RELAÇÕES INTERNACIONAIS ENTRE RÚSSIA E UCRÂNIA E COMO AFETARÁ O COMÉRCIO INTERNACIONAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.6613841


Autores:
Vitória Catarina Burgos Silva1
Richard Bryan Leite dos Santos2
Carlos Alberto Di Lorenzo3
Giseli Passador4


RESUMO

O presente artigo tem como objetivo discutir as relações internacionais entre Rússia e Ucrânia, e o motivo da guerra entre essas nações e como influenciará o mundo e o comércio, perante as sanções e combate entre esses dois países. E qual foi o motivo pelo contexto histórico desses acontecimentos, quais foram os motivos de induzir sanções contra território ucraniano sob comando Russo, e se irá ocorrer danos políticos e econômicos. Esse estudo tem como embasamento teórico a situação atual entre os respectivos países, sob a orientação de matérias e artigos.

Palavras-chave: Relações Internacionais; Guerra; Eslavos.

ABSTRACT

This article aims to discuss international relations between Russia and Ukraine, and the reason for the war between these nations and how it will influence the world and trade, given the sanctions and combat between these two countries. And what was the reason for the historical context of these events, what were the reasons for inducing sanctions against Ukrainian territory under Russian command, and whether political and economic damage will occur. This study is theoretically based on the current situation between the respective countries, under the guidance of materials and articles.

Keywords: International relations; War; Slavs.

1. INTRODUÇÃO

Desde décadas atrás russos e ucranianos, brigam por sua independência e seus acordos com o Leste Europeu. Neste artigo o objetivo é mostrar de uma forma ampla o cenário atual das “Relações entre Rússia e Ucrânia e seus conflitos que poderão ou já estão atingindo uma crise econômica mundial”.

Atualmente países eslavos estão em conflito por questões geopolíticas, por conta do presidente Vladmir Putin, não compreender e não querer que a Ucrânia faça parte da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), com base em um contexto histórico que declarava que russos e ucranianos eram um povo só. Porém décadas se passaram e aquela nação de dois povos que tinham interesses políticos favoráveis se tornou uma situação contendora.

Com conflitos e interesses distintos, vários povos como latinos, europeus, americanos se unem para pôr fim nessa catástrofe geopolítica que se manteve e se mantém a décadas.

Também devemos levar em conta a questão do comércio exterior e como está sendo para o país as exportações e importações, mesmo com a opressão se manifestando no mundo, países sofrendo ameaças ao tentarem ingressar na organização, entre outros fatores como por exemplo o mundo pós esses ataques russos, a educação defasada nas instituições ucranianas, e a saúde mental de um povo já não bastava a pandemia da COVID-19 e ameaças em outros territórios.

Todo esse contexto atual que engloba organizações e países membros de todo o mundo estão tentando contornar a situação com medidas econômicas. Seus vetos cortados com países por conta do financiamento de gás, a interferência dos EUA nas sanções de combate contra ucrânia, e os avanços das tropas russas sob território coletivo conhecido como Donbass.

2. CONTEXTO HISTÓRICO RÚSSIA E UCRÂNIA

Atualmente Rússia e Ucrânia, se encontram em um cenário de guerra por conta de interesses geopolíticos. Segundo a National Geographic Brasil (2022), faz mais de mil anos, Kiev que hoje é a capital da Ucrânia, era o berço russo. E esta cidade estava localizada no centro do estado eslavo tanto da Rússia quanto da Ucrânia. Assim, em 988, o monarca pagão Novgorod de Kiev, concedeu a fé cristã e se tornou ortodoxo com o batismo na cidade de Quersoneso, na Crimeia. E declarou que russos e ucranianos eram um povo só.

Com o passar dos séculos, a Ucrânia foi invadida pelos seus rivais. Como, por exemplo, poloneses e lituanos que invadiram o Oeste no século XVI. Um século depois, o Czarado Russo deixou o reinado e foi para o leste, por conta das sanções entre Polônia e Lituânia. O Leste ficou conhecido como a ‘Margem Esquerda’ da Ucrânia, enquanto as terras a oeste do Dnieper, ou ‘Margem Direita’, ficaram a mando da Polônia.

Mais de um século depois, em 1793, a Margem Direita (ocidental) da Ucrânia foi anexada pelo Império Russo. Ao longo dos anos que se seguiram, uma política conhecida como russificação proibiu o uso e o estudo da língua ucraniana, e os habitantes foram pressionados a se converter à fé ortodoxa russa.

