FISIOTERAPIA DESPORTIVA: OS BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA ENTORSE DE TORNOZELO EM JOGADORES DE FUTEBOL

Autores:
Rarison de Oliveira Campos¹;
Tainá Martins Vasconcelos¹;
Deilson Barros Siqueira¹;
Denilson da Silva Veras².

1Acadêmicos Finalistas do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Manaus – FAMETRO
2Fisioterapeuta Mestre; Docente do Centro Universitário de Manaus – FAMETRO


RESUMO

Introdução: Lesões causadas na região do tornozelo são bem conhecidas, principalmente a entorse de tornozelo que frequentemente acomete jogadores de futebol, pois essa contusão pode provocar lesões neuromusculares e mecânicos na articulação, tendo como defluência o envolvimento do controle postural e o mal desempenho de atividades físicas. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, utilizando artigos científicos em português, publicados entre os anos de 2011 a 2020. Resultados: 11 artigos no PUBMED, 4 artigos no PEDro, 10 artigos no SCIELO Org. Foram incluídos artigos que abordassem sobre os exercícios terapêuticos para a entorse de tornozelo em futebolistas, publicados no período de 2011 a 2020, que exibem planos que variam de uso de bandagens, medicamentos como etoricoxibe, treinos proprioceptivos, exercícios resistidos, crioterapia, eletroterapia (TENS, ultrassom, laser), cinesioterapia, método PRICE – proteção, repouso, gelo, compressão e elevação, alguns estudos mostraram que a cirurgia também seria um tratamento viável. Conclusão: De todos os tratamentos o treino proprioceptivo foi o mais recomendado, porque além de tratar ele previne e o que apresenta resultados mais favoráveis.

Palavras-chaves: Fisioterapia desportiva; Tornozelo; Entorse; Tratamento.

ABSTRACT

Introduction: Injuries caused in the ankle region are well known, especially the ankle sprain that often affects soccer players, as this injury can cause neuromuscular and mechanical damage to the joint, resulting in the involvement of postural control and poor performance of activities physical. Methods: This is an integrative literature review, using scientific articles in Portuguese, published between the years 2011 to 2020. Results: 11 articles in PUBMED, 4 articles in PEDro, 10 articles in SCIELO Org. on therapeutic exercises for ankle sprains in soccer players, published from 2011 to 2020, which show plans ranging from the use of bandages, medications such as etoricoxib, proprioceptive training, resistance exercises, cryotherapy, electrotherapy (TENS, ultrasound, laser) , kinesiotherapy, PRICE method – protection, rest, ice, compression and elevation, some studies showed that surgery would also be a viable treatment. Conclusion: Of all the treatments, proprioceptive training was the most recommended, because in addition to treating it, it prevents and presents the most favorable results.

Keywords: Sports Physiotherapy; Ankle; Sprain; Treatment.

INTRODUÇÃO

Muito tem se falado sobre a necessidade de como manter uma vida parcialmente ou totalmente saudável, tanto em relação a saúde quanto em relação a qualidade de vida de cada pessoa. O desempenho relacionado a realização de atividades físicas e a reeducação de uma alimentação saudável começou a fazer parte da meta e objetivo da maior parte da população brasileira.

A palavra exercício é sinônimo de mais saúde e bem-estar, é se sentir confortável praticando qualquer exercício, contudo, fundado nas orientações de profissionais habilitados e qualificados. Falando sobre isso, é importante destacar a Fisioterapia Esportiva, que foi uma área reconhecida como especialidade fisioterapêutica pelo COFFITO em novembro de 2007 pela RESOLUÇÃO Nº. 337 que diz: “Reconhece a Especialidade de Fisioterapia Esportiva e dá outras providências”.

A Fisioterapia Desportiva é um espaço específico da fisioterapia voltada para atletas e praticantes de atividades e exercícios físicos. O seu benefício é precaver e auxiliar o corpo e tratar fraturas ou lesões (CRUZ, 2020). O interesse pelo desempenho esportivo tem crescido bastante nos últimos tempos, e com esse crescimento consequentemente ocorreu um aumento na incidência de lesões desportivas. No meio dessas lesões a mais provocada com a prática de esportes é a entorse de tornozelo (MILANEZI et.al., 2015).

