A RELAÇÃO ENTRE O RAP NACIONAL E AS DESIGUALDADES SOCIAIS NO BRASIL

The Relationship Between National Rap and Social Inequalities in Brazil

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7158945


Autoria de:
Julia de Oliveira da Silva1
Rafaela Mathias Schardong1
Davidson Torres Caldeira2
Honor de Almeida Neto3


RESUMO

Esse projeto é resultado de uma pesquisa realizada que buscou analisar “como é o envolvimento do Rap Nacional com as críticas sociais que denunciam as desigualdades sociais da sociedade brasileira no ano de 2019”. Aborda as formas como o Rap Nacional explana críticas sociais nas suas letras e quais são algumas dessas reivindicações, debate quais são os estigmas da população que sofre com a desigualdade social e que cria essas músicas, além de confirmar essas informações através de indicadores socioeconômicos. Demonstrou-se que o Rap, desde seu surgimento no Brasil, vem se fortalecendo a cada dia mais para criticar as desigualdades sociais e violações de direitos que a população marginalizada e estigmatizada sofre. Verificou-se também a importância desse estilo musical para afastar jovens e adolescentes do crime através de uma perspectiva de futuro. Apesar de o Rap estar presente na sociedade brasileira por mais de três décadas, ele continua sendo de extrema relevância e possui as mesmas críticas de 1980.

Palavras-chave: Rap; Crítica Social; Desigualdade Social; Indicadores Socioeconômicos.

ABSTRACT

This project is result of one research realized that sought to analize “how is the involvement of National Rap with the social criticism who denounce the social inequality of the Brazilian society in the year of 2019”. Approach the ways as the National Rap explain social criticism in the song lyrics and which are some there clames, debate how are the social stigmas of population who underg with the social inequality and who make this songs, besides confirming these informations across the socioeconomic indicators. It proved that Rap Music since your inception in Brazil has been getting stronger each day more to criticise the social inequality and rights violations that the marginalized and stigmatized population suffer. It was found also the importance this musical style to keep youngs and teenagers away from crime, through future perspective. Although the Rap Music to be present in the Brazilian society for more than three decades, it continues being of extreme relevance and it possess some criticism from 1980.

Keywords: Rap Music; Social Criticism; Social Inequality; Socioeconomic Indicators.

1. INTRODUÇÃO

O presente artigo analisa como o Rap Nacional se relaciona com as desigualdades sociais existentes na sociedade brasileira no ano de 2019, levando em consideração o fato de que desde o seu surgimento no Brasil o Rap é um estilo musical utilizado por pessoas de localidades periféricas como instrumento de reivindicação por direitos e crítica social às desigualdades sociais enfrentadas por esses indivíduos diariamente.

Sabendo do processo criminalização da pobreza que vivenciamos enquanto sociedade, é perceptível o quanto esses mesmos atores das zonas periféricas sofrem preconceitos, principalmente os rappers enquanto pessoas públicas, na grande maioria. Veremos nesse projeto como o Rap, por ser um estilo musical que emerge desses locais marginalizados, sofrem estigmas decorrentes da desigualdade social e da criminalização da pobreza no Brasil. Também verificaremos a veracidade dos relatos e críticas feitas pelo Rap Nacional.

Este projeto constitui-se por duas partes, sendo a primeira o anteprojeto, onde estão situadas a problemática de pesquisa e sua relevância, formulação de hipóteses, diagrama de pesquisa, quadro de operacionalização da pesquisa, revisão de literatura, metodologia de pesquisa e procedimentos que foram utilizados para a realização dela. Na segunda parte, localiza-se a análise, que se constitui das hipóteses que foram confrontadas com as letras de Rap Nacional e de indicadores socioeconômicos. Também estão na segunda parte as considerações finais e referências utilizadas no projeto de pesquisa. O intuito da pesquisa foi abordar este assunto tão importante e ainda pouco discutido, com a perspectiva de compartilhar os resultados a fim de gerar ainda mais estudos e conhecimento a partir deste projeto. 

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

– Compreender de que forma o Rap se constitui uma ferramenta de voz para as pessoas como instrumento de crítica social às desigualdades vivenciadas.

2.2 Objetivos Específicos

– Analisar como vem se constituindo as críticas sociais através do Rap no Brasil e qual a população que mais utiliza o Rap Nacional como meio de crítica social;

– Relacionar a criminalização da pobreza com o Rap e identificar os estigmas, preconceitos e desafios que sofrem os rappers brasileiros;

– Analisar a relação entre o Rap Nacional e as vulnerabilidades sociais e identificar a importância desse estilo musical nas localidades mais vulneráveis do Brasil.

3. REVISÃO DE LITERATURA 

3.1 Desigualdade Social

Sabemos que o Brasil, apesar de ser um país rico, está entre os territórios mais desiguais do mundo. Essa desigualdade social “está presente desde seu surgimento, em diversas dimensões (política, econômica, social, racial, regional e cultural), de forma exacerbada ao longo da história da sociedade.” (FERREIRA, 2003; OLIVEIRA, 2015). Ao contrário do que se pensa, a pobreza é proveniente da desigualdade social, pois o “nível de exclusão a que estão submetidos não é só o de acumulação de riqueza, pois estão excluídos de praticamente todo o acesso a direitos, bens e serviços produzidos pelo conjunto da sociedade” (CAMPELLO et al., 2018).

