ENTREPRENEURSHIP IN NURSING: A REFLECTIVE STUDY OF PROFESSIONAL EMPOWERMENT FROM NURSING TO DAILY LIFE
EMPRENDIMIENTO EN ENFERMERÍA: UN ESTUDIO REFLEXIVO DEL EMPODERAMIENTO PROFESIONAL DESDE LA ENFERMERÍA A LA VIDA COTIDIANA
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8095555
Miriam Maria Ferreira Guedes1; Wanderson Alves Ribeiro2; Keila do Carmo Neves3; Wallace Silva de Souza Bendavid4; Dayara dos Santos Farias Silva Almeida5; Leonardo Michel Corrêa de Barros6; Diogo Fábricio Lima7; Rodrigo Ribeiro Pimenta8; Danielle Conceição Santa Brigida da Silva9; José Rogério da Silva10; Jéssica de Oliveira Costa11; Priscila Barbosa Pereira12
RESUMO
A maioria dos acadêmicos de enfermagem conclui sua graduação visando áreas de atuação como na assistência ou na docência, e acabam não conseguindo enxergar outras opções além dessas mais comuns à nossa sociedade. Entretanto ao profissional enfermeiro é possível embarcar em áreas autônomas através do empreendedorismo e desenvolver uma maneira de se colocar como um gerador de serviços com os quais ele poderá atingir um bom retorno financeiro e uma carreira estável. O estudo trata-se de um projeto de intervenção cujo os objetivos são promover uma visão clara do que é empreendedorismo e incentivar os futuros profissionais de enfermagem, e ainda demonstrar dentro de um plano de ensino quais são as áreas mais relevantes e crescentes para se empreender na enfermagem. Será desenvolvida uma ementa para o curso de graduação em enfermagem que introduza uma disciplina teórica optativa, cujo objetivo é apresentar o empreendedorismo dentro da enfermagem para os acadêmicos, e demonstrar como se tornar um enfermeiro empreendedor. Com a implementação da disciplina de empreendedorismo na enfermagem, esperasse que os acadêmicos de enfermagem tenham uma visão clara de como se tornar um enfermeiro empreendedor, e conclua a graduação com novas opções e objetivos para sua carreira profissional
PALAVRAS-CHAVE: Empreendedorismo. Enfermagem. Disciplina. Ementa.
ABSTRACT
Most nursing students conclude their graduation focusing on areas of activity such as care or teaching, and end up not being able to see other options besides those that are more common in our society. However, it is possible for the professional nurse to embark on autonomous areas through entrepreneurship and develop a way of placing himself as a generator of services with which he can achieve a good financial return and a stable career. The study is an intervention project whose objectives are to promote a clear vision of what entrepreneurship is and to encourage future nursing professionals, and also to demonstrate, within a teaching plan, which are the most relevant and growing areas to undertake in nursing. A syllabus will be developed for the undergraduate nursing course that introduces an optional theoretical discipline, whose objective is to present entrepreneurship within nursing to academics, and demonstrate how to become an entrepreneurial nurse. With the implementation of the discipline of entrepreneurship in nursing, it is expected that nursing students will have a clear vision of how to become an entrepreneurial nurse, and complete graduation with new options and objectives for their professional career.
KEYWORDS: Entrepreneurship. Nursing. Subject. Summary.
RESUMEN
La mayoría de los estudiantes de enfermería concluyen su carrera enfocándose en áreas de actividad como la asistencial o la docente, y terminan sin poder ver otras opciones además de las que son más comunes en nuestra sociedad. Sin embargo, es posible que el enfermero profesional se embarque en áreas autónomas a través del emprendimiento y desarrolle una forma de ubicarse como generador de servicios con los que pueda lograr un buen retorno económico y una carrera estable. El estudio es un proyecto de intervención cuyos objetivos son promover una visión clara de lo que es el emprendimiento e incentivar a los futuros profesionales de enfermería, así como demostrar, dentro de un plan docente, cuáles son las áreas más relevantes y de mayor crecimiento para emprender en enfermería. Se desarrollará un plan de estudios para el curso de pregrado en enfermería que introduce una disciplina teórica opcional, cuyo objetivo es presentar el espíritu empresarial dentro de la enfermería a los académicos y demostrar cómo convertirse en una enfermera emprendedora. Con la implementación de la disciplina de emprendimiento en enfermería, se espera que los estudiantes de enfermería tengan una visión clara de cómo convertirse en un enfermero emprendedor y completen su graduación con nuevas opciones y metas para su carrera profesional.
PALABRAS CLAVE: Emprendimiento. Enfermería. Disciplina. Menú.
1 INTRODUÇÃO
A maioria dos acadêmicos de enfermagem finaliza sua graduação visando áreas de atuação como na assistência ou na docência, e acabam não conseguindo enxergar outras opções além dessas mais comuns à nossa sociedade. Entretanto ao profissional enfermeiro é possível embarcar em áreas autônomas através do empreendedorismo e desenvolver uma maneira de se colocar como um gerador de serviços com os quais ele poderá atingir um bom retorno financeiro e uma carreira estável (COLICHI et al., 2019).
O ato de empreender já foi citado como um processo com um papel fundamental para a sociedade, e se destacou especialmente através de todas as mudanças que ocorreram no século XX, revolucionado, criando e inovando a partir de soluções para problemas apresentados e percebidos no cotidiano (FARAH et al., 2020).
A palavra empreendedorismo tem seu desenvolvimento a partir da palavra francesa “entre-preneur” que significava “entre” entre, “pre” primeiro, e “neur” centro nervoso, e era utilizada para dar a responsabilidade para um soldado de coordenar a equipe. Nos dias atuais o empreendedorismo é fundamental para a economia já que ele permite nova combinações no mercado, e busca novas direções, gerando caminhos competitivos de novos negócios com inovação e criatividade para se avançar (BOTTONI et al., 2019).
