanças relacionadas “aos diferentes momentos da história, as culturas dos países, regiões e povos. Isto porque, cada sociedade e cultura cria sua própria forma de educação e escolarização” (PENIN; VIEIRA, p.14, 2002). No entanto, a tarefa da escola, embora seja permeada por diversos aspectos sociais, têm objetivos claros como a construção do conhecimento e de valores e a convivência dentro desse espaço.

Para além desse debate sobre a função social da escola, é preciso pensar também na educação brasileira, tendo em vista que esta vem se arrastando em uma crise referente às desigualdades sociais e a escolarização, mesmo tendo como objetivo o movimento Educação para todos, como destaca Libâneo (2012),

[…] tem-se observado, nas últimas décadas, contradições mal resolvidas entre quantidade e qualidade em relação ao direito à escola, entre aspectos pedagógicos e aspectos socioculturais, e entre visões de escola assentadas no conhecimento e outra, em suas missões sociais. (LIBÂNEO, p.15.2012)

Com o começo da pandemia de Covid-19 no Brasil em 2020, as escolas tiveram adaptar suas atividades presenciais para o ensino remoto. Nesse âmbito as escolas buscam formas de continuar com suas obrigações, de o processo de escolarização, no qual não se pode ocorrer uma quebra, ou interrupções, pois significaria regresso do aprendizado, haja vista que “o tempo escolar é um tempo de performatividade e não pode ser desperdiçado, sob ameaça de que não se cumpram determinadas metas” (SARAIVA; TRAVERSINI; LOCKMANN, p.6, 2020). A partir daí, os alunos são afastados do ambiente escolar tendo que buscar formas de aderir ao sistema de ensino remoto, que por sua vez acentua as dificuldades e desigualdades existentes dentro do ensino público brasileiro.

Essas dificuldades e desigualdades enfrentadas durante a covid-19, no qual as comunidades escolares tiveram que se adaptar e aderir a medidas para a continuidade das aulas e para o retorno das atividades presenciais em 2021, foram observadas e vivenciadas durante o estágio na escola ECIM Dr. Edward Teixeira Ferrer, permitindo que percebêssemos alguns entraves como: a falta de organização escolar, a dificuldade de utilização das tecnologias pelo docente, a dificuldade dos alunos em acessar as aulas remotas, as dificuldades de aprendizagem, o escancarar das desigualdades sociais.

No decorrer deste trabalho, as experiências do estágio serão atreladas com o desenvolvimento do saber-fazer em sala de aula e com o desenvolvimento profissional, assim como a construção de um olhar mais investigativo sobre a prática.

Função social da escola

A função social da escola se modificou ao longo dos anos, ou seja os seus objetivos mudaram de acordo com as demandas da sociedade. Na contemporaneidade, o conhecimento ocupa um papel central para organização social e econômica sendo a escola uma das principais instituições responsáveis pela propagação do conhecimento.

Penin e Vieira(2002) explicam no artigo Refletindo sobre a função social da escola, que após a Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos começou a acontecer a busca por uma escola mais inclusiva que tivesse como foco as camadas mais baixas da sociedade e presumem “Talvez tenha sido a partir de então que se passou a perseguir o ideal de educação para todos, o que, em pleno século XXI, ainda não é uma realidade para gigantesca parcela da população do mundo inteiro (p.15, 2002)”.

Se olhamos o caso do Brasil, no desenvolvimento do ideal de Educação para todos, podemos considerá-lo tardio e por muitos anos foi restrito às elites. Os investimentos em educação aconteceram devido ao desejo de modernização do país, assim “é somente a partir do século XX que a escola vivencia um período de expansão, mais especificamente por volta dos anos 20 e 30, quando muitas mudanças econômicas, políticas, culturais e sociais ocorrem” (PENIN; VIEIRA, p.16, 2002).

Partindo deste ponto, vários movimentos educacionais acontecem no Brasil com objetivo de atingir uma educação pública, gratuita e laica. Um importante documento foi publicado e intitulado como o Manifesto dos pioneiros da educação nova de 1932, passando por ele se estende um longo processo de organização da educação brasileira, chegando até a Constituição de 1988 e a LDB.

