BALONISMO EM PRAIA GRANDE: CAPADÓCIA BRASILEIRA?

BALLOONISTS IN PRAIA GRANDE: BRAZILIAN CAPPADOCIA?

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7565573


Maicol de Oliveira Brognoli¹
Viviane Kraieski de Assunção²
Teresinha Maria Gonçalves³


RESUMO

O balonismo vem se constituindo em um dos esportes de aventura mais requisitados por turistas em nível mundial. Trata-se de um esporte de aventura que tem estreita relação com o ecoturismo sendo exigida uma paisagem natural atraente como objeto de contemplação. Este estudo tem o objetivo de conhecer as percepções que os moradores de Praia Grande/SC têm sobre a atividade de balonismo. Foi realizada uma pesquisa com 10 sujeitos de idades que variam entre 43 e 82 anos, selecionando-se alguns respondentes de interesse para a temática em relação à percepção sobre o balonismo e outras pertinentes ao objetivo proposto. Nas narrativas dos entrevistados praiagrandenses prevaleceram a relação conflitante estabelecida diante do balonismo, haja vista ser um empreendedorismo de altos custos para empreender e para usufruir, bem como ausência de medidas de conscientização que possam evitar incidentes.

Palavras-chave: Balonismo. Praia Grande. Empreendedorismo. Alto Custo.

ABSTRACT

Ballooning has become one of the most requested adventure sports by tourists worldwide. It is an adventure sport that is closely related to ecotourism, requiring an attractive natural landscape as an object of contemplation. This study has the objective of knowing the perceptions that the residents of Praia Grande/SC have about the ballooning activity. A survey was carried out with 10 subjects aged between 43 and 82 years, selecting some respondents of interest to the theme in relation to the perception of ballooning and others pertinent to the proposed objective. In the narratives of respondents from Praia Grande, the conflicting relationship established with ballooning prevailed, given that it is a high-cost entrepreneurship to undertake and to enjoy, as well as the absence of awareness measures that can prevent incidents.

Keywords: Ballooning. Big beach. Entrepreneurship. High cost.

1 INTRODUÇÃO

              “Foi construída uma empresa de reparo de balão e construção de balão aqui na Praia Grande, agora imagina esta loucura.” (E9)

O título deste estudo refere-se à Capadócia, na Turquia, porque foi lá que o balonismo se tornou popular na década de 1990 e vem atraindo turistas do mundo inteiro, tornando-se um passeio indispensável no país. “O serviço é completo, com transporte na porta do hotel, café da manhã, voos que podem ultrapassar os 500 metros de altura e a sensação de observar o mundo enquanto flutua, a partir de 130 a 150 euros” (SEGUROSPROMO, 2021, p. 1).

O município de Praia Grande vem alcançando status internacional, ainda mais recentemente com o recebimento da chancela de Geoparque, no mês de maio deste ano (2022), reforçando a percepção do morador quanto ao patrimônio natural classificado como ecoturismo a partir dos atrativos naturais existentes na região.

A paisagem do município de Praia Grande, estado de Santa Catarina, que faz parte do Parque Aparados da Serra e do Geoparque Caminhos Cânions do Sul,situa-se aos pés dos grandes canyons é reconhecida como a “Capital Catarinense dos Canyons”, vem ofertando propagandas e propostas turísticas que se baseiam em uma visão privilegiada para contemplação, favorecendo aos turistas lazer e desafios em meio à natureza. Dentre o cenário surgem no céu balões que vem atraindo turistas brasileiros e estrangeiros para, em muitos casos, experimentar pela primeira vez um voo que permite ampla visualização do conjunto natural local.

No entanto, Oliveira (2014) defende que dificilmente a cidade turística é construída para satisfazer à expectativa do morador local, mas às externas ao lugar. Este fato decorre do processo de produção do espaço na contemporaneidade baseado na lógica do sistema capitalista vigente, que transforma o espaço em mercadoria. O turismo constitui um elemento deste processo. O auge do turismo contemplativo, “baseado em observações e registro de galerias, museus e artefatos altamente culturais” (URRY, 2001, p. 19), cedeu espaço para a eclosão do turismo da valorização da paisagem, natural ou artificial, que para fixar o olhar do turista necessita ser chamativa e espetaculosa. Assim, Praia Grande corresponde “perfeitamente” a este conjunto de elementos tão propícios à atividade turística, que entre suas atividades de ecoturismo, o balonismo desponta como uma atividade atrativa.