Para Bolina e Santos (2020) o empreendedorismo pode-se definir como o ato de fazer algo novo, advindo de uma necessidade observada e gerando uma solução criativa e inovadora. Já para outros autores como Colichi et al. (2019) a definição de empreendedorismo está ligada a uma forma de obter riquezas, gerando lucros financeiros ao indivíduo empreendedor, com um bom retorno de seu investimento. Também possui o objetivo de melhorar o desempenho das sociedades em suas questões cotidianas, facilitando os processos resultantes de problemas humanos e sociais.
Conforme Amaral et al. (2021), o enfermeiro já possui um grande potencial para empreender, pois possui conhecimento em relação as necessidades do ser humano, isso lhe dá oportunidade para tentar novas opções de trabalho.
O empreendedorismo está presente em todas as áreas, na enfermagem, e começou a ficar em evidência no século XIX com Florence Nightingale, que se destacou após melhorar o cuidado dos soldados da Guerra da Criméia e inaugurar a escola de enfermagem no hospital Saint Thomas, que deu início as bases cientificas da profissão (COPELLI et al., 2019).
De acordo com Backes et al. (2020), existem outros exemplos de figuras empreendedoras históricas na enfermagem, aqui no Brasil temos Ana Nery, primeira enfermeira brasileira, participou da Guerra do Paraguai, em 1865, na qual se alistou voluntariamente. E Wanda de Aguiar Horta, que desenvolveu a Teoria das Necessidades Humanas Básicas.
Uma pessoa necessita de uma série de características para se configurar como um empreendedor, e segundo a análise realizada por Cortez e Veiga (2018) para se construir um perfil empreendedor o indivíduo precisa principalmente de competências empreendedoras, atitudes empreendedoras, personalidade empreendedora, potencial empreendedor, perfil empreendedor e uma performance empreendedora.
Normalmente o enfermeiro tem a capacidade e o potencial de criar, de forma criativa, soluções para o processo de cuidado em saúde, e o empreendedorismo junto da atuação de forma autônoma só potencializa essa qualidade e possibilita o enfermeiro a atuar no cuidado de pessoas e de toda coletividade, suprindo uma demanda antes não resolvida, assim como pode-se observar com o próprio surgimento da enfermagem com Florence Nightingale, que observou o ambiente do cuidado e através de mudanças no ambiente obteve ótimos resultados de forma inovadora (BOLINA; SANTOS, 2020).
O enfermeiro no Brasil ficou reconhecido como um profissional liberal através de um parecer ministerial de 3 de setembro de 1946, que definia a liberação para atividades autônomas, porém, o empreendedorismo ficou mais forte na área da enfermagem, em fevereiro de 2018, quando o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) aprovou o regulamento dos consultórios de enfermagem e clínicas de enfermagem através da Resolução nº 0568/2018 (AMARAL et al., 2021).
É comum entre os enfermeiros a falta de um pensamento empreendedor, graças ao sistema de educação da graduação de enfermagem que visa maioritariamente ensinar aos alunos a serem bons funcionários colaboradores de uma instituição de saúde pública ou privada. Um dos causadores desse déficit é a falta de estímulo de algumas universidades no ensino do empreendedorismo na área, o que acaba deixando muitos novos profissionais sem a visão de como, e o que é o empreendedorismo praticado na enfermagem (COPELLI et al., 2019).
Muitos alunos entram em uma graduação buscando conseguir um bom emprego com estabilidade e uma carreira de sucesso. Segundo Colichi et al. (2019) a maioria dos enfermeiros buscam seguir carreira em instituições públicas de saúde, visando conseguir uma carreira com menos riscos e mais segurança, esse pensamento surge principalmente em países que tem uma economia instável, essa situação faz com que o enfermeiro não empreenda com medo de se arriscar e não obter sucesso.
Outro fator que faz com que o enfermeiro perca o interesse em empreender na área da saúde, são as dificuldades impostas aqui no Brasil. Segundo Silva et al. (2020) o enfermeiro que busca empreender, percebe logo no início a falta de conhecimento da legislação e a complexidade que é um processo de registro e de licenciamento. Isso é algo negativo que acaba desestimulando esse empreendedor.
Entretanto na enfermagem são poucos os profissionais que buscam trabalhar de maneira autônoma, e o incentivo no nosso país é baixo, isso mostra que a categoria não tem muita tradição em trabalhar por conta própria, preferem atuar de maneira tradicional, como em um hospital, por exemplo (AMARAL et al., 2021).
Por outro lado, as vagas de emprego nos hospitais e outros serviços de saúde estão cada vez mais difíceis, com isso, acaba surgindo diversos problemas para o enfermeiro, que quer trabalhar em um hospital, como redução salarial e ambientes de trabalho mais competitivos. Esse cenário acaba incentivando o enfermeiro a empreender (ANNECHINI et al., 2022).
O ensino do empreendedorismo é importante nas universidades para que os alunos pensem e se interessem em empreender no futuro, adotando como opção para seguir na sua carreira. A formação a graduação em empreendedorismo contribui para que haja o crescimento econômico, gere empregos e um desenvolvimento na sociedade. Com isso torna-se visível como as universidades têm um papel importante no crescimento socioeconômico, se dedicando a pesquisa, ensino e promoção do empreendedorismo para com os alunos da graduação, tornando possível algo além do emprego assalariado (KRÜGER; RAMOS, 2020).
Para Bolina e Santos (2020) apesar da grande importância, o empreendedorismo na enfermagem está longe de ser um dos assuntos mais comentados e estimulados na graduação, no Brasil são poucas a instituições que buscam instigar os alunos a empreenderem no futuro, apesar de existirem associações sem fundos lucrativos espalhada pelo Brasil, como uma das principais a Empresa Júniores (EJ), que é uma constituída por alunos de graduação e professores que visam estimular os outros alunos e incentiva-los a empreender.