Lesões causadas na região do tornozelo são bem conhecidas, principalmente a entorse de tornozelo que frequentemente acomete jogadores de futebol, pois essa contusão pode provocar lesões neuromusculares e mecânicos na articulação, tendo como defluência o envolvimento do controle postural e o mal desempenho de atividades físicas. (KENZO et.al., 2016).

Por serem lesões ligamentares, estas são classificadas de acordo com sua gravidade, em grau I – estiramento do ligamento acometido; grau II – lesões parciais, sem instabilidade articular; grau III – quando ocorre prejuízo da estabilidade articular. Para as lesões ligamentares se faz o tratamento conservador, com retorno rápido as atividades, para as lesões agudas o tratamento se torna maior, devido à instabilidade do tornozelo (PRADO et al. 2013).

A Fisioterapia tem buscado as mais diversas possibilidades para que cada vez menos lesões venham a ocorrer durante as atividades desportivas, principalmente lesões de joelho e tornozelo, e os exercícios que busquem dar ênfase à coordenação e equilíbrio são amplamente utilizados pela fisioterapia traumato-ortopédica e desportiva no tratamento de lesões dos musculoesqueléticas (LOPES, 2013).

Um dos papéis primordiais da fisioterapia é a prevenção, onde o profissional fisioterapeuta é responsável por indicar orientações, como exercícios que procuram equilíbrio, fortalecimento e alongamento muscular, executados em conjunto como preparador físico e o técnico. A atuação do fisioterapeuta durante os treinamentos esportivos é essencial e não somente procurá-lo na hora de reabilitar atletas. A precaução, o aprimoramento máximo das funcionalidades do atleta e a orientação de treinamento estão prontamente ligadas ao desempenho do mesmo (RIBAS et.al., 2017).

A assistência dada pelo Fisioterapeuta Desportivo é indispensável na reabilitação de jogadores de futebol. Esses profissionais são habilitados e treinados para trabalhar força muscular, flexibilidade, equilíbrio, resistência e até mesmo o desempenho cardiovascular. (CRUZ, 2020), ainda de acordo com o autor, o grande desafio do Fisioterapeuta que cuida e atende desportistas é ajudá-los a alcançar seu mais alto desempenho sem que sofra alguma lesão ou que se prejudique durante o seu treinamento.

Dessa forma, este presente estudo tem como objetivo descrever, através da revisão da literatura, sobre a importância do benefício da fisioterapia no tratamento de entorse de tornozelo em desportistas.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, utilizando artigos científicos em português, publicados entre os anos de 2011 a 2020. Foram pesquisadas as bases de dados PUBMED, PEDro (Physiotherapy Evidence Database), SCIELO Org (Scientific Eletronic Library Online), no período de setembro a novembro de 2020. Utilizando a combinação dos seguintes descritores: fisioterapia desportiva, tornozelo, entorse, tratamento e seus correspondentes em inglês, estes descritores poderiam estar no título ou no resumo. Os termos foram combinados entre si através do operador “AND”. “NOT” e “OR”.

A busca dos artigos resultou em: 11 artigos no PUBMED, 4 artigos no PEDro, 10 artigos no SCIELO Org. Foram incluídos artigos que abordassem sobre os exercícios terapêuticos para a entorse de tornozelo em futebolistas, publicados no período de 2011 a 2020 e excluídos aqueles que não especificavam o tipo de intervenção fisioterapêutica, artigos duplicados e incompatíveis após leitura do Título/Abstract. Seguindo os critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 11 artigos que contemplaram o desenho metodológico proposto.

Figura 1. Desenho Metodológico

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na revisão sistemática de Rodrigues e Seixas (2011), que buscou revisar como o treino proprioceptivo pôde prevenir a entorse de tornozelo, os autores chegaram à conclusão de que existe uma relação entre o treino proprioceptivo e a prevenção da entorse de tornozelo, a maior parte dos artigos encontrados afirma que o treino proprioceptivo se mostra favorável, contudo, alguns outros estudos apresentam resultados negativos, pois não foi encontrado diferenças em atletas que fizeram e os que não fizeram o treino, por não ter resultados estáveis, os autores sugeriram que fossem realizados outros estudos para se chegar a resultados mais relevantes.