Harvey (2005, p. 171) afirma que o “empreendedorismo enfoca muito mais a economia política do lugar do que a do território”, pois se busca paulatinamente promover e vender a cidade, visando investimentos de grande impacto que ampliem a imagem positiva da cidade para os investidores. Em contrapartida, podem faltar políticas públicas para minimizar as problemáticas referentes à educação e à precariedade ou a outros problemas sociais, como a falta de moradias. Nesse contexto, o autor assegura que “o empreendedorismo urbano contribui para aumentar as diferenças de riqueza e renda, assim como para ampliar o empobrecimento urbano” (HARVEY, 2005, p. 180).Diante do exposto, este estudo tem por objeto o balonismo enquanto turismo de aventura na cidade de Praia Grande, que vê-se cercada por terra e ar de “gente comum”, “celebridades” e “estrangeiros” (moradores?) voando sobre suas cabeças, suas montanhas, sua vegetação, sua natureza toda, espantando suas aves, seus pássaros e animais terrestres. 

Este cenário levou à realização de uma análise sobre a atividade de balonismo que é capaz de trazer turistas que aventuram-se permitindo delinear-se o problema de pesquisa: Qual a percepção que os moradores de Praia Grande têm sobre o balonismo enquanto atrativo turístico?

Amplamente debatido, divulgado e analisado, o turismo, precisamente o atrativo turístico, vem sendo transformado, condicionado e consumido em situação de mercadoria. A degradação da paisagem natural reproduz um dos mais contraditórios e preocupantes fardos da economia capitalista: a sua insustentabilidade. Santos (1988) explicita que se chegou a uma condição na modalidade de divisão da paisagem natural (natural x artificial) que se um lugar não é fisicamente tocado pela força do homem, o mesmo, todavia, é objeto de preocupações e de intenções econômicas ou políticas.

Praia Grande, município catarinense lócus desta pesquisa, passa por um processo onde o desenvolvimento do turismo promete progresso e riqueza. Esta é a preocupação em relação ao balonismo.  Facilmente sabe-se a opinião do visitante. Entretanto, “a atitude complexa do nativo somente pode ser expressa com dificuldade e indiretamente através do comportamento da tradição local, conhecimento e mito” (TUAN, 1980, p. 72-73). Assim, propôs-se a analisar como os moradores locais são impactados em suas vidas com a atividade de balonismo, formulando-se o objetivo: Conhecer as percepções que os moradores de Praia Grande/SC têm sobre a atividade de balonismo.

Historicamente, data de 220-280 d.C. a existência de aparelhos de ar quente, não tripulados, que receberam a denominação de balões de ar quente (DENG YIENKE, 2011). São classificados como aeróstatos, porque garantem flutuabilidade no meio aéreo. Lemos (2012) diz que o primeiro voo de um balão de ar quente tripulado aconteceu na França no ano de 1783 (YIENKE, 2011).

Em reportagem do G1 de São Paulo, intitulada “Esporte de alto custo, balonismo requer investimento de 150 mil”, os repórteres Fabio Rodrigues e Angelo Tedeschi, entrevistaram, Leonel Brites, que preside a Comissão de Aerodesporto Brasileira (CAB) que explicou que um “balão pequeno que carrega duas pessoas custa, em média, 60 mil. Na verdade, quem tem só um não tem nenhum. Todos os pilotos possuem no mínimo dois balões. Mas há quem tenha quatro, seis, oito”.