De acordo com Ribeiro e Plonski (2020) no ensino sobre empreendedorismo na sala de aula, as diferentes experiencias e abordagens utilizada por diversos professores criam impactos no final do curso na avaliação sobre o ensino do empreendedorismo. Entretanto o foco em empreendedorismo vai além da grade curricular no curso de graduação, mas também está presente em todo o ecossistema da universidade, criando oportunidade de empreender através de serviços institucionais.
Atividades extras curriculares mostram-se eficientes na competência de desenvolver interesse em empreender e estimular os alunos, e essa transformação das universidades cria esse ecossistema que tem ocorrido por todo mundo e pelo Brasil. Além da prática, a produção de conteúdo sobre empreendedorismo também contribui para que o tema esteja cada vez mais presente na vida acadêmica dos futuros profissionais, e é importante que as instituições universitárias incentivem esse foco por parte de seus trabalhos acadêmicos ao longo do curso de graduação (MOURA et al., 2021).
Conforme o estudo realizado por Trotte et al. (2021) disseminação do empreendedorismo no meio acadêmico da enfermagem ainda é muito pequena, parte se dá porque no Brasil o empreendedorismo é uma prática ainda em desenvolvimento. Outra questão é que historicamente a enfermagem vem sendo ligada a prática solidária e de doação praticada pelo público feminino, e culturalmente existe uma estranheza quando se trata da troca monetária entre o cuidado ou serviço de enfermagem com o pagamento por parte do cliente. Dessa forma a maioria dos profissionais de enfermagem são empregados assalariados que colaboram com instituições públicas e privadas, e poucos são os casos de profissionais autônomos que empreenderam em seus negócios próprios.
Com o aumento da expectativa de vida da população, o avanço da tecnologia e da globalização, surgem diversos novos campos de atuação para o enfermeiro, e é preciso que o enfermeiro como empreendedor seja uma realidade cada vez mais acessível para o profissional, já que o mercado de trabalho tem cada dia mais ficado ainda mais exigente para as habilidades empreendedoras. E qualquer avanço nessa área se faz necessário que venha desde o ensino, modificando os métodos mais adequados (COLICHI; LIMA, 2020).
A pesquisa tem o objetivo de introduzir o empreendedorismo na graduação de enfermagem por parte dos acadêmicos, conhecendo as principais áreas de atuação para se empreender, as dificuldades enfrentadas por profissionais que buscaram esse caminho, como empreender, bem como o que eles pensam sobre o tema, uma vez que já que é constatado que o assunto em questão é pouco discutido pelos alunos. Oque se faz necessário desmitificar o tema para que haja o incentivo e o encorajamento dos futuros enfermeiros para inovar na assistência, com a criação e elaboração de novas tecnologias para a atuação no cuidado em saúde, tornando possível visar novas áreas para o profissional de enfermagem (BOLINA; SANTOS, 2020).
Segundo Carneiro et al. (2020), o empreendedorismo está sendo visto por muitos como uma nova opção de carreira, possibilitando o enfermeiro a entrar no mercado de trabalho, exercendo atividades que estão ligadas ao cuidado. Já para Valente et al. (2018), empreender acaba transformando a enfermagem, criando possibilidades de trabalho e acaba gerando qualidade no serviço e satisfação para o cliente.
Para Janssen (2020), o empreendedorismo garante muitos benefícios para os países, pois gera empregos, rendas e através da competividade traz inovações. Podendo ser praticado em todas as áreas, o empreendedorismo é visto como uma solução para muitos, porque consegue trazer novas atividades que podem restaurar a economia de um país, esses são conhecidos como empreendedorismo de alto impacto.
Conforme Spudeit (2018) o empreendedorismo é importante tanto para o profissional quanto para a sociedade, já que as novas empresas geram empregos e rendas que acabam movimentando a economia do local, o empreendedorismo é visto como a melhor arma contra o desemprego.
O empreendedorismo tem sido uma ferramenta crucial na adaptação do mercado ao longo do tempo, adequando-se as mudanças na sociedade, sendo capaz de suprir as novas demandas e vencer os novos desafios impostos. A transformação imposta pelo empreendedorismo é muito importante para haver inovação e criatividade em qualquer profissão, por isso a capacidade de protagonizar novos campos de atuação e novos métodos geram inúmeros benefícios tanto ao indivíduo quanto a sociedade no geral (XAVIER et al., 2020).
Em conformidade com Ferreira (2021), atualmente, o empreendedorismo na enfermagem está sendo muito importante, pois ajuda na visibilidade e na consolidação da profissão, como ciência, inovação e tecnologia, empreender na enfermagem gera mudanças nos campos de atuação, beneficiando a área da saúde, e acaba alcançando novos níveis, em relação ao desenvolvimento social e profissional.
Trabalhar com empreendedorismo na enfermagem pode beneficiar a profissão, além disso, traz um grande impacto social, através da realização de algumas atividades autônomas, ou dentro de instituições. O enfermeiro pode impactar positivamente o meio social, usando suas atitudes e habilidades para resolver os problemas (SOUZA, 2021). Diante disso, o estudo tem como objetivo refletir sobre o empreendedorismo na enfermagem.
2- CAMINHO MÉTODOLÓGICO
LAVILLE (1990) define a metodologia como uma preocupação instrumental que trata das formas de se fazer ciência, cuida dos procedimentos, das ferramentas e dos caminhos. A fim de descrever, planejar detalhadamente e refletir sobre “O empreendedorismo na enfermagem analisando as interfaces do empoderamento profissional da enfermagem até o cotidiano” elaborou-se esse método qualitativo, do tipo análise reflexiva, a partir de revisões da literatura sobre.
Esse método de revisão, apesar de sofrer alterações, apresenta etapas que devem ser seguidas a fim de reduzir os erros e vieses da pesquisa, que consistem na elaboração da questão norteadora critérios de inclusão e exclusão, separação dos estudos, avaliação dos estudos, interpretação dos resultados e a síntese do conhecimento (SOARES et al., 2010).