Windmoller (2013), também realizou uma revisão sistemática, em seu estudo o treino proprioceptivo não foi usado sozinho, ele era acompanhado por um treinamento multifacetado que envolvia aspectos de agilidade, funcionais do esporte e força muscular, que duravam de 10 a 30 minutos, conforme os atletas apresentavam melhora, os exercícios aumentavam de dificuldade, dos 11 artigos revisados por Windmoller (2013), 7 apresentaram melhora das lesões após o início do treinamento, 2 mostraram que a diminuição foi leve e 1 não mostrou nenhuma alteração.

Nunes, Noronha e Carvalho Jr. (2015), realizaram um estudo clínico randomizado e controlado com 20 atletas com idade entre 16 e 20 anos, do sexo masculino, de futebol de campo das categorias de base de um clube de futebol da grande Florianópolis, os atletas escolhidos apresentavam entorse lateral de tornozelo recente que incapacitasse a realização da prática esportiva, os atletas foram divididos em 2 grupos, o grupo controle e o de intervenção. Para obter melhor resultado, os autores realizaram a avaliação do tornozelo dos atletas, a avaliação consistiu em amplitude de movimento de flexão plantar e dorsal do tornozelo, equilíbrio dinâmico, perimetria do tornozelo e Questionário CAIT-P utilizado para a avaliação do quadro de instabilidade funcional apresentado pelos participantes. Os dois grupos receberam os tratamentos de crioterapia, eletroterapia (TENS, ultrassom, laser), cinesioterapia, mas somente o de intervenção fez o exercício de imagética motora. A imagética motora consistia em um “exercício de origem mental que possivelmente estimula a reorganização da função motora perdida devido a um déficit na integração de processos motores no córtex após lesões, de maneira que haja uma ação inconsciente dos membros envolvidos” (NUNES, NORONHA, CARVALHO JR, 2015 p. 283), contudo, o estudo não mostrou efeito nenhum sobre o aumento da ADM, controle postural, edema e estabilidade funcional do tornozelo.

Souza e Froio (2017), realizaram uma revisão de literatura para verificar a atuação do fisioterapeuta na instabilidade funcional do tornozelo de futebolistas, conforme os artigos revisados o fisioterapeuta deve primeiro realizar uma avaliação, essa avaliação consiste em observação do paciente de maneira geral: marcha, postura, tipo de pisada, palpação, teste de amplitude de movimento e mobilidade. O treino proprioceptivo foi o tratamento mais importante que foi encontrado nas revisões, ele atua na recuperação do equilíbrio, reconstrução do tônus e força muscular, amplitude de movimento e marcha, o treino proprioceptivo deve ser acompanhado de testes com o goniômetro (para avaliação) e hidroterapia, esse último recurso é usado para obter melhores resultados devido a ação da gravidade que torna o membro mais leve e mais ágil para fazer os movimentos, gerando resultados melhores sessão após sessão.

Leão (2012), também realizou uma revisão de literatura, em sua busca a autora encontrou, para o tratamento da entorse de tornozelo, indicações cirúrgicas, contudo a grande maioria dos achados indica o tratamento conservador, que consiste no método PRICE – proteção, repouso, gelo, compressão e elevação – esse método busca examinar o tornozelo buscando minimizar o edema através de compressão, elevação e gelo, depois faz-se uma imobilização em posição neutra, ou em leve dorsiflexão e eversão, o paciente deve ter consciência de que o repouso é necessário, com aplicação de gelo a cada 2 horas nas primeiras 24 a 48 horas, nesse período o paciente deverá usar muletas, fazendo técnicas isométricas afim de ajudar a manter a integridade muscular e a circsa medida ulação. Dependendo da lesão, o tornozelo pode, também, ser tratado com bandagem elástica se leve, e com bandagem de pressão se mais grave. O treinamento de propriocepção também foi um achado na busca da autora, através do uso de pranchas de inclinação e deve ser iniciado assim que possível, ele ajuda a melhorar o equilíbrio e controle neuromuscular do tornozelo. A medida em que a lesão diminui, deve ser continuado a proteção do ligamento usando tala, deve ser feito massagem transversa, o paciente também poderá realizar exercícios dentro de sua tolerância, pelo menos, três vezes ao dia, tudo isso deve ser feito em progressão conforme o edema diminui, uso de pesos aumentando gradativamente, o uso de exercícios de resistência também é indicado, assim como bicicleta ergométrica e prancha de equilíbrio. Caminhada, corrida leve e de velocidade, exercícios de giros, mudança de direção e transferência de peso lateral são indicados.

