GADO LEITEIRO E SUAS MODERNIDADES (COMPOST BARN)

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8015573


Prof. Rodrigo Marques
Siderlei Celio Oliveira


RESUMO

Presente artigo tem como objetivo evidenciar as vantagens da implantação do COMPOST BARN (criação do gado leiteiro em confinamento) em uma fazenda, sítio ou chácara. Passando informações desde o conforto que se aplica aos animais, com uma redução drástica nas doenças comuns aos animais (mosca de chifre, carrapatos, mastite, etc.), aumento na produção do leite, bem como, na qualidade, maior controle na gestação, melhorando a qualidade do seu rebanho. Também aborda a história do Compost Barn, seus benefícios, custos de instalação e possibilidades de obtenção de empréstimos para a implementação desse sistema. Dando ao produtor leiteiro uma visão realista de todo o processo para que o mesmo possa avaliar suas condições e adaptar o projeto a sua realidade, demonstrando que não só o grande produtor pode ter acesso a essa nova tecnologia, mas sim, o pequeno e médio produtor também tem acesso a essa novidade pouco difundida aqui no Brasil. Ao final, conclui-se que o Compost Barn é uma alternativa viável e eficiente para a pecuária moderna, contribuindo para a redução dos impactos ambientais e melhorando as condições de criação dos animais.

INTRODUÇÃO

A indústria pecuária desempenha um papel crucial na produção de alimentos e no fornecimento de recursos vitais para a sociedade. No entanto, um dos desafios enfrentados pelos produtores é o manejo adequado dos dejetos animais, que podem impactar negativamente o meio ambiente se não forem tratados corretamente. Nesse contexto, o sistema Compost Barn tem se destacado como uma solução inovadora e sustentável para o gerenciamento dos resíduos gerados pela pecuária. Este artigo tem como objetivo explorar a história, os custos de instalação, os benefícios e os empréstimos disponíveis para a implementação do sistema Compost Barn.

Demostrando como é possível com apenas uma pequena parte do terreno utilizada, pode-se manter o gado leiteiro, trazendo ótimos resultados para o produtor, além da redução no trabalho.

O restante do terreno pode ser utilizado em outras modalidades como, por exemplo, plantação de insumos, onde pode-se usar o próprio adubo gerado pelos animais. E sendo assim, demostrar os benefícios que essa nova modalidade de produção de leite pode trazer para o rebanho e o produtor.

Visa abrir os horizontes do pequeno e médio produtor leiteiro, que através de um investimento e usando um pequeno espaço de sua terra poderá criar seu gado com todo conforto, livre de doenças e inconvenientes que o rebanho tem quando está no pasto aberto. Melhora sua produção de leite, tanto em kgs por animal, como na qualidade, gerando assim mais lucros.

Cada passo, desde o espaço a se utilizar, como conseguir financiamento, que órgãos procurar para criar o projeto, empresas que fabricam o galpão para o confinamento, ordenhadeiras, mínimo de gado necessário para implantação do compost barn, contribuindo assim, com o máximo de informação possível para que o pequeno e médio produtor possa se sentir à vontade para investir nessa nova modalidade de produção de leite.

OBJETIVOS

Visa reunir informações confiáveis do Compost Barn e avaliar sua instalação como opção viável a ser utilizada tanto para o pequeno, quanto ao médio produtor no confinamento de vacas leiteiras no Brasil. Avaliar os custos de implantação e sua viabilidade, vantagens de manter o gado confinado, tanto para o produtor como para o próprio rebanho. Além disso, reunir informações, como redução de doenças, aumento da produção e da qualidade do leite, melhora na genética do gado, controle de todas as etapas da produção de leite e como resultado, melhores lucros.

HISTÓRIA

Em tradução livre, compost barn significa “estábulo de compostagem”.

Tom e Mark Portner, de Sleepy Eye, Minnesota, em 1990, começaram a produção de leite em sistema tie-stall (vacas presas a correntes em baias individuais) e o free stall (galpões onde as vacas descansam retidas em baias individuais), onde as vacas eram mantidas dentro do estábulo.

