O USO DO ÁCIDO HIALURÔNICO E TOXINA BOTULÍNICA NO CONCEITO DA ESTÉTICA


FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS – FIFE


Autoras:
Isabela Gonçalves CARVALHO*
Laura Lúcia Jiamácio BALDO*
Sabrina Aparecida Oliveira RAMOS*
Orientadora:
Valéria Lima MUNHOZ**

*Graduandas do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética das
Faculdades Integradas de Fernandópolis – FIFE
**Docentes do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética das
Faculdades Integradas de Fernandópolis – FIFE


RESUMO

O mundo da estética vem crescendo e evoluindo constantemente para entregar sempre bons resultados. Neste trabalho, trazemos um estudo que tem como objetivo investigar o uso da aplicação da toxina botulínica tipo A (botox) e da aplicação do ácido hialurônico (AH) na estética. Essa pesquisa se trata de uma revisão de literatura de cunho qualitativo. Ao final deste estudo, observou-se que a velhice, assim como outras fases ao longo da vida, traz muitas transformações, que afeta diretamente a autoestima do indivíduo, e a toxina botulínica, e o ácido hialurônico vem chamando muita atenção no mercado da beleza, trazendo tecnologias inovadoras, proporcionando melhora na qualidade de vida e os melhores resultados.

Palavras-chave: Toxina Botulínica. Ácido Hialurônico. Envelhecimento.

ABSTRACT

The world of aesthetics has been growing and evolving constantly to always deliver good results. In this work, we present a study that aims to investigate the use of botulinum toxin type A (botox) and hyaluronic acid (HA) application in aesthetics. This research is a literature review of a qualitative nature. At the end of the study, it was observed that old age, as well as other phases throughout life, brings many changes, which directly affect an individual\’s self-esteem, and the botulinum toxin, and hyaluronic acid has been drawing a lot of attention in the beauty market, bringing innovative technologies, providing better quality of life and better results.

Keywords: Botulinum Toxin. Hyaluronic acid. Aging.


  1. INTRODUÇÃO

A beleza apesar de fácil reconhecimento é de difícil explicação, pois resulta do somatório de fatores objetivos, subjetivos e culturais. A estética facial é resultado da combinação do padrão ósseo, posição e volume do tecido subcutâneo (qualidade da pele), morfologia dos dentes e, ainda, personalidade individual. Segundo alguns estudos o ser humano tem preferência por medianiedades (traços da face com medidas faciais médias da população à qual pertencem), simetria bilateral, harmonia, proporção e dimorfismo sexual (BRAZ & SAKUMA, 2017).

Para manter essas qualidades, inerentes de uma pele jovem e saudável, a busca por procedimentos estéticos minimamente invasivos como aplicação de ácido hialurônico e toxina botulínica tipo A, vem aumentando significativamente ao longo dos últimos anos. O ácido hialurônico (AH) é um princípio ativo que está presente naturalmente no organismo dos seres humanos, em importantes líquidos do corpo como o líquido sinovial que lubrifica as articulações, entre outros (AGOSTINI et al.,2010).

A toxina botulínica tipo A (TXB-A), conhecida como “botox”, também é muito utilizada para fins estéticos, consiste-se em um elemento neurotóxico derivado e produzido por uma bactéria gram. positiva anaeróbica e esporulada que leva o nome de Clostridium Botulinum. TXB-A é uma terapia cosmética, eficaz para restaurar, corrigir e amenizar as imperfeições faciais. O Botox (tipo A) visa impedir a contração muscular e promovendo a paralisia benéfica temporária dos músculos, principalmente os da face, reprimindo rugas e linhas de expressões consideradas como marcas de envelhecimento sendo um grande auxílio, nos tratamentos estéticos, por ser uma droga que aplicada por profissionais especializados atinge níveis de segurança altos, resultando em satisfação ao paciente (MACHADO, 2020; ROCHA NETO, 2020).

Nesse contexto, ressalta-se que essas técnicas, a exemplo da aplicação da toxina botulínica e do ácido hialurônico, que melhoram substancialmente complexos ou distúrbios psicológicos secundários a alguma condição física, e com os ganhos psicológicos obtidos há um impacto considerável no estilo e qualidade de vida do paciente. A autoestima faz parte da identidade pessoal é o jeito de olhar para si mesmo, de perceber as qualidades, são as crenças e sentimentos de importância e valor. A estética tem como objetivo encontrar e mostrar a melhor versão de cada pessoa, cobrindo os níveis físicos e psicológicos (MARTINS, & FERREIRA, Z. A. B. 2020; CASTO etal., 2016).