Araújo (2017), abordou, em uma revisão literária, o uso de bandagens para o tratamento da entorse de tornozelo, pela bandagem promover o apoio e proteção aos tecidos moles do tornozelo e não limitar suas funções, este método consiste na aplicação de uma fita que adere a pele dando proteção mecânica e estabilidade a articulação. Por ser impermeável e apresentar resistência a água, a bandagem, é usada por vários dias, por ser, também, elástica ela age como uma tração constante na pele, além disso reduz e faz com que o que o edema circule, estimulando a instabilidade e propriocepção enquanto se faz movimentos.

Vieira e Rezende (2020), fizeram uma revisão de literatura, que indicaram, em sua maioria, exercícios proprioceptivos para atuar na profilaxia e reabilitação, aumentando a competência do segmento corporal, força, equilíbrio e flexibilidade. Além do exercício de propriocepção, os exercícios resistidos também são indicados para o tratamento por ser um exercício ativo com contração muscular dinâmica/estática, usando ou não resistência manual ou mecânica, o que torna o tratamento com exercícios resistidos um fator essencial para o condicionamento da promoção e preservação do tornozelo, aumentando suas competências motoras e diminuindo o risco de novas lesões.

Ao realizar um estudo proprioceptivo randomizado, Padro et al. (2013), estudou 186 pacientes portadores de lesão ligamentar aguda grave do tornozelo, estes foram divididos em dois grupos para receber tratamento conservador diferente durante 12 semanas. O primeiro grupo recebeu tratamento com imobilização suropodálica imediata, carga conforme o tolerado, analgesia, gelo, elevação e mobilização leve da articulação do tornozelo por três semanas, após as três semanas os pacientes foram imobilizados com órtese curta funcional e encaminhados para o tratamento com fisioterapeuta. O segundo grupo foi imobilizado no primeiro atendimento com órtese curta funcional e recebeu, durante as três primeiras semanas, o mesmo protocolo do primeiro grupo e logo em seguida foi encaminhado para o tratamento fisioterapêutico. Os dois grupos receberam tratamento de reabilitação igual, conforme o quadro a seguir.

Tabela 1 – Programa de reabilitação
PROGRAMA DE REABILITAÇÃO – APÓS A TERCEIRA SEMANA DE IMOBILIZAÇÃO

4ª semanaAnalgesia; controle do edema; cinesioterapia; mobilização sem inversão/flexão plantar forçada; treino de marcha; propriocepção leve; fortalecimento muscular através de isometria.
5ª e 6ª semanasProgressão do fortalecimento muscular; exercícios de propriocepção; marcha.
7ª semanaMobilização em todas as direções; exercícios de fortalecimento; propriocepção gradual avançada.
8ª semanaProgressão de exercícios de propriocepção; cama elástica; balancim.
9ª semanaExercícios de mudança de direção; interrupção brusca de deslocamento.
10ª a 12ª semanasRetomada de exercícios específicos e atividades físicas habituais.
Fonte: PRADO et al. (2013)

Após as 12 semanas, os autores tiveram o resultado, houve presença de pequena variação de capacidade de apoio e intensidade da dor logo após o trauma nos pacientes tratados com órtese funcional inicialmente, a diferença, apesar de mínima, continuou nesse mesmo grupo após uma semana de trauma, o que indicou que o paciente ficou melhor com a órtese funcional, pois há a possibilidade de deambulação com mais facilidade, na terceira semana o grupo com órtese longa apresentou menos dor, a partir da sexta semana, quando a órtese foi removida, o primeiro grupo se mostrou mais propenso a dor. Ao final do estudo os autores tiveram como conclusão que os pacientes submetidos a tratamento inicial com órtese funcional apresentaram menos dor e melhor resultado funcional do que o grupo imobilizado inicialmente com órtese longa.