No ano 2000, a produtividade aumentou muito e as instalações não suportavam mais os animais. Então, partiu-se para uma nova modalidade, com a construção de um novo galpão diferente dos anteriores, visando priorizar baixo custo de instalação/animal, também visavam a saúde e o bem-estar dos animais. Assim, como a opção que melhor atendia o sistema proposto construiu-se o primeiro Compost Barn, em 2001.

O objetivo era desenvolver um sistema que reduzisse os impactos negativos dos dejetos animais no solo, na água e no ar, ao mesmo tempo em que proporcionasse um ambiente saudável e confortável para os animais. A abordagem inovadora do Compost Barn baseia-se na compostagem dos dejetos, transformando-os em um fertilizante rico em nutrientes e seguro para o meio ambiente.

Com isso ouve um impacto na melhoria dos indicadores reprodutivos e, consequentemente, no aumento da produção de leite, que resultou em mais lucros.

INSTALAÇÃO

Neste artigo será tomado como base de estudo a construção de um galpão para receber até 50 animais, tomando como base casa animal ocupar uma área de 12 m2 e uma área de trato de 120 m2, teremos uma área a ser ocupa correspondente a 720 m².

A área precisa ser plana, ter fácil acesso, água em abundância perto e observar a posição de construção do galpão, devido ao sol e ventanias fortes.

Para boa distribuição e conforto dos animais, deve-se considerar um espaço de no mínimo de 7,5 m2 a no máximo 20,0 m2 por vaca, para que todos os animais possam se deitar ao mesmo tempo e ainda ter espaço para se movimentar em direção ao cocho e ao bebedouro, podendo ser menor dependendo da raça. Ainda deve haver duas saídas para a pista de alimentação de 4,0 m de comprimento, uma divisória de 1,2 m de altura entre a cama e a área do cocho. Bebedouros devem ficar contra a parede de concreto que separa a área do corredor de compostagem da do corredor de alimentação, e são acessados a partir do corredor de alimentação (Janni et al., 2006).

COMPOST BARN NA PRATICA

Em visita as instalações da FAZENDA SANTA LUZIA administrada pelo proprietário Sr. Edson Aguiar e seu filho Fabrício Aguiar, onde com grande gentileza disponibilizaram um pouco do seu precioso tempo para auxiliar com informações do seu dia a dia na fazenda que desde de 2014 já conta com a instalação do Compost Barn, o que veio agregar e em muito para a elaboração deste artigo.

Segundo o Sr. Edson Aguiar, em 2014 iniciou com um galpão 20×30 (600 m²) de cama e 4×30 (120 m²) de pista de trato, para um total de 60 vacas leiteiras, o que dá em média 10 m² por animal, mas que para nossa região que é o vale do Rio Doce o ideal é 12 m² por animal.

FIGURA I

Foto tirada na Fazenda Santa Luzia.

Hoje já conta com mais um galpão para 90 vacas.

FIGURA II

Foto tirada Fazendo Santa Luzia (Galpão para 90 animais).

Quando iniciou, a produção média do gado era de 17 kgs por vaca, que logo pulou para seus 30 kgs, podendo chegar aos 33 kgs por animal dependendo da estação do ano (tempo frio produz mais).

A fazenda Santa Luzia conta na casa de leite com uma ordenhadeira para 8 animais ao mesmo tempo, e que no momento ordenha 33 vacas por hora, mas que sua capacidade é de 40 vacas por hora. Depois de higienizado os animais vão para a ordenhadeira de onde o leite vai direto para o resfriador, onde permanece a -3º graus até que o caminhão passe para recolher o leite, o que ocorre todos os dias. É praticado 2 ordenhas por dia.

FIGURA III

Foto tirada Fazenda Santa Luzia (Casa de Leite)

Segundo o proprietário, as melhorias foram grandes, desde a produção do leite e sua qualidade, quanto ao que se refere ao bem-estar dos animais, doenças, diminuíram bastante, carrapato nem tem mais, além da melhora na genética do gado leiteiro.

Ainda segundo o proprietário, é de suma importância que se tenha colaboradores comprometidos com o trabalho e goste de animais. O mal funcionário gera prejuízo e dos grandes.