A reportagem do G1 prossegue: “Dividindo-se o valor do equipamento, paga-se cerca de R$ 35 mil pelo velame (pano especial) e algo em torno de R$ 20 mil pelo cesto, maçarico e quatro bujões de 20 quilos cada para o gás propano.” Também há custos entre R$ 6 e R$ 7 reais, contabiliza R$ 560, garantido três horas de voo de 25 metros de altura o que equivale a um prédio de oito andares. Para completar, é preciso disponibilizar de uma grande caminhonete os valores ultrapassam R$ 100 mil reais a contar da necessidade e gosto, citam os referidos repórteres.

Em Praia grande, um dos empreendedores do balonismo informa que o custo de um único voo é entre R$ 1.000 e R$ 1.500 reais de gás. Um equipamento do balão que deve ser tocado com frequência custa R$ 1.000 reais mensais e, também, R$ 500 reais a cada voo, com transporte e equipe.

Cabe, mencionar, nesse contexto, que o turismo também sofre influências do novo modo de ser e estar no mundo, pois o turismo tradicional centrado nas grandes estruturas visando atender as massas, focado na distinção de grupos, ou ainda, “nos lugares que cada grupo frequenta, que tipo de transporte ou alojamento usam, etc., era preponderante, verifica-se um crescimento significativo de interesse por formas alternativas de turismo” (GABRIELLI, 2017, p. 87).

Destaca-se que alguns projetos de ecoturismo são considerados como práticas de turismo alternativo. O ecoturismo como é um segmento turístico que utiliza, “de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações” (BRASIL, 2010, p. 17). Assim, o balonismo que tem como pano de fundo o ecoturismo traz a fala de Sancho e Alves (2017, p. 22), que explanam que as visitas turísticas nos parques nacionais são comumente mencionadas “em pesquisas e em políticas e programas governamentais e não-governamentais como uma importante estratégia para se promover a conservação e manutenção da biodiversidade em áreas naturais protegidas”. Tal reconhecimento deve-se a propostas de desenvolvimento turístico amparadas em preceitos de sustentabilidade.

Sancho e Alves (2017, p.22) refletem que o ecoturismo pressupõe uma geração mínima de impactos “sobre os ecossistemas que recebem visitas como a atividade de balonismo, para tanto é preciso implementar com total responsabilidade “ações educativas, incremento de recursos financeiros aos parques e envolvimento das populações locais, seja na prestação de serviços, seja no recebimento dos benefícios associados à visitação turística” (SANCHO; ALVES, 2017, p. 22).

Os autores também alertam que as visitações podem dificultar a gestão e os objetivos de conservação desses territórios. Pois, além de promover impactos favoráveis em âmbito local, o desenvolvimento turístico gera “a intensificação das pressões sobre a biodiversidade, seja no interior ou na área de amortecimento dos parques, exigindo, portanto, um olhar crítico sobre seu processo de implementação e gestão” (SANCHO; ALVES, 2017, p. 22).

Portanto, frisa-se que o turismo sustentável sugere ações socialmente justas, economicamente viáveis e ecologicamente corretas. Necessitam corresponder às necessidades econômicas, sociais e ecológicas de uma sociedade, preocupando-se desde a quantidade de pessoas que visitam um determinado local, quanto no planejamento e na gestão das questões ambientais, culturais e sociais, almejando minimizar efeitos nefastos e predatórios. Por exemplo, o empreendedor turístico pode contribuir na direção de um desenvolvimento sustentável do turismo, desde que tente articular em suas práticas benefícios para as populações locais e seus clientes, preocupando-se em planejar e gerir estruturas compatíveis com o meio ambiente (NEVES; MATEUS, 2015).

Por outro lado, Ramos (2004) menciona que a maneira como se trabalha com a atividade turística, muitas vezes está voltada apenas como uma forma de se ganhar dinheiro, baseando-se no caráter exploratório, de forma irresponsável conduzindo o turismo a se tornar o causador da extinção de sua própria atividade.

Leff (2010) faz um alerta sobre o modelo atual de apropriação selvagem da natureza denominado de crise ambiental, provocado principalmente pelo desconhecimento da lei que formulou no “imaginário economicista uma ‘mania de crescimento’, de uma produção sem limites” (LEFF, 2010, p. 21).