Esses documentos estabelecem que seria dever do estado e da família promover a educação. Portanto, “a missão da escola, tal como definido em lei é, justamente, promover o pleno desenvolvimento do educando, preparando-o para a cidadania e qualificando-o para o trabalho” (PENIN; VIEIRA, p.20, 2002). Com o desenrolar da pandemia de COVID-19, as escolas tiveram que modificar-se e buscar soluções para que o ensino continuasse, tendo como medida principal o ensino remoto.

Nesse sentido, a função social da escola também mudou, podemos dizer que a missão dela durante esse período seria de dar continuidade aos processos de aplicação de conteúdos e nesse processos percebemos de forma marcante a preocupação com a transposição dos conteúdos, muito se perde no processo de ensino-aprendizagem e na busca pela construção do conhecimento. O modelo de ensino remoto deixou marcas ainda mais profundas na educação brasileira, tanto em relação aos grau de abandono, quanto no déficit de aprendizagem dos alunos. Pois como se sabe o ensino remoto surge como medida paliativa devido a pandemia tendo assim menos rendimentos e mais limitações com relação ao acesso, também se difere do EaD pois este já tem o planejamento, os métodos e toda uma estrutura para que as aulas aconteçam on-line.

Assim, os futuros profissionais que irão atuar na área da docência precisam pensar em questões como “Para que servem as escolas?” e “Que conhecimento?” (Young, 2007), assim como outros questionamentos que podem surgir ao longo das experiências e dos estudos que colaboram para a percepção da importância dos movimentos sociais pelo direito à educação e do desenvolvimento do conhecimento adquirido nas escolas. Por conseguinte, as escolas “capacitam ou podem capacitar jovens a adquirir o conhecimento que, para a maioria deles, não pode ser adquirido em casa ou em sua comunidade, e para adultos, em seus locais de trabalho”. (YOUNG, p. 1294, 2007).

Tendo em foco a pergunta “Que conhecimento?” de Young (2007), podemos pensar nas estruturas que envolvem esse processo de desenvolvimento e aquisição de novos saberes. Em que, as escolas direcionam os alunos para o conhecimento mais amplo, esse espaço também é palco da disputa de diversos grupos. Assim, Young (2007) traz um destaque especial para o que ele chamou de “conhecimento poderoso” e destaca que

“Esse conceito não se refere a quem tem mais acesso ao conhecimento ou quem o legitima, embora ambas sejam questões importantes, mas refere-se ao que o conhecimento pode fazer, como, por exemplo, fornecer explicações confiáveis ou novas formas de se pensar a respeito do mundo.” (YOUNG, p.1294, 2007)

Desta forma, a escola e as práticas em sala de aula devem se aproximar da vida dos alunos, de seu cotidiano e de suas vivências, o desenvolvimento do conhecimento desses discentes também se atrela ao ambiente social em que estão inseridos, por tanto “(…) a escola não pode se manter à margem do contexto no qual se insere”. (PENIN; VIEIRA, p.34, 2002). No entanto, esse contexto não será a base do currículo, mas deve conversar, ou melhor, dialogar com os conteúdos que devem ser vistos em sala de aula, isso contribui para o enriquecimento das discussões e para a aproximação com o cotidiano dos alunos.

Professores(as) de História e os saberes docentes

Como professores de história em formação, devemos passar por uma série de estudos e de aperfeiçoamento de nossas ações, assim é de suma importância debater sobre esses saberes próprios dos docentes formados ou em formação na Licenciatura em História.

Caimi (2015), leva-nos a refletir na seguinte questão “o que precisa saber um professor de história?”, onde ela mesma afirma que respondê-la depende de muitas variáveis e que seu artigo não será nenhuma espécie de manual para ser seguindo, até porque é necessário que os(as) professores(as) consigam se adaptar às diferentes realidades encontradas em sala de aula e isso significa um desafio e também um dos motivos da chamada “crise escolar”. As características dessa crise são citadas por Caimi (2015) como a falta de sentido de propostas do sistema escolar, os conteúdos que aparentam ser ultrapassados e as atividades irrelevantes. Tendo em vista que o papel da História-Conhecimento seria “(…) mobilizar para dar inteligibilidade e justificação para o tempo presente, ou, (…) para conhecermos a nós e aos outros, explicar o mundo, nos orientar na vida prática cotidiana e enfrentar as suas contingências.” (CAIMI, p.107, 2015), ou seja, o desenvolvimento do conhecimento pode fazer com que as pessoas pensem sobre sua realidade de forma crítica e sobre formas de modificar o ambiente que estão inseridas.