No século XX, a Ucrânia passou por diversos traumas assim como atentados e confrontos sob a União Soviética, e antes de fazer parte dessa união. Por conta da revolução comunista de 1917. Durante esse período sob controle de Joseph Stalin, iniciou-se a companha de coletividade que proporcionou a fome e morte de milhares de cidadãos ucranianos.

Com todos esses acontecimentos desastrosos, Stalin recrutou cidadãos soviéticos para repovoar o leste, porém muitos desses civis não falavam a língua ucraniana muito menos tinham laços com a civilização.

Foi então que, em 1991, a União Soviética foi separada em 15 repúblicas independentes. É nesse momento que a Ucrânia se torna uma das repúblicas independentes, assim como a Rússia e Bielorrússia.

Com isso, a Ucrânia passou a ter interesses voltados para a Europa, com interesses em se aliar a OTAN, criada em 1949 após a 2° Guerra Mundial. Segundo CNN (2022), isso gerou tensões entre nações independentes devido a acordos junto à União Europeia, esses dois ex-soviéticos começaram novos conflitos por conta do cancelamento de acordos.

Então, depois desses atos de quebra de negociações, a Rússia anexa a Crimeia, considerada uma península no sul da Ucrânia em 2014 tendo por base interesses bilaterais, como preservar a língua russa.

2.1 O contexto atual

Após o cenário pós-guerra, em 2021, a Rússia recebe um mandato imediato de invasão ao território Ucraniano afim de reafirmar que a Ucrânia não se torne membro da OTAN. O artigo  4.º foi invocado imediatamente por oito membros da OTAN: Bulgária, República Tcheca, Estônia, Letônia, Polônia, Romênia e Eslováquia.

Artigo 4.º  As Partes consultar-se-ão sempre que, na opinião de qualquer delas, estiver ameaçada a integridade territorial, a independência política ou a segurança de uma das Partes. (OTAN, 1949)

Uma das mudanças que ocorreu principalmente na EU (União Europeia), foi a junção de 27 países para fins econômicos voltada para geopolítica, financiando apoio na compra de armas para ucrânia. Desde o sétimo dia de guerra, moradores tiveram que deixar suas casas e coisas pessoais para trás, por conta dos bombardeios contra a Ucrânia.

Segundo CNN (2022), vários países estão quebrando acordos comerciais com a Rússia, um desses países é o EUA que por sua vez direcionou um projeto para a câmara que suspenderá as relações atuais de a não ser mais viável acordos comerciais com a Rússia e Belarus. Tudo para ‘punir’ ou infligir a economia Russa sob os ataques brutais contra a Ucrânia. 

Segundo G1 (2022), atualmente a Rússia tende a adotar uma postura militar mais rigorosa, caso a Suécia e Finlândia passem para a integração na OTAN. Essas sanções, caso aconteçam, serão elaboradas pelo Ministério da Defesa, o que inclui armas nucleares e misseis supersônicos.

Atualmente, segundo G1 (2022), estão sendo investigados mais de 15.000 casos suspeitos por crimes de guerra, que está sendo feito um registro desde o início das sanções com aproximadamente 200 a 300 casos diários, segundo a procuradoria geral do país. Cerca de 600 suspeitos já foram identificados e 80 processados. A lista possui os principais militares, políticos e agentes da Rússia.

Porém, a Rússia está negando quaisquer crimes de guerra contra a Ucrânia. Esses crimes contém a transferência forçada de ucranianos para diferentes partes da Rússia, contendo também tortura contra civis e s destruição de infraestrutura ucraniana.

A Rússia também está cortando vetos com a Alemanha, Dinamarca e Holanda, sob o fornecimento de gás obrigando assim o recebimento do valor para a moeda russa.

Por conta disso, os EUA enviarão sistemas de mísseis a comando de Joe Biden, para auxiliar ucranianos, que lhe permitirão atacar um alvo certeiro em campo de batalha. Se trata do sistema Himar (High Mobility Artillery Rocket System) que são um tipo de lança foguetes que  possui uma blindagem leve. Poderão alcançar até 80 km de distância e, dessa forma, podem entrar no combate de forma com que conseguirão conter os avanços dos russos sob território ucraniano.

Segundo CNN (2022), a Ucrânia menciona o possível recuo de seu último bolsão de resistência  em Luhansk para evitar o rapto de soldados por tropas russas. Essa ruptura que podemos observar, tem a capacidade de aproximar o presidente Vladmir Putin de seu objetivo que promete a captura integral das regiões ucranianas de Luhansk e Donetsk, inclusive tropas russas já avançaram em meio território coletivamente conhecido como Donbass.

