ANXIETY IN THE GESTALTIC CLINIC
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7158865
Autoria de:
Irene Luiza Lopes Machado1
Vanessa Félix da Silva2
Saimon Felipe da Silva Lucas3
RESUMO
A ansiedade atualmente é considerada um dos maiores transtornos que acarreta sofrimento psíquico e impede que o indivíduo vivencie sua vida. Esta revisão narrativa teve como objetivo compreender a ansiedade de acordo com a Gestalt-terapia e como esta pode auxiliar a desenvolver novas perspectivas e trazer mudanças positivas para o paciente que busca por ajuda. Na perspectiva da Gestalt-terapia, o conceito de saúde pode ser considerado a capacidade que o indivíduo tem de se adaptar frente às situações estressantes ou não da sua vida. Os sintomas apresentados na ansiedade são encarados como tentativas de adaptação, para equilibrar as necessidades do organismo em relação ao meio em que se encontra. Ao refletir sobre a prática na clínica gestáltica, nos deparamos com esse encontro único com um indivíduo e suas experiências e vivências e, como Gestalt-terapeutas devemos estar abertos para esse encontro e preparados para auxiliar no desenvolvimento da autopercepção, awareness e presença do indivíduo, para que a ansiedade deixe de atuar de forma excessiva e disfuncional.
Palavras-chave: Gestalt; Gestalt-terapia; Ansiedade; Síndrome do Pânico.
ABSTRACT
Anxiety is currently considered one of the biggest disorders that causes psychic suffering and prevents the individual from experiencing their life, this narrative review aimed to understand Anxiety according to Gestalt-therapy and how it can help to develop new perspectives and bring about changes. positive for the patient seeking help. From the perspective of Gestalt- therapy, the concept of health can be considered the individual’s ability to adapt to stressful situations or not in his life. The symptoms presented in anxiety are seen as attempts to adapt,
to balance the needs of the organism in relation to the environment in which it finds itself. When reflecting on the practice in the gestalt clinic, we are faced with this unique encounter with an individual and their experiences and experiences and as Gestalt-therapists we must be open to this encounter and prepared to assist in the development of self-perception, awareness and presence of the individual, to that anxiety stops acting in an excessive and dysfunctional way.
Keywords: Gestalt; Gestalt therapy; Anxiety; Panic Syndrome.
1. INTRODUÇÃO
A Psicologia tem como objetivo estudar o comportamento do ser humano em sua totalidade, isto é, em seus aspectos cognitivos, biológicos, afetivos e sociais. Para isto, o psicólogo faz uso de uma abordagem que dê embasamento teórico, metodológico para seu trabalho e que se identifique, com a intenção de compreender o ser humano a partir do referencial teórico escolhido.
Dentre as principais abordagens psicológicas destacamos a Fenomenologia, que passou a receber notoriedade no final do século XIX, tendo como seus principais precursores: Franz Bretano, Karl Stumpf e Edmund Husserl, este último foi o responsável pelas principais ideias da Fenomenologia conhecidas nos dias atuais, como o Humanismo e a Gestalt (EWALD, 2008). No entanto, Franz Bretano fala que “A Psicologia deveria estudar o ato de experimentar e não o conteúdo objetivo da experiência, propondo a descrição livre da experiência imediata, tal como esta acontecia” (FIGUEREDO, 2004, p. 16).
Ao dispensar a interpretação e passar a utilizar o método fenomenológico, que estuda o fenômeno tal qual ele se manifesta, com a finalidade de compreender a essência do ser humano, foi necessário perceber de que forma este vivenciava os fenômenos e os experienciava, para que fosse possível trazer à tona a essência do que foi vivido por ele. Partindo desse princípio, a Gestalt-terapia surge nos Estados Unidos, com a publicação do livro “Gestalt-Therapy: excitement and growth in the human personality”, de Fritz Perls, Paul Goodman e Ralph Hefferline, em 1951, que se diferenciou das abordagens mais conhecidas até aquele momento, e segundo Perls (1977), a Gestalt-terapia rejeita as interpretações, pois crê que cada ser é único.
Refletindo sobre os dias atuais e os dois últimos anos; 2020 e 2021; nos quais enfrentamos a pandemia da COVID-19 e, consequentemente o sofrimento emocional, mental, físico e econômico de uma grande parcela da população, observou-se o aumento significativo de indivíduos com sintomas de ansiedade (BARROS et al., 2020; NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2022).