Portanto, a revisão foi realizada de forma não sistemática, com busca aleatória do material, o levantamento foi realizado em ambiente virtual na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), nas bases: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Base de Dados de Enfermagem (Bdenf), Google Acadêmico e Scientific Electronic Library Online (Scielo), nos resultados com os seguintes descritores: “Empreendedorismo; Enfermagem; Disciplina; Ementa”. Estes termos foram utilizados de forma conjunta e isolados para responder as seguintes questões: O que é empreendedorismo na enfermagem; Cronologia do empreendedorismo na enfermagem: Interface nas teorias de enfermagem; Áreas para empreender; Características do empreendedor.
A pesquisa de natureza reflexiva foi realizada através de revisão bibliográfica integrativa baseada em obras secundárias que aborda o tema em questão, publicadas no período de 2018 a 2023. Cabe mencionar que, a construção da revisão reflexiva da literatura se dá por etapas, cuja primeira etapa se refere à definição do tema a ser abordado e, por conseguinte, na elaboração da questão norteadora para a condução das pesquisas. As obras idênticas, repetidas em bases diferentes, foram eliminadas, considerou-se seu primeiro registro.
Tendo em vista que o objetivo da pesquisa foi refletir sobre o empreendedorismo na enfermagem, ao utilizar os descritores foram encontrados 1004 artigos, 61 se adequavam aos critérios de inclusão estabelecidos, foram descartados 26 artigos, por não caracterizarem os sujeitos estudados de acordo com o objetivo, a exclusão se deu devido aos artigos não estarem escritos em português ou estarem fora do período de tempo estipulado. A figura 1 mostra os resultados da busca nas bases de dados.
Figura 1 – Fluxograma dos resultados da busca bibliográfica nas bases de dados.
Fonte: Construção dos autores (2023).
Vale ressaltar ainda que, por se tratar de um estudo bibliográfico do tipo revisão reflexiva e não envolver seres humanos, o parecer do Comitê de Ética em Pesquisa foi dispensado.
A partir dos critérios de inclusão e exclusão foram realizadas buscas de evidências nas seguintes bases de dados eletrônicas supracitadas, por meio da estratégia EEDE, que representa um acrônimo para Empreendedorismo. Enfermagem. Disciplina. Ementa.
Os vocabulários de descritores controlados foram os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), utilizados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), inseridos na base de dados, com a utilização da estratégia EEDE, conforme apresentado no Quadro 1.
Quadro 1– Busca de evidências nas bases de dados por meio da estratégia EEDE.
Acrônimo | Definição | DeCS |
E | Empreendedorismo | Empreendedorismo |
E | Enfermagem | Enfermagem |
D | Disciplina | Não encontrado descritor padrão |
E | Ementa | Não encontrado descritor padrão |
Fonte: Construção dos autores (2023).
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO
Para elaborar a análise de dados e discussão do presente estudo, foram desenvolvidas quatro categorias mediante a análise das publicações que comtemplam essa pesquisa. A fim de compreender e organizar os dados redigiu-se as seguintes categorias: Categoria 1: O que é empreendedorismo na enfermagem; Categoria 2: Cronologia do empreendedorismo na enfermagem: Interface nas teorias de enfermagem; Categoria 3: Áreas para empreender; Categoria 4: Características de um empreendedor.
3.1 CATEGORIA 1 – O QUE É EMPREENDEDORISMO NA ENFERMAGEM
O empreendedor está responsabilizado pelas inovações, avanços nas novas tecnologias e na inclusão social. Além de transformar a forma que os ambientes são organizados o empreendedor explora e cria novas oportunidades de trabalho (COLICHI; LIMA, 2018).
Para Guimarães et al. (2022) o empreendedorismo se diverge no Brasil em duas vertentes, uma em que há o empreendimento de oportunidade realizado por empresas já consolidadas com experiencia para desenvolver o seu negócio, e por outro lado um tipo de empreendedor que se caracteriza pela necessidade, que cresce à medida que é chegado uma crise econômica, como ocorreu no contexto da pandemia do SARS-Cov-2, o que acabou ocasionando em um atraso no desenvolvimento econômico social.
Encontrar uma definição exata para empreendedorismo nem sempre é fácil, pois se diferem de acordo com a linha de pensamento de cada autor. Porém pode ser dizer que esse processo surge através de uma experiencia pessoal, pelo contato do indivíduo com o meio social gerando uma descoberta para a intenção de um negócio e realização de projetos. O termo empreendedorismo surgiu primeiramente associado a economia, porém hoje já está ligado a outras áreas como a política, social e institucional, mas sempre relacionado com uma atitude e um comportamento empreendedor (COPELLI et al., 2019)
O enfermeiro que deseja ser um bom empreendedor, deve ser: criativo, inovador, trabalhar arduamente, ter uma boa comunicação, ser autônomo, autoconfiante e responsável, essas são algumas características ideais para empreender, pois ajudarão o enfermeiro a melhorar a qualidade do cuidado, de forma direta com os pacientes ou, de forma indireta, através do gerenciamento, educação, pesquisa ou política (COLICHI et al., 2019).
Também Copelli et al. (2019), além das características citadas, um estudo mostrou que atitudes empreendedoras estão ligadas principalmente a enfermeiros jovens e com menor tempo de trabalho, enfermeiros com idade maior que 43 anos e 17 anos de graduação mostram menos interesse em empreender.
De acordo Annechini et al. (2022), o empreendedorismo vem crescendo cada vez mais na área da enfermagem com o passar do tempo, buscando inovação, para o enfermeiro que deseja ajudar as pessoas e ter seu próprio negócio rentável, é uma boa opção.
O empreendedorismo trouxe para o enfermeiro uma nova forma de se sustentar, pois muitas vezes precisa trabalhar além do seu horário para conseguir uma boa moradia e conforto para sua família (BRAGA et al.,2021).