2.2 Possível crise econômica

Daqui algum tempo quando as nações estiverem fora de conflito, as relações entre negociador e cliente, estarão muito menos favoráveis do que antes dos conflitos entre Rússia e Ucrânia. Isso porque vários países sofrerão com o aumento do dólar.

As sanções de combate irão implicar nas questões econômicas entre nações, queda na bolsa de valores, aumento do dólar, libra e iene. Além desses fatores sócio econômicos, possivelmente a Europa sofrerá com uma crise imigratória sem precedentes muito rapidamente.

Com a opressão entre países, os Estados Unidos teve o preço do petróleo despencado, mais depressa do que o esperado. Irá despencar mais rápido do que em 2005, quando um fator natural provocou o furacão Katrina.

A Rússia poderá sofrer preconceito entre nações fazendo com que sua economia e seu status se desloquem para uma posição no ranking muito baixa.

Segundo Rádio Senado (2022), o Ministério da Agricultura ucraniano oficializou o fechamento de seus quatro portos sob controle das forças russas. No comércio exterior, após o início das invasões, os portos ucranianos foram barrados para as navegações comerciais. Autoridades disseram que o maior porto da Ucrânia de Odessa também foi barrado, muitos porta containers ficaram presos em Odessa. Assim impedidos de realizar qualquer tipo de trâmite para importar ou exportar produtos.

Porém, a moeda russa (rublos) teve sua maior valorização durante a guerra com a Ucrânia. Segundo G1 (2022), isso contrariou quaisquer tipos de expectativas contra o país e a moeda está tendo o melhor em desempenho no mundo em relação ao dólar, superando até o real brasileiro que hoje tem o seu status no mercado.

Nem as sanções impostas contra a Rússia conseguiram retirar seu alto valor. Em 7 de março, a moeda atingiu sua mínima histórica de 000,07 rublos por dólar, porém agora está valorizada a 15% do dólar e está sendo negociada por 0,016. Especialistas acreditam que o motivo deste disparo de valores seja por causa do rígido controle de capital imposto pelo Kremlin.

Antony Blinken, secretário de estado dos EUA, proibiu cidadãos russos a converterem rublo por dólar, essa foi uma estratégia para congelar as reservas cambiais que a Rússia possuía por dois motivos: compensar o êxodo de investimentos e financiar os estragos feitos na invasão russa contra Ucrânia.

Atualmente, segundo Infomoney (2022), a estimativa no Banco Mundial é de 45,1% de déficit na economia ucraniana, uma vez que metade dos negócios do país foram fechados, importações e exportações foram impedidas e a infraestrutura das regiões atacadas foram afetadas.

2.3 O mundo pós sanções de combate

Deverá impactar na alta inflação sob o preço do petróleo, também possivelmente irão interferir nas importações principalmente no ramo do agronegócio, por conta da Rússia ser um dos maiores produtores de adubo e seus derivados no mundo.

Em relação aos corredores marítimos para importação, segundo CNN (2022), o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov e sua delegação militar irão a Turquia em junho para discutir sobre as exportações agrícolas da Ucrânia.

Em entrevista, Vladimir Putin  disse que a Rússia está pronta para facilitar as exportações de grãos  de portos ucranianos para a Turquia. Essa questão ainda está em análise com a coordenação de um possível mar negro em conjunto com a ONU.

Também influenciará na educação, pois os países recrutam jovens e crianças em suas escolas, após a pandemia do COVID-19. Os estudantes tiveram que se adaptar ao ensino remoto e com as sanções impostas pela Rússia no território ucraniano, mulheres, crianças e adolescentes tiveram que deixar o país, as instituições de ensino servem como refúgio e abrigos para aqueles que necessitam em situação crítica. Não só ucranianos estão passando por esse cenário mas também estrangeiros que vão estudar ou trabalhar fora de seu país de origem e se depara com a situação caótica.

Segundo G1 (2022), a ONU informa uma estimativa de 1,5 milhão de refugiados ucraniano estão situados em países como Hungria, Itália e Romênia que abrem vagas em suas escolas para que não interrompa a educação e não fique defasada.

Porém, a questão não é só educativa, mas também cultural. Como irá ficar a saúde mental desses refugiados? Onde irão morar e estudar quando a guerra acabar?

Segundo Metrópole (2022), 141 países-membro da ONU (Organização das Nações Unidas) fizeram petição pela retirada das tropas russas e apelaram por negociações. Alguns foram contra o movimento (Belarus, Rússia, Síria, Eritreia e Coréia do Norte) e 35 países se estorvaram (entre eles Cuba, Nicarágua, Bolívia e El Salvador). A Venezuela manteve seu total apoio ao Kremlin, porém expirou o direito por conta de dívida com a entidade.