Para garantir o desempenho da disciplina de História nas escolas é preciso que os(as) professores(as) tenham disposição, competência, domínio disciplinar, compromisso ético, político, social e técnico. Assim, Caimi (2015) deixa claro que esses professores(as) de história deveriam dominar muito bem os conteúdos de história para cumprir com seus deveres e para ir além da mera transposição de conteúdos deveriam também entender o lugar/ a realidade de seus alunos.

Nessa perspectiva, Caimi (2015) elenca três aspectos importantes a serem considerados na docência de história: “os saberes a ensinar” (p112,2015) onde se deve saber história, dominar os conteúdos, a epistemologia e a historiografia, de suma importância para distinguir o essencial do secundário; “Os saberes para ensinar” (p 112,2015) que seria entender da docência, da didática, saber movimentar os conteúdos, partir de um conhecimento do cotidiano para algo mais complexo e “Os saberes do aprender” (p112,2015) onde os(as) professores(as) deveriam entender os alunos para estimular o aprendizado de história e tornar possível o desenvolvimento do pensamento histórico.

Por tanto, não basta apenas saber dos conteúdos ou apenas organizar os conteúdos para ministrar aulas. O ser professor exige sempre novos questionamentos, exige a busca constante de inovações para melhoria do ensino que possibilite a aprendizagem dos alunos e para si mesmo, como profissional na área da educação.

Logo, ensinar não é uma tarefa simples e fácil, nem mesmo o professor deve ser considerado doutrinador. Ensinar é ir muito além dos conteúdos, é se envolver com o mundo e com as diversas realidades e formas de pensar que estão dentro do ambiente escolar. E o ensinar como uma construção do conhecimento em conjunto com os alunos, exige do professor sempre novas pesquisas, então é preciso que os professores estejam sempre atualizados e atentos às novas tecnologias.

Como futuros professores(as)-pesquisadores(as) não podemos também ser cópias, cópias daqueles professores que adorávamos, ou seja, não podemos “(…) predefinir um protótipo ideal de docente-educador, mais docente do que educador a formar”. (ARROYO, P.2, 2015). Pois, pensar na definição de um professor modelo pode ser vista como uma opção política que tem como pauta um ideal de instrução e de educação, tendo em vista que com a definição desse padrão se pensou na instrução de diversos grupos sociais, “na garantia universal da qualidade da educação”. (ARROYO, p.3, 2015).

Por isso, o estágio se constitui em uma etapa muito importante para o trabalho docente, é nesse espaço que podemos dedicar-se à construção das aulas, começar a construir metodologias adequadas para cada turma e cada situação.

Desafios no Estágio supervisionado: militarização do ensino e volta às aulas após COVID-19

A base para esse artigo está conectada ao Estágio Supervisionado em História IV, realizado na escola de ensino fundamental ECIM Dr. Edward Teixeira Ferrer em turmas de oitavo e nono ano do período da tarde. É importante destacar que atualmente, a ECIM. Dr. Edward Teixeira Ferrer passa por algumas mudanças pois está em processo de transição para o modelo de escola Cívico-militar.

Podemos então pensar sobre o processo de militarização das escolas públicas do Brasil, que de certa forma está ligada ao movimento conservador. Martins(2019) aborda sobre esse projeto das escolas cívico-militares e mostra a conexão entre neoconservadorismo e neoliberalismo, destacando que “essas parcerias avançam em estados e municípios e em diferentes regiões do país, sinalizando aprofundamentos autoritários em plena contramão aos desejos recentes de realização de uma escola democrática”. (MARTINS, p.693, 2019).

Na medida em que as escolas cívico-militares buscam um modelo de ensino mais pautado na disciplina, as demais escolas públicas muitas vezes não têm condições de se manter em funcionamento. Logo, seria preciso fornecer meios para que essas escolas públicas se mantenham, assim algumas vezes estados e municípios são obrigados a concordar, ou melhor, entrar em parceria com tais projetos. Como destaca Martins (2019).

“Parceria por adesão soa sempre como um eufemismo quando estados e municípios, estando de acordo ou não com a proposta, são praticamente obrigados à adesão, em virtude dos benefícios materiais e/ou financeiros disponibilizados, pois, em sua maioria, apresentam grandes dificuldades em manter as redes. Portanto, nem sempre as colaborações acontecem por ampla concordância, mas por circunstâncias estruturais.” (MARTINS, p.693, 2019).