 Nesta direção, explica que necessita-se trabalhar as questões ambientais no sentido de aprender sobre o ambiente, o que representa uma revolução do pensamento, transformar o conhecimento e as práticas “educativas para construir um novo saber e uma nova racionalidade que orientem a construção de um mundo de sustentabilidade, de equidade, de democracia. É um reconhecimento do mundo que habitamos” (LEFF, 2003, p. 22-23).

Ainda, para poder vir a buscar a superação de uma forma de turismo meramente predatória e mercantilista, há de ter-se uma visão ecológica onde o mundo seja concebido como um todo integrado. Esta ideia é defendida por Capra (1996, p. 23-25), onde “a percepção ecológica profunda reconhece a interdependência fundamental de todos os fenômenos, e o fato de que, enquanto indivíduos e sociedade nós estamos todos encaixados nos processos cíclicos da natureza (e, em última análise, somos dependentes desses processos)”.

Há que se assimilar que o balonismo pressupõe esse entendimento acerca da sustentabilidade.

2 METODOLOGIA

Quanto à abordagem, a pesquisa se classifica como qualitativa, considerando-se que a observação dos fenômenos sociais, implica a participação do pesquisador no universo onde ocorre o fenômeno escolhido (DENCKER, 1998, p.97).

Como instrumento para coleta de dados foi utilizada a entrevista narrativa presencial por meio de gravação, e posteriormente transcritas, partindo-se do questionamento inicial: Qual sua opinião sobre o balonismo em Praia Grande? Considerou-se que esta pergunta é neutra não interferindo e nem sugerindo qualquer intenção do pesquisador, sendo que as demais surgem de modo a qualificar o objetivo do estudo.

Foram entrevistadas 10 pessoas e classificadas pela designação de E1 a E10, todos moradores de Praia Grande.

Considerando-se que há escassez de produções acadêmicas sobre o balonismo, e especificamente em Praia Grande, buscou-se sites em plataformas livres, que apresentam de forma abundante materiais sobre este esporte de aventura, relacionado à propaganda turística, subsidiando tanto o contexto teórico relacionado à prática do balonismo, como a análise e discussão.

A análise de dados das entrevistas foi estruturada, conforme aludida por Romeu Gomes (2009, p. 91), explicitando que “chegamos a uma interpretação quando conseguimos realizar uma síntese entre: as questões da pesquisa; os resultados obtidos a partir da análise do material coletado, as inferências realizadas e a perspectiva teórica adotada”. Diante das respostas escritas, cabe ao pesquisador interpretar os textos e, a partir deles, desenvolver um novo texto.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esta pesquisa sobre a atividade de balonismo em Praia Grande, como em qualquer outra, está relacionada a diferentes pontos, e dentre estes, se identifica à associação do turismo ao desenvolvimento econômico, que vem sendo amplamente divulgado nos âmbitos políticos e empresariais que se apoiam nos resultados de um crescimento que faz da atividade turística uma importante ocupação mundial em termos de geração de emprego e renda.

Questionados acerca de qual a opinião sobre o balonismo em Praia Grande,um entrevistado respondeu: “[…] estes balonismos tá bombando no momento […] Acho bonito, muito lindo, muito bom pra cidade” (E1). De fato, não se pode negar o espetáculo que os balões oferecem quando voam. O site Viagens e Caminhos (2022, p.1), traz uma reportagem sobre Praia Grande dizendo que “é atualmente, disparado, o principal destino de passeios de balão no Brasil. Os voos acontecem todos os dias com vários balões no ar. Voamos numa terça e havia 15 balões voando naquela manhã”. O site apresenta os voos como um espetáculo aos sentidos a presença dos balões no céu da Praia Grande, que além da sensação de voar permite observar de forma ainda mais ampla, a natureza abundante.

De acordo com o campeão brasileiro de balonismo, Rubens Kalousdian, o esporte pode ser praticado por qualquer pessoa. Mas “é restrito a um pequeno grupo de pessoas, devido o equipamento ser caro. Os melhores locais para a prática do balonismo são as grandes planícies” (MUNDO EDUCAÇÃO, 2022, p. 1).