“…Organização Mundial de Saúde (OMS, 2019), instituição que identificou que os problemas causados pela ansiedade são de nível global e estão em todo o mundo. Em 2017, a proporção já era de 264 milhões de pessoas ao redor do mundo sofrendo com o transtorno de ansiedade, sendo 9,3% (18,6 milhões) de brasileiros. Segundo a OMS (2019), o Brasil foi considerado, no ano de 2019, o país com a maior taxa de pessoas com este transtorno no mundo 23,9% e o quinto em casos de depressão 5,8% da população. “(CRUZ E PRIMO, 2021, apud SINDIJUSTIÇA, 2020).
O impacto da pandemia e do isolamento e/ou distanciamento social, no período citado acima, ocasionou em alguns casos o agravamento da ansiedade e em outros o surgimento de sintomas ansiosos, devido às circunstâncias sugeridas pelas autoridades de saúde como forma de prevenção. Assim sendo, muitos indivíduos não foram capazes de lidar com a maneira de viver no período da pandemia e consequentemente os que já apresentavam um quadro de ansiedade tiveram um aumento de intensidade dos sintomas e, outros desenvolveram a ansiedade, atingindo a proporção de 80% da sociedade brasileira (CRUZ E PRIMO, 2020).
Deste modo, para se tornar mais consciente de si, de suas relações e ter qualidade de vida, o indivíduo precisa tomar conhecimento de suas vivências, o que o levou a desenvolver a ansiedade e buscar maneiras para lidar ou não com os fatores que colaboraram para o seu surgimento.
Tendo em vista que a ansiedade pode ser um dos maiores transtornos que acarreta sofrimento psíquico e impede que o indivíduo vivencie sua vida, esta revisão narrativa tem como objetivo compreender a Ansiedade de acordo com a Gestalt-terapia e como esta pode auxiliar a desenvolver novas perspectivas e trazer mudanças positivas para o paciente que busca por ajuda.
Para tanto, esse estudo foi dividido em capítulos que irão descrever os aspectos da ansiedade, os conceitos da Gestalt-terapia e a compreensão da Gestalt-terapia em relação ao fenômeno da ansiedade e as possíveis contribuições para o tratamento.
2. METODOLOGIA
Considerando a necessidade para esta revisão narrativa, foram utilizadas as bases de dados científicas SCIELO, PEPSIC e BVS-Psi e, os descritores “Ansiedade” AND “Gestalt”, para a busca de artigos, sendo que, este estudo se dará a partir de artigos que foram considerados pertinentes ao tema desta revisão, publicados nas bases mencionadas acima. Segundo Rhoter (2007), esse procedimento metodológico tem como objetivo descrever detalhadamente um tema, reunindo informações teórica e contextual relevantes, levando-se em conta também a evolução teórica do conceito pesquisado. Para complementar os dados e correlacionar os conceitos, foram utilizadas referências clássicas da abordagem gestáltica.
Os critérios aplicados para inclusão dos artigos e livros foram: a) deveriam abordar a ansiedade na perspectiva gestáltica; b) a Gestalt-terapia em si; c) técnicas de manejo clínico. Foram excluídos os artigos e livros que não contemplavam os critérios acima descritos.
3. ANSIEDADE
Ao falarmos de ansiedade, estamos lidando com um conjunto de sentimentos, emoções e reações corporais, que podem ser considerados naturais, desde que não interfiram na vida cotidiana do indivíduo.
Considerando o aspecto técnico, percebe-se a ansiedade como um acontecimento que ora nos beneficia: um encontro, nascimento de um filho, uma formatura, receio de um diagnóstico, uma prova, ora nos atrapalha: preocupação, nervosismo e medo intenso, desregulando e prejudicando o funcionamento psíquico e somático do indivíduo.
Devemos considerar que existe um limite para essa ansiedade inerente a todo ser humano, existindo muitas vezes uma proximidade e/ou semelhança entre o transtorno de ansiedade considerado por Cruz e Primo (2021, p. 8):
“…uma condição de medo excessivo que paralisa a pessoa. É comum o indivíduo perder o controle das emoções, dos sentimentos e comportamentos, o que pode provocar uma percepção distorcida da vida, impossibilitando-o de sair do lugar, pois se inicia um aceleramento de seus pensamentos em relação ao futuro…”
E a ansiedade considerada comum:
“… relacionada tanto a fatores externos quanto a estados emocionais, como a vergonha, receio de sofrer algum constrangimento ou medo, que pode ser de um objeto específico ou de algo desconhecido, sentimento de culpa, inferioridade, entre outros fatores ligados, exclusivamente, à percepção de cada indivíduo. Essa compreensão do que está acontecendo pode estar mais vinculada à história de vida do indivíduo e a seu aprendizado com experiências passadas do que somente ao real significado de perigo da situação em si. Nesta perspectiva, o sujeito é o único ser capaz de conhecer sua situação no mundo, e a resposta a um evento estressor depende da forma como o indivíduo percebe e avalia sua situação (CRUZ E PRIMO, 2021, p.7-8).”