A desigualdade está presente no Brasil desde o período colonial, escravista e capitalista, de forma em que era tratada com indiferença, como se fosse um problema banal. No período de Getúlio Vargas, com a implementação dos direitos sociais, esse debate ganhou voz. Entretanto, nos governos de caráter autoritário, de 1964 a 1985, as desigualdades sociais e a pobreza originada dela passaram a ser tratadas como caso policial. A partir de 1990, começando durante o governo de Itamar, seguindo no de Fernando Henrique, de Lula e no de Dilma, o Estado brasileiro mudou bruscamente a sua percepção e intervenção sobre a pobreza, fome e desigualdades sociais, passando a adotar uma política de desenvolvimento social (OLIVEIRA, 2015).

Apesar de todos os avanços legislativos que tivemos enquanto sociedade brasileira, a desigualdade continua crescente dia após dia. Sabemos que, a criação das favelas brasileiras, inicialmente chamadas de cortiços, teve início com a Lei do Ventre Livre em 1871 e acentuou-se com a abolição da escravidão pela Lei Áurea em 1888, pois os escravos não tinham mais onde morar. Percebemos então, que essa desigualdade social é estrutural, visto que desde sempre a classe dominante segrega, exclui e explora a classe dominada. Isso ocasiona um ciclo vicioso, onde a desigualdade social proporciona maior concentração de poder econômico aos que já o detém, consequentemente, gerando ainda mais desigualdades sociais, afetando diretamente a camada mais baixa da população brasileira.

Ou seja, foram criadas riqueza e renda suficientes para produzir alterações significativas nas condições de vida da grande massa da população brasileira que é carente de tudo. No entanto, a riqueza existente, a produzida e a renda criada sempre foram apropriadas concentradamente por minorias que sofrem de um estado crônico de “ganância infecciosa” (GARCIA, 2003, p.10; WLODARSKI, 2005, p.7). 

O pensamento liberal entre a sociedade brasileira, principalmente atualmente, “assume uma finalidade prática: fazer com que o sujeito se enxergue como espectador da realidade, ocultando as origens das mazelas sociais” (MESZÀROS, 2006; EUZÉBIOS FILHO; GUZZO, 2009) e “direcionando para os oprimidos a responsabilidade por viverem da maneira como vivem. Logo, estes são taxados como a “escória da humanidade”, em outras palavras, é o sujeito sem renda e sem propriedade, o culpado pela desigualdade social” (EUZÉBIOS FILHO; GUZZO, 2009). Esse discurso liberal é perceptível ao que se fala sobre meritocracia, pois “no período atual do capitalismo, um dos mecanismos ideológicos utilizado para ocultar a natureza destrutiva do sistema social vigente é responsabilizar, exclusivamente, o indivíduo pelo seu “fracasso” ou pelo “sucesso” (EUZÉBIOS FILHO; GUZZO, 2009).  

Todavia, a ideologia de culpabilização do pobre não serve para explicar as limitações do modelo capitalista, mas para justificar a desigualdade social a partir de um suposto déficit individual, que não é, necessariamente, comum a todos os homens, mas ele abarca, sem dúvida, nesta perspectiva, uma maioria desprivilegiada da população, o que contribui para reforçar a consciência de que o sistema social e a as relações capitalistas são as únicas alternativas para o bem-estar da sociedade e que, portanto, são culpabilizados aqueles que não conseguem adaptar-se à ordem “natural” das coisas (AUGOUSTINOS, 1999; TONET, 2002, 2005; EUZÉBIOS FILHO; GUZZO, 2009, p. 38).

É extremamente importante debatermos as desigualdades na perspectiva econômica, ou seja, do ponto de vista da renda. Entretanto, não podemos nos abster de discutirmos sobre a discrepância existente no acesso a serviços, bens e, também, sobre a efetividade dos direitos da população mais pobre do país. No Brasil, atualmente, grande parte da população vive em condições muito inferiores às básicas necessárias, marginalizadas pela sociedade. (CAMPELLO et al., 2018). Logo, “a diferenciação entre pobres e ricos pode ser observada pelas distintas condições financeiras e de moradia” (EUZÉBIOS FILHO; GUZZO, 2009). Podemos considerar então “que a desigualdade social reside também no fato de alguns morarem em condomínio e outros em favelas” (MARICATO, 2003; EUZÉBIOS FILHO; GUZZO, 2009). 

É inquestionável que a população que mais sofre com as desigualdades sociais é a periférica e favelada, pois

O acesso – ou o não acesso – à água, saneamento, energia, educação, saúde, moradia e bens de consumo, como geladeira, telefone, entre outros, não são dimensões periféricas da desigualdade. A urgência e a prioridade de acesso a esses direitos aos mais pobres podem ocorrer concomitantemente às mudanças estruturais que demandam tempo de implementação, ou seja, são a longo prazo. O que para parte da população é um bem de consumo, para os mais pobres é um ‘não direito’ e um limitante, muitas vezes estrutural, às suas oportunidades de desenvolvimento e à possibilidade de uma vida digna e segura (CAMPELLO et al., 2018, p.56).