A fazenda Santa Luzia conta ainda com um outro pequeno galpão chamado de pré-parto, onde as vacas ficam quando estão próximo de parir.

Sr. Edson Aguiar (proprietário) disse estar satisfeito com essa nova modalidade de manter o gado leiteiro e que só se mantêm no negócio devido ao Compost Barn.

A visita a fazenda Santa Luzia foi realizada no dia 06/abril/2022, na parte da manhã. Onde agradecemos e em muito, toda atenção e disponibilidade em auxiliar com informações tão uteis que contribui com o presente artigo para que o mesmo possa demostrar as vantagens do Compost Barn na prática.

FIGURA IV

Foto tirada Fazenda Santa Luzia (Pista de trato).

O INÍCIO

Deve-se começar escolhendo o espaço mais adequado na propriedade para a construção do galpão e da casa de leite, em seguida procurar a EMATER ou empresas particulares para a criação do projeto para construção dos galpões.

Já tendo em mente o local para a construção do galpão e o profissional gabaritado dando o seu aval, deve-se preparar o local para construção do galpão de confinamento e vamos através de figuras e breves comentários apresentar uma ideia de como é feito.

O pé direito precisa ser alto, acima de 5 metros de altura, pois a cama sobreposta pode atingir até 1,2 metro e o telhado precisa de calha para escoar a água, evitando molhar a cama quando houver chuva forte e vento. A base das camas pode ser de terra compactada, argila ou concreto para evitar a infiltração de água no solo podendo atingir e contaminar lençóis freáticos.

O terreno da construção precisa ser levemente inclinado para que não ocorra escoamento de água para dentro da cama e em local mais elevado, devido ao canal de drenagem, minimizando a entrada de água de chuva.

A escolha do local deve levar em consideração à distância de outras construções, barrancos, silos, para que seja garantida a ventilação e renovação de ar. Há de se considerar também a orientação do galpão em relação ao sol, a qual deve ser Leste-Oeste para diminuir a incidência dos raios solares dentro da instalação.

FIGURA V

Imagem: Estruturas Metálicas – Barracão, Galpão (Barracões, Galpões) em 54035 (mfrural.com.br) – Acesso 20/01/2023

Bebedouros não devem se localizar em área de cama para evitar molhar a mesma.

FIGURA VI

Imagem: Estruturas Metálicas – Barracão, Galpão (Barracões, Galpões) em 54035 (mfrural.com.br) – Acesso 20/01/2023

Outro fator importante é o telhado. Sempre procurar usar um material que não retenha muito calor e sua inclinação deve ser superior a 30%, para não dificultar a circulação de ar dentro do galpão para ajudar na dissipação do calor gerado pelas vacas e pela cama no processo de compostagem, e ainda deve conter lanternim coberto para que não chova dentro da instalação molhando a cama.

FIGURA VII

Imagem: Estruturas Metálicas – Barracão, Galpão (Barracões, Galpões) em 54035 (mfrural.com.br) – Acesso 20/01/2023

FIGURA VIII

Imagem: Estruturas Metálicas – Barracão, Galpão (Barracões, Galpões) em 54035 (mfrural.com.br) – Acesso 20/01/2023

Ventiladores devem ser instalados sobre a cama para mantê-la seca, melhorando a circulação de gases da compostagem, controlando a temperatura do galpão e proporcionando conforto térmico às vacas. Além disso, há melhorias na saúde geral das vacas, pois elimina poeira e pequenas partículas, que podem ocasionar futuros problemas respiratórios. A ventilação deve ser homogênea para evitar aglomeração de animais em algumas localidades do galpão, implicando em excesso de fezes e urina em locais específicos.

FIGURA IX

Imagem: Estruturas Metálicas – Barracão, Galpão (Barracões, Galpões) em 54035 (mfrural.com.br) – Acesso 20/01/2023

Aspersores na pista de alimentação auxiliam também no arrefecimento e melhoram o conforto térmico das vacas, aumentando o consumo de matéria seca.