Conforme Colichi et al. (2019), existe condições especificas que acabam favorecendo o empreendedorismo na enfermagem, como o envelhecimento da população, pessoas dispostas a pagar pelo cuidado e falta de mão-de-obra, isso garante que os enfermeiros tenham oportunidades para seguirem seus próprios caminhos.
Segundo Annechini et al. (2022), o aumento populacional, da expectativa de vida e o Sistema Único de Saúde (SUS) cada vez mais abarrotado, traz um grande aumento da necessidade da população em saúde e junto a isso ainda temos o crescimento da ciência/tecnologia. Esses fatores dão a enfermagem potencial e oportunidade para empreender.
O enfermeiro empreendedor de negócio ou empresarial oferece ao profissional a oportunidade do auto emprego, com a abertura de consultórios ou clínicas que ofereçam serviços de enfermagem, tornando o profissional enfermeiro semelhante a outro empresário que possuiu uma empresa própria. E possibilita ainda ser o profissional direto com o cliente, atuando na educação, na orientação, ou na assistência, podendo atuar na iniciativa privada ou pública (COLICHI et al., 2019)
Dentro da temática do empreendedorismo podemos observar sua utilização separando por locais e meios de uso, podendo ser feito de diversas formas e passando por lugares diferentes para se atingir um objetivo. O empreendedorismo social pode ser definido como a prática de alguma atividade com o intuito de beneficiar um grupo em uma determinada sociedade, como por exemplo uma família. O enfermeiro pode ser esse agente de mudanças trazendo mudanças positivas para determinado paciente inserido na sociedade (BOLINA; SANTOS, 2020).
Para Colichi et al. (2019) o empreendedorismo social não visa apensa lucro, mas quando se trata de ser implementado pela enfermagem ele proporciona atingir metas sociais, proporcionando promover melhorias em saúde para o maior número de pessoas. Geralmente ações desse seguimento são atribuídas a instituições sem fins lucrativos, entretanto não há necessidade de excluir o lucro por completo, já que pode fomentar empresários e gerar mais oportunidades nessa área.
Ser um enfermeiro empreendedor social é ser um profissional que deve possuir competência técnica, integrativa e humana, bem como ter a capacidade de identificar algo que não está funcionando e atuar no problema gerando a solução dele. Tudo isso em um processo dinâmico e estratégico, entendendo que o profissional atua com pessoas e precisa persuadi-las para que possa alcançar um patamar elevado no desenvolvimento. O empreendedor social deve buscar soluções inovadoras, criativas e sustentáveis com visão no desenvolvimento da sociedade (COPELLI et al., 2019).
Diferente do empresárial e do social o intraempreendedor é um empregado assalariado de uma instituição pública ou privada, que se desenvolveu e evoluiu oferecendo dentro do seu ambiente de trabalho um serviço de saúde que busca solucionar problemas de forma inovadora. Isto não é uma forma recente se se empreender uma vez que foi feito pela pioneira da enfermagem Florence Nightingale, porém agora com a alta demanda em saúde essa forma de empreendedorismo na enfermagem tem crescido ainda mais, uma vez que os serviços de saúde pública têm dificuldade de ofertar o suficiente para suprir grande demanda da população (COLICHI et al., 2019).
Conforme Bolina e Santos (2020) o intraempreendedorismo consiste em uma mudança dentro de um ambiente laboral para atingir uma melhoria no processo do trabalho. Já Copelli et al. (2019) dizem que o empreendedorismo cooperativo é praticado por profissionais que não possuem um negócio próprio e que atuam dentro de uma instituição já existente. No empreendedorismo cooperativo o profissional tem o desafio de superar com criatividade os percalços do trabalho, oferecendo soluções para os problemas incluindo a equipe e dividindo as responsabilidades.
3.2 CATEGORIA 2 – CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR
Uma pessoa necessita de uma série de características para se configurar como um empreendedor, e segundo a análise realizada por Cortez e Veiga (2018) para se construir um perfil empreendedor o indivíduo precisa principalmente de competências empreendedoras, atitudes empreendedoras, personalidade empreendedora, potencial empreendedor, perfil empreendedor e uma performance empreendedora.
É necessário para o indivíduo empreendedor que perceba os problemas na sociedade moderna, aceite as oportunidades que lhe surgem e busque solucioná-las de formas criativas e inovadoras, se tornando um agente de mudança em meio a sociedade. Além disso, o empreendedor não permanece estático, mas está sempre atras de seus objetivos, e mudará seus métodos sempre que necessário afim de alcançar seu objetivo, ainda que isso signifique um sacrifício pessoal (KRÜGER; RAMOS, 2020).
David C. McClelland (1972) desenvolveu um método de avaliação dos comportamentos do empreendedor de acordo com a sua motivação e a necessidade da sua realização. E nesse método McClelland observou que os empreendedores observavam meio exterior buscando o que pudessem desenvolver algum programa com o objetivo de estimular o desenvolvimento. Em 1980 a pesquisa de McClelland foi aprofundada e passou a abranger mais as características dos empreendedores, e nesse contexto foram divididos em três diferentes dimensões. Realização (que inclui a iniciativa, comprometimento, persistência e eficiência), planejamento (que envolve metas a serem alcançadas, um sistema de informações e monitoramento) e poder (que está relacionado a autoconfiança, contatos e independência) foram os pontos observados que podiam levar o indivíduo para o empreendedorismo com sucesso (KRÜGER; RAMOS, 2020).
Segundo o estudo realizado por Copelli et al. (2019) os autores afirmam que no campo da enfermagem os empreendedores são em sua maioria pessoas com idade inferior à de 43 anos, e profissionais mais maduros e experientes com 17 anos ou mais de graduação demostram menos interesse para o empreendedorismo. Isso demostra que o empreendedorismo é uma ideia mais real para os novos e recentes profissionais. Os autores ainda destacam que o umas das principais características para o empreendedor na enfermagem é o senso de oportunidade, que consiste na percepção de quando deve buscar por novas frentes de atuação na profissão para o benefício da sociedade e do profissional, que tirará proveito das situações incomuns para resultar em melhorias na educação, no negócio na assistência ou em outra área em que ele atua.