Além de ser atingida por esses desafios, a população de baixa renda ainda necessita lutar contra a estigmatização, como citam Euzébios Filho e Guzzo (2009):

O pobre, assim, é visto por essa mesma sociedade capitalista, que retifica as relações humanas e mercantiliza todas as esferas da vida cotidiana, como um perdedor, um ser desvalorizado socialmente, um ser desprovido de competências individuais para alcançar um determinado patamar financeiro. (FREIRE, 1989; GUARESCHI, 2005)

Já o Estado brasileiro, que deveria propor políticas públicas para frear as desigualdades existentes, acaba por expandir e reforçar ainda mais essas mazelas sociais através de transformações que levam à polarização de classes sociais. (WACQUANT, 2007; TOLEDO, 2018). Logo, “quando somada à segregação racial e étnica promove a dualização da cidade, traduzindo-se na marginalização do pobre” (WACQUANT, 2007; TOLEDO, 2018). Podemos perceber então, principalmente ao acompanhar as mídias sociais que “a representação social que vincula a negritude e a pobreza à criminalidade, faz nascerem políticas racistas de criminalização e extermínio, advindas do aparelho de justiça e segurança estatal, que são marcados pela repressão e autoritarismo” (WACQUANT, 2007; TOLEDO, 2018).

3.2 Crítica Social 

O Rap é um estilo musical que visa conscientizar a classe oprimida e excluída que vive nas periferias das grandes cidades, por meio de suas letras são feitos discursos com diversas críticas sociais. A poesia do Rap fala sobre como é o dia-a-dia nas zonas mais pobres e periféricas do Brasil, mostrando a verdadeira realidade que se vive nesses locais. O Rap é usado como “válvula de escape” para essa população que é tão injustiçada, visando a desmarginalização e sendo muitas vezes a única forma dessa população oprimida ter voz, denunciando as injustiças que as pessoas que vivem nesses locais sofrem. 

…Menino, mundo, mundo, menino

Menino, mundo, mundo

Selva de pedra, menino microscópico

O peito gela onde o bem é utópico

É o novo tópico, meu bem

A vida nos trópicos

Não tá fácil pra ninguém

É o mundo nas costas e a dor nas custas

Trilhas opostas, “La Plata” ofusca

Fumaça, buzinas e a busca

Faíscas na fogueira bem de rua, chamusca

Sono tipo “slow & blow”, onde vou, vou

Leio vou, vôo e até esqueço quem sou, sou

Calçada, barracos e o bonde

A voz ecoa a sós, mas ninguém responde

Miséria soa como pilhéria

Pra quem tem a barriga cheia, piada séria

Fadiga pra “nóis”, pra eles férias

Morre a esperança

E tudo isso aos olhos de uma criança

Gente, carro, vento, arma, roupa, poste

Aos olhos de uma criança

Quente, barro, tempo, carma, roupa, norte

Aos olhos de uma criança

Mente, sarro, alento, calma, moça, sorte

Aos olhos de uma criança

Sente o pigarro, atento, alma, louça, morte

Aos olhos de uma criança… (Emicida, 2013)

3.3 Indicadores Socioeconômicos

Para que seja possível identificar os principais problemas da população, é necessário obter dados, estatísticas, pensando nisso, foi desenvolvido os indicadores socioeconômicos, dentre os principais estão: PIB, renda per capita, IDH, o coeficiente de Gini, nível de desemprego, expectativa de vida, taxa de mortalidade, taxa de mortalidade infantil e taxa de analfabetismo e oferta de serviços públicos à população.

Por volta de 1950, com a ordem econômica já estabelecida, foi adicionado um conceito chave no conjunto de definições e termos econômicos: o conceito de desenvolvimento, que foi consolidado como um processo de mudanças socioeconômicas e trouxe o desafio de como “medir” o desenvolvimento. A evolução do PIB – Produto Interno Bruto –, um indicador que a Economia utiliza como referencial quantitativo do desenvolvimento de uma nação, não satisfazia às demais disciplinas, até porque nem sempre o crescimento econômico de uma nação ou região implicava automaticamente em desenvolvimento num sentido mais amplo. (RUGARD, 2003).

Segundo Nohlen e Nuscheler (1993), é somente na década de 70 que a discussão científica em torno de indicadores de desenvolvimento socioeconômico ganhou corpo e esteve relacionada, principalmente, com os trabalhos de duas agências especializadas da ONU, o Unrisd – United Nations Research Institute for Social Development – e a Unesco – United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization. Os analistas e críticos que trabalhavam nas questões sobre os indicadores sociais ficaram conhecidos como “Movimento SI” (Social Indicator Moviment). Em 1990 quando a PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) apresentou o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) no relatório anual, foram comparados diferentes aspectos da qualidade de vida em 130 países com mais de 1 milhão de habitantes, definiu uma concepção mais complexa do conceito de desenvolvimento que além de incluir dados econômicos, considera também aspectos sociais.

This Report is about people. It is about more than GNP growth, more than income and wealth and more than producing commodities and accumulating capital (UNDP, 1990a, p. 1).

