RELAÇÃO DA ESTÉTICA COM A AUTOESTIMA

Autoras:
Dhayla Aparecida Leonel dos Santos*
Júlia de Abreu Sant’ Ana da Silva*
Maria Eduarda Picão de Oliveira*
Thaylize Souza de Andrade*
Orientadora:
Valeria Munhoz**

*Graduandas do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética das Faculdades Integradas de Fernandópolis; Fernandópolis, São Paulo, Brasil.

**Orientadora Docente do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética das Faculdades Integradas de Fernandópolis; Fernandópolis, São Paulo, Brasil.


RESUMO

No decorrer dos últimos anos é perceptível o aumento direto do cuidado estético com o corpo. A estética analisa os complexos das sensações e dos sentimentos e também investiga sua integração nas atividades físicas e mentais do ser humano. A autoestima é um conjunto de pensamentos e atitudes que os seres humanos tem de si mesmo e diz respeito a maneira como projeta-se, aceita-se e valoriza uns aos outros.

Atualmente foi imposto um padrão de beleza pela sociedade de como um corpo deveria ser considerado ideal, para esse fim, os tratamentos estéticos são utilizados para melhorar o quadro emocional do indivíduo. Com isso, este artigo utilizou de uma metodologia bibliográfica qualitativa, básica, explicativa, para mostrar a influência da beleza, da aparência e da própria imagem com o bem-estar emocional e trazer uma reflexão sobre a influência da estética e da autoestima na sociedade. Esta pesquisa tem o objetivo de demonstrar por meio de revisão da literatura como a estética influência (positivamente e negativamente) a autoestima das pessoas. Conclui-se que mesmo os tratamentos estéticos sendo um meio de aumentar a autoestima, utilizados de maneira obcecada e errônea em buscar corpos e rostos perfeitos, podem também causar efeitos negativos na autoestima e na imagem do indivíduo.

Palavras-chave: Autoestima. Beleza. Estética. Imagem Pessoal.

ABSTRACT

Over the last few years, there has been a direct increase in aesthetic care for the body. Aesthetics analyzes the complexes of sensations and feelings and also investigates their integration into the physical and mental activities of human beings. Self-esteem is a set of thoughts and attitudes that human beings have about themselves and concerns the way they project, accept and value each other. Currently, a standard of beauty has been imposed by society on how a body should be considered ideal, for this purpose, aesthetic treatments are used to improve the individual\’s emotional state. Thus, this article used a qualitative, basic, explanatory bibliographic methodology to show the influence of beauty, appearance and self-image with emotional well-being and bring a reflection on the influence of aesthetics and self-esteem in society.

Keywords: Self esteem. Beauty. Aesthetics. Personal image.


É perceptível no decorrer dos últimos anos que o cuidado estético corporal e facial se tornou importante para as mulheres, pela sua influência diretamente na autoestima e no bem-estar emocional. Segundo Borba e Thives (2011), de 40 indivíduos entrevistados, 38,8 afirmam confiança e segurança em relação aos tratamentos estéticos e a autoestima (BORBA; THIVES, 2011).

1. INTRODUÇÃO

Procedimentos estéticos são realizados para atender padrões de beleza. Segundo dados obtidos de uma pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), em 2018, no Brasil, foram realizadas mais de 2 milhões 467 mil procedimentos estéticos, entre cirúrgicos e não cirúrgicos. Sendo uma ótima opção para se corrigir imperfeições físicas possuindo uma ligação com a autoestima (LOURENÇO, 2021).

Dessa forma, há também várias opções de tratamentos cosméticos, que trazem vários benefícios a saúde e bem-estar, promovendo o aumento da autoestima, o conforto e alívio da aparência física, a melhora da qualidade de vida, independentemente do gênero ou classe social. As cirurgias plásticas, por exemplo, visam alcançar a autoestima e resultados rápidos pelos padrões de beleza, sendo alcançados pela maioria das mulheres que almejam a chance de serem incluídas na sociedade dentro dos padrões de beleza e saúde (BARROS; OLIVEIRA, 2017).

A autoestima é uma imagem de si, equilibrando autovalorização e autoavaliação, sendo essas positivas ou negativas. A manifestação positiva causa confiança e competência ao sujeito, já a negativa gera ansiedade e depressão. Está relacionada com à saúde mental, metas e objetivos, e definida na sociedade e na cultura onde vive (MARKUS; KITAYAMA, 1991).

Atualmente para a sociedade é fundamental ter uma boa imagem. É imposto pela mídia um padrão de beleza, assim, fazendo com que pessoas se sintam fora deste padrão e tenham a necessidade de procurarem alguma forma de chegar até ele; optando por procedimentos estéticos, exercícios físicos, dietas, entre vários outros tratamentos e procedimentos (BARBOSA; WOLFF; GOMES, 2016).

Deste modo, o presente trabalho tem como justificativa, mostrar a influência da beleza, da aparência e da própria imagem com o bem-estar emocional. Com isso, trazer uma reflexão sobre a influência da estética e da autoestima na sociedade.