Para Colichi et al. (2019) as características do empreendedor na enfermagem se distinguem em três áreas de acordo com sua atuação e na sua dimensão de vivência empreendedora, seja no empreendedorismo de negócio, social ou intraempreendedorismo. Cada uma dessas tipologias de empreender exige características únicas que se adequam a atuação do profissional. O enfermeiro que avança no empreendedorismo também sofre influência da localização onde seu negócio fica implantado, economia da população, cultura de seus clientes e da legislação que atua sobre aquela localidade.
O enfermeiro precisa apresentar características próprias para empreender, pois o empreendimento está relacionado com independência, flexibilidade, determinação, inovação, alto confiança, ação de forma holística e ter consciência legislativa. E o conjunto dessas qualidades formam o enfermeiro empreendedor que pode investir em novas atuações que resultam em ações diferentes na maioria, e possibilitam a assistência de forma pouco exploradas pelos profissionais atuantes no nosso país (COPELLI et al., 2019).
3.3 CATEGORIA 3- CRONOLOGIA DO EMPREENDEDORISMO NA ENFERMAGEM: INTERFACE NAS TEORIAS DE ENFERMAGEM
Em primeira análise, cabe-nos questionar como surgiu a enfermagem e qual público ela atende. A verdade é que desde a antiguidade já haviam pessoas que que realizavam os cuidados à saúde antes da profissionalização positivista da enfermagem. O empirismo era utilizado por todas as classes sociais, o conhecimento em fitoterapia gerava o curandeirismo que era amplamente reconhecido e valorizado (TORRES; PIRES, 2023).
Carvalho (1996) definiu as curandeiras como pessoas que tem um dom de curar. Esse dom hereditário resume-se em recomendações e tratamentos que quando seguidos fielmente resultavam na melhora no quadro de saúde. É inegável os indivíduos da época associavam o curandeirismo a algo espiritual, o que não impedia a popularidade. Vale ressaltar que o curandeirismo não era uma profissão formal, mais a relação dos curandeiros e as pessoas que procuravam o serviço era extremamente profissional e comum naquela época. Depois da fase empírica ou primitiva a enfermagem passa para a fase evolutiva, em que Florence se destaca.
Florence Nightingale (1820-1910), considerada a mentora da enfermagem contemporânea, tornou-se, depois de quase um século e meio, um personagem questionável. Uma visão mais justa, talvez, seja a dessa personalidade extraordinária, que ousou negar o destino frustrante reservado às meninas mesmo aquelas da mais alta posição social, e embarcou em uma vida cheia de emoções. No entanto, apesar da contradição de seu próprio caráter, ele foi acima de tudo uma figura representativa de seu tempo. A enfermagem qualificada é fundamentada na fundamentação científica proposta por Florence (DIAS; DIAS, 2019).
De acordo com Dias e Dias (2019) Florence, influenciada diretamente por sua passagem pelos locais onde se pratica o cuidado leigo de enfermagem e fundamentada nos conceitos religiosos de caridade, amor ao próximo, bem como nos preceitos de valorização do ambiente propício ao cuidado divisão social, trabalho e autoridade da enfermagem sobre os cuidados, Florence ganhou ainda mais destaque após sua participação como voluntária na guerra da Crimeia em 1854. Ela foi uma enfermeira britânica que ficou famosa por ter sido pioneira no tratamento de feridos de guerra, sendo apelidada de “A dama da lâmpada” , por ter usado este instrumento para ajudar na iluminação ao atender os feridos à noite.
Ao criar a teoria ambientalista, Florence foi a precursora de diversas teóricas que mudaram a história da enfermagem. Atualmente muitos enfermeiros empreendedores se baseiam nas teorias de enfermagem para empreender. Existem diversas teorias que podem embasar o empreendedorismo na enfermagem, mas o presente estudo cita apenas quatro das principais teorias de enfermagem: Teoria Ambientalista; Teoria do Autocuidado; Teoria das Necessidades Humanas Básicas e Teoria da Adaptação.
O conceito de empreendedorismo na enfermagem relaciona-se com características pessoais e profissionais como autonomia, independência, flexibilidade, inovação, positividade, confiança e responsabilidade(COPELLI, et al., 2019). Dorothea Elisabeth Orem foi uma mulher afrente do seu tempo que desenvolveu a teoria do autocuidado, diante disso muitos enfermeiros viram uma nova oportunidade de negócio utilizando a edução em saúde voltada para o autocuidado como forma de empreender.
Orem em 1958, mencionou pela primeira vez o “autocuidado” quando começou a investigar por que as pessoas precisam de cuidados. Orem entende o autocuidado como a prática do indivíduo agindo em seu próprio interesse, um conjunto de ações para prevenir ou tratar problemas de saúde. Os indivíduos podem então ser observados para determinar se a assistência de enfermagem é necessária (SILVA et al., 2021).
A educação empreendedora enfatiza o uso de metodologias de ensino que permitem o aprender, proporciando ao indivíduo pensar de maneira diferente, explorando saídas e alternativas (TREVISANUTO, 2022). Existem diversas oportunidades de negócios na área da saúde que podem ser considerados na procura de um objetivo para começar a crescer e se desenvolver no mercado e na economia (AVENI; ASSIS, 2021). Cabe mencionar que Trevisanuto (2022) destaca que, os profissionais de saúde buscam atender diretamente as necessidades humanas, promovendo assim, oportunidades de inovação.
Corroborando com a afirmativa, a teoria das necessidades humanas básicas que Wanda de Aguiar Horta desenvolveu em 1974, diz que as necessidades humanas básicas, quando não atendidas, geram instabilidade hemodinâmica no ciclo vital. Essas necessidades humanas, segundo a teoria podem ser categorizadas em psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais (ARAÙJO et al., 2020). Diante disso, fica claro que observar as necessidades do cliente e montar um negócio de acordo com as premências é uma característica do enfermeiro empreendedor que pode ser respaldada pela teoria de Wanda Horta.