Pode-se dizer que a partir do IDH o conceito de desenvolvimento passou a integrar a concepção do desenvolvimento humano, mensurando e quantificando aspectos relacionados à qualidade de vida, como se pode observar na própria definição proposta (RUGARD, 2003):

Human Development is a process of enlarging people’s choice. The most critical of these wide-ranging choices are to live a long and healthy life, to be educated and to have access to resources needed for a decent standard of living. Additional choices include political freedom, guaranteed human rights and personal self respect (UNDP, 1990a, p. 1).

4. METODOLOGIA DE PESQUISA

4.1.  Pressupostos Epistemológicos

Este projeto de pesquisa visa atender à exigência da disciplina de Processos Investigativos do Serviço Social, o qual tem por objetivo desenvolver a competência em pesquisas investigativas enquanto estudantes de Serviço Social. Sabemos que “o pesquisador é antes de tudo um curioso, alguém que busca a solução para problemas que o instigam a pensar” (REIS, 2007).

A contar da definição da problemática de pesquisa, foi elaborado um sistema de três hipóteses, de acordo com a revisão de literatura e o conhecimento empírico dos integrantes do grupo. Consideramos que “uma teoria é formada por uma reunião de leis, hipóteses, conceitos e definições interligados e coerentes. As teorias têm um caráter explicativo ainda mais geral que as leis” (MAZZOTTI, 1998; REIS, 2007).

[…] a ciência, a arte, a religião, o comércio, a guerra e até o sono baseiam-se em pressupostos. A atividade do cientista é determinada pelas crenças do cientista e, por isso, fazer ciências consiste em explicitar os pressupostos, transformar as crenças em hipóteses, etc (BATESON, 1987, p.31).

Como categorias de análise, utilizamos três tópicos: desigualdade social, crítica social e indicadores socioeconômicos. Buscamos analisar os dados e as letras de Rap coletados e utilizar instrumentos para apresentá-los, pois são “necessários para investigar a realidade e efetivar os propósitos desta pesquisa” (REIS, 2007).

4.2. Diagrama da Problemática de Pesquisa

4.3 Procedimentos

O projeto de pesquisa tornou-se concreto a partir da problemática de pesquisa, que originou o sistema de hipóteses. Conseguinte, determinamos três categorias de análise, que foram: crítica social, desigualdade social e indicadores socioeconômicos. Após, construímos os objetivos e delimitamos os instrumentos que seriam utilizados, sendo eles: análise de letras de Rap Nacional, análise de dados e revisão de literatura. Por fim, comparamos os indicadores com as letras de músicas do estilo musical elencado a fim de justificá-las. O projeto de pesquisa iniciou-se no mês de julho, junto com o segundo semestre de 2019, onde foram realizados encontros de quinze em quinze dias para orientação com o professor Honor. Durante os encontros nós fizemos correções e adições no projeto, bem como selecionamos conteúdos, músicas, artigos, dados etc. No período em que não íamos para a Universidade Luterana do Brasil, nós utilizamos os materiais para a produzir o trabalho e organizar o mesmo.

5. ANÁLISE DE DADOS 

5.1 Hipótese 1:

Neste item será apresentado uma análise de dados feita a partir da primeira hipótese. A hipótese é: “O Rap desde seu surgimento é utilizado por pessoas de zonas periféricas como instrumento para a realização de críticas sociais”.

A partir desta hipótese podemos analisar quando surgiu e como é utilizado o Rap. O Rap surgiu na Jamaica na década de 60. Sendo levado para os EUA na década de 70, se desenvolvendo entre as classes mais pobres de Nova Iorque, que buscava por algo que pudessem expressar seu cotidiano e sua cultura. Chegou no Brasil na década de 80, onde não era bem visto, pois era considerado um estilo musical violento e típico de periferia. Na década de 90 o Rap ganhou as rádios e mais atenção da indústria fonográfica e agora, já nos anos 2000, o Rap vem ganhando cada vez mais visibilidade, não só entre as zonas periféricas, mas para outros públicos também, principalmente jovens. O Rap desde seu início, sendo usado por pessoas ditas “pobres”, tem como objetivo denunciar injustiças e expressar como é a vida dessas pessoas que vivem nesses locais de mais vulnerabilidade. 

Vivenciei várias coisas, presenciei vários fatos, família pobre morrendo, sem ter comida no prato, desigualdade social, bem-vindo a realidade, você agora verá do que sofre a sociedade, mais pobre, sem dinheiro, sem comida, tem gente de muita grana, mas que olha só pra própria vida, sofrida? ta bom to morrendo de dó, carro, mulher, casa, comida, fama, bebida, veja só, é desse jeito é a pura verdade, Brasil país do futebol, brasil país da desigualdade social (SP – Doug).

