ANÁLISE DO CONHECIMENTO DOS FISIOTERAPEUTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA REFERENTE À TERAPIA ASSISTIDA POR CÃES

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Autores:
João Vitor da Silva Braun1
Rita de Cassia de Liz Schreiber1
Thays Andrea Sierra2

1Graduando em Fisioterapia – Universidade Sociedade Educacional Santa Catarina (UNISOCIESC).
E-mail: ritadecassializ@gmail.com.
2Coautora: Mestre em Saúde (UNIVALI) e Docente de Fisioterapia – Universidade Sociedade Educacional Santa Catarina (UNISOCIESC).


RESUMO

Introdução: Determinar a origem das terapias assistidas por animais (TAA) é uma questão complexa, considerando que a história sempre supôs que a interação entre os humanos e os animais possuía benefícios por inúmeras razões1. A terapia assistida por animais é uma intervenção que complementa o processo de reabilitação, tem o propósito de melhorar a qualidade de vida dos pacientes e gerar maior adesão ao tratamento. O objetivo deste estudo foi analisar o percentual de fisioterapeutas do estado de Santa Catarina que conhecem a Terapia Assistida por Cães. Metodologia: Essa pesquisa se trata de um estudo exploratório quali-quantitativo que buscou analisar através da aplicação de um questionário o conhecimento dos Fisioterapeutas do estado de Santa Catarina sobre a Terapia Assistida por Cães (TAC). Resultados: O estudo contou com a participação de 553 profissionais com registro ativo no CREFITO-10 e que residem no estado de Santa Catarina, a maioria destes atua com a área traumato-ortopédica e não sabem quais os cuidados necessários com o cão de terapia. Entre os profissionais participantes a maioria concluiu a graduação nos últimos dez anos, período de maior visibilidade da terapia no Brasil. Conclusão: Dentro da amostra de profissionais analisada, muitos conhecem a terapia assistida por cães, porém, nem todos a utilizariam por diversos motivos.

Palavras-chave: Terapia Assistida por Animais. Terapia Assistida por Cães. Fisioterapia.

Abstract

Introduction: Determining the origin of animal-assisted therapies (AAT) is a complex issue, considering that history has always assumed that the interaction between humans and animals had benefits for a number of reasons1. Animal-assisted therapy is an intervention that complements the rehabilitation process, aims to improve the quality of life of patients and generate greater adherence to treatment. The objective of this study was to analyze the percentage of physical therapists in the state of Santa Catarina who know about Dog Assisted Therapy. Methodology: This research is a qualitative and quantitative exploratory study that sought to analyze through the application of a questionnaire the knowledge of Physiotherapists in the state of Santa Catarina on Dog Assisted Therapy (DAT). Results: The study had the participation of 553 professionals with active registration in CREFITO-10 and residing in the state of Santa Catarina, most of them work with the trauma-orthopedic area and do not know what care is needed with the therapy dog. Among the participating professionals, most completed their graduation in the last ten years, a period of greatest visibility of therapy in Brazil. Conclusion: Within the sample of professionals analyzed, many know about dog-assisted therapy, however, not all would use it for various reasons.

Keywords: Animal Assisted Therapy. Dog Assisted Therapy. Physiotherapy.

INTRODUÇÃO

Determinar a origem das terapias assistidas por animais (TAA) é uma questão complexa, considerando que a história sempre supôs que a interação entre os humanos e os animais possuía benefícios por inúmeras razões1.

As terapias assistidas por animais iniciaram no século V, onde a equitação era utilizada na reabilitação de soldados feridos 2. Porém as terapias assistidas por cães (TAC) tiveram início mais tardio, somente em 1953 nos Estados Unidos um psiquiatra infantil, conhecido como Boris Levinson, observou em um de seus pacientes uma mudança de comportamento e expressão durante o atendimento quando este ocorreu na presença de um cão3.

A terapia assistida por animais é uma intervenção que complementa o processo de reabilitação, tem o propósito de melhorar a qualidade de vida dos pacientes e gerar maior adesão ao tratamento, é uma intervenção com objetivos específicos que se utiliza da interação com os animais1.