Como observei o próprio caso da ECIM. Dr. Edward Teixeira Ferrer, onde muitas melhorias aconteceram em sua estrutura, a escola foi reformada não só na sua infraestrutura mas também em seus objetivos. Como é abordado no próprio site do Governo:

“O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares tem por objetivo implantar o modelo de gestão de excelência em unidades escolares públicas do ensino regular, em escolas que ofereçam as etapas finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. E, além disso, com alunos em situação de vulnerabilidade social e escolas com baixo IDEB [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica]. A adesão ao programa ocorre de forma voluntária, pelos estados, municípios e pelo Distrito Federal. E, além disso, o programa é um conjunto de ações direcionadas ao fomento e ao fortalecimento de uma escola a partir de um modelo de gestão de excelência nas áreas educacional, didática, pedagógica e administrativa. O programa é complementar a outras políticas de melhoria da qualidade da educação já existentes, seja no nível nacional, estadual ou municipal ou distrital. E o Pecim vem sendo desenvolvido pelo Ministério da Educação em colaboração com os estados, municípios e o Distrito Federal.”3

Assim, podemos perceber que esse projeto mostra benefícios em relação a infraestrutura das escolas, mas um retrocesso no que diz respeito ao ensino. Tendo em vista que tem como objetivo atingir, ou colocar limites a suposta doutrinação dos professores. Levando cada vez mais os alunos para um pensamento cômodo, sem levar em conta o desenvolvimento das capacidades críticas dos alunos. No entanto, como professores em formação, devemos ter em mente que essa é apenas uma das muitas dificuldades que podemos encontrar no ensino brasileiro.

Outra questão importante nesse momento diz respeito a volta às aulas presenciais após o COVID-19. Observamos e vivenciamos durante o estágio supervisionado muitos desafios, como por exemplo a falta de horários fixos para as aulas, o que dificultou o processo de elaboração das aulas. Ao chegar na escola resolvemos observar as turmas por alguns dias para que então pudéssemos assumir a regência das salas, nesses dias de observação soubemos que cerca de oito professores se encontravam afastados devido a COVID-19, o que justificava a falta de horários fixos. As turmas ficaram dividas em Grupo “A” e Grupo “B”, por exemplo na primeira semana iria 50% dos alunos dos 8° e 9°, ou seja o Grupo “A”, e na outra semana iria os outros 50% dos alunos dos 8° e 9°, Grupo “B”.

Durante as aulas percebemos que existiam turmas muitos mais interativas com aulas, também haviam turmas que indicavam uma dificuldade de socialização tanto entre os próprios alunos, como em relação aos professores. Nas primeiras aulas observadas, foi feita uma dinâmica, onde foi perguntado aos alunos o que eles desejavam para o ano de 2022 ou para o seu futuro, muitos deles responderam que queriam melhorar e se dedicar mais aos estudos, além disso, algo nos chamou muita atenção, alguns alunos responderam essa pergunta dizendo que queriam melhorar de vida, e crescer no mundo dos negócios, alguns já tinham até começaram a empreender, como por exemplo uma menina disse que queria crescer sua lojinha de bijuterias artesanais e outro menino que já tinha tentado investir em uma lanchonete e que queria tentar de novo. Podemos perceber o quanto muitos desses alunos estão empenhados em desenvolver-se para a vida, para os negócios e para a melhoria de suas condições.

Voltando à questão da pandemia, sabemos que já existiam muitas dificuldades em relação ao ensino nas escolas públicas, após a pandemia se tem o surgimento de novas dificuldades e também, ficam mais evidentes, as que já existiam. Um desses problemas que ficam evidentes durante a pandemia e o sistema de aulas remotas é a falta de apoio para os estudantes que não tem condições, sejam sociais ou econômicas, de assistir aulas remotas. Outros problemas educacionais assim como observa Caimi (2015), residem na falta de subsídios na formação inicial dos professores de história, nas constantes mudanças ocorridas nas propostas curriculares feitas pela esfera pública e no distanciamento, presente na formação dos professores, entre teoria e prática.