  1. OBJETIVO:

Este estudo tem como objetivo investigar o uso da aplicação da toxina botulínica tipo A e da aplicação do ácido hialurônico da estética para o bem estar.

  1. METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão de literatura de cunho qualitativo, realizada nas dependências das Faculdades Integradas de Fernandópolis, no período de março a julho de 2021. Para a realização da revisão da literatura, utilizou-se a base de dados Google acadêmico, com as seguintes palavras-chave: Toxina Botulínica; Ácido Hialurônico; Envelhecimento.

  1. REVISÃO DA LITERATURA

4.1 ENVELHECIMENTOSCUTÂNEOS

Apesar de quase toda população temer a velhice e suas consequências, o envelhecimento é algo inevitável, biológico e complexo que ocorre de maneira

gradativa, natural e ininterrupta, provocando alterações bioquímicas, morfológicas e fisiológicas que afeta não só fisiologicamente o corpo, quanto esteticamente à aparência da pele, acarretando a sua degradação. O envelhecimento cutâneo pode ser intrínseco ou cronológico, aquele que surge com a idade, influenciado por fatores genéticos, ou extrínseco ou actínico aquele que surge influenciado por fatores externos. Com o avanço da idade, vão surgindo as alterações bioquímicas, fazendo as rugas e pigmentações que são aquelas manchinhas começarem a aparecer.

4.1.2 TIPOS DE ENVELHECIMENTO

O envelhecimento intrínseco está relacionado diretamente ao avanço da idade e o histórico genético do indivíduo, esse tipo de envelhecimento já se é esperado, devido à passagem do tempo, que trás mudanças na aparência e nas funções normais da pele. Já o envelhecimento extrínseco, também chamado de fotoenvelhecimento é decorrente de fatores ambientais e principalmente a radiação solar, portanto faz dele o mais danoso e agressivo à nossa da pele, corrompendo as fibras elásticas e colágenas, alterando a pigmentação e causando rugas mais profundas. A radiação solar produz radicais livres altamente lesivos à pele e que com o passar do tempo, debilita esta de uma forma agressiva (TESTON; NARDINO; PIVATO, 2010).

4.2 ÁCIDO HIALURÔNICO

O Ácido Hialurônico (AH) foi descoberto em 1934 por Karl Meyer e John Palmer, cientistas da Columbia University, em Nova Iorque. A era moderna do ácido hialurônico começou na década de 60, quando os pesquisadores Balazs e Denlinger encontraram alta concentração da molécula em outros tecidos, sugerindo assim seu papel biológico primário no corpo e abrindo caminho para sua aplicação médica. Ele tem sido utilizado há mais de uma década no preenchimento de partes moles para corrigir depressões, rugas e sulcos. O comportamento biológico é bem conhecido, com estudos histológicos disponíveis, sendo absorvido gradativamente ao longo dos meses. John e Prince (2009) expõem que o ácido hialurônico tópico não é reticulado, e, por isso, é facilmente absorvido. Foi usado primeiramente como um veículo para o fornecimento de outros medicamentos para a pele, particularmente útil para a liberação sustentada e entrega localizada, por passar através da pele por transporte ativo. Como o significado do ácido hialurônico na retenção de água na derme veio à luz, o ácido hialurônico tópico tornou-se um cosmético no seu próprio direito, aumentando a retenção de água da derme, sendo comercializado como um agente de preenchimento para a pele (ROCHA, 2020).

Sendo um dos preenchedores dérmicos temporários mais usados na correção de linhas e sulcos faciais por sua segurança e eficácia, o ácido hialurônico (AH) é naturalmente encontrado em nosso organismo, uma das suas principais funções é a manutenção do volume, que dá sustentabilidade e elasticidade a pele, sem falar em sua grande capacidade de hidratação. Além de ser um hidratante, derivado do ativo composto por hialuronato de sódio a 1%, capaz de reter a água, formar filme elástico proporcionando elasticidade e tonicidade à pele, e pode ser utilizado em hidratantes para face e corpo, pois não é oclusivo (PEREIRA, 2017).