A partir dessa letra de rap podemos fazer uma análise sobre o que foi escrito pelo cantor, que é realmente verdade. Diante disso vamos comparar a letra com dados reais sobre a desigualdade social: 

Estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que a concentração de renda aumentou em 2018, reforçando a extrema desigualdade social no país. O rendimento médio mensal de trabalho da população 1% mais rica foi quase 34 vezes maior que da metade mais pobre em 2018. Isso significa que a parcela de maior renda teve ganho médio mensal de R$ 27.744, enquanto os 50% menos favorecidos ganharam R$ 820. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). (IBGE, 2018)

Ao comparar a letra de rap que se trata da desigualdade social com os dados do IBGE, pode ser comprovado a veracidade dos fatos retratados. A desigualdade social é um problema que afeta as pessoas do mundo todo e ela acontece principalmente pelo fato de má distribuição de renda e falta de investimentos nas áreas sociais, como educação e saúde. Por isso, a maioria da população fica refém de uma minoria detentora dos recursos, o que causa a desigualdade, tendo como consequência a pobreza, a miséria e a favelização, que por sua vez causa problemas ainda maiores como: fome, desnutrição, aumento da mortalidade infantil, desemprego, entre outros. 

Por fim podemos destacar a importância do Rap em realizar essas críticas sociais e também contribuindo para a desmarginalização nessas zonas periféricas, buscando uma convivência sadia e uma vida mais justa. 

5.1 Hipótese 2: 

Nesse item será analisada a hipótese 2: “O Rap, sendo majoritariamente um estilo musical que emerge das zonas periféricas, sofrem estigmas decorrentes da desigualdade social e da criminalização da pobreza no Brasil”.

É perceptível que os rappers do nosso país são majoritariamente negros, moradores de zonas periféricas, geralmente favelas, fazem parte da população mais pobre da sociedade e sofrem com a falta de infraestrutura nesses espaços urbanos. Ou seja, sofrem com a violação de direitos e a ausência do Estado brasileiro. Ao contrário do que se pensa, o “nível de exclusão a que estão submetidos não é só o de acumulação de riqueza, pois estão excluídos de praticamente todo o acesso a direitos, bens e serviços produzidos pelo conjunto da sociedade” (CAMPELLO et al., 2018).

  Sabemos que eles fazem críticas e relatam as mazelas sociais das comunidades e zonas periféricas, pois são “[..] mensagens de denúncia manifestadas nas letras de rap frente aos problemas vivenciados pelos moradores das periferias, abrangendo as desigualdades sociais, o preconceito, a violência, o tráfico de drogas e os abusos da polícia” (SILVA; MOTTA, 2015). O Rap, que surge do movimento Hip-Hop, 

[…] sempre foi muito importante principalmente nas comunidades marginalizadas para tentar transformar o espaço cercado pela violência, em arte, cultura, música, dança e outros instrumentos para um caminho, na mente do indivíduo, longe da realidade sofrida (QUARESMA, 2017).

De acordo com Quaresma (2017), conforme citou Maheirie (2001), sabemos que “como qualquer forma de arte, a música precisa ser compreendida como uma atividade humana inserida num determinado contexto social, histórico e político. A partir desta postura é possível considerar a especificidade da música como um processo, uma forma de sentir e pensar, capaz de criar emoções e inventar linguagens.” Ou seja, podemos dizer que o Rap é um emaranhado de coisas e sentimentos, como a cultura, o ritmo, a inquietação, a rima, a musicalidade e união (QUARESMA, 2017).

Sabendo da origem do Rap, podemos afirmar que ele anda lado a lado com a pobreza e a desigualdade social, pois é exatamente dessas mazelas e injustiças sociais que vêm as críticas por ele originadas, até mesmo nas letras de Rap ostentação (QUARESMA, 2017).  É visível que essa segregação social e marginalização da pobreza inevitavelmente acabam por gerar preconceitos sobre a cultura popular que sai desses espaços marginalizados, como o Hip-Hop, o Rap e o Funk, além de outros inúmeros exemplos, pois os próprios sujeitos já sofrem estigmas pela própria sociedade. E o Rap, luta justamente para ter espaço na sociedade, pois serve como um grito daqueles que tanto sofrem com o estigma e a marginalização, essa que acaba por diminuir pela metade as oportunidades que chegam aos sujeitos periféricos. 

No Brasil, muitas pesquisas têm polarizado o debate, motivadas pelo desejo de dissipar o retrato pintado de que os pobres sejam “uma classe perigosa” ou que sua “ameaça à higiene e saúde pública das cidades” seja suficiente justificativa para explicar a formulação de políticas de segurança pública, que ao invés de resolvê-los, o que fazem é estigmatizar mais zonas de pobrezas como segregadas e problemáticas. (HITA; GLEDHILL, 2010)

A mídia cumpre um papel enorme nessa cosmovisão divulgada e criada de que nesses espaços mais distantes, vulneráveis e segregados todos os moradores são envolvidos com o tráfico e a criminalidade. Ou seja, ela reforça ainda mais os preconceitos e estigmas que essa população e sua cultura sofrem (HERSCHMANN; CYMROT, 2011). Sabemos que a sociedade brasileira sofre um processo de criminalização da pobreza, ainda mais forte, o qual culpabiliza os sujeitos pelas suas condições paupérrimas e criminaliza os mesmos por estarem nessa situação. 