Para a realização das aulas, tentamos entender e partir da realidade dos alunos sempre buscando a participação dos mesmos, para que desenvolvêssemos uma boa relação no ambiente da sala de aula. Pois, como explica Schmidt,

[…] uma das preocupações daqueles que lidam com o ensino de história, hoje em dia, é fazer com que os alunos construam um vocabulário histórico, que seja facilmente assimilável, mas que, principalmente, ele possa utilizar em diferentes situações da vida. (p.148, 1999)

Os professores de História do ECIM Dr. Edward Teixeira Ferrer, tendo como base algumas avaliações feitas no ano anterior, resolveram optar por uma revisão de alguns conteúdos, segundo eles, os alunos apresentaram um baixo rendimento nas avaliações com relação a alguns conteúdos, assim as turmas de oitavo ano tiveram revisões de conteúdo do sexto e do sétimo ano e os alunos do nono tiveram revisão do sétimo e do oitavo ano. Outra justificativa para essa revisão, foi o atraso na entrega dos livros didáticos.

Portanto, para ministrar as aulas tivemos que buscar os livros didáticos na internet para que tivéssemos uma base dos conteúdos. Também tentamos trazer para as aulas algumas informações extras, para que tornasse a aula mais interessante e atrativa, já que muitos alunos apresentaram uma certa rejeição em relação a revisão dos conteúdos, como se o conteúdo já estivesse saturado para alguns. Também aplicamos atividades, e tentamos desenvolver a capacidade de debate e de criticidade dos alunos, embora algumas turmas não demonstraram nenhum interesse de participação.

Embora as muitas dificuldades, não se pode esquecer que estas fazem parte da realidade de muitas escolas. Logo, esses momentos vivenciados na ECIM Dr. Edward Teixeira Ferrer foram importantes para formação enquanto docente e para construção de uma identidade docente, que será melhorada de acordo com a disponibilidade de espaços, com as experiências e com a história pessoal.

Conclusão

Em virtude dos fatos mencionados, podemos perceber que é importante existir o desenvolvimento e aproximação entre ambiente universitário e o ambiente escolar principalmente ao cursos de licenciatura, pois acredito que muitos alunos que ingressam em cursos de licenciatura podem não ter tido um contato direto com a docência, sendo assim, a cadeira de estágio supervisionado constitui um importante caminho para o começo do desenvolvimento dos futuros professores. Afinal, o estágio propicia “à construção da identidade, dos saberes e das posturas específicas ao exercício profissional docente” (PIMENTA; LIMA, p.50, 2017).

Posso dizer que a experiência vivenciada durante o estágio supervisionado nos anos finais do ensino fundamental foram difíceis devido às irregularidades nos horários e a falta de recursos que ajudassem na complementação das aulas. No entanto, todo esforço e dedicação foram válidos, visto que, como professores em formação, podemos apoiar-se nesses espaços, no qual podemos começar a construir nossas identidades enquanto profissionais.

Nesse caso, “a identidade do professor é construída ao longo de sua trajetória como profissional do magistério” (PIMENTA; LIMA, p.51, 2017). Por fim, como futuros profissionais do magistério devemos estar atentos às mudanças do espaço escolar, as necessidades dos alunos, a ampliação das pesquisas para melhoria do trabalho, aos acontecimentos da atualidade e ao trabalho em sala aula, em destaque, a aproximação entre professores e alunos.

REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel. Tensões na condição e no trabalho docente – Tensões na Formação. Revista de Educação, UFF, ISSN 2359-3296, Ano 2, n°2, 2015.

CAIMI, Flávia Eloisa. O que precisa saber um professor de História? Revista História & Ensino, Londrina-PR, Volume 21, n°2, p.105-p. 124, Jul./Dez. 2015.

LIBÂNEO, José Carlos. O dualismo perverso da escola pública brasileira: escolas do conhecimento para os ricos, escola do acolhimento social para os pobres. Revista Educação e Pesquisa – São Paulo, Vol 38, n°1, p.13- p.28, 2012.

MARTINS, André Anthunes. Sobre os dias atuais: neoconservadorismo, escolas cívico-militares e o simulacro da gestão democrática. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação-RBPAE (UFRGS) – Vol 35, n°3, p.689- p.699, 2019.