Quando observamos que uma atividade rotineira está causando uma ansiedade exacerbada, pode ser início do transtorno, que impactará na vida do indivíduo (TELES, 2018). O transtorno de ansiedade por vezes não apresenta causas específicas, mas existem indícios científicos de que uma série de fatores podem levar a um transtorno de ansiedade. Podemos citar dois tipos de fatores, já que, a ansiedade pode ser considerada uma doença multifatorial:
- Fator Biológico – Probabilidade genética: recorrência familiar, quanto mais próximo for o grau de parentalidade com o ansioso, maior a chance de desenvolver a ansiedade. Dependendo do contexto de vida do indivíduo a carga genética pode ser suprida ou expandida.
- Fator Externo – Ambientais: história de vida marcada por abandono, frustrações, exposição a ambiente hostil e violento, abusos, cobranças na fase infantil e na adolescência são fatores estressantes e influenciam no desenvolvimento do indivíduo. Um estilo de vida, principalmente na fase adulta, marcado por fatores estressantes, dificuldade de organização de tempo e recursos, excesso de trabalho e informações, anulação de interesses pessoais e profissionais, cobrança e auto cobrança em excesso, entre outros fatores.
Para Dalgalarondo (2008), se faz necessário um diagnóstico confiável e válido perante os sintomas apresentados pelo indivíduo devido às características cognitivas e comportamentais e, os sintomas considerados físicos: falta de ar, taquicardia, transpiração excessiva, aperto no peito, tontura, tremores, dor de cabeça, entre outros e os sintomas considerados subjetivos: medo, inquietação, preocupação excessiva, angústia, excesso de pensamentos, entre outros.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais (DSM-V, 2014), temos cinco tipos principais para o transtorno de ansiedade. A Tabela 1 descreve os tipos.
Tabela 1 – Tipos do Transtorno de Ansiedade.
Tipo | Característica |
Transtorno de Ansiedade Generaliza (TAG) | Combinação de uma preocupação excessiva juntamente com o estresse recorrente, isto é, a ansiedade passa a mexer com a rotina. |
Transtorno do Pânico e/ou Síndrome do Pânico | Sensação forte de que a qualquer momento está prestes a morrer e perdendo o controle. A sensação descrita é como se fosse um ataque cardíaco, mesmo não havendo sinal de perigo. |
Fobia Social e/ou Ansiedade Social | Acontece sempre quando se está em público. Há outros tipos de fobia relacionados a objetos, situações e pessoas: claustrofobia – medo de lugares fechados; agorafobia – medo de ficar sozinho em locais públicos; aracnofobia – medo de aranhas; tripofobia – medo de buracos. |
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) | Considerado um transtorno mental. O indivíduo apresenta medo de perder o controle ou ser condenado por algo terrível para si ou para os outros, como culpa. Principal característica dos movimentos repetitivos e comportamentos compulsivos. |
Transtornos de Estresse Pós Traumático (TEPT) | Ocasionado por um trauma ou algo atemorizante.O indivíduo ao passar por uma situação semelhante, relembra a sensação e o sentimento que vivenciou durante o ocorrido. |
Atualmente existe uma série de testes cientificamente constatados para que se consiga diagnosticar um transtorno de ansiedade, porém, para cada transtorno, existe um modelo de teste característico. Por esse motivo, o diagnóstico deve sempre ser realizado por um psiquiatra devidamente habilitado, podendo inclusive receitar alguma medicação caso exista a necessidade.