No Brasil a criminalização da pobreza é um processo histórico que se enraizou em nossa cultura desde a época do Brasil colônia. O pobre brasileiro além de enfrentar inúmeras dificuldades para sobreviver com um mínimo de dignidade, tem que carregar o estigma de criminoso, de vagabundo. E quando negro e pobre este preconceito maximiza o seu nível de periculosidade para níveis ainda maiores. (BALDIN et al., 2016)

Em diversas letras de rap podemos perceber os inúmeros estigmas que os rappers brasileiros sofrem, além do preconceito, que acabam gerando desafios na vida desses esses sujeitos. A seguir, faremos a análise de algumas dessas letras musicais a fim de identificar essas questões. 

Abaixo, segue a letra da música “Racistas Otários”, de Racionais MC’s (1993):

Racistas otários nos deixem em paz

Pois as famílias pobres não aguentam mais

Pois todos sabem e elas temem

A indiferença por gente carente que se tem

E eles veem

Por toda autoridade o preconceito eterno

E de repente o nosso espaço se transforma

Num verdadeiro inferno e reclamar direitos

De que forma

Se somos meros cidadãos

E eles o sistema

E a nossa desinformação é o maior problema

Mas mesmo assim enfim

Queremos ser iguais

Racistas otários nos deixem em paz

Nesse trecho, podemos observar a forma com que o rapper, em situação de pobreza, chama as autoridades e o Estado de racistas e ausentes. Além disso, apesar da dificuldade em clamar e cobrar pelos seus direitos em decorrência da falta de informação, desejam justiça e igualdade social.

A seguir, um trecho da música “junho de 94”, do rapper Djonga (2018):

Tentando dar meu melhor na minha pior fase

Sabe como é, menor

Feridas se curam com o tempo, não com gaze

E quando ganhei meu dinheiro eu perdi a base

Logo eu que fiz gritos pros excluídos

Tiração pros instruídos

Chegar aqui de onde eu vim

É desafiar a lei da gravidade

Pobre morre ou é preso, nessa idade

Podemos observar nesse trecho que Djonga reivindica pela minoria segregada e marginalizada nas suas letras e que elas servem de diversão para a classe que detém mais poder econômico. É evidente em sua fala também que ele ocupa um lugar de reconhecimento e sucesso atualmente, contradizendo o que acontece com a maioria da população jovem, negra e pobre das zonas periféricas que é a morte ou prisão. Podemos considerar como retrato da criminalização da pobreza.

O trecho da música a seguir é do Emicida (2015) e se chama “Boa Esperança”:

Por mais que você corra, irmão

Pra sua guerra vão nem se lixar

Esse é o xis da questão

Já viu eles chorar pela cor do orixá?

E os camburão o que são?

Negreiros a retraficar

Favela ainda é senzala, Jão!

Bomba relógio prestes a estourar

[…] Monstro sequestro, capta-tês, rapta

Violência se adapta, um dia ela volta pu cêis

Tipo campos de concentração, prantos em vão

Quis vida digna, estigma, indignação

O trabalho liberta (ou não)

Com essa frase quase que os nazi, varre os judeu – extinção

Essa última música retrata bem a questão do abuso policial, pela forma violenta com que tratam os moradores das comunidades. Além disso, traz em suas letras o racismo estrutural por parte do Estado na figura policial. Aborda nas entrelinhas o genocídio do povo negro nas zonas periféricas.

5.1 Hipótese 3: 

Nesse item será analisada a hipótese 3: “Sabendo que os indicadores socioeconômicos são números retirados da realidade social, podemos então confirmar a veracidade das letras do Rap nacional a partir desses dados”.

O Rap funciona como um meio de expor a realidade de uma classe injustiçada, que vive em locais pobres, violentos, que sofrem preconceito e são esquecidos pelo Estado.

Os trechos da música a seguir é do Racionais MC’s (1997) e se chama “Fórmula Mágica da Paz”:

Eu sei como é que é, é foda parceiro

É, a maldade na cabeça o dia inteiro

Nada de roupa, nada de carro, sem emprego

Não tem ibope, não tem rolê, sem dinheiro […]

Muito velório rolou de lá pra cá,

 qual a próxima mãe que vai chorar?[…]

Agradeço a Deus e aos Orixás 

parei no meio do caminho

E nem olhei pra trás

Meus outros manos todos foram longe demais

 Cemitério São luis, aqui Jaz[…]Choro e 

correria no saguão de um hospital

Dia das crianças, feriado e luto final

Sangue e agonia entra pelo corredor

Ele ‘tá vivo? Não, pelo amor de Deus doutor!

4 tiros do pescoço pra cima

 puta que pariu a chance é mínima

Aqui fora, revolta e dor, lá dentro estado desesperador[..]

No extremo sul da Zona Sul tá tudo errado

Sim, aqui vale muito pouco a sua vida, 

nossa lei é falha, violenta e suicida

Se diz, que me diz que, não se revela

Parágrafo primeiro na lei da favela

Legal, assustador é quando se descobre

 que tudo deu em nada e que só morre o pobre

Nesses trechos podemos observar o ambiente pobre, violento e cruel que os moradores de favela vivenciam e denunciam através do Rap. A seguir mais um trecho da mesma música:

“Eu era só um moleque, só pensava em dançar

Cabelo black e tênis All Star

Na roda da função mó zoeira 

tomando vinho seco em volta da fogueira

A noite inteira, só contando história, sobre o crime

Sobre as treta na escola

Eu não tava nem aí, nem levava nada a sério

Admirava os ladrão e os malandro mais velho

Mas se liga, olhe ao seu redor e me diga

O que melhorou? 