PENIN, Sonia T. Sousa; VIEIRA, Sofia Lerche. Refletindo sobre a função social da escola. IN: VIEIRA, Sofia Lerche (org.) – Gestão da escola: Desafios a enfrentar. Rio de Janeiro: Dp & a, p.13- p.43, 2002.

PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria do Socorro Lucena. Estágio e construção da identidade profissional docente. IN: PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria do Socorro Lucena: Estágio e Docência. Ed. Cortez, São Paulo, p.50-p.71, 2017.

SARAIVA, Karla; TRAVERSINI, Clarise; LOCKMANN, Kamila. A educação em tempos de COVID-19: Ensino Remoto e exaustão docente. Revista Práxis Educativa (UEPG). Ponta Grossa-PR, Volume 15, p.1-24, 2020.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Construindo conceitos no ensino de história: A captura lógica da realidade social. História Ensino, Londrina, V.5, p.147-163.Outubro/1999.

YOUNG, Michel. Para que servem as escolas? Revista Educação & Sociedade. Campinas-SP. Volume 28, n°101, p. 1287- p.1302, Set./ Dez. 2007.

ANEXOS:

Carta de apresentação

Declaração

Plano de Atividades

Período: 11/02/2022 até 07/03/2022, Carga Horária Exigida: 42 horas

Campo de estágio: Escola de Ensino Fundamental Dr. Edvard Teixeira Férrer

Diretora: Maria do Socorro Leão de Morais.

Professora preceptora: Maria Eleuda de Lima Leite

Estagiárias: Filipe dos Santos Silva e Larisse Emília Silva Bezerra

SEMANA: 07/02/2022 – 11/02/2022DATAHORAS
Elaboração do plano de aulaQUINTA-FEIRA 10- 02- 20224hok
Aula 9ª “K” Grupo B Apresentação dos conteúdos de revisão programados para os meses de Fevereiro e Março Breve explicação dos assuntos renascimento e humanismo Aplicação de atividadeSEXTA-FEIRA 11- 02- 202213:00-13:50ok
Aula 9 ª“I” Grupo B Apresentação dos conteúdos de revisão programados para os meses de Fevereiro e Março Breve explicação dos assuntos renascimento e humanismo Aplicação de atividadeSEXTA-FEIRA 11- 02- 202213:50- 14:40ok
Aula 9 ª “J” Grupo B Apresentação dos conteúdos de revisão programados para os meses de Fevereiro e Março Breve explicação dos assuntos renascimento e humanismo Aplicação de atividadeSEXTA-FEIRA 11- 02- 202214:40- 15:30ok

INTERVALO
SEXTA- FEIRA 11- 02- 202215:30- 15:50ok
Aula 9 ª “H” Grupo B Apresentação dos conteúdos de revisão programados para os meses de Fevereiro e Março Breve explicação dos assuntos renascimento e humanismo Aplicação de atividadeSEXTA-FEIRA 11- 02- 202215:50 -16:40ok
HORAS TOTAIS: 8 HORAS


SEMANA: 14/02/2022 – 18/02/2022DataHoras
Elaboração do plano de aulaTERÇA-FEIRA 15-02-20224hok
Aula 9 “K” Grupo A Apresentação dos conteúdos de revisão programados para os meses de Fevereiro e Março Explicação dos assuntos Renascimento e HumanismoQUARTA-FEIRA 16-02-202213:00-13:50ok
Aula 9 “J” Grupo A Apresentação dos conteúdos de revisão programados para os meses de Fevereiro e Março Explicação sobre Renascimento e Humanismo Aplicação de atividade
QUARTA-FEIRA 16-02-202213:50-14:40ok
Aula 9 “I” Grupo A Apresentação dos conteúdos de revisão programados para os meses de Fevereiro e Janeiro Explicação sobre Renascimento e Humanismo Aplicação de atividade
QUARTA-FEIRA 16-02-202214:40-15:30ok

INTERVALO
QUARTA-FEIRA 16-02-202215:30-15:50ok
Aula 9 “H” Grupo A Apresentação dos conteúdos de revisão programados para os meses de Fevereiro e Janeiro Explicação sobre Renascimento e Humanismo Aplicação de atividade
QUARTA-FEIRA 16-02-202215:50-16:40ok
Aula 9 “K” Grupo A Continuação da explicação sobre Renascimento e Humanismo Breve introdução sobre Reformas religiosasQUINTA-FEIRA 17-02-202213:50-14:40ok
AULA VAGAQUINTA-FEIRA 18-02-202214:40-15:30ok