Outro atributo do empreendedorismo é a adaptação. Castro et al. (2021) afirma que quando há um impacto financeiro nos negócios é imposto uma adaptação pelo contexto atual em relação às capacidades dinâmicas, tornando necessário a utilização de novas medidas para atender a demanda. Na enfermagem não é diferente, quando Callista Roy desenvolveu a teoria da adaptação, ela considerava como objetivo da enfermagem a promoção da adaptação das pessoas nos quatro modos de adaptação (físico-fisiológico, identidade de autoconceito, interdependência e desempenho de papel), favorecendo assim para a saúde, a qualidade de vida (OLIVEIRA et al., 2020).
No ambiente atual O empreendedorismo na enfermagem é essencial para ampliar a visibilidade e integração da profissão como ciência, tecnologia e inovação nas mais diversas situações e campos de atuação. Só assim a sociedade poderá conhecer os progressos da profissão sua missão social e seus benefícios à saúde. A abordagem empreendedora, portanto, impulsiona a promoção da visibilidade social da enfermagem, bem como a conquista de novos níveis de desenvolvimento profissional para os enfermeiros (COPELLI, et al., 2019).
3.4 CATEGORIA 4- ÁREAS PARA EMPREENDER
No Brasil e enfermagem tem desenvolvido um papel muito importante na identificação dos problemas de saúde na população, bem como na promoção e proteção a saúde. A enfermagem vem surgindo como a profissão do futuro no que tange a respeito da inserção dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) através de políticas públicas, utilizando para isso ações resolutivas e inovadoras em diferentes contextos sociais (BACKES et al., 2020).
Foi o tempo em que o enfermeiro só tinha como opção trabalhar em hospitais e clínicas, esse pensamento foi mudando através dos avanços da tecnologia e da ciência, que trouxeram inovações para o mercado de trabalho, isso foi muito bom para a categoria, pois, ampliou as áreas em que o enfermeiro pode empreender e com isso tirar a sua renda (BRAGA et al., 2021).
Há uma diversidade de áreas para o enfermeiro empreender, desde a prevenção, orientação e cuidados básicos da atenção primária passando pela secundária e indo até a complexa atenção terciária, porém dentre elas é notado que existe uma predominância de escolha pelos cuidados na atenção primária à saúde, que são relacionadas principalmente a clínicas privadas e serviços como cuidados com diabético, estomas e feridas, home care, paciente acometidos de acidente vascular encefálico (COLICHI et al., 2019).
Uma das áreas supracitadas que vem sendo explorada atualmente é a estomaterapia, o enfermeiro especialista em cuidados de estomia têm conhecimentos teóricos e práticos e habilidades voltadas principalmente para cuidar de pessoas com estomas e com feridas agudas e crônicas. O empreendedorismo na enfermagem é concebido como um processo estratégico com oportunidades inovadoras. Juntamente com o sucesso dos consultórios de enfermagem, essa profissão representa, na verdade, a aplicação do empreendedorismo nesse campo, pois é uma especialidade relativamente nova, específica da enfermagem, que tem recebido muita atenção nos ultimamente (ALEIXO; VIANA, 2020).
Juntamente a estomaterapia, nos últimos tempos vem surgindo diversas áreas de atuação e oportunidades ao enfermeiro empreendedor, cabe mencionar a assessoria, consultoria e o atendimento domiciliar. De acordo com Copelli (2022) o enfermeiro é um gestor por natureza, o que acarreta na capacidade de administração. O empreendedorismo e liderança são as motivações frente a uma equipe ou grupo de trabalho. Diante de situações empreendedoras no que tange ao desenvolvimento de um negócio, como a prática de assessoria e consultoria, o atendimento domiciliar, e entre outros o enfermeiro encontrou caminhos para adquirir autonomia.
Além da assistência a saúde o enfermeiro também tem explorado outras áreas para atuar como na estética, podologia e tratamentos alternativos. Tudo isso agrega ao enfermeiro a adição de um valor a mais graças ao conhecimento inerente do profissional. O fato no enfermeiro apresentar soluções para problemas difíceis de serem resolvidos tem pontuado a favor da enfermagem e abrindo novas portas, como na consultoria e gestão de projetos, já que o enfermeiro pode cuidar do bem-estar dos trabalhadores e cuidar também dos custos relacionados ao cuidado na saúde (COLICHI et al., 2019).
Na estética o enfermeiro encontra diversas possibilidades de atuação a fim de promover saúde, beleza e bem estar. O enfermeiro que atua na área da estética deve conhecer mais sobre os procedimentos que o enfermeiro esteta pode realizar. Podendo exercer sua competência na assistência em enfermagem ou de forma autônoma e independente (GUIMARAES, 2022).
Conforme Pereira et al. (2021) o enfermeiro também pode empreender com: atendimento em eventos, assistência no aleitamento materno e no parto, cuidados com os recém-nascidos e idosos, assistência particular para crianças, atendimento corporativo, promoção de eventos educacionais em saúde, consultoria e treinamentos, vacinação, esterilização de material médico-hospitalar, transporte de pacientes, aluguel de equipamentos, comercialização de produtos hospitalares, consultórios e clínicas de enfermagem entre outras atividades. Podemos observar, que atualmente ficou mais fácil para os profissionais de enfermagem empreender na área da saúde, já que existem inúmeras opções de cuidado.
Vale ressaltar ainda, que a educação em saúde vem se mostrando uma forte aliada do enfermeiro empreendedor, A educação em saúde é uma estratégia para melhorar a assistência de enfermagem, integrando atividades educativas ao cuidado do paciente, utilizando os recursos disponíveis nos serviços de saúde, sejam eles públicos ou privados. Essas ações são importantes para melhorar a qualidade de vida das pessoas e desenvolver suas tarefas diárias (COSTA, 2020).