De fato, o balonismo não é para todos. Outro entrevistado faz relação do balonismo com  o turismo de aventura é já pontua possíveis impactos negativos:  “O balonismo, o turismo de aventura tá muito forte. […] de alto nível em termo financeiro, é muito comercial, é muita grana envolvida, eles não querem saber de quase nada somente, grana, grana, grana” (E9). Ainda sobre os custos, outro entrevistado disse: “Nós, a maioria dos moradores, não podemos nem sonhar com um voo de balão, isso é pra gente que tem dinheiro […]” (E7). A fala do (E9) prossegue mencionando: “O quadriciclo pra baixo e pra cima também é um trabalho caro, quem tem estas oportunidades são só os grandes empresários”, referindo-se aos passeios do referido veículo que transporta turistas para os destinos de ecoturismo ou de voo de balão.

De fato, todo o processo que envolve um voo de balão é de custo elevado, desde o próprio curso de balonismo como visto na Introdução deste estudo, que pode ter investimento mínimo de R$ 150 mil. Sobre os custos para o turista (morador?) um voo de balão em Praia Grande, selecionou-se um site para base, conforme abaixo:

Quadro 1 : Custos de voo de balão (R$)

ModalidadeValor R$DuraçãoInclui
Voo ColetivoR$ 639,00 por pessoa (balão para até 12 pessoas).   Crianças de 5 a 10 anos tem desconto de 5%.  45 minutos à 1 hora dependendo das situações climáticas.Brinde ao final do voo + espumante da serra gaúcha, translado do ponto de encontro até a decolagem.  
Voo Romântico de Casal (balão de coração)  R$ 3.490,00 (casal + piloto).  Duração de voo de 45 minutos à 1 hora dependendo das situações climáticas.  Espumante à bordo, buque de flores (opcional).  
Voo Exclusivo CasalR$ 2.490,00 (casal + piloto).  Duração de voo de 45 minutos à 1 hora dependendo das situações climáticas.  Brinde com espumante no pouso.  
Voo Exclusivo Família  R$ 750,00 por pessoa.  Duração de voo de 45 minutos à 1 hora dependendo das situações climáticas.   Crianças a partir de 5 à 10 anos tem desconto de 20%; reservas de 5 pessoas ou mais.  Brinde com espumante da serra gaúcha.  

Fonte: Site Canyons Balonismo (2022).

Destaca-se que os preços também variam para mais ou para menos.

A entrevista questionou sobre a existência de algum trabalho ambiental que possa ser associado à atividade de balonismo em Praia Grande. A resposta do (E9) traz uma queixa, a ausência acerca de um trabalho ambiental em conjunto ao balonismo: “Eles mostram aquele Instagram, aquele site, aqueles vídeos, aquelas fotos, mas não se vê um trabalho ambiental, não se preocupam em trazer um curso para sociedade, não se vê isto, tão ali pra grana, todo mundo quer grana, grana, grana […].”

Figura 1 : Voo de balão em Praia Grande

Fonte: Tours Canyons (2021)

Outro entrevistado respondeu que não há conscientização ambiental relacionada ao balonismo: “Não existe nada sobre conscientização do meio ambiente, mas foi construída uma empresa de reparo de balão e construção de balão aqui na Praia Grande, agora imagina esta loucura” (E4).

Perguntou-se acerca de impactos do turismo em Praia Grande gerados pelo balonismo, o (E8) tem uma visão diferenciada e faz sua crítica voltada à exploração empresarial neste tipo de atividade: “Até 10, 15 anos atrás você vinha na cidade e conhecia todo mundo e agora não conhece mais.” Ele refere-se de modo particular aos visitantes que buscam o balonismo:  “O local não consegue se achar, tá bem perdido, o local hoje tá mais tonto que barata, tá pra lá e pra cá” (E8), demonstrando impactos negativos aos moradores.