FIGURA X

Imagem: Estruturas Metálicas – Barracão, Galpão (Barracões, Galpões) em 54035 (mfrural.com.br) – Acesso 20/01/2023

Todo o pavilhão com 2% de desnível inclusive o telhado, para evitar que haja problemas com as sapatas dos pilares no momento de construir as pistas de trata, alimento e circulação trator. Contribui com a coleta dos dejetos que deve ser feita de forma apropriada, indo através de tubulação direto para a esterqueira, que deve ser construída ao lado do galpão para receber todo os dejetos dos animais.

FIGURA XI

Imagem: Estruturas Metálicas – Barracão, Galpão (Barracões, Galpões) em 54035 (mfrural.com.br) – Acesso 20/01/2023

FIGURA XII

Imagem: Estruturas Metálicas – Barracão, Galpão (Barracões, Galpões) em 54035 (mfrural.com.br) – Acesso 20/01/2023

Caso o produtor não se sinta seguro em realizar o projeto sozinho, pode ir, no caso de minas gerais, a EMATER.

Deve procurar o engenheiro responsável para lhe auxiliar com seu projeto, lhe fornecendo informações necessária para todas as etapas do seu projeto, podendo até, criar um novo projeto, mas bem elaborado, reduzindo assim custos desnecessários.

Com o projeto pronto e revisado, pode lhe orientar que linhas de crédito pode recorrer, caso não tenha recursos próprios, lhe trazendo maior rapidez na liberação desse crédito.

CUSTO

Para que o produtor tem uma base de custos, foi feita uma pesquisa na internet no dia 09/04/2023 com os principais itens que são necessários para a realização do projeto.

Lembrando que são preços aproximados, podendo ter algumas variações, mas tudo depende de uma pesquisa mais ampla, já com o projeto em mãos, o que vai possibilitar maior clareza com um ótimo custo-benefício.

Lembrando que apesar de parecer um investimento alto, e supondo que se tenha 20 vacas leiteiras que com a implementação do confinamento passem a produzir 25 kgs de leite diário, e considerando nos dias de hoje o valor do leite R$ 2,75 reais, o faturamento mensal bruto será de aproximadamente R$ 41.250,00 reais. Neste estamos considerando apenas 40% da capacidade do galpão.

Considerando que o objetivo é atingir 100% da capacidade do galpão, com 90% da capacidade teremos um faturamento de R$ 92.812,50 mensal. Então, a de se convir que comparando o faturamento com o investimento não teremos um investimento tão absurdo assim.

Importante ressaltar que dependendo da cooperativa que o produtor for associado, é possível através de um aplicativo de celular acompanhar o valor do preço do leite e seu faturamento em tempo real, que vai possibilitar um melhor planejamento sem surpresas no final do mês.

É possível se acompanhar despesas e receitas em tempo real, o que facilita muito o planejamento. Como dinamismo no planejamento possibilidade mudanças de estratégias mais rapidamente, possibilita identificação de qualquer problema recorrente ao rebanho, como doenças, devido à queda na produção do leite. Possibilita avaliar se é melhor vender o leite para cooperativa ou fazer queijo, muçarela, etc.

De toda maneira o produtor estando de posse de todos os dados referente a sua produção de leite, o eleva a outro nível, sem surpresa e achismo, passa a ter tudo muito bem planejado e com previsões muito próximas da realidade.

Bancos (linhas de créditos)

Existem várias linhas de crédito disponíveis para produtores rurais no Brasil, tanto do governo quanto de instituições financeiras privadas. Essas linhas de crédito têm como objetivo financiar a produção agrícola e pecuária, além de investimentos em infraestrutura e tecnologia no campo.

Algumas das principais linhas de crédito disponíveis para produtores rurais no Brasil incluem:

Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar: é uma linha de crédito do governo federal destinada a agricultores familiares com renda bruta anual de até R$ 415.000,00. O Pronaf financia investimentos em infraestrutura, custeio da produção e comercialização de produtos agrícolas.

Pronamp – Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural: é uma linha de crédito do governo federal destinada a produtores rurais com renda bruta anual entre R$ 415.000,00 e R$ 2.000.000,00. O Pronamp financia investimentos em infraestrutura, custeio da produção e comercialização de produtos agrícolas.