Frequentemente, no decorrer de um ataque de ansiedade, o indivíduo busca por um pronto socorro por julgar estar à beira da morte. O médico ao analisar alguns exames e, perceber que não há nenhuma alteração, pode constatar que aquela angústia e sofrimento é uma crise de ansiedade. Para muitos profissionais da saúde, a ansiedade pode ser evitada com um estilo de vida saudável, adquirindo uma mudança de hábitos diários como: movimentar o corpo, praticar atividades físicas, uma alimentação mais saudável, redução dos níveis de açúcar e cafeína, não fazer uso de drogas. Convém lembrar, que a saúde do ser humano é constituída por uma série de pilares, dentre eles estão os fatores biológico, psíquico e social, que podem interferir nesse entendimento acerca da ansiedade.
A ansiedade é inerente a todo o ser humano. Os estímulos que o indivíduo recebe em determinada situação, o conduzirá ou não, a se sentir ansioso ao se deparar novamente com algo semelhante que vivenciou. Contudo, o problema real é quando se perde o controle da duração desse sentimento, não conseguindo manter e/ou perceber o que é real. A ansiedade neste momento não é mais uma resposta natural do corpo diante de eventos que estão ocorrendo.
Sob o olhar da Psicologia e através da ótica da abordagem da Gestalt-terapia, a vivência humana aparece na fronteira de contato entre o organismo e o seu ambiente. Fadiman e Frager (1986, p. 126), citam o trabalho de Perls (1926), o criador da Gestaltterapia, no Instituto de Soldados com Lesões Cerebrais, após ter servido como médico, em campo de batalha, durante a Segunda Guerra Mundial. A partir dessa experiência, Perls passou a compreender a importância de considerar o organismo como um todo e não mais como um aglomerado de partes funcionando de forma independentes umas das outras.
A sobrecarga que o ser humano tem enfrentado, principalmente nesses dois últimos anos, devido a Pandemia da COVID-19, pode ser considerado um fator de adoecimento, no caso deste estudo, o desenvolvimento da ansiedade. A busca por auxílio especializado se faz necessário para o indivíduo retomar a vida com qualidade.
4. GESTALT-TERAPIA
Desenvolvida no início do século XX por Frederick Perls, a Gestalt-terapia tem sua base fundada na Fenomenologia-Existencial, que considera “… o homem como um ser de relação e, desta forma, volta o seu olhar para o indivíduo junto ao seu contexto e sua rede de contato.” (EL MAN, 2013, p. 157). Seus pressupostos filosóficos são o Humanismo, Existencialismo a Fenomenologia ou Método Fenomenológico e doutrina orientais. Tendo também os pressupostos teóricos da Psicologia da Gestalt, que leva em consideração a percepção do cliente, onde ele se enxerga e faz a sua própria percepção do seu pertencimento no mundo (MULLER- GRANZOTTO, 2007).
“…a perspectiva da abordagem Gestáltica propõe compreender o “organismo” (indivíduo) como um todo e não como a soma de partes isoladas. O homem é visto como um ser biopsicossocial em que é considerado não só o seu mundo interno, como também o contexto em que vive.” (EL MAN, 2013, p.158)
Além disso, conforme já mencionado, a Gestalt-terapia também se fundamenta no pensamento oriental, no taoísmo e budismo, de onde tira a ideia de fundamental importância da presença no aqui e agora, bem como da auto-observação e da integralidade do indivíduo, o que nos leva, ainda, a relação entre esse organismo e o ambiente em que ele está inserido (NARANJO, 2007).
Para a Gestalt-terapia o fundamental é que o indivíduo se sinta e se perceba no aqui e agora. Quando o indivíduo permanece presente em sua experiência, ele consegue se dar conta de emoções e sentimentos, que de outra maneira poderiam ser negados, ignorados ou anulados. Logo, ao ter contato consigo mesmo, surge à possibilidade de se desenvolver como um indivíduo autoconsciente, tomar consciência do que está sentindo e fazendo (awareness) e como resultado criar e/ou ter uma vida mais verdadeira e autêntica (MULLER- GRANZOTTO, 2007).
Outro conceito trazido pela Gestalt-terapia é a Teoria de Campo, no qual se busca entender qual é o campo fenomenológico do indivíduo, interessa o que ele está sentindo, o que necessita e a importância dele entrar em contato com o seu organismo (MULLER- GRANZOTTO, 2007).
A Gestalt-terapia é uma forma de psicoterapia que se concentra em aumentar a consciência, a liberdade, a autorresponsabilidade e a autonomia de um indivíduo. Concentra-se no momento presente ao invés de experiências passadas, na ideia de que o ambiente pode influenciar, cada indivíduo trabalha para alcançar o crescimento e o equilíbrio pessoais. A Gestalt-terapia se concentra no uso da empatia e da aceitação incondicional, auxilia o individuo a se livrar da angústia, aprendendo a confiar e aceitar o que sentem (SPAGNUOLO-LOBB, 2020).