Altamente hidrofílico, o ácido hialurônico quando aplicado sobre a pele forma uma película viscoelástica, transparente e fina. Como é um excelente hidratante e um ótimo lubrificante, melhora sensivelmente as características da pele, proporcionando maciez, tonicidade e elasticidade. Em condições críticas, como exposição à luz solar, distúrbios metabólicos, traumas ou processo de envelhecimento, ajuda a preservar e restaurar os mecanismos naturais de proteção da pele. Durante o processo de regeneração da pele, o ácido hialurônico inicia a primeira fase do processo de cicatrização, antes do começo da síntese de colágeno. Ao devolver o AH nas camadas internas da pele se restabelece o equilíbrio hídrico, filtra-se e regula-se a distribuição de proteínas nos tecidos e compõe-se um ambiente físico no qual ocorre o movimento das células, contribuindo para melhora na estrutura da pele, removendo rugas, realçando e restaurando o volume facial, criando volume labial, suavizando as linhas de expressão e proporcionando o rejuvenescimento facial (DO LICEU, 2010).

O AH é um polissacarídeo composto por unidades dissacarídicas repetidas de ácido D-glucurônico e N-acetilglucosamina. Normalmente, o grupo carboxílico (- COOH) do ácido D-glucurônico forma um sal sódico, pelo que a forma mais comum do AH é o hialuronato de sódio. É usado em formulações na concentração de 1 a 10%, com pH de estabilidade ideal de 5,5 a 7,5, devendo ser conservado em geladeira. Esse precipita em presença de proteínas e tensoativos catiônicos (PEREIRA, 2017).

4.3 ÁCIDO HIALURÔNICO NA ESTÉTICA

Apesar de existir em nosso organismo desde o princípio, o ácido hialurônico se torna insuficiente ao longo dos anos com o envelhecimento cutâneo que é um processo biológico complexo e ocorre de maneira gradativa e natural da pele, que promovem uma diminuição da hidratação dérmica do tecido, consequentemente desenvolvendo rugas, marcas de expressões, perda do tônus e volume causando então depressões na derme (BERNARDES et al., 2018).

Há diversas formas de aplicação do AH na estética, em sua variedade de benefícios. Usado tanto em forma tópica como em cremes, que podem ser usados diariamente, tratando o tecido, trazendo hidratação como forma de prevenção, e também em cápsulas, mas há uma grande procura em sua aplicação injetável utilizado para o preenchimento facial, neste caso seu uso é bastante escolhido entre alguns profissionais por ser moldável e seguro. O AH mostra também eficiência em diferentes processos de cicatrização, como cicatrizes acneicas, quando influencia a proliferação celular, faz o reparo dos tecidos, gerando alterações na disponibilidade e na síntese do AH, que podem ser observados com o envelhecimento, cicatrização e doenças degenerativas (DO LICEU, 2010).

A injeção de ácido hialurônico para preenchimentos é uma peça essencial no tratamento do rejuvenescimento cutâneo, além de ser muito procurado no mercado por sua eficiência, trazendo os melhores resultados, ele pode ser injetado em diversos lugares da face suavizando as linhas de expressão, e para a harmonização facial, visando não só a melhora no aspecto da pele, mas também a simetria do rosto. A seleção do uso varia de acordo com a necessidade e avaliação correta do paciente, e o procedimento realizado por um profissional, leva a resultados instantâneos e satisfatórios (BERNARDES, etal., 2018).

Um dos principais benefícios desse procedimento é a durabilidade que pode ser temporária ou permanente. Na aplicação temporária, pode haver uma duração um tanto quanto longa variando entre um ano e meio a cinco anos, lembrando que dependerá da região e também dos cuidados do paciente. Sempre atendendo as necessidades cutâneas de cada caso, corrigindo imperfeições conforme a idade apresenta. Esse procedimento não se compara a cirurgia plástica, pois sua realização acontece no consultório sendo menos invasiva, portanto um procedimento simples e rápido, com cerca de 30 minutos de duração, além de manter a naturalidade (SANTONI, 2018).