Segundo Silva et al.4, a interação com os cães aumenta a qualidade de vida dos pacientes em decorrência do contato afetivo e ainda estimula a prática de exercícios físicos, melhorando assim a mobilidade de membros superiores e inferiores, aumentando o equilíbrio e gerando uma diminuição do risco de quedas.

A terapia assistida por animais consiste em uma técnica que pode ser utilizada em áreas que envolvem o desenvolvimento psicomotor e sensorial, como tratamento para distúrbios físicos, mentais, emocionais e ainda para aumento da socialização e na recuperação da autoestima dos pacientes5.

O crescente envelhecimento populacional traz consigo diversas implicações, na área da saúde as consequências podem ser observadas de forma mais rápida e clara, o que sugere o desenvolvimento de técnicas e metodologias diferenciadas para o atendimento deste grupo populacional6.

As alterações biopsicossociais apresentadas por idosos institucionalizados demonstram a necessidade de terapias alternativas que possam propiciar benefícios motores, cognitivos e ainda possam auxiliar no aumento da qualidade de vida, a terapia assistida por animais tem-se mostrado efetiva nestes casos, dentre os animais mais utilizados para as terapias assistidas estão o cavalo e o cão7.

A terapia assistida por animais é comumente utilizada na reabilitação neurológica, na geriatria e em ambientes hospitalares, principalmente com pacientes idosos, pediátricos e oncológicos1.

A TAC vem sendo muito utilizada pela área da psicologia, por auxiliar na melhora do quadro emocional dos pacientes, porém, a utilização da técnica na área da fisioterapia ainda não tem sido muito explorada, apesar dos inúmeros benefícios relatados na literatura, demonstrando a importância de se avaliar o conhecimento desses profissionais.

O objetivo deste estudo foi analisar o percentual de fisioterapeutas do estado de Santa Catarina que conhecem a Terapia Assistida por Cães.

METODOLOGIA

Esta pesquisa era de caráter exploratório, quali-quantitativo, que buscou analisar o conhecimento de profissionais da área de fisioterapia em relação à técnica de Terapia Assistida por Cães. Tendo como hipótese de pesquisa que a Terapia Assistida por Cães é mais difundida entre os profissionais que atuam com pediatria e/ou geriatria.

O estudo foi realizado por meio da aplicação de um questionário direcionado aos fisioterapeutas do estado de Santa Catarina.

Os critérios de inclusão para participação no projeto foram possuir graduação em fisioterapia, residir no estado de Santa Catarina e estar com o registro ativo no momento da pesquisa.

Foram excluídos da análise os questionários com respostas incompreensíveis ou que não condiziam com a pergunta e os que não estavam completamente preenchidos.

O questionário era composto por 16 questões sendo elas, questões abertas e fechadas que envolviam desde a formação acadêmica do profissional até o conhecimento da técnica e se a utilizariam na prática clínica. O questionário foi elaborado na plataforma Google Formulários, a distribuição dos questionários ocorreu com auxílio do CREFITO-10, através dos Delegados Regionais que possuíam o contato dos profissionais cadastrados e ativos no conselho.

De acordo com o CREFITO-10 8, a quantidade de profissionais de fisioterapia com registro ativo em fevereiro de 2021 era de 10.101.

Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética no dia 15 de julho de 2021, sendo o número do parecer 4.849.183.

Os dados obtidos através dos questionários aplicados por meio da plataforma Google Formulários foram tabulados em uma planilha e posteriormente analisados, alguns deles através do programa estatístico GraphPad Prism 9.0.

RESULTADOS

O questionário que compõe esta pesquisa foi aplicado aos profissionais de Fisioterapia do estado de Santa Catarina, no período entre 20 de julho à 30 de setembro de 2021, sendo recebidas 566 respostas, porém, destas somente 553 foram consideradas válidas para a análise.

Os motivos para descarte dos questionários foram, residir em outros estados que não sejam Santa Catarina, respostas duplicadas e os participantes que discordaram do termo de consentimento apresentado na primeira seção do questionário.