A palavra “gestalt” é um termo alemão sem tradução direta para o inglês. Geralmente significa “todo” ou “forma”. É uma ideia que vê cada indivíduo como uma mistura de mente, emoções, corpo e alma com experiências e realidades únicas. Na prática, os profissionais de Psicologia aplicam esse conceito auxiliando as pessoas a se aperceberem do que está acontecendo em suas vidas no momento presente, em vez de se concentrarem em suas experiências passadas (MAGALHÃES E GARCIA, 2021).
Para Magalhães e Garcia (2021) a Gestalt-terapia coloca o foco no aqui e agora mesmo que esses acontecimentos do aqui e agora sejam presentificações de situações vivenciadas em outro momento da vida, mas que influenciam no momento atual.
Para a Gestalt-terapia, a ansiedade pode ser vista como o causador inicial das disfunções e dificuldades experimentadas pelo indivíduo em sua busca por integridade e integralidade. Ainda assim, a ansiedade pode ser, também, consequência de sofrimentos, traumas e dificuldades anteriores, que sob a perspectiva da Gestalt-terapia estão presentificados, ou seja, não estão no passado e, por esta razão, se busca a atenção plena e consciência de si no momento presente, permanecendo atento ao aqui e agora, de forma a dar-se conta de que situações passadas atuam no presente, levando o indivíduo a vivenciá-las uma e outra vez até que esta consciência de si se amplie a ponto de proporcionar a resolução e o fechamento da situação que se manteve em aberto.
Essa compreensão, é a tradução que mais se aproxima ao que definimos awareness, que trata da capacidade intrínseca do indivíduo de ser auto apoiado e auto regulado pela natureza auto reguladora do organismo humano. No prisma das patologias ansiosas, existe uma ruptura da awareness, onde esse indivíduo deixa de estar em contato com algumas predileções do momento presente para dedicar atenção em planejar atitudes e condutas para algo que ainda está por acontecer. (CAVALER E CASTRO, 2018).
Por esta razão, é fundamental que se perceba como a ansiedade passa a ser parte da disfuncionalidade do indivíduo e de que forma ela atua, retirando-lhe do contato com sua consciência, para que, em sua busca pelo aprimoramento enquanto pessoa, se alcance uma forma de guiá-lo nesta caminhada de autodesenvolvimento (NARANJO, 2007).
Enquanto Gestalt-terapeuta, é de fundamental importância à compreensão acerca das formas como se deve enxergar e abordar a ansiedade, de acordo com as necessidades apresentadas pelo indivíduo, para que sendo respeitado em sua individualidade, ele passe a ter condições de fazer contato com suas partes mais profundas e possa escolher o que melhor lhe convém (NARANJO, 2007).
5. DISCUSSÃO
Após leituras dos artigos e livros selecionados referentes ao tema: ansiedade e Gestalt- terapia, discutiremos acerca dos principais pontos encontrados nos textos acerca do tema.
De acordo com a Nações Unidas Brasil (2022), no primeiro ano da pandemia da COVID- 19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%, razão pela qual, se faz de extrema importância busca por respostas acerca da forma como se percebe, aborda e se conduz diante de casos de ansiedade disfuncionais.
Segundo Ribeiro (2007), para a Gestalt-terapia, a ansiedade pode ser vista como, talvez, o primeiro sintoma da ausência de consciência, de presença e de percepção do aqui e agora. De acordo com o autor mencionado, a interação do indivíduo com o mundo se dá por meio do contato, de forma que a ansiedade se apresenta como consequência de algum tipo de interrupção neste contato.
A ansiedade é um tema bastante conhecido e estudado, principalmente por profissionais de saúde, no cenário acadêmico e secular. Geralmente é caracterizado pela presença de sintomas ansiosos excessivos, onde a pessoa passa a viver angustiada, tensa, preocupada, nervosa ou irritada e com necessidade de manter sua realidade sob controle (BARROS, 2020). Apesar de na maioria dos casos, essas reações serem geralmente manifestadas de forma natural do corpo como forma de proteção, essas mesmas reações podem se tornar um distúrbio quando começam a atrapalhar o dia a dia das pessoas, tornando-se um transtorno que necessita de tratamento e compreensão para que seja possível a esse indivíduo um retorno ao seu convívio social de maneira normal (CATALDO, 2013).