Figura 2 : Voo de balão em formato de coração para passeios românticos

Fonte: Viagens para curtir (2022)

Neste contexto, Allen et al. (2003) citam que esses impactos podem ocasionar resistência da comunidade, perda de autenticidade, danos de diversas ordens, como a reputação, exploração, preços inflacionados e custos de oportunidade. Diante do exposto, as falas dos entrevistados reportam-se a este conjunto de elementos citados por Allen et al. (2003), que incluem “[…] muita grana envolvida […] (E9); […] não podemos nem sonhar […] isso é pra gente que tem dinheiro […] (E7).

No entanto, independentemente do tipo de motivação, tipo de turismo, é pertinente que esteja adequado aos recursos humanos condizentes com as condições objetivas na localidade pois são “estruturas dadas, persistentes e constitutivas da realidade, como a unidade de contrários, a desigualdade e o poder, a linguagem, o mundo simbólico e afetivo, a razão” (DEMO, 2000, p.104).

A fala de Demo (2000) remete a Gonçalves (2016), quando diz que o turismo pode penalizar a população local privando-a de suas práticas e passa a ser mercadoria estabelecendo uma relação perversa entre um fictício desenvolvimento e a convergência da população para a cidade. (GONÇALVES, 2016).

No entanto, há que se perceber que a realidade do local expressa as contradições da sociedade (GONÇALVES, 2016) devendo ser percebida com dialeticidade. Considera-se que cada grupo social está inserido em dada circunstância histórica e, como tal precisa ser trabalhada a partir das condições genéticas e psicológicas que lhe são constitutivas: são as condições objetivas enfrentadas pelos indivíduos a partir de sua subjetividade pautando-se no manejo crítico e inteligente de suas habilidades por meio de ações que lhe são próprias e são basicamente políticas e não acontece no plano da racionalidade exclusivamente. “A própria mente humana, em sua racionalidade e emoção, complexíssima por natureza, não dá conta da realidade toda, também porque sequer dá conta de si mesma” (DEMO, 2000, p. 107).

Uma pergunta inquiriu se o entrevistado conhecia alguma situação de impacto negativo substancial na comunidade decorrente da prática de balonismo. Por tratar-se de uma cidade de pequeno porte, todos responderam que sim e, dentre outros incidentes, um deles ganhou maior dimensão na mídia local e regional que trouxe  transtornos para a população e em específico um incidente grave reportado pelo jornal IR. Informativo Regional – transcrito abaixo Ipsis Litteris, em matéria intitulada “Reunião entre agricultores e balonistas busca definir regras para evitar incidentes”, datada de outubro de 2020:

O agricultor Tiago Nascimento, da comunidade de Encruzo, um dos organizadores da reunião, foi também quem teve recentemente um dos piores incidentes em virtude dos voos, sendo que um dos animais que utilizava para o trabalho, um boi de aproximadamente 1000 kg precisou ser sacrificado após quebrar as patas traseiras. “Meus animais estavam amarrados próximo da propriedade do meu sogro, quando um balão passou voando bem baixo na propriedade. Um dos animais acabou se assustando e tentou fugir, mas a corda esticou e ele acabou caindo sobre as patas traseiras, causando fratura nas duas patas. Como não tinha mais o que ser feito, ele foi sacrificado”, disse o agricultor, ressaltando que acidentes como esse não só causam prejuízos financeiro, como também mexem emocionalmente, pois era uma parelha de boi usada para o dia a dia de trabalho, com inestimável valor sentimental. No dia deste incidente, a Polícia Militar foi acionada, porém, após um acerto inicial, entre o balonista e o agricultor, houve divergências, o que foi solucionada com apoio dos demais balonistas, durante a reunião (INFORMATIVO REGIONAL, 2020, s/p).

A reunião aconteceu na comunidade de Vila Santa Catarina entre um grupo de agricultores e pecuaristas de São João do Sul/SC, com balonistas e autoridades municipais, cuja pauta foi necessidade de regras para a prática do esporte no município, “em especial a aterrisagem, no qual os proprietários de bovinos alegam que os animais ficam em pânico com o barulho dos balões, além disso, plantações já teriam sido prejudicadas durante o resgate dos balões” (INFORMATIVO REGIONAL, 2020, s/p).