Foram recebidas respostas de 106 cidades de Santa Catarina, sendo atingidas as seis regiões do estado. A região com maior número de cidades participantes foi a oeste, com um total de 30 cidades participantes, apesar disso, a região com maior quantidade de respostas foi a região norte.

Os questionários foram encaminhados aos profissionais através dos delegados regionais do CREFITO-10, além disso, a pesquisa foi disponibilizada no site do CREFITO-10 e também foi encaminhada através das redes sociais.

Entre os participantes a maioria possui algum tipo de especialização, sendo a pós-graduação o nível com maior percentual de respostas. A área traumato-ortopédica foi a mais citada como área de especialização e de atuação, em relação a área de atuação, alguns profissionais disseram que atuam em mais de uma área.

Dentre as áreas de atuação descritas, os profissionais das áreas de neurofuncional, pediatria e gerontologia foram os com maior número de participantes que conhecem a TAC. O gráfico 1 apresenta a correlação entre os participantes das áreas citadas anteriormente e o conhecimento deles sobre a TAC.

Gráfico 1 – Correlação entre conhecimento e área de atuação

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Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.

Entre os profissionais que participaram da pesquisa, a maioria possui idade entre 20 e 30 anos, sendo que a idade máxima de alguns participantes era 60 anos.

Para verificar se havia diferença sobre o conhecimento da técnica nas faixas etárias atingidas, foi realizado o Teste de Fischer, para analisar diferenças entre as proporções de profissionais que conheciam ou não a terapia dentro de cada faixa etária, porém, o teste não apontou diferenças entre as faixas etárias.

Em relação ao conhecimento sobre a Terapia Assistida por Animais (TAA), 73% dos participantes responderam que já possuíam conhecimento sobre a terapia. Entre as espécies de animais mais citadas para a utilização estão o cão, o cavalo e o gato, além destas espécies, alguns participantes também citaram animais como coelhos, aves, roedores, peixes, galinhas, macacos e cobras. Alguns profissionais não souberam relatar quais espécies poderiam ser utilizadas.

Quando questionados sobre o conhecimento da Terapia Assistida por Cães (TAC) 350 profissionais disseram já conhecer a técnica.

Dos profissionais que disseram não conhecer a TAC muitos citaram o cão como espécie de animal para terapia, além disso, alguns dos participantes que conheciam a TAC não citaram o cão como espécie possível. O gráfico 2 apresenta uma correlação entre o conhecimento e a menção do cão como espécie para terapia.

Gráfico 2 – Correlação entre conhecimento da TAC e o cão para TAA.

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Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.

A maior parte dos profissionais responderam que sua última formação acadêmica aconteceu entre os anos 2011 e 2021. A proporção de profissionais que mais conhece a terapia é a que se formou entre os anos 2001 e 2010, sendo equivalente a 74% dos profissionais formados neste período, porém, a quantidade de profissionais deste intervalo é bem menor que os formados entre 2011 e 2021, que apresentaram uma proporção de 62,5% de profissionais que conhecem a terapia.

Sobre os profissionais que conhecem a terapia assistida por cães foi realizada uma correlação com a região que estes residem, sendo a proporção de profissionais bem similares em todas as regiões, apesar disto, a quantidade de profissionais participantes em cada região variou bastante. O gráfico 3 apresenta a correlação entre os profissionais que conhecem a TAC por região do estado.

Gráfico 3 – Correlação entre conhecimento da TAC por região do estado.

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Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.

Entre os 350 profissionais que responderam que conheciam a TAC, somente 221 relataram que utilizariam a terapia na prática clínica, além disso, dos profissionais que não conheciam a técnica, 111 responderam que a utilizariam. Dos profissionais que não utilizariam, a maioria justificou a sua resposta dizendo que não possuíam conhecimento suficiente ou que trabalhavam com áreas da fisioterapia que não se relacionam com a TAC, como por exemplo, a fisioterapia pélvica, além disto, alguns profissionais disseram que não possuem afinidade com cães ou que não consideram necessário.