Para Houaiss (2001), a ansiedade é um mal-estar físico e psíquico que pode causar: aflição, agonia, angústia, ânsia, nervosismo, desejo veemente e impaciente, falta de tranquilidade, receio e estado afetivo penoso, caracterizado pela expectativa de algum perigo que se revela indeterminado e impreciso e diante do qual o indivíduo se julga indefeso.
Rodrigues (2000) menciona que, na abordagem gestáltica, a ansiedade é assimilada como uma interrupção da excitação. Ou seja, entende-se que o organismo humano alcança a sua energia através do alimento e do oxigênio que respira e o termo “excitação” denomina a ligação de energia ao corpo, no qual se entende que essa energia não está ligada apenas ao campo interno do organismo, ainda que esta seja pertencente ao seu aspecto fisiológico. A excitação sistematicamente está ligada a um objeto vigente no mundo.
Em circunstâncias onde essas excitações não conseguem encontrar seu caminho em direção ao mundo, em que não se encontram de forma expressa, transformadas em algum tipo de atividade, através da movimentação dos músculos via sistema motor do corpo, resulta-se no surgimento da ansiedade. Desta forma se trata de uma grande excitação refreada, enclausurada. A propósito, a palavra latina angústia significa “estreiteza, limite de espaço ou de tempo”, conceito que corrobora com alguns dos sintomas da ansiedade (FERREIRA, 1999, p. 142).
Perls (1977), já mencionava sobre a redução e constrição dos aspectos fisiológicos, tendo como exemplo, a redução da respiração, do sistema muscular, do sistema sensorial, entre outros. Observa-se que a respiração é uma prática fisiológica e de relação do indivíduo com o mundo, no qual se expressa a intimidade do homem com o meio em que vive.
Para a Psicologia, a ansiedade é um estado natural que antecipa uma situação de desafio ou de perigo, no entanto, este estado ansioso passa e a pessoa volta ao estado considerado normal após determinado acontecimento, ou seja, a ansiedade é uma emoção e/ou sentimento que faz parte da saúde do indivíduo, é natural que aconteça, no entanto, quando ocorre de maneira excessiva e fora de contexto, a ansiedade se torna patológica e passa a afetar a saúde e as atividades diárias do indivíduo (RIBEIRO, 2013).
Já para a Gestalt-terapia, a ansiedade se configura como o estado disfuncional inicial, uma vez que tal abordagem terapêutica se baseia em conceitos como o aqui agora, awareness (algo como dar-se conta, consciência), presença e o movimento de figura fundo. A saúde mental e emocional do indivíduo está intimamente relacionada à ausência de ansiedade, visto que, quanto mais conseguimos estar atentos ao momento presente, conscientes de nossas necessidades, em contato com o mundo, mais verdadeiros e, consequentemente, sadios seremos (RIBEIRO, 1985).
Quando um indivíduo percebe que a ansiedade lhe traz prejuízos, seja de que ordem for e decide buscar auxílio profissional de um Gestalt-terapeuta, para lidar com a situação, na maioria dos casos não tem clareza de quais situações, traumas e fobias o colocaram em estado de ansiedade e, cabe ao psicólogo auxiliar nessa busca.
Cavaler e Castro (2018) relatam que como abordagem inicial de um tratamento para diminuição do grau de ansiedade e convívio saudável com a mesma, para que o indivíduo consiga manter contato com o mundo externo, deve o profissional buscar utilizar ferramentas de contato consigo mesmo e de busca da autorregulação organísmica para que o cliente consiga contactar seus medos, vontades, desejos e crenças, tais como o exercício da presença e da auto-observação.
Aprimorando e ampliando o autoconhecimento, o indivíduo encontrará as respostas e auto suporte necessários para regular sua ansiedade e administrá-la de forma que não lhe cause um sofrimento sem fim e sem amadurecimento, levando o cliente e fechar as gestalten e encerrar ciclos, estando apto a amadurecer (RIBEIRO, 1985).