Silva et al. (2012), realizaram um ensaio clínico aleatório duplamente encoberto, prospectivo e controlado, com 43 pacientes diagnosticados com entorse de tornozelo, o tratamento foi realizado com analgesia de etoricoxibe durante 14 dias, divididos em dois grupos, que fizeram uso de gramaturas diferentes do medicamento em dose única, grupo A usou 90mg diária e grupo B 60mg diária. Para a avaliação, foram feitas cinco, a primeira no dia em que o paciente iniciou o tratamento, a segunda concomitante a primeira, a terceira 8 dias após a lesão, a quarta no 15º dia e a última com 45 dias. O software utilizado para realizar a análise estatística foi o SPSS 15.0 e para realizar a análise descritiva foram calculadas: média, desvio-padrão, mínimo, mediana, máximo e frequência.

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Fonte: SILVA et al. (2012)

Os autores chegaram à conclusão que o tratamento com a etoricoxibe para quem tomou a dose maior foi de maior efeito, contudo os dois miligramas se mostraram boas para os pacientes.

Silva (2016), realizou uma revisão narrativa, nela buscou-se verificar quais as melhores condutas terapêuticas usadas para a entorse de tornozelo, sua revisão fez uso de sete artigos nos quais foram sugeridos como melhores condutas: bandagem elástica, tala, imobilização suropodálica, imobilização com órtese curta funcional, além de exercícios de Imagética Motora, essas condutas foram usadas principalmente para a redução dos efeitos da lesão para que o paciente retornasse as atividades de vida diária.