A forma cosmecêutica do ácido hialurônico tem sido amplamente utilizada em produtos cosméticos devido às propriedades viscoelásticas e possuir excelente biocompatibilidade, se tornando importante não só para quem já está na terceira idade como opção de tratamento para as rugas já presentes, mas sim para quem quer preveni-las, pode ser utilizado diariamente para adiar as rugas. Ao se falar da prevenção ou tratamento do envelhecimento cutâneo, o uso do AH para o rejuvenescimento facial, é de suma importância para manter hidratação e colágeno na pele, assim alcançando um efeito anti aging. Juhlin (1997) relata que assim quando ácido hialurônico altera o volume dérmico e a

compressibilidade da pele, imobilizando a água para o tecido. Por isso as formulações cosméticas ou protetores solares, também tem a qualidade de proteger o tecido contra radiação UV, devido à eliminação de radicais livres. Aliás, suas propriedades de hidratação são consideradas muito maiores do que outros polissacarídeos por serem moléculas hidroglíficas (têm grande afinidade à água). Assim, sua aplicação tópica aumenta a hidratação do estrato córneo (DO LICEU, 2010).

É indicado principalmente para melhorar a textura da pele, suavizando rugas e outras marcas causadas pela idade. Quando usado de forma injetável, ele pode ser usado no contorno de face, lábios (contorno e volume), e para repor volume em face, mãos e algumas regiões corporais (SANTONI, 2018).

Além disso, uma outra técnica em que o ácido hialurônico é usado é a volumização do rosto, sendo aplicado na região dos malares, mandíbula e nas laterais do rosto. Isso é indicado principalmente com o passar dos anos, pois em algumas partes do rosto o tecido subcutâneo é perdido com a idade (BERNARDES, 2004).

Nesse método, ele pode ser aplicado com microcânulas, o que traz mais conforto e segurança para a aplicação, e também é usada uma anestesia local. A aplicação do ácido hialurônico não deve ser feita em pessoas com hipersensibilidade. Também é contraindicada em pessoas com problemas com a coagulação. Não deve ser aplicado dentro ou perto de áreas em que haja doença ativa de pele, inflamações ou feridas. Não deve ser injetado em uma área onde um implante permanente tenha sido colocado (DOS SANTOS, 2021).

4.4 TOXINA BOTULÍNICA TIPO A

Em abril de 2002, o FDA/USA aprovou o uso da toxina botulínica tipo A, comercializada com o nome de Botox®, para tratamento antirrugas e, a partir de então, a toxina tem sido amplamente utilizada para fins cosméticos em todo

o mundo. O uso do Botox® tem sido uma alternativa para pessoas que pretendem melhorar sua aparência sem os custos, riscos e inconvenientes dos procedimentos de cirurgia plástica. Porém, o seu uso requer cautela e a habilitação dos profissionais para efetuar as aplicações, afinal, trata-se de uma toxina potencialmente letal se utilizada em doses inapropriadas e em locais inadequados. Os resultados podem ser observados de 24 às 72h após as aplicações e os efeitos são temporários, durando de 2 a 6 meses, dependendo da concentração utilizada e do grupo muscular alvo. Assim, são necessárias aplicações seriadas para a manutenção do efeito desejado, devendo ser respeitado o intervalo mínimo de três meses para novas aplicações (NOGUEIRA, 2016).

A Toxina Botulínica de forma molecular consiste-se em uma neurotoxina que por sua vez, é uma substância tóxica que inibe, danifica ou destrói tecidos do sistema nervoso como os neurônios e células condutoras do sistema nervoso (SN) central do corpo humano. As neurotoxinas são cada uma das várias toxinas presentes em bactérias que atingem o SN. Assim, a toxina botulínica é derivada da bactéria Cloristridiumbotulinium, encontrada em alguns solos, alimentos e fezes animais ou humanos. Essa bactéria é caracterizada por ser anaeróbica, ou seja, cresce na presença ou na ausência de oxigênio. Dessa forma, é uma bactéria patogênica que pode gerar uma intoxicação alimentar. Sua forma é comparada a de um cotonete, flagelada (microorganismos unicelulares que se movimentam através do batimento de flagelos) que favorece sua agilidade como se fossem seus pés (HOQUE A, 2004; CARRUTHERS, 2004).

Em sua esporulação, a Cloristridiumbotulinium passa pelo processo em que formam esporos quando estão em ambientes que ameaçam sua sobrevivência ou que não possuem nutrientes para suprir suas necessidades. Nessa etapa, a Toxina Botulínica é produzida para bloquear a comunicação entre os nervos, que se aplicada na pele, deixará essa mais firme e resistente (SOUZA, 2019).