INTERVALO
QUINTA-FEIRA 18-02-202215:30-15:50ok
Aula 9 “I” Grupo A Continuação da explicação sobre Renascimento e Humanismo Breve introdução sobre Reformas religiosas
QUINTA-FEIRA 18-02-202215:50-16:40ok
HORAS TOTAIS: 10 HORAS


SEMANA: 21/02/2022 – 25/02/2022DATAHORAS
Elaboração do plano de aulaTERÇA-FEIRA 22-02-20224hok
Aula 8ª “L” Grupo B Apresentação dos conteúdos de Revisão programados para os meses de Fevereiro e Janeiro Breve explicação sobre: O povoamento do continente americanoQUARTA-FEIRA 23-02-202213:00-13:50ok
Aula 8ª “L” Grupo B Apresentação dos conteúdos de Revisão programados para os meses de Fevereiro e Janeiro Breve explicação sobre: O povoamento do continente americanoQUARTA-FEIRA 23-02-202213:50-14:40ok

Aula 9ª “J” Grupo B Explicação sobre Renascimento e Humanismo Correção da atividade
QUARTA-FEIRA 23-02-202214:40-15:30ok

INTERVALO
QUARTA-FEIRA 23-02-202215:30-15:50

Aula 9ª “K” Grupo B Explicação sobre Renascimento e Humanismo Correção da atividade
QUARTA-FEIRA 23-02-202215:50-16:40ok
Aula 9ª “K” Grupo B Explicação sobre Reformas Religiosas Aplicação de atividadeSEXTA-FEIRA 25-02-202213:00-13:50ok

AULA VAGA
SEXTA-FEIRA 25-02-202213:50-14:40

AULA 8ª “L” Grupo B Explicação aprofundada sobre: O povoamento do continente americano Aplicação de atividade
SEXTA-FEIRA 25-02-202214:40-15:50ok
HORAS TOTAIS: 10 HORAS


SEMANA: 28/02/2022 – 04/03/2022DATAHORAS
Elaboração do plano de aulaQUINTA-FEIRA 03-03-20224hok
Aula para 9º “k” Grupo “A” Explicação sobre Reformas Religiosas Correção da Atividade sobre Renascimento
SEXTA-FEIRA 04-03-202213:00-13:50ok
Aula para 8º “K” Grupo “A” Explicação sobre: O povoamento da América Correção da Atividade (Enviada pelo grupo do Whatsapp)
SEXTA-FEIRA 04-03-202213:50-14:40ok
AULA VAGASEXTA-FEIRA 04-03-202214:40-15:30
INTERVALOSEXTA-FEIRA 04-03-202215:30-15:50
AULA VAGASEXTA-FEIRA 04-03-202215:50-16:40
Aula 9º “H” Grupo “A” Explicação sobre Reformas Religiosas Correção da Atividade sobre Renascimento
SEXTA-FEIRA 04-03-202216:40-17:30ok
HORAS TOTAIS: 7 HORAS


SEMANA:07/03/2022-11/03/2022DATAHORAS
Elaboração do plano de AulaDOMINGO 06-03-20224hok
Aula 9º “I” Grupo “B” Explicação sobre Renascimento e Humanismo Correção de AtividadeSEGUNDA-FEIRA 07-03-2022
13:00-13:50ok
Aula 8º “L” Grupo “B” Explicação sobre Egito e Mesopotâmia Correção da Atividade
SEGUNDA-FEIRA 07-03-2022
13:50-14:40ok
Aula 9º “J” Grupo “B” Explicação sobre Reformas Religiosas Correção da atividade
SEGUNDA-FEIRA 07-03-2022
14:40-15:30ok
INTERVALOSEGUNDA-FEIRA 07-03-2022
15:30-15:50ok
Aula 8º “K” Grupo “B” Explicação sobre O povoamento da América Correção da Atividade
SEGUNDA-FEIRA 07-03-2022
15:50-16:40ok
TOTAL: 8 HORAS


TOTAL FINAL DE HORAS: 43 HORAS


Plano de aula-8° Ano

Conteúdo: O povo do Continente Americano (Revisão 6º Ano)

Habilidades e competências: (EF06HI08) Identificar os aspectos territoriais ocupados e os aportes culturais, científicos, sociais e econômicos dos astecas, maias e incas e dos povos indígenas de diversas regiões brasileiras.