Os profissionais foram questionados se acreditam que o uso da TAC pode gerar benefícios para o paciente e menos de 1% dos participantes responderam que a terapia não possui benefícios.

Em relação aos resultados apresentados após a aplicação da técnica, 13% dos participantes relataram que ela apresenta resultados satisfatórios. A maioria dos participantes, aproximadamente 80%, responderam que não possuem conhecimento sobre os cuidados necessários com o cão de terapia.

Em relação a quais pacientes poderiam receber a terapia assistida por cães, as crianças foram as mais citadas, seguidas pelos idosos e pelos pacientes neurológicos.

Os participantes foram questionados sobre qual a opinião deles em relação a implantação da TAC no ambiente hospitalar, as respostas foram classificadas em positivas, neutras e negativas, a maioria dos profissionais se mostrou favorável a implantação, alguns questionaram sobre questões de higiene e poucos responderam não concordar com a ideia.

Nas respostas positivas os profissionais citaram muito a humanização do atendimento, o fato de tornar o ambiente mais acolhedor aos pacientes tirando o foco de alguns procedimentos que causam desconforto. Em relação as opiniões negativas, a maioria disse os hospitais não são locais para animais por falta de higiene, enquanto isso, as respostas neutras citaram benefícios e questionaram os cuidados com higiene.

Os profissionais foram questionados sobre a relevância da abordagem deste tema durante a graduação de Fisioterapia e a maioria destes considerou o assunto relevante, apenas 8% dos participantes responderam que o tema não possui relevância para a graduação de Fisioterapia.

DISCUSSÃO

Esta pesquisa atingiu 553 profissionais de fisioterapia do estado de Santa Catarina, destes profissionais os que mais conhecem a terapia assistida por cães são os que atuam com neurofuncional, pediatria e gerontologia, isso pode estar relacionado ao fato de que a literatura possui mais pesquisas voltadas para esses públicos. De acordo com Mandrá et al. 9, a maioria dos estudos envolvendo TAA foram realizados com crianças, idosos e pacientes neurológicos.

Esse dado confirma a hipótese levantada por esta pesquisa, de que a TAC é mais difundida entre os profissionais que atuam com pediatria e geriatria, apesar de a quantidade de profissionais que atuam nessas áreas ser expressivamente menor que os da traumato-ortopédica, na qual aproximadamente metade dos profissionais conhecem a TAC.

A maior parte dos profissionais que participaram dessa pesquisa possuem idade inferior a 30 anos. Na faixa etária dos 56 aos 60 anos todos os profissionais relataram ter conhecimento sobre a técnica, demonstrando que possivelmente esses profissionais tenham tido mais contato com informações e/ou experiências referentes a terapia do que os mais jovens, porém, não pode ser afirmado, pois o número de profissionais mais velhos é significativamente menor do que os mais jovens.

Entre profissionais formados a menos tempo, a maior porcentagem conhece a TAC, a maioria relatou alguma forma de contato com a terapia durante a graduação ou pós-graduação, diferente dos profissionais formados próximo dos anos 2000, que relataram terem conhecido a técnica em outros locais, fora das instituições de graduação ou pós-graduação, demonstrando que atualmente esse assunto tem crescido no âmbito acadêmico.

Em relação a quais espécies podem ser utilizadas para TAA, o cão foi o animal mais citado, mesmo entre os profissionais que relataram não conhecer a TAC, isso pode estar relacionado a diversos fatores. Considerando essa informação podem ser ponderadas algumas hipóteses, como a de que os profissionais tenham sido influenciados pelo título do trabalho, assim como podem ter levado em consideração os cães guias, que são utilizados para auxiliar pessoas portadoras de condições especiais. Segundo Mandrá et al. 9, os cães são os animais mais utilizados em estudos envolvendo TAA.

Os profissionais citaram diversas espécies diferentes como possíveis para utilização em TAA, algumas delas como galinha, macaco e cobra não foram encontradas na literatura, os autores Nogueira10 e Mandrá et al.9, listaram as principais espécies utilizadas em terapia, sendo o cão o animal mais utilizado, seguido pelo cavalo e por outros animais como os coelhos, golfinhos, gatos e peixes.