Contudo, essa toxina produzida na sua esporulação é a toxina utilizada nos procedimentos chamados \”Botox\”. Quando injetada nos músculos de baixo da pele ou na derme como o \”Micro botox\” essa bactéria se sente ameaçada e esporula para liberar essa toxina que seria sua defesa contra predadores, porém, como não há predadores, a substância é liberada na pele, causando a paralisia e estiramento do meio em que foi aplicada, desencadeando uma aparência jovial e mais bela na pessoa submetida ao procedimento (CARRUTHERS 2004).

Foi a partir de mortes desencadeadas pela intoxicação devido a um veneno encontrado em salsichas defumadas em 1817 que o autor Justinus Kerner publicou a primeira descrição do Botulismo (doença gerada pela bactéria Clostridium Botulinum). Kerner deduziu que o então veneno trazia danos ao sistema biológico por trás da troca de informações e estímulos (atividades elétricas) que possibilita a realização dos movimentos e ao sistema nervoso que está relacionada ao controle da vida vegetativa. Todavia, foi no ano de 1895 que a bactéria e sua toxicidade foram descobertas pelo professor bacteriologista Emile Van Ermengen, quando conseguiu isolar a Clostridium Botulinum. Desde então, são estudados oito sorotipos do desencadeamento da esporulação que produz a Toxina Botulínica (BOEING, 2009; COLHADO, ORTEGA, 2009).

Alguns médicos alemães compreenderam que a substância poderia ser utilizada para fins de tratamento, por inibir a contração dos músculos. Então, em 1970 sua aplicação passou a ser estudada por Alan B. Scott e Edward J. Schantz, quando os sorotipos da categoria. Foi utilizada para corrigir o estrabismo. Desde então, a toxina tem sido utilizada para tratar uma grande variedade de condições associadas com hiperatividade muscular, ou na estética visual como na contemporaneidade (BOEING, 2009; COLHADO, ORTEGA, 2009).

4.5 TOXINAS BOTULÍNICAS NA ESTÉTICA

A busca incessante pelo bem estar e satisfação física e social faz com que novos estudos sejam realizados, buscando terapias alternativas com um enfoque para as diversas desordens fisiológicas, que têm surgido nos últimos tempos. A área estética foi uma das pioneiras pelo uso da TBA ( BRATZ, 2015).

Atualmente a busca pelo rejuvenescimento vem apresentando suporte da indústria cosmética, propondo inúmeros tratamentos com o propósito de fornecer uma aparência mais jovial. A busca por beleza, ou mesmo para bem estar e aumento da autoestima, acabam levando as pessoas a buscarem métodos mais baratos e menos invasivos do que cirurgias plásticas, como a toxina botulínica (DE SIQUEIRA, 2020).

A toxina botulínica do tipo A, conhecida popularmente como Botox®, é uma substância neurotoxina, ou seja, não danifica o sistema nervoso e/ou cerebral, sua procura está em evidência no mundo atual. De acordo com Santos (2013), foi desbravadora em uma variedade de técnicas não invasivas para o combate do envelhecimento, surgindo assim, a era dos injetáveis, devido a sua eficácia em aplicações estéticas terapêuticas, com o intuito de prevenção e correção, em relação às rugas dinâmicas, com rara resposta imunológica, e o melhor é o procedimento não cirúrgico o que dá a ainda mais visibilidade a este procedimento (SPOSITO, 2004).

A TBA na estética é empregada em vários tratamentos e tem se ampliado em diferentes campos devido à evolução, tais como: assimetrias faciais, marcas de expressão, hiperidrose nas mãos, pés, axilas, face e região inguinal e até em tratamento de sorriso gengival. E faz sucesso utilizado no rejuvenescimento, e pode atenuar rugas frontais, estabilizar a ponta nasal, rugas Peribucais, rugas mentuais, lábios caídos, rugas glabelares, elevação de sobrancelhas, rugas Periorbitais, rugas nasais, bandas platismais e rugas encontradas no colo (BRATZ, 2015).