É interessante apontar as reações iniciais ao conflito. Colômbia, Guatemala, Equador e Chile foram os primeiros a condená-lo. Peru, Honduras, México, Argentina e Bolívia apelaram pelo cessar-fogo, sem censura ao Kremlin. O Brasil manteve-se calado até certo ponto, mas logo em seguida juntou-se ao movimento e seguiu a mesma linha.

El Salvador, presidido por Nayib “bitcoin” Bukele, é um caso à parte. Crítico da política externa dos EUA, o país absteve-se na ONU e até momento não fez nenhum pronunciamento oficial.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) redigiu uma declaração conjunta, mas Uruguai, Argentina e Brasil, entre outros países, não a assinaram. Vale lembrar que no dia 15 de fevereiro, Jair Bolsonaro e Alberto Fernandez, presidente da Argentina, visitaram Moscou. Fernandez em busca de investimentos e uma alternativa à pressão das dívidas com o FMI. Já Bolsonaro foi prestar solidariedade a Putin e defender os interesses do agronegócio – o que foi um fracasso.

O cenário Latino Americano não será igual para todos os países que compõem a América Latina. Porém as incertezas ainda podem se agravar, caso a Rússia não conter os ataques ou diminui-los afim de chegar a um acordo entre partes para poder cessar sanções e o território ucraniano e os demais membros da OTAN ficarem livres de ameaça de qualquer país que não concorde ou não apoie a organização a qual tem a finalidade de proteger seus países membros.

FIGURA 1 – ÁREAS QUE A RÚSSIA INVADIU E ANEXOU

Fonte: Instituto para o Estudo da Guerra (2022).

FIGURA 2: GRÁFICO QUE APONTA POSSÍVEL ESTAGFLAÇÃO

Fonte: Expert XP Investimentos (2022).

3. DESENVOLVIMENTO DA TEMÁTICA

A metodologia, em modo geral, está citando a vertente de pesquisa qualitativa. Descreve dois contextos histórico e atual, assim propondo uma discussão entre organizações e países afim de chegar em uma conclusão para o cenário atual que se encontra em um estado de crise humanitária. Estudos mostram que os dois países quase sempre se manteve em conflito, segundo a OTAN, sob um ataque entre uma ou mais partes do acordo sofrerem ataques armados na América do Norte será considerado um ataque a todas as partes.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Depois de entender o contexto histórico de dois povos eslavos, chegou o momento de entender como as sanções de combate afetará o comércio internacional. Entretanto Rússia e Ucrânia vivem um conflito de séculos atrás, provocando uma série de traumas e sanções por conta do território (geopolítica). Além de tudo os que sofrerão não serão só os ucranianos mas também outras nações com a alta inflação de preço de produtos e serviços, e negócios pelo mundo, sem contar na economia russa que será afetada por suas ações contra o território ucraniano.

5. CONCLUSÕES

A pesquisa teve o intuito de esclarecer brevemente o contexto histórico e o cenário atual da Rússia e Ucrânia, considerada uma das maiores potências seja pela produção de armas nucleares ou pelo seu extenso território. Adentaram neste conflito algumas organizações que ajudam as nações ou países membros quando precisam de assistência. Procuramos pesquisar qual foi o motivo das sanções sob território ucraniano, por conta de conflitos geopolíticos, e qual está sendo a participação da OTAN segundo artigo 4.º que visa esclarecer por partes do tratado qualquer uma das nações que são aliadas a organização estiver sofrendo ameaças territorial assim acionar o tratado e as partes colaboradoras deverão agir juntas para combater possíveis sanções e ataques radicais contra aquele território. A moeda russa tendo seu maior destaque apesar das interferências ao longo das sanções aumento o sei alto valor agregado e o rompimento de negociações sob o gás fornecido pela Rússia. Na terceira parte do artigo buscamos também observar as desvantagens no meio econômico mundial, educação de crianças e jovens sendo defasadas por meio das sanções, e o comércio exterior, portos e porta containers sendo lacrados para impedir a rotação das exportações e importações pelo o país e algumas nações que foram a favor ou contra a essas sanções.

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1Discente do curso de Relações Internacionais da FATEC – Zona Leste. E-mail: vitoria.silva26@fatec.sp.gov.br
2Discente do curso de Relações Internacionais da FATEC – Zona Leste. E-mail: richard.santos16@fatec.sp.gov.br
3Discente do curso de Relações Internacionais da FATEC – Zona Leste. E-mail: carlos.lorenzo@fatec.sp.gov.br
4Discente do curso de Relações Internacionais da FATEC – Zona Leste. E-mail: giseli.passador@fatec.sp.gov.br