A presidente da Federação Gaúcha de Balonismo, Laís Pinho, que também voa com frequência na região dos Cânions, comentou que “esses casos são isolados, sendo preciso mapear os responsáveis para que assim sejam identificados e cobrados pelos atos […]”.  Evidencia-se nesta questão, um modelo de desenvolvimento urbano que avança sobre as áreas rurais, que alerta para a “criação e promoção de espaços artificiais com qualidade de vida em contato com a natureza, voltados a um público mais abastado […]” (SILVA, 2008 apud MUNARI et al., 2018).

Sean (2010) faz um alerta sobre ser a intenção turística o aumento de renda e crescimento econômico, quando alude ao fato de que o problema não se encontra na busca da prosperidade econômica, mas sim no aspecto ser o objetivo central, e não um objetivo intermediário, que favorece em última instância a vida humana.

A supracitada presidente da Federação Gaúcha de Balonismo, termina sua fala dizendo que a atividade de balonismo: “[…] tem trazido grande valorização para o turismo regional, mas nem por isso, temos o direito de prejudicar qualquer agricultor ou pecuarista, sendo que precisamos proteger também os animais destas propriedades”. Os agricultores, entretanto, lembraram que muitos foram os incidentes e que “principalmente os bois são animais assustados, que quando vejam os balões próximos acabam fugindo, arrebentando o que vem pela frente, estourando cercas e até provocando acidentes” (INFORMATIVO REGIONAL, 2020, s/p). Os balonistas comprometeram-se em indenizar os agricultores diante de eventuais incidentes e definir locais mais acessíveis para o pouso dos balões.

Sobre esta reunião cabe mencionar Issa e Denker (2006), quando dizem que há comunidades que exigem planejamento turístico para que não gere conflitos porque resulta na exclusão social de parte da comunidade local. A comunidade local sendo um dos atores fundamentais entre os inseridos e contemplados no processo de planejamento da atividade turística local, a sua exclusão é um forte elemento capaz de gerar conflito que se intensifica mais quando a exclusão se dá por agentes vindos de fora da comunidade.

No entanto, é possível que o processo de mudança seja conduzido de maneira menos desigual e traumática, ainda que a competitividade permaneça entre as pessoas, o desenvolvimento de uma rede solidária é fundamental para que as pessoas gozem de seus direitos e assumam responsabilidades participando da vida pública e política, exercitando sua cidadania.

Retomando a fala do (E1) “[…] estes balonismos que tá bombando no momento […]”, dificilmente será experimentado pela maioria dos moradores locais, pelos altos custos, o que exemplifica a dualidade turismo x população local, havendo necessidade de uma modificação nas consciências e comportamentos dos turistas e autóctones (KRIPPENDORF, 2000).

Deve-se conciliar as necessidades e os interesses dos turistas e da população local, sendo que a última, por ser a anfitriã, tem de ser atendida prioritariamente, desse modo: “Os habitantes das regiões turísticas mostrariam prudência se tomassem mais consciência de seu próprio valor e se permitisse aos turistas maior acesso às riquezas da própria cultura” (KRIPPENDORF, 2000, p.158).

Ainda sobre os impactos gerados pelo balonismo, a fala identifica que “A questão do turismo de aventura veio neste bum junto, ai assim, se tu viesse aqui 4 anos atrás tinha 2 balões aqui voando de vez em quando, hoje se tiver tempo bom são 30 voos, e em dia de semana, é muito balão subindo.” (E9). Este entrevistado demonstrou ao longo da entrevista a necessidade de conscientização geral acerca da atividade turística como um todo.

A conscientização, portanto, só acontece ao se transpor o patamar espontâneo de apreender a realidade e atingir a criticidade e o homem assumir uma posição de conhecimento, de sujeito ativo ao construir esse conhecimento, sendo, então, a educação um ato de conhecimento para proporcionar tal prática (FONSECA FILHO, 2007). O planejamento e gestão de turismo é tarefa complexa, porque é uma atividade fragmentada, privilegia a economia em detrimento de outras que podem ser mais importantes, como a social, cultural, ecológica, e etc. (FILHO; FOGAÇA, 2012).