Cavaler e Castro (2018) comentam que seria importante o indivíduo ter consciência do que sentiu e percebeu:
“No entanto, tornar os sujeitos conscientes é uma tarefa bastante difícil, pois a maioria das pessoas interrompem a autoconscientização quase imediatamente ao contato com uma conscientização de algo desagradável. Essa fuga, ou auto interrupção, impede que o indivíduo se torne consciente e possa trabalhar com a situação desagradável.” (p.317)
No caso da ansiedade o indivíduo tenta planejar ações para algo que ainda pode vir a acontecer, deixando de lado o que realmente está acontecendo, nesse momento ocorre uma ruptura da awarenesess, impedindo-o de estar no aqui e agora e, consequentemente não assimila elementos importantes para o seu desenvolvimento. Para a Gestalt-terapia “a ansiedade é o vácuo entre o agora e o depois. Se você estiver no agora não pode estar ansioso, porque a excitação flui imediatamente em atividade espontânea” (PERLS, 1977, p. 15).
Dessa maneira a ansiedade patológica, faz com que o indivíduo permaneça em determinados momentos em devaneios sobre o futuro, não exercendo sua capacidade de escolher a ação concreta. Para El Man (2013), o indivíduo possui muitas demandas no seu dia a dia: pessoais, familiares, profissionais e sociais. A maneira como interage, se relaciona com o mundo pode influenciar nas suas experiências e vivências.
“…toda a vida do ser é caracterizada pela busca de satisfazer suas necessidades, que são muitas e contínuas, num processo homeostático constante. Este processo objetiva então alcançar o melhor acordo possível entre organismo e meio a cada momento, acordo este que denominamos de ajustamento criativo.” (EL MAN, 2013, p.170).
Na perspectiva da Gestalt-terapia o conceito de saúde pode ser considerado a capacidade que o indivíduo tem de se adaptar frente às situações estressantes ou não da sua vida. Os sintomas apresentados na ansiedade são encarados como tentativas de adaptação, para equilibrar as necessidades do organismo em relação ao meio em que se encontra.
Castilho (2019), relata que o organismo faz tentativas para que a vida possa ser experiência vivida. Seria no sentido: sintoma, doença, conflito, pois todo sintoma, segundo a autora, quer dizer algo sobre aquele indivíduo que o está apresentando, por isso tem um sentido. Para o Gestalt-terapeuta o que importa é o ser no mundo, como ele se coloca nesse mundo, é o indivíduo que naquele momento se encontra ansioso e vivencia os sintomas da ansiedade.
“O gestalt-terapeuta, então, na sua prática clínica, não objetiva enfatizar as causas que justificariam o comportamento ansioso do seu cliente. Seu esforço se concentra no sentido de trazer para o primeiro plano a experiência desse indivíduo único e inédito na sua relação com o mundo, sobretudo com o mundo compartilhado durante as sessões, na sua relação com o terapeuta. Concentrar-se no “como” o indivíduo experiencia a sua realidade, esforçando-se para diminuir as interrupções do contato com o presente, pode, pouco a pouco, reformar o processo sutil e espontâneo da awareness no contexto do Ciclo do Contato, diminuindo o raio de ação da ansiedade disfuncional, uma vez que esta medra exatamente nas fugas do contato.” (SANTOS E FARIA, 2006, p.273).
Os momentos de bloqueio de contato, fazem parte da história do indivíduo, são interrupções do diálogo com o mundo, uma maneira de evitar ou proteger aquilo que lhe machuca, que lhe é sensível. O Gestalt-terapeuta dentro da sua prática poderá acolher, compreender a mensagem existencial que seu cliente está passando. A aceitação incondicional permite o encontro, o contato, a retomada do diálogo interrompido, do contato com o mundo para que o Gestalt-terapeuta exerça seu papel de confrontador e acolhedor, com o intuito de levar o cliente a dar-se conta de suas interrupções para que, assim, possam fechar ciclos de contato.
Por meio da Gestalt-terapia, os indivíduos são capazes de desenvolver novas perspectivas, através da autoconsciência, compreensão clara dos pensamentos, emoções, comportamento, proporcionando mudanças positivas para suas vidas. As diferentes técnicas de Gestalt-terapia envolvem uma série de experimentos e exercícios, que ajudam os indivíduos a aumentar sua consciência e compreensão daqui e agora (LIMA, et al., 2020). As técnicas de Gestalt-terapia funcionam de maneira diferente para cada indivíduo, uma vez que as experiências anteriores de cada um são únicas. Na Tabela 2 exemplificamos alguns exemplos de técnicas de terapia Gestalt.