Objetivos geral: Compreender como se desenvolve as teorias de povoamento, assim como entender a importância das pesquisas arqueológicas para o estudo dessas culturas.

Objetivos específicos:

● Discutir sobre a denominação “Novo Mundo”.

● Debater sobre as teorias em torno do povoamento da América.

● Exemplificar e conectar o conteúdo com o filme: A era do Gelo

● Relacionar os esquemas com o conteúdo aplicado em sala.

Situações de aprendizagem:

● Aula expositiva dialogada.

● Utilização de esquemas em quadro de aula

● Desenvolvimento da capacidade de escrita.

Sequência didática:

Para iniciar a aula será feita a cópia do esquema no quadro, para que os alunos possam por meio dele associar e relembrar alguns conceitos. Depois, será feita uma breve apresentação dos conteúdos do livro didático. Ao final da aula, será aplicada uma atividade, para que os alunos possam exercitar e relacionar os conteúdos vistos em sala com seu aprendizado.

Recursos:

Esquemas escritos no quadro

Livro didático

Avaliação:

Os alunos vão ser avaliados pela resolução das atividades e participação em sala de aula.

Referências

História.doc. 6°ano-ensino fundamental- anos finais/ Ronaldo Vainfas-2ª edição-São Paulo: Saraiva, 2018.

História.doc. 7°ano-ensino fundamental- anos finais/ Ronaldo Vainfas-2ª edição-São Paulo: Saraiva, 2018.

REZENDE, Lima Rezende; LOURENÇO, Camila Oliveira; TAKAYAMA, Luíz Roberto; NASCIMENTO, Antônio Fernandes. “A Era do Gelo – O Filme”: uma análise de seu potencial para o ensino de paleontologia. Periódico Eletrônico Fórum Ambiental da Alta Paulista. ISSN 1980-0827. Volume 13, número 07, 2017.

Plano de aula-9° Ano

Conteúdo: Renascimento e humanismo

Habilidades e competências: (EFOPHI04) Identificar as principais características dos Humanismos e dos Renascimentos e analisar seus significados.

Objetivos geral: Compreender a visão de ser humano e do mundo dos Renascentistas. Entender e analisar os renascimentos artísticos e culturais.

Objetivos específicos:

● Discutir sobre a visão dos Renascentistas acerca dos seres humanos e do mundo.

● Analisar e debater sobre algumas obras dessa época.

● Relacionar as obras discutidas em sala com as especificidades do movimento renascentista.

Situações de aprendizagem:

● Aula expositiva dialogada.

● Utilização de esquemas em quadro de aula.

● Desenvolvimento da capacidade de escrita.

Sequência didática: Para iniciar a aula será feita a cópia do esquema no quadro, para que os alunos possam por meio dele associar e relembrar alguns conceitos. Depois, será feita uma breve apresentação do conteúdo previsto para esse dia. Ao final da aula, será aplicada uma atividade, para que os alunos possam exercitar e relacionar os conteúdos vistos em sala com seu aprendizado.

Recursos: Esquemas escritos no quadro; Livro didático; Livros de escritores Renascentistas.

Avaliação: Os alunos vão ser avaliados pela resolução das atividades e participação em sala de aula.

Referências

História.doc. 7°ano-ensino fundamental- anos finais/ Ronaldo Vainfas-2ª edição-São Paulo: Saraiva, 2018.

História.doc. 8°ano-ensino fundamental- anos finais/ Ronaldo Vainfas-2ª edição-São Paulo: Saraiva, 2018.

DA VINCI, Leonardo. Mona Lisa. 1503. Pintura a óleo sobre madeira de álamo, 77 cm x 53 cm. Museu do Louvre (desde 1797).

MICHELANGELO. Teto da Capela Sistina. 1508-1512. Pintura, Afresco, 4023 × 1340. Palácio apostólico, Vaticano.

CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. 1572. Portugal.

ALIGHIERI, Dante. A divina comédia. 1304 – 1321.


1Graduada em Licenciatura plena em História pela Universidade Regional do Cariri (URCA).

2Graduando em Licenciatura plena em História pela Universidade Regional do Cariri (URCA).