Estas são produzidas em termos gerais por contrações repetitivas dos músculos faciais causado pelo envelhecimento do tegumento, através de um mecanismo de ação eficiente, minimamente invasivo, causando paralisia generalizada, chamada botulismo, porém, por injeção, em quantidades baixas, em um músculo facial específico, apenas o impulso que orienta este músculo será bloqueado, causando o relaxamento local. Deste modo, a toxina botulínica atua como um bloqueio da musculatura subjacente das linhas indesejadas, trazendo benefícios reais, dentro de expectativas também reais, seu tratamento por ser menos invasivo e envolver poucas quantidades em sua injeção, bem realizado com um profissional, tem boa recuperação e seus efeitos colaterais são mínimos (SANTOS, 2019).

Depois de injetada, a TBA é transportada para a junção neuromuscular, e então, liga-se aos receptores terminais encontrados nos nervos motores, evitando a liberação de acetilcolina (neurotransmissor) no terminal pré- sináptico, através da desativação das proteínas de fusão, impedindo que a acetilcolina seja lançada na fenda sináptica, conseqüentemente não permitindo a despolarização do terminal pós-sináptico, bloqueando a contração da musculatura por denervação química temporária e inibição competitiva de forma dose-dependente (BARBOSA, 2020).

Os primeiros resultados e a duração do efeito ocorrem de forma individualizada, pois dependem de fatores relacionados ao paciente, como a idade, sexo, patologia associada ou ainda a formação de anticorpos antitoxina botulínica, que tendem a reduzirem sua eficácia terapêutica, e se bem realizada com profissionais capacitados sua recuperação é mínima. Geralmente a ação pode durar de seis semanas até seis meses. São percebidos entre 3ª a 7ª semana na região aplicada com duração média de três a seis meses, com reavaliação e retorno possível em quatro meses para reaplicação. De acordo com a resposta orgânica de cada paciente, e pode ocorrer ao longo do tempo um espaçamento maior nos tratamentos após um ano e meio a três consecutivos de aplicações, com níveis ótimos de satisfação dos pacientes, e na primeira aplicação já se pode notar um bom resultado, eum realinhamento das linhas faciais e a possível eliminação das rugas aparentes visando à melhoria do aspecto facial, e proporcionando uma expressão facial mais suave, descansada, ou até mesmo mais jovem (SANTOS, 2019).

A toxina botulínica é indicada para amenizar linhas de expressão e rugas profundas. Por exemplo, as linhas verticais entre as sobrancelhas, pés-de- galinha nos cantos dos olhos, linhas horizontais na testa e nas bandas do músculo platisma, conhecido como pescoço de peru (SANTOS, 2019).

O botox, assim como todo medicamento, é contraindicado para pacientes que apresentam alergia a qualquer componente de sua formulação. Mulheres grávidas ou em amamentação, portadores de doenças neuromusculares, imunológicas e coagulopatias (ou ainda pessoas que utilizam anticoagulantes, aminoglicosídeos e drogas que interfiram na transmissão neuromuscular) não devem ser tratados com a substância (BARBOSA, 2020).

4.6 O USO DO ÁCIDO HIALURÔNICO E TOXINA BOTULÍNICA NO CONCEITO DA ESTÉTICA

É inegável que a busca por procedimentos que usam o ácido hialurônico é a toxina botulínica que cresce abundantemente. Isso porque, as pessoas querem resultados mais rápidos e mais visíveis quando se diz respeito a \”entrar no padrão de beleza\”. Desse modo, os produtos condizentes mostram uma eficácia comprovada e duradoura, o que traz satisfação aos seus clientes (LORENZETTI et al., 2012).

O ácido hialurônico é usado na estética como forma não injetável e injetável. Para os meios não agressivos, existem cremes, séruns e outros veículos que contém esse princípio ativo para trazer de volta a sustentação da pele a uma evidente flacidez, entregar maior hidratação a uma pele seca, oleosa ou mista, visto que, peles oleosas devem ser mantidas hidratadas para o balanceamento das glândulas sebáceas e regularização da produtividade de sebo por essas (SANTONI, 2018).

Assim, ele é aplicado por meio de agulhas e seringas para quem quer acabar com as linhas de expressão e rugas. As rugas são desencadeadas com a diminuição de colágeno e ácido hialurônico no nosso organismo. Esses são responsáveis pela firmeza e preenchimento, consequência do envelhecimento natural da pele. Por tanto, fatores externos como exposição solar sem proteção, alimentação pouco saudável e vícios também influenciam. Para tratar as rugas e linhas de expressão, o ácido é usado em forma em dermocosméticos, ou por meio de procedimentos invasivos, suavizando sinais da idade (CARRUTHERS, 2004).