Agricultura de Baixo Carbono (ABC): é uma linha de crédito do governo federal destinada a financiar projetos que contribuam para a redução das emissões de gases de efeito estufa na agricultura. O ABC financia investimentos em tecnologias sustentáveis, como sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta e sistemas agroflorestais.

Programa Nacional de Crédito Fundiário: é uma linha de crédito do governo federal destinada a produtores rurais sem terra ou com pouca terra, que desejam adquirir ou expandir suas propriedades. O programa financia a compra de terra e investimentos em infraestrutura na propriedade.

Linhas de crédito de bancos privados: além das linhas de crédito do governo, bancos privados também oferecem opções de financiamento para produtores rurais. Essas linhas de crédito incluem empréstimos para custeio e investimentos em infraestrutura e tecnologia.

Os bancos privados oferecem diversas opções de linhas de crédito para produtores rurais no Brasil. Algumas das principais são:

Crédito Rural: é uma linha de crédito destinada a financiar as atividades agrícolas e pecuárias. Os bancos privados oferecem essa modalidade de crédito para custeio e investimentos, com taxas de juros competitivas e prazos de pagamento variados.

Finame Agrícola: é uma linha de crédito que financia a aquisição de máquinas, equipamentos e implementos agrícolas. Os bancos privados disponibilizam essa modalidade de crédito com prazos e taxas de juros atrativos, além de permitir a utilização de recursos do BNDES.

BNDES Agro: é uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que pode ser acessada por meio de bancos privados. Essa modalidade de crédito financia investimentos em infraestrutura e tecnologia, como irrigação, armazenagem e energia renovável, com prazos longos e juros baixos.

Leasing Agropecuário: é uma opção de financiamento para a aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas, em que o produtor rural paga um aluguel pelo uso do bem durante um período determinado. Os bancos privados oferecem essa modalidade de crédito com prazos e taxas de juros variados.

Capital de Giro: é uma linha de crédito destinada a financiar as despesas operacionais das atividades rurais, como compra de insumos, pagamento de salários e manutenção da propriedade. Os bancos privados oferecem essa modalidade de crédito com prazos e taxas de juros competitivas.

É importante lembrar que cada banco privado possui suas próprias condições e requisitos para a concessão de crédito rural. Por isso, é fundamental pesquisar e comparar as opções disponíveis no mercado para escolher a que melhor atende às necessidades do produtor rural.

As condições para o produtor rural tomar um crédito variam de acordo com a linha de crédito escolhida e a instituição financeira responsável pela concessão do empréstimo. No entanto, existem alguns requisitos básicos que costumam ser exigidos pelos bancos e pelas agências de fomento:

Cadastro Regular: o produtor rural deve estar com seu cadastro regular perante as autoridades fiscais, ambientais e sanitárias.

Idoneidade financeira: é necessário que o produtor rural tenha uma boa reputação financeira, com histórico de crédito satisfatório, sem pendências ou restrições financeiras.

Garantias: para a concessão do crédito, é comum que sejam exigidas garantias para o pagamento do empréstimo, como a hipoteca de imóveis, avalistas ou fianças bancárias.

Projetos viáveis: é importante que o projeto ou a finalidade do crédito seja viável, ou seja, que haja expectativa de lucro e retorno financeiro para o produtor rural.

Comprovação da atividade: a instituição financeira pode exigir a comprovação da atividade rural do produtor, por meio de documentos como notas fiscais, declarações de imposto de renda, entre outros.

Documentação completa: o produtor rural deverá apresentar toda a documentação necessária para solicitação do crédito, como documentos pessoais, comprovantes de renda e de atividade rural.

Vale lembrar que as condições para tomada de crédito podem variar de acordo com a instituição financeira e com a linha de crédito escolhida. Por isso, é importante que o produtor rural consulte as condições específicas de cada empréstimo e faça uma análise cuidadosa antes de tomar qualquer decisão.