Tabela 2 – Técnicas Terapêuticas
Técnica | Objetivo |
Teoria Paradoxal da Mudança | A teoria paradoxal da mudança enfoca a necessidade de autoaceitação. Ajuda os indivíduos a desenvolver um senso aprimorado de autoconsciência. Quando um indivíduo faz as pazes com quem ele é como pessoa, isso o ajuda a viver no presente. Resulta em sentimentos e humor mais positivos. Mudar é tornar-se o que se é. |
“Aqui e agora” | Permite que os indivíduos apreciem experiências passadas e como elas influenciam seus pensamentos, sentimentos, emoções e comportamentos presentes. Por estarem cientes dos fatores internos que influenciam suas vidas presentes, os indivíduos podem aprender a se livrar do passado. Auxilia a se concentrar no aqui e agora, ajudá-los a viver o presente e fazer mudanças positivas no futuro. |
Técnica da Cadeira Vazia | Auxilia os indivíduos a se abrirem e praticarem a fala com uma cadeira vazia, que representa uma pessoa em particular que precisava conversar/expressar. Pode representar, também, uma situação, uma emoção, uma parte de si mesmo. Quando o cliente se abre como se a pessoa estivesse sentada ouvindo, a experiência terapêutica de abertura prepara o terreno para a cura. Além da abertura, propicia, também, uma experiência de colocar-se no lugar do outro e poder perceber qual a história e as sensações e sentimentos envolvidos e vivenciados pelo outro ou coisa, no caso de doenças, situações e emoções. |
Técnica de Exagero | Funciona fazendo com que o indivíduo tome consciência das questões subjacentes que podem estar relacionadas ao seu problema atual. O terapeuta pode solicitar que você exagere um comportamento ou emoção específica, normalmente expressa de forma mecânica, automática ou inconsciente. Isso ajuda a identificar e resolver a raiz do problema. |
Gestalt-terapia é um método terapêutico abrangente que oferece benefícios duradouros para a mente, emoções, corpo e espírito de um indivíduo, que incluem: maior autoconsciência; autoconfiança aprimorada; capacidade de fazer as pazes com o passado e um senso aprimorado de aceitação; maior capacidade de lidar com situações estressantes; desenvolver a autorresponsabilidade de forma a aprimorar a capacidade de responsabilizar se por erros e comportamentos sem colocar a culpa em outras pessoas ou situações (CULLEN, GULATI, KELLY, 2020).
A única limitação da Gestalt-terapia é que ela pode não ajudar nos efeitos psicológicos dos comportamentos hereditários e fatores psicológicos que não são influenciados pelos pensamentos de um indivíduo. No entanto, é uma opção de tratamento terapêutico eficaz para vários problemas de dependência e condições de saúde mental (HO, CHEE, HO, 2020). Conforme a perspectiva gestáltica, um indivíduo saudável é aquele “se relaciona com o meio enquanto indivíduo único, com vistas à expressão e atendimento de necessidades, mantendo, ao mesmo tempo, uma relação respeitosa com o outro em sua unicidade” (FRAZÃO, 1997, p.67).
6. CONCLUSÕES FINAIS
Vivemos tempos definitivamente ansiosos. Temos que lidar diariamente com a velocidade das informações, de inúmeras tarefas, cobrança que tudo seja rápido e perfeito, sem a possibilidade do erro, dentro de um curto espaço de tempo e na maioria das vezes o indivíduo não tem uma válvula de escape para todo esse estresse. Consequentemente, o organismo se torna um terreno fértil para a ansiedade e suas formas disfuncionais e exacerbadas.
Através da leitura dos artigos e livros relacionados a essa revisão narrativa, se verificou que, para a Gestalt-terapia, o indivíduo precisa reencontrar sua capacidade de ter e manter contato com o mundo, inclusive com suas necessidades emocionais e físicas. O indivíduo precisa estar em movimento, aberto para as trocas que possibilitem seu crescimento como ser no mundo.
Ao refletir sobre a prática na clínica gestáltica, nos deparamos com esse encontro único com um indivíduo e suas experiências e vivências e, como Gestalt-terapeutas devemos estar abertos para esse encontro e preparados para auxiliar no desenvolvimento de autopercepção, awareness e presença do indivíduo para que a ansiedade deixe de atuar de forma excessiva e disfuncional.
Se faz necessário mais investigações sobre o tema abordado neste trabalho, principalmente pós Pandemia da COVID-19, ainda há muito o que saber sobre as sequelas na população após esse tempo experienciado e vivido por tantos e de diversas maneiras.
REFERÊNCIAS
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1Aluna de Graduação em Psicologia
2Aluna de Graduação em Psicologia
3Professor Especialista Orientador