O entrevistado (E9), citado acima, destaca-se pela preocupação com a atividade de balonismo registrando o interesse econômico em detrimento de uma ausência de medidas de proteção ambiental. O turismo, segundo Brasil (2007), envolve aspectos econômicos, ambientais, sociais e culturais e a participação de todos garantindo o sucesso da implementação do plano estratégico de desenvolvimento do turismo local ou regional.

4 CONCLUSÃO

Este estudo teve como objeto a percepção dos moradores do município de Praia Grande/SC referente ao balonismo que atrai turistas de todo o mundo. Esta atividade está estreitamente relacionada ao ecoturismo, objeto de contemplação dos turistas nos passeios de balão, pois os moradores de Praia Grande são presenteados com a natureza, bastando abrir janelas e portas de suas casas para encontrar paisagens que lhes fazem companhia desde que nasceram ou vieram residir neste ambiente socioambiental.

Os entrevistados realizam críticas acerca do alto custo dos voos em balões trazendo “grana” “muita grana” para muitos e a impossibilidade da maioria dos moradores em realizar um destes voos que pode chegar a mais de R$ 3 mil.

As narrativas dos entrevistados deixam transparecer que o balonismo está presente, mas para eles trata-se de um espetáculo só para turistas e que se define por um empreendedorismo, desde os cursos, equipamentos, oficinas de reparação, material de consumo.

Neste estudo também se coletou e registrou situações de descontentamento com o balonismo, quando agricultores tecem críticas aos balões que assustam o gado, e em particular um dos animais que teve que ser sacrificado porque quebrou a pata em razão de amedrontar-se.

Embora membros da Federação Gaúcha de Balonismo tenham participado de uma reunião para tratar destes casos de incidentes e comprometeram-se a rigor nos locais de pouso dos balões e argumentassem veementemente sobre a valorização turística local trazida pelo referido esporte de aventura, reitera-se a necessidade de um planejamento turístico.

Sem planejamento, qualquer atividade turística pode gerar exclusão da comunidade local e, consequentemente conflitos trazidos pelos que vêm de fora.

REFERÊNCIAS

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      ¹Graduado em Psicologia pela Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC em 2017, Especialização em Docência do Ensino Superior e EJA, Especialização em Psicologia Clínica, Especialização em AEE e Educação Inclusiva, Especialização em Psicologia Comportamental e Cognitiva, Especialização em Psicologia Social, Especialização em Psicologia Jurídica e Avaliação Psicológica, Especialização em Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico, Especialização em Psicologia Hospitalar, Especialização em Saúde Mental, Especialização em Neuropsicologia Clínica, Especialização em Psicologia Analítica e Mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC

      ²Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). É Doutora em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina (2011), e realizou estágio-sanduíche no Institute of Latin American Studies da Columbia University. Possui mestrado em Antropologia Social (2007) e graduação em Jornalismo (2002) pela Universidade Federal de Santa Catarina. Realizou pós-doutorado em Antropologia Social na Free University of Amsterdam (2012-2013). Coordena o Grupo de Pesquisa Meio Ambiente, Cultura e Sociedade (GPMACS)

      ³Possui mestrado em Psicologia (Psicologia Social) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Paraná. Pós Doutorado em Naturaleza. Espacio y Sociedad pela Universidad de Chile-UCHILE (2015). Especialista em Metodologia da Pesquisa de Campo pela Fundación Konrad Adenauer – México. Especialista em Filosofia Política pela UFPR. Especialista em Saúde Pública pela FIOCRUZ. Foi de 1996-2022 professora titular da Universidade do Extremo Sul Catarinense, atuando no Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais (mestrado e doutorado e no curso de Psicologia). Coordenou o Grupo Interdisciplinar e Interinstitucional de Estudos e Pesquisas sobre Meio Ambiente e Espaço Urbano-GIPMAUR..