Da função quem sobrou? Sei lá

Muito velório rolou de lá pra cá 

qual a próxima mãe que vai chorar?

Há, demorou mas hoje eu posso compreender

 que malandragem de verdade é viver[…]

Não se acostume com esse cotidiano violento

Que essa não é a sua vida

Essa não é a minha vida morô mano!”

Nesse trecho podemos observar que o Rap funciona também como um meio importante para conscientizar as pessoas e mostrar que aquela realidade não deve ser aceita como normal.

O Rap também salva jovens da depressão e do crime, como podemos ver em depoimentos de jovens que participam do projeto RapDeQuinta, que reúne MC’s, poetas, Djs e curiosos.

Wallison da Silva não pode mais voltar para Niterói – ele tem apenas 18 anos, mas já foi gerente geral do tráfico na região da Pracinha da Irinéia. Lá, trocou tiros com a polícia, apanhou, levou facada nas costas e foi preso. “Vivia uma vida miserável”, admite. Com medo de morrer, voltou para Vitória, sua terra natal, e trocou o revólver pelo microfone. “Sou livre hoje”. Eu trabalho, não tenho mais essa mente de vender droga”, conta, aliviado. O Rap o pegou pelas letras e não demorou para que ele logo fosse influenciado pelas músicas de RZO, Racionais MC’s e Sabotage. “O rap me pôs no lugar”. […] quem também encontrou um lugar melhor com o rap foi Welber Baldan, de 14 anos. Ele nunca traficou, mas as drogas sempre rondaram o bairro de Vila Graúna, em Cariacica, onde vive. “Na rua tinha muita coisa errada. Eu ficava muito perto de pessoas que entregavam drogas, e eu acabava indo atrás”. Não carregar drogas, porém, não impedia que ele apanhasse da polícia durante abordagens. (GAZETA ONLINE, 2017)

Portanto, o Rap é muito importante no sentido de tirar jovens de um mundo marginalizado, sem futuro e perigoso.

Vulnerabilidade social podem ser condições precárias de moradia, saneamento, meios de sustento inexistentes, pessoas em processo de exclusão social, principalmente por fatores socioeconômicos.

Os trechos da música a seguir é do Racionais MC’s (1993) e se chama “Um Homem Na Estrada”:

Equilibrado num barranco, 

um cômodo, mal acabado e sujo

Porém, seu único lar, seu bem e seu refúgio

Um cheiro horrível de esgoto no quintal

Por cima ou por baixo, se chover será fatal

Um pedaço do Inferno aqui é onde eu estou

Até o IBGE passou aqui e nunca mais voltou

Numerou os barracos, fez uma pá de perguntas

Logo depois esqueceram, filha da puta[…]

E o resto da madrugada sem dormir, ele pensa

O que fazer para sair dessa situação

Desempregado então, com má reputação

Viveu na detenção, ninguém confia não[…]

Amanhece mais um dia e tudo é exatamente igual

Calor insuportável, 28 graus

Faltou água, já é rotina, monotonia

Não tem prazo pra voltar, hã, já fazem cinco dias[..]

Empapuçado ele sai, vai dar um rolê

Não acredita no que vê, não daquela maneira

Crianças, gatos, cachorros disputam palmo a palmo

Seu café da manhã na lateral da feira

Molecada sem futuro, eu já consigo ver

Só vão na escola pra comer, apenas, nada mais

Como é que vão aprender sem incentivo de alguém

Sem orgulho e sem respeito, sem saúde e sem paz.

Nesses trechos podemos observar a vulnerabilidade social como moradia precária, falta de saneamento básico e desemprego, vivenciadas na favela, e denunciadas na letra de Rap do grupo Racionais MC’s.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Consideramos que, com este projeto de pesquisa, podemos compreender a importância do Rap Nacional como meio de expor e protestar sobre as condições de vida das populações mais vulneráveis do Brasil. A marginalização de pessoas que moram em localidades periféricas é algo cada vez mais perceptível e latente na nossa sociedade, visto que essa segregação socioeconômica e espacial se reflete principalmente nas moradias.

Com a análise feita a partir das letras de Rap Nacional e dos indicadores socioeconômicos, percebemos que a população que o utiliza do Rap como meio de expressão e crítica social é, na grande maioria, formada de pessoas que sofrem por suas condições sociais diversos tipos de julgamentos e preconceitos, sendo eles:  o racismo, a violência policial e, principalmente, a criminalização da pobreza. Acreditamos também que Rap Nacional é de extrema importância não só para expor as realidades de quem o transforma em reivindicações, mas também pelo fato de que é usado como válvula de escape por jovens a fim de afastá-los da realidade em que estão inseridos, afastando-os da marginalidade e da depressão. 