Dos fisioterapeutas participantes da pesquisa que disseram que conheciam a TAC, muitos relataram que não utilizariam a técnica, a maioria por não saber como utilizar, pelo fato de acreditarem que a terapia trabalha somente a questão psicológica e que é direcionada somente a crianças ou pacientes neurológicos, porém, diversos autores como Cechetti et al. 11, obtiveram bons resultados, como melhora do equilíbrio e aumento da velocidade da marcha em idosos após a utilização da TAC.

Dentre os profissionais que não utilizariam a técnica a principal justificativa foi que não saberiam como encaixar a terapia na sua prática clínica, demonstrando que possivelmente a baixa utilização da TAC pelos profissionais de fisioterapia está relacionada ao nível de conhecimento dos mesmos sobre a terapia. Em algumas áreas como no caso da fisioterapia pélvica não foram encontrados estudos na literatura que apresentem dados sobre a utilização da TAC neste público.

Alguns profissionais disseram que não utilizariam a TAC por acreditar que não é apropriado. Segundo os autores Menegazzo et al.12 e Dotta13, a terapia assistida por cães proporciona diversos benefícios aos pacientes quando associada à fisioterapia, podendo ser utilizada para diversos públicos, além disto, Nogueira 10 relatou que os cães auxiliam na reabilitação das situações mais diversas, diferente de outros animais como o cavalo que são específicos para algumas alterações motoras.

Outro motivo citado pelos profissionais para a não utilização da terapia foi a falta de um ambiente próprio para isso, porém, Dotta 13 relatou que um dos benefícios da TAC seria justamente o fato de a técnica não necessitar de um espaço diferenciado, como ocorre na equoterapia.

A maioria dos estudos envolvendo a TAC foram realizados com idosos, crianças ou pacientes neurológicos 9, sendo estes os grupos mais citados pelos fisioterapeutas como apropriados para aplicação da técnica, tornando difícil para os profissionais, por exemplo, da traumato-ortopédica pensarem na aplicação da terapia na sua realidade de clínica, apesar de a técnica apresentar muitos benefícios para disfunções motoras, como o equilíbrio 11.

Muitos profissionais se mostraram favoráveis a aplicação da terapia assistida por cães no ambiente hospitalar, alguns embasados possivelmente nos resultados apresentados pela literatura 14 ou por experiências próprias, pensando em propiciar um ambiente mais acolhedor aos pacientes.

Alguns profissionais disseram que o hospital não é um local adequado para animais, justificando que estes são anti-higiênicos, porém, de acordo com Lefebvre et al. 15, nas diretrizes para intervenções com animais em ambientes de saúde existe uma série de cuidados com o animal para que este possa frequentar um ambiente de saúde, entre eles estão a vacinação, banhos regulares e até mesmo a higienização das patas ao adentrar no ambiente.

A maioria dos fisioterapeutas disseram que consideram importante a abordagem deste assunto durante a graduação, demonstrando que possuem algum tipo de interesse pela terapia, mas que talvez por falta de conhecimento acabam não pensando sobre a utilização da técnica na prática clínica.

CONCLUSÃO

Considerando os resultados obtidos nesta pesquisa é possível observar que dentro da amostra analisada a maioria dos profissionais de fisioterapia do estado de Santa Catarina possui conhecimento sobre a terapia assistida por cães, mas que não sabem como a utilizar e que ainda apresentam alguns preconceitos em relação a utilização de animais para o tratamento fisioterapêutico.

Além disso, a terapia assistida por cães aparentemente é mais difundida entre os profissionais que atuam com pediatria e geriatria. O tempo de formação dos profissionais também possui certa relação com o nível de conhecimento sobre a terapia.

Esta pesquisa serve como base para novos estudos envolvendo amostras maiores.

CONFLITO DE INTERESSE

Os autores declaram não existir qualquer forma de conflito de interesse na realização deste estudo.

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