Tabela 2– Os benefícios da fisioterapia no tratamento da entorse de tornozelo

ANOAUTOROBJETIVOTIPO DE ESTUDORESULTADO
2017ARAÚJO; Marilene Ferreira de.Apresentar a bandagem funcional como tratamento para entorse de tornozelo.Revisão bibliográficaA bandagem funcional baseia-se no princípio de promover o apoio e proteção aos tecidos moles do tornozelo, inibindo ações específicas, sem limitar suas funções fisiológicas, e o principal objetivo dessa atadura é dar proteção mecânica para os tecidos, sem impedir à funcionalidade da articulação, para tal criou-se uma tabela com as definições dos autores que compõem o estudo.
2012LEÃO; Soânia Rabelo Gomes.Buscar na literatura a incidência de entorses de tornozelo no esporte, tais como medidas preventivas para diminuir a ocorrência desse tipo de lesão.Revisão de literaturaUma alta incidência de entorses de tornozelo no esporte, tendo como o mecanismo de inversão correspondendo a grande maioria dos casos e o voleibol apresentou-se como o esporte que mais apresentou esse tipo de lesão, no qual ocorrem durante a aterrissagem de um salto após um bloqueio ou ataque. Foram comprovados que implementos para o tornozelo reduzem a taxa das lesões, principalmente em indivíduos com história prévia.
2015NUNES; Guilherme S. NORONHA; Marcos de. CARVALHO JR; Vanderlei A. de.Verificar os resultados preliminares da efetividade da IM na reabilitação de atletas de futebol com entorse aguda de tornozelo.Estudo clínico randomizado e controladoApós o tratamento não foi observada nenhuma diferença entre os grupos quanto à ADM de flexão dorsal (p=0,23), ADM de flexão plantar (p=0,50), Star Excursion Balance Test (SEBT) na direção anterior (p=0,70), SEBT na direção póstero-lateral (p=0,29), SEBT na direção póstero-medial (p=0,79), perimetria em “8” (p=0,50) e questionário CAIT-P para instabilidade funcional (p=0,70).
2013PRADO; Marcelo Pires. Et al.Avaliação da incidência da instabilidade articular mecânica resultante do tratamento conservador de lesões ligamentares agudas graves do tornozelo em pacientes sem antecedentes de traumas nessa articulaçãoEstudo randomizadoNão encontramos diferença significativa com relação à evolução para instabilidade mecânica entre os grupos. Da mesma forma não houve diferença na incidência de dor, mas a avaliação por meio do método de pontuação da Associação Americana dos Cirurgiões de Pé e Tornozelo (AOFAS) mostrou melhores resultados nos pacientes submetidos ao tratamento funcional.
2011RODRIGUES; Ana Cláudia Esperançoso. SEIXAS; Adérito.Investigar a relação entre treino proprioceptivo como método preventivo e entorse de tornozelo do desporto geralRevisão de literaturaO treino proprioceptivo parece ser eficaz na prevenção da entorse de tornozelo, apesar de não haver consenso entre os autores acerca desta problemática.
2016SILVA; Luciana.Investigar quais as melhores condutas terapêuticas adotadas para tratar déficits de Amplitude de Movimento no pós-trauma com lesão ligamentar de tornozeloRevisão de literaturaPercebe-se que são utilizadas diferentes formas para o tratamento de lesões no tornozelo, sejam essas pessoas atletas ou não. A principal finalidade é reduzir os efeitos dessa lesão, assim como o tempo de tratamento, favorecendo o retorno do paciente para suas atividades de vida diária.
2012SILVA; Rogério Teixeira da. Et al.Avaliar se o etoricoxibe na dose diária de 60 mg é tão efetivo quanto à dose de 90 mg no tratamento da dor e inflamação em pacientes com torções de tornozelo graus I e II.Estudo clínico aleatório, duplamente encoberto, prospectivo e controladoObservou-se diminuição significativa da dor entre as visitas pré e pós o uso do medicamento, com uma média de 4,1 pontos na EAV (p < 0,001), porém a diminuição da intensidade da dor não dependeu do esquema terapêutico utilizado. Um paciente teve a medicação suspensa, devido à tolerabilidade, que foi considerada boa em 90,7% dos pacientes.
2017SOUZA, João Vitor Antonio de. FROIO, Juliana Lôbo.Apresentar, com base nas evidências científicas, a incidência, mecanismos e atuação do fisioterapeuta na instabilidade funcional de tornozelo em atletas de futebol.Revisão de literaturaFoi confirmado que a entorse de tornozelo é a maior causa de lesões no futebol, e quando recorrente de forma crônica, a IFT pode ser um problema para o atleta. O fisioterapeuta atua na reabilitação do jogador de forma a recuperar sua propriocepção, equilíbrio, ganho de amplitude de movimento, força e controle neuromuscular, sendo profissional fundamental para um bom retorno do atleta para dentro do campo.
2020VIEIRA; Sandro Emílio. REZENDE; Matheus da SilvaEstabelecer as relações entre a entorse de tornozelo com o quadro desenvolvido de instabilidade articular e o tratamento fisioterapêutico em indivíduos atletas e não atletas com este tipo de lesão.Revisão bibliográficaConfirmou a alta prevalência de instabilidade articular crônica nas entorses de tornozelo e ainda se evidenciou o tratamento fisioterapêutico baseado em fortalecimento muscular e treinamento proprioceptivo como conduta eficaz para este quadro clínico.
2013WINDMOLLER; Cecília Gross.Identificar se o treinamento proprioceptivo é eficiente na prevenção de lesões esportivas.Revisão sistemáticaForam encontrados 11 estudos. Discussão: 07 encontraram uma diminuição estatisticamente significativa na incidência de lesões. 02 encontraram uma diminuição não significativa estatisticamente, 01 encontrou diminuição, mas não comparou estatisticamente, e 01 encontrou diminuição e aumento na incidência de diferentes lesões no grupo intervenção.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos esportes em geral acontecem com frequência muitas entorses, principalmente as de tornozelo, por isso a relevância deste estudo. Nesta revisão fica evidente que se faz necessário traçar um plano para o tratamento das entorses de tornozelo, este plano varia de uso de bandagens, medicamentos como etoricoxibe, treinos proprioceptivos, exercícios resistidos, crioterapia, eletroterapia (TENS, ultrassom, laser), cinesioterapia, método PRICE – proteção, repouso, gelo, compressão e elevação, alguns estudos mostraram que a cirurgia também seria um tratamento viável.

De todos os tratamentos o treino proprioceptivo foi o mais recomendado, porque além de tratar ele previne e o que apresenta resultados mais favoráveis. Contudo por não apresentar resultados homogêneos se torna necessário investigar mais a fundo os tratamentos para as entorses de tornozelo, este trabalho serve como orientação para os profissionais da área, afim de ter uma base de onde poder começar novos estudos a respeito do tema.

REFERÊNCIAS

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COFFITO – RESOLUÇÃO Nº 337, de 08 de novembro de 2007. Reconhece a Especialidade de Fisioterapia Esportiva e dá outras providências. 2007

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