Podemos concluir que apesar de o Rap estar presente no Brasil por mais de quatro décadas, a população que utiliza o Rap como instrumento para expor a sua realidade continua a mesma, e suas reivindicações por direitos sociais também. Apesar de ser propagado mais facilmente do que anos atrás, as críticas e protestos que emergem do Rap parecem ainda serem irrelevantes para o Estado, pois os moradores periféricos seguem cada vez mais esquecidos e invisíveis aos olhos de quem deveria garantir os direitos assegurados a todos os indivíduos, independentes de suas particularidades. 

REFERÊNCIAS

BALDIN, Alessandra; SCHLINDWEIN, Mareli Aparecida; LUNKES, Veroni; SOUZA, Izaque Pereira de. Criminalização da pobreza no Brasil: uma compreensão necessária na busca de uma melhor atuação profissional. In: IX Semana Acadêmica e III Seminário Estadual de Serviço Social das Faculdades Itecne de Cascavel/PR, 2016, Cascavel/PR. Anais do IX Semana Acadêmica e III Seminário Estadual de Serviço Social das Faculdades Itecne de Cascavel/PR. Cascavel: Faculdades Itecne, 2016. v. 1. p. 1-10.

CAMPELLO, Tereza; GENTILI, Pablo; RODRIGUES, Monica; HOEWELL, Gabriel Rizzo. Faces da desigualdade no Brasil: um olhar sobre os que ficam para trás. Saúde em Debate, v. 42, p. 54, 2018.

CYMROT, Danilo. A criminalização do funk. Ciências Penais: Revista da Associação Brasileira de Professores de Ciências Penais. São Paulo, v. 9, n. 16, p. 2, jan.-jun. 2012.

EUZÉBIOS FILHO, Antonio; GUZZO, Raquel Souza Lobo. Desigualdade social e pobreza: contexto de vida e de sobrevivência. Psicologia e Sociedade (Impresso), v. 21, p. 35-44, 2009.

GONÇALVES, Heytor. ALÉM DA MÚSICA: RAP SALVA JOVENS DA DEPRESSÃO E ATÉ DO CRIME. Gazeta online, 2017. Disponível em: <https://www.gazetaonline.com.br/entretenimento/cultura/2017/08/alem-da-musica-rap-salva-jovens-da-depressao-e-ate-do-crime-1014090023.html/> . Acesso em: 14 de nov. de 2019.

QUARESMA, Marina Costa. A FILOSOFIA DA PERIFERIA: O RAP E A SUA INFLUÊNCIA NAS COMUNIDADES MARGINALIZADAS. Rap Nacional, 2017. Disponível em: <https://www.rapnacional.com.br/a-filosofia-da-periferia-o-rap-e-a-sua-influencia-nas-comunidades-marginalizadas/>. Acesso em: 04 de nov. de 2019.

OLIVEIRA, Francisco Mesquita de. DESIGUALDADE SOCIAL E INSUFICIÊNCIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO COMBATE À POBREZA. In: XXX Congresso Latino americano de Sociologia, 2015, San José. XXX ALAS, 2015.

OLIVEIRA, Francisco Mesquita de. DESIGUALDADE SOCIAL: uma trajetória de insistência no Brasil. In: VII Jornada Internacional de Políticas Públicas – JOINPP, 2015, São Luis – MA. VII Jornada Internacional de Políticas Públicas, 2015.

REIS, Carolina da Rosa. O Rap como Agente no Processo de Formação. 2007. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1XVgk6tR2FmDp9ERNyU2QsiAokBT9IL_X/edit

RUGARD, Dieter Siedenberg. Indicadores de Desenvolvimento Socioeconômico.  2003. Disponível em: https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/desenvolvimentoemquestao/article/view/67/24

TOLEDO, Bianca Rodrigues. A BUSCA PELO DIREITO PLENO À CIDADE – AS OCUPAÇÕES CULTURAIS COMO INSTRUMENTO DE CIDADANIA ATIVA E EFETIVAÇÃO DE DIREITOS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. In: TOLEDO, Bianca Rodrigues; BELLO, Enzo; PAROLA; Giulia. (Org.). Direito à cidade: Regularização Fundiária. 1ed. Rio de Janeiro: Multifoco, 2017, v. 1, p. 201-209.

WLODARSKI, R. Desigualdade social e pobreza como consequência do desenvolvimento da sociedade. In: IX Simpósio Internacional Processo Civilizador – Tecnologia e Civilização, 2005, Ponta Grossa. IX Simpósio Internacional Processo Civilizador. Ponta Grossa: UTFPR, 2005.

GONÇALVES, Heytor. ALÉM DA MÚSICA: RAP SALVA JOVENS

  • Sites Consultados:

https://www.letras.mus.br/djonga/junho-de-1994/

https://www.letras.mus.br/emicida/boa-esperanca/

https://www.letras.mus.br/racionais-mcs/796245/

https://www.suapesquisa.com/rap/

https://www.letras.mus.br/racionais-mcs/63401/

https://www.letras.mus.br/racionais-mcs/79451/

https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/10/16/concentracao-de-renda-volta-a-crescer-no-brasil-em-2018-diz-ibge.ghtml


1Graduandas em Serviço Social pela Universidade Luterana do Brasil.
2Graduando em Serviço Social pela Universidade Luterana do Brasil.
3Prof. Dr. da Universidade Luterana do Brasil