Ele também pode ser utilizado para preenchimentos, tanto na área das olheiras, cicatrizes de acne, aumento de lábios, modelagem de mandíbula e correção de nariz. Os resultados da aplicação aparecem imediatamente após o procedimento, duram entre seis meses até dois anos, dependendo da quantidade de gel e da profundidade e da patologia estética (SANTONI, 2018).

Já o botox, ou toxina botulínica, utilizado no tratamento de algumas doenças, já que é capaz de impedir a contração muscular promove a paralisia temporária do músculo, o que reduz os sintomas. Já na parte estética, é também muito utilizado para diminuir rugas e marcas de expressão. Após a aplicação desse princípio, a região fica paralisada por alguns meses, e após esse tempo é preciso uma nova aplicação de botox para a manutenção (SANTOS, 2019).

Diferente do ácido hialurônico, a toxina botulínica é na maior parte injetável. O tipo A, age sobre o músculo e algumas glândulas, e impede que impulsos nervosos os alcancem, por isso, quando aplicada, causa a paralisia do músculo, o que impede a formação de rugas e linhas de expressão (LORENZETTI, 2020).

Na atualidade, tem-se maior procura do procedimento de harmonização facial que se baseia em um conjunto de procedimentos estéticos para melhorar a harmonia do rosto, transformando os traços e contornando o envelhecimento. Na maioria dos procedimentos, é utilizado o ácido hialurônico para aumento dos lábios, contorno de mandíbula (mais procurado pelo público masculino), leve aumento na região zigomática, correção do formato de nariz na rinomodelação e outros. Já a toxina, em sua maioria é aplicada para causar a paralisação temporária dos músculos e inibir linhas e marcas de expressão (JESUS, 2019).

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os objetivos propostos neste estudo, o uso do ácido hialurônico e toxina botulínica no conceito da estética observou-se após as pesquisas que existem inúmeros benefícios. Os tratamentos com toxina botulínica têm sido considerados eficazes, seguros, apresentando resultados bastante satisfatórios. A aplicação de TBA para rejuvenescimento facial tem sido difundida em todo o mundo, especialmente, para o tratamento de rugas. Estudos estão identificando e demonstrando e aprimorando o uso da TBA para outros fins, tanto no campo estético quanto no terapêutico, como para o tratamento da hiperidrose, melhora de cicatrizes cutâneas e de patologias dermatológicas.

O uso da TBA e do ácido hialurônico em procedimentos estéticos faciais apresentam os índices de melhora com rápido início de ação e longa duração (mais de quatro meses para a maioria dos pacientes).

REFERÊNCIAS

AGOSTINI, Tatiane; SILVA, Daniela. Ácidohialurônico:princípioativodeprodutoscosméticos. Santa Catarina, p. 1-15, 2010.

BARBOSA, Daniela Borges Marquez; DE SOUSA BRITO, Aline. Autilização da toxina botulínica tipo a para alcançar a estéticafacial. Revista Terra & Cultura: Cadernos de Ensino e Pesquisa, v. 36, n. 70, p. 75- 86, 2020.

BERNARDES, Isabela Nogueira et al. Preenchimento com ÁcidoHialurônico–Revisão de Literatura. Revista saúde em foco, p. 603-612, 2018.

BRATZ, Pâmela DominkEngers; MALLET, Emanuelle Kerber Vieira. ToxinaBotulínica Tipo A: abordagens em saúde. Revista Saúde Integrada, v. 8, n. 15-16, 2015.

DE SIQUEIRA, Adilmari Maria et al. BENEFÍCIOSEIMPLICAÇÕESDATOXINABOTULÍNICAEMTRATAMENTOESTÉTICO. TCC-Biomedicina, 2020.

CARRUTHERS, Jean et al. Consensus recommendations on the use of botulinum toxin type A in facial aesthetics. Plastic and reconstructive surgery, v. 114, n. 6, p. 1S-22S, 2004.

CASTILHO, Marilene Neves da Silva et al. Efeitos do tratamento tópico comácido hialurônico 0, 2% em queimadura de segundo grau: um relato deexperiência.Revista Brasileira de Queimaduras, v. 16, n. 1, p. 49-52, 2017.

COLHADO, Orlando Carlos Gomes; BOEING, Marcelo; ORTEGA, Luciano Bornia. Toxinabotulínicanotratamentodador.Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 59, p. 366-381, 2009.