2. OBJETIVO

Esta pesquisa tem como objetivo demonstrar por meio de revisão de literatura como a estética influencia (positivamente ou negativamente) a autoestima das pessoas.

3. METODOLOGIA

Esta pesquisa caracteriza-se como bibliográfica qualitativa, básica, explicativa. Ou seja, uma pesquisa elaborada a partir de material já publicado, como livros, artigos, periódicos, internet, a partir de análises, de maneira geral, indutivas. Para assim, gerar conhecimentos novos para avanço da ciência sem alguma aplicação prática prevista, visando identificar os fatores que determinam fenômenos e explicar o porquê das coisas.

Este trabalho foi elaborado a partir de consultas em artigos científicos e sites nas bases de dados Google Acadêmico, buscando esclarecer conceitos sobre autoestima e a relação deste com a estética. Para tanto, foram utilizadas as seguintes palavras chave: autoestima, beleza, estética e imagem pessoal. A busca foi realizada no período de março a agosto de 2021.

4. REVISÃO DA LITERATURA

4.1 Conceito de Estética

A palavra estética vem da etimologia grega Aisthésis, que significa sensação, percepção, sensibilidade. A estética analisa o complexo das sensações e dos sentimentos e também investiga sua integração nas atividades físicas e mentais do ser humano (ROSENFIELD, 2009).

A estética foi concebida na antiguidade pelos filósofos gregos, surgindo a partir de objetos que consideravam belo. Portanto, houve uma reflexão das manifestações do belo natural e do belo artístico. E desta forma, a beleza e o belo se tornaram objetos de estudos filosóficos (FLORIANI; MARCANTE; BRAGGIO, 2010).

Na Idade Média, a estética estava associada a outras áreas da filosofia, como a ética e a lógica. A partir de alguns estudos, Platão percebeu que o belo estava relacionado às coisas boas. Portanto, era necessário separar a estética da ética e da lógica. E foi a partir disso, que surgiu a filosofia do belo. O conceito de estética era diferente antes do livro de Baumgarten, no início o termo se referia a sensibilidade chamada de estesiologia. Depois de muitos estudos de Baumgarten, a estética passou a ser entendida como saber sensorial (BORGES, 2020).

No Renascimento, a estética retornou ao conceito desenvolvido por Platão. Desta forma, o belo estava realmente relacionado ao estado de espírito. Portanto, alguém só alcançaria o belo se identificando com as coisas boas. O termo estética se tornou algo verdadeiramente pensado e estudo mais a fundo apenas no século XVIII, na Inglaterra. Isso apenas ocorreu porque os filósofos ingleses distinguiram as concepções estéticas de beleza relativa e imediata. Além disso, provaram a diferença entre sublime e belo (BORGES, 2020).

Entre os maiores filósofos da história, como Platão, Sócrates e Aristóteles, o conceito de estética não era o mesmo para cada um. Sócrates não definiu exatamente o que é estética. Para ele, o conceito de belo era algo em que era incapaz de pensar. Para Platão, o conceito de belo estava relacionada ao que era absoluto, divino e eterno. Desta forma, o belo não precisava de afirmação material, bastava a simples contemplação para ser absoluta. Aos olhos de Platão, a opinião humana sobre o belo era impossível pois, a única ação humana possível seria a passividade. Para ele, amor, beleza e conhecimento estavam intimamente ligados e eram impossíveis de se separar. Para Aristóteles, o belo não era algo capaz de perfeição e nem algo abstrato. Ele acreditava que a estética, o belo em si é como a natureza humana. Ou seja, as experiências poderiam melhorar e aproximar o conceito de belo (BORGES, 2020).

O conceito de estética sofreu muitas mudanças até chegar ao que é hoje. Os filósofos gregos definiram o conceito mesmo com as diferenças e além de Baumgarten, que distinguiu o termo de outros campos da filosofia. Hoje, como no passado, os estudiosos, estão tentando compreender as origens da busca pelo “pensamento estético”. Sendo assim, a estética é constituída pela a arte e a filosofia (BORGES, 2020).

4.2. Padrões de Beleza

Padrão de beleza corporal seria um modelo considerado ideal, que um corpo deveria apresentar para ser considerado como belo por um determinado grupo de indivíduos. Atualmente, esses padrões são impostos principalmente pela mídia que adota um “corpo perfeito” como único padrão, gerando preocupações e insatisfações dos indivíduos com a própria imagem corporal (VARGAS, 2014).

Os meios de comunicação, como rádios, revistas, televisão e internet são veículos de difusão de informações que ajudam a manipular e “espalhar” padrões de beleza de forma rápida, tendo assim uma grande influência na valorização e construção da imagem corporal da maioria dos indivíduos da sociedade. Isso pode acarretar em muitas consequências, tanto físicas quanto psicológicas, relacionadas a alimentações e exercícios inadequados para conseguir alcançar o corpo ideal (RIBEIRO etal., 2018).