O enfermeiro utiliza assuntos de interesse coletivo e propaga seus conhecimentos usando sua função de educador em saúde para que haja um benefício mutuo. Dois exemplos de assuntos muito explorados são os primeiros socorros e o treinamento da segurança do trabalho pelos seguintes motivos.
Existem princípios básicos de primeiros é muito utilizado por todos os profissionais de saúde, mais é muito importante a transmissão e periódica atualização dos conhecimentos de primeiros socorros para toda a população, com ênfase nos grupos que se destacam em acidentes como grupo de risco no quadro epidemiológico para determinadas emergências, como idosos e crianças (SOUZA et al., 2021).
A preocupação com a segurança ocupacional foi um fator menos óbvio antigamente, mas hoje é um problema sério inúmeras perdas financeiras ou outras perdas devido a lesões que ocorrem dentro da organização, doenças e outras mortes relacionadas ao trabalho que afetam a organização ou a família vítima e as próprias vítimas ( SILVA et al., 2020).
É sabido que as especialidades estão sendo desenvolvidas a partir de novas perspectivas. No entanto, para fortalecer a autonomia e desenvolver novas abordagens terapêuticas, o empreendedorismo nessa categoria deve ser incentivado em combinação com desenvolvimentos de pesquisas, como o tratamento de estomas (ALEIXO; VIANA, 2020). Para Alexandre et al. (2021) mesmo com tantas opções que o enfermeiro possui atualmente, ainda existe uma falta de estudos na literatura brasileira que discutem quais são as práticas empreendedoras que podem ser realizadas pelos enfermeiros.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a implementação da disciplina de empreendedorismo em enfermagem, os acadêmicos possuíram uma visão mais ampla de como atuar na profissão de enfermagem de forma autônoma e inovadora, garantindo formas de rentabilidade sem depender diretamente de um empregador ou instituição. Expandindo a visão do futuro enfermeiro além da assistência em saúde, e promovendo a autonomia profissional contribuindo assim para a sociedade e para a profissão.
Consequentemente com a promoção do ensino de empreendedorismo na graduação espera-se que no futuro haja mais enfermeiros empreendedores no mercado de trabalho, ocasionando assim uma valorização do profissional enfermeiro perante a comunidade e entres outros profissionais de saúde. Ainda que de forma empírica o empreendedorismo sempre foi utilizado desde os primores da humanidade até os dias de hoje, as teorias de enfermagem tem uma correlação importante com o empreendedorismo com atributos que ampliam a visão dos empreendedores na enfermagem.
Propagando o empreendedorismo em enfermagem a sociedade irá desfrutar de novos benefícios com a possibilidade de serviços em saúde que sejam praticados de forma competente e técnica, disponibilizando serviços úteis a população, gerando mais opções no mercado de trabalho, novos empregos e novos serviços de saúde.
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¹Enfermeira. Graduada pela Universidade Iguaçu. Empreendedora na atividadeautônoma de assessoria e consultoria. E-mail: miriammaria.mima@gmail.com;
²Enfermeiro. Mestre e Doutorando pelo PACCS/EEAAC pela Univesidade FederalFluminense. Docente do curso de graduação em enfermagem da UniversidadeIguaçu; Pós-graduação em
CTI e Emergência; Neonatologia e Pediatria; Obstetrícia da Universidade Iguaçu –UNIG; Docente na Pós-graduação em Enfermagem em Terapia Intensiva naFaculdade Bezerra de Araújo – FABA; Docente na Pós-graduação em Estomaterapiana Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ; Empreendedor atividadeautônoma de assessoria e consultoria acadêmica. E-mail:enf.wandersonribeiro@gmail.com.
³Enfermeira; Mestre e Doutora em Enfermagem (UFRJ/EEAN); Especialista emestética e cosmetología. Empreendedora Digital e Coach de emagrecimento,saúde, beleza e bem-estar. E-mail: keila_arcanjo@hotmail.com;
4Enfermeiro; Pós graduado Anatomia e Fisiologia Humana; Especialista emneurociência. Empreendedor Digital- mentor CEO Agência de CuidadosDomiciliares. E-mail: wallacebendavid@gmail.com;
5Enfermeira; Especialista no cuidado ao idoso; Empreendedor Digital- mentor CEO Agência de Cuidados Domiciliares. E-mail: dayara-silva@hotmail.com;
6Enfermeiro; Mestre em Enfermagem (UERJ); Especialista em Enfermagem doTrabalho/Docência Técnica e Superior; Empreendedor no Treinamento de Educação em Saúde e Segurança do Trabalho. E-mail: ltmbarros12@gmail.com;
7Enfermeiro; Especialista em urgência e emergencia; Empreendedor na área deeducação em saúde formação de socorrista em atendimento pré-hospitalar, ACLS,BLS,stop the bleed; CEO da CERFOS APH. E-mail:diogolimaenfermeiro@gmail.com;
8Enfermeiro; Expertise no tratamento de Feridas e curativos. Empreendedor CEOagência de cuidados domiciliares e tratamento de feridas e curativos. E-mail:pimentarrprodrigo@gmail.com;
9Acadêmica de Fisioterapia da Faculdade Anhanguera Educacional;Empreendedora na área de massoterapia. E-mail: dandansantabrigida@gmail.com
10Enfermeiro; Especialista em Urgência e Emergência, CTI. Empreendedor na áreade Educação em Saúde e Primeiro Socorros; E-mail: jrogerio1980@gmail.com;
¹¹Enfermeira; Especialista em Segurança do Paciente. Empreendedora emEducação em Saúde; E-mail: enf.jessicaoliveira2@gmail.com;
¹²Enfermeira; Especialista em estética. Especialista em Marketing de afiliados;Empreendedora Digital Coprodutora. E-mail: pribarbosaaaa@gmail.com.