CHAVES; RAMOS, Rodrigo. Evoluçãopetrogenéticaegeotectônicado Ofiolito Arroio Grande, SE do Cinturão Dom Feliciano (Brasil).2018.

CRUZ, Talita; SILVA, Thiago da. Estética odontológica: umaabordagem conceitual com os alunos de odontologia do centrouniversitáriodeTiradentes(UNIT-PE). Cadernos de graduação. 2020.

MELLO SPOSITO, Maria Matilde. ToxinabotulínicatipoA:propriedades farmacológicas e uso clínico. Acta Fisiátrica, v. 11, n. Supl. 1, p. S7-S44, 2004.

LICEU UNINGÁ, Técnico de Farmácia. OSBENEFÍCIOSDOÁCIDOHIALURÔNICO NOENVELHECIMENTOFACIAL. 2010.

DOS SANTOS, Larissa Pereira; MAYARA DE SOUSA, L. I. M. A.; DA CONCEIÇÃO, Leandro Silva. O USO DO ÁCIDO HIALURÔNICONA HARMONIZAÇÃO OROFACIAL.Facit Business and Technology Journal, v. 1, n. 26, 2021.

HOQUE; CARRUTHERS. Múltiplas análises de alto rendimento monitoramaresposta deE. coli aperturbações.2004.

JESUS, Alana dos Santos de. Utilização de ácido hialurônico e toxinabotulínica tipo a como proposta para harmonização facial: revisãobibliográfica.2019.

LORENZETTI. Utilização de ácido hialurônico e toxina botulínica tipo a como proposta para harmonização facial: revisão bibliográfica. 2012.

MACHADO, Larissa Lopes. Atuaçãodocirurgiãodentistanaharmonizaçãoorofacial. 2020.

MARTINS; FERREIRA; BRAZ & SAKUMA. Atlasdeanatomiaepreenchimentoglobaldaface.Atlas de anatomia. 2017.

MARTINS, Roseneide da Silva Gusmão; FERREIRA, Zamia Aline Barros. AImportância dos Procedimentos Estéticos na Autoestima daMulher/The ImportanceofAesthetic ProceduresinWomen\’s Self-Esteem.ID on line REVISTA DE PSICOLOGIA, v. 14, n. 53, p. 442-453, 2020.

MORAES, Bruna; BONAMI, Janaina. Ácido hialurônico dentro da áreadeestéticaecosmética.Revista saúde em foco. 2017.

NOGUEIRA, CARLLA. SINAIS,DEENVELHECIMENTOCUTÂNEOFACIAL.INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO SUPERIOR E PESQUISA CENTRO DE CAPACITAÇÃO EDUCACIONAL, 2016.

PEREIRA, LIANA PORTO. BELEZAEENVELHECIMENTO:a visão de um grupo de dermatologistas sobre seus pacientes e os produtos anti-idade. 2011. Tese de Doutorado. Dissertação (Mestrado em Administração), Instituto COPPEAD, Rio de Janeiro.

PEREIRA, Kelim Patrícia; DELAY, Carlos Eduardo. Ácidohialurôniconahidrataçãofacial.UniversidadeTuiutidoParaná, 2017.

ROCHA NETO, Antonino Izidro. Harmonização facial e o uso da toxinabotulínicatipoA: umarevisãodeliteratura.2020.

SANTONI, Mônica Taisa Scher. Usodeácidohialurônicoinjetávelnaestética facial: uma revisão da literatura. 2018.

SANTOS, Caroline; MATTOS, Rômulo; FULCO, Tatiana. TOXINABOTULÍNICATIPOAESUASCOMPLICAÇÕESNAESTÉTICAFACIAL. Simpósio. 2017.

SOUZA, Mônica Alcântara. Umareflexão sobre tratamentos estéticos ea autoestima masculina: o uso da toxina botulínica. Mestrado em Saúde e Educação, 2019.

SUNDARAM. Geldelincomicinatópiconaacnevulgar:umestudomulticêntricocontroladoporplacebo.Indian journal of dermatology. 2015.

TESTON, Ana Paula; NARDINO, Deise; PIVATO, Leandro. Envelhecimentocutâneo:teoriadosradicaislivresetratamentosvisandoàprevençãoeorejuvenescimento.Revista Uningá, v. 24, n. 1, 2010.