De posse de um projeto bem elaborado e com clareza de dados, o produtor deve procurar não só uma, mas, várias agências bancarias ou instituições financeiras de sua preferência, apresentar seu projeto e anotar o que lhe foi oferecido com suas vantagens e desvantagens. Posteriormente, reunir todas essas informações e fazer um comparativo minucioso para uma tomada de decisão o mais precisa possível.

Só então, procure o a instituição que melhor lhe atender, dê início no seu projeto e uma nova era na sua propriedade.

O futuro

Depois de tudo que foi visto, o futuro está batendo a sua porta, como diz o ditado popular “não deixe o cavalo arreado passar sem montar”, esse é o momento de realizar um sonho e mudar o nível da sua fazenda, chácara ou sítio. Já no final do projeto, o ciclo continuar, e um novo sonho ou projeto se inicia, onde pode-se preparar para usar os dejetos do gado como adubo na própria fazendo para plantar capim, milho e outros insumos para produção da ração dos animais, reduzindo custos, além do que se pode utilizar o gás produzido pelos dejetos e criar uma estação de biogás, que por ser um combustível com elevado conteúdo energético, pode ser utilizado para a geração de energia em motores, turbinas a gás, microturbinas (TESTON, 2010). De acordo com Tietz et al. (2013) a produção de energia elétrica a partir da biomassa, atualmente, é muito defendida como uma alternativa importante para países em desenvolvimento e também outros países, em várias cadeias do agronegócio.

Como o mundo globalizado, nada melhor que caminhar para uma propriedade alto sustentável, ecologicamente correta e gerando lucros satisfatórios. Além do que, com o tratamento adequado dos dejetos dos animais se contribui com a não poluição dos recursos hídricos e a emissão de gases sobre atmosfera.

CONCLUSÃO

O sistema Compost Barn apresenta uma abordagem inovadora e sustentável para o manejo de dejetos animais, proporcionando benefícios ambientais, melhorando o bem-estar animal e oferecendo uma fonte de fertilizante orgânico valiosa. Embora os custos iniciais possam ser mais elevados, os benefícios a longo prazo e a disponibilidade de programas de empréstimos para implementação tornam essa prática uma opção viável para produtores que buscam uma abordagem mais sustentável na pecuária. O Compost Barn representa um importante passo em direção a uma indústria pecuária mais consciente e responsável em relação ao meio ambiente e ao bem-estar animal.

Como visto no caminho percorrido até aqui, podemos observar que o COMPOST BAR, veio como uma nova mentalidade, que se pode unir a tecnologia ao tradicional com resultados interessantes para o produtor.

Que toda modernidade tem seus benefícios e com trabalho, coragem e inovação podemos chegar a ótimos resultados.

O COMPOST BARN, feito com dedicação, com certeza vai mudar o jeito de sua propriedade. Com dedicação, sabendo explorar todas as possibilidades que a criação do gado leiteiro em confinamento lhe oferece, o crescimento é inevitável, trazendo novas possibilidades, novos projetos.

Dê um salto para o futuro, o gado criando em confinamento, com certeza, vai mudar a sua vida. É uma excelente forma de sair do comodismo e se aventurar em novos projetos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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http://gadoholandes.com/jornal/2016/07/14/compost-barn/

https://www.revistaleiteintegral.com.br/noticia/voce-sabe-o-que-e-um-compost-barn

https://www.habitissimo.com.br/orcamentos/fazer-piso-de-concreto – Acesso 09/04/2023

BLACK, R. A. et al. The relationship between compost bedded pack performance, management, and bacterial counts. Journal of Dairy Science, v. 97, p. 2669-2679. 2014.

Mota, Vania Corrêa.  Modelagem fuzzy, geoestatística e estatística na avaliação de sistema de confinamento para bovinos no modelo Compost Barn / Vania Corrêa Mota. – 2018.  232 p. : il.

https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/comparativo-para-implantacao-de-um-confinamento-em-sistema-free-stall-versus-compost-barn-205678n.aspx – Acesso 20/01/2023

Estruturas Metálicas – Barracão, Galpão (Barracões, Galpões) em 54035 (mfrural.com.br) – Acesso 20/01/2023