O padrão de beleza pode se modificar, dependo da cultura, da região e da época, aumentando ainda mais a angústia de quem quer chegar até ele. Em uma época avançada, ainda assim, percebe-se o desrespeito com as diferenças entre os indivíduos, com isso abre-se caminho para preconceito e estereótipo. Como consequência afetando diretamente a autoestima das pessoas, que se sentem deslocadas e inadequadas a essa aparência ideal (VARGAS, 2014).

Procedimentos estéticos são realizados para atender padrões de beleza. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) o Brasil é líder mundial no ranking de cirurgias plásticas em jovens, corresponde a 6,6% dos procedimentos estéticos em 2016. Sendo assim, uma opção para alcançar o corpo ideal, que afeta diretamente a autoestima (LOURENÇO,2021).

O corpo torna-se um objeto de apreciação, as transformações são comuns para homens e mulheres. Entre as mudanças, então os distúrbios alimentares, racismo estético – pessoas de pele branca são as principais referências de beleza – e cirurgias plásticas, observa-se o aumento gradativo dessa área. Com isso, vem as consequências, como por exemplo a gordofobia, pois o mundo gera uma ideia de beleza e de uma vida saudável sendo fitness. Com base nisso a ativista Gizelli Sousa afirma para a revista Fórum:

“A gordofobia afeta, sobretudo, a saúde mental das pessoas gordas. Viver em uma sociedade que nos é hostil obviamente é um fator que causa sofrimento e, consequentemente, angústia, ansiedade, pânico. Não são raros os casos de pessoas que se afastam de amigos, parentes e familiares, que evitam o contato social e que deixam de sair por se sentirem inadequadas” (SOUSA, 2015, p. 2).

Afirma- se assim, como a estética utilizada de maneira obcecada e errada, para procurar o corpo padronizado causa efeitos negativos na autoestima e na imagem do indivíduo (SILVA, 2017).

Estudos confirmam que pessoas com imagem corporal positiva são mais confiantes, assim como pessoas com imagem corporal negativa são mais reservadas. Nesse processo, há um grande esforço de adaptação do corpo aos padrões sociais, a roupa, o cabelo, os acessórios, o andar, até mesmo o cheiro são envolvidos nessa mudança (PALAZZO, 2016).

Os meios estéticos podem ser utilizados para auxiliar na melhora da autoestima e como instrumento para a automotivação, todavia não devem ser a única fonte de inspiração (BORBA; THIVES, 2011).

4.3 Autoestima

A autoestima é um conjunto de pensamentos e atitudes que os seres humanos tem de si mesmo. Cada um tem uma avaliação, sendo assim tendo ideias sobre imagem pessoal, podendo ser positivas ou negativas. A autoestima diz respeito a maneira como elege-se metas, projeta-se expectativas, aceita a si mesmo e valoriza uns aos outros (ANDRADE; SOUSA; MINAYO, 2009).

O conceito da autoestima tem sido bastante estudado, como um grande influenciador na saúde mental. Sendo assim ressaltando a importância de aplicarem instrumentos para permitirem avaliar a necessidade de uma autoestima elevada para cada pessoa. É importante ressaltar que a autoimagem é o cuidado que cada pessoa tem com si próprio, construindo assim uma parte mais real e outra mais subjetiva (CURY, 2010).

Diante dos fatos teóricos existem conceitos sobre a estética e a autoestima, tendo como objetivo mostrar como a influência da aparência da imagem pessoal interfere no emocional das pessoas. Comprovando a relação da estética com a autoestima na sociedade (FLORIANI; MARCANTE; BRAGGIO, 2010).

Nos dias atuais tem-se uma grande importância da “boa aparência”, sendo assim uma peça fundamental para o convívio social das pessoas. A sociedade impõe um padrão de beleza, onde por ele, as pessoas sentem, desejam, agem e criam. Vivendo nessa necessidade de expor a aparência física, fazendo com que as pessoas assumam funções e poderes que farão ter acesso ao mundo (VILAÇA; GÓES,1998).

Na sociedade temos padrões estabelecidos, que valoriza o que é “belo” atraindo olhares críticos e super exigentes. Sendo assim se as pessoas não se encaixarem nesses padrões estéticos a sociedade o exclui, causando um afastamento social, levando a pessoa para um isolamento (DETHLEFSEN; DAHLKE, 1996).

A forma como a pessoa se vê no espelho pode estar influenciada nos padrões estéticos impostos pela sociedade, os seres humanos estão interligados a seguir um padrão de beleza que são frutos de uma imagem social, seguindo uma exigência de uma norma sociológica de aparência e da forma física (FLORIANI; MARCANTE; BRAGGIO, 2010).

Assim, os seres humanos constroem sua imagem corporal e facial em relação com o mundo atual que vivemos. Sendo que nem sempre temos percepções iguais, podendo ser alterada pra negativamente ou positivamente, o que mudará a sua autoimagem (LEITE; PAÚL; SEQUEIROS, 2006).

Vários estudos apontam resultados positivos em estados motivacionais e emocionais de pessoas que se submeteram a cirurgias estéticas, especialmente aquelas diante de situações que temos na vida cotidiana, tais como mudanças de atitudes com relação ao nosso próprio corpo. Com isso, em muitos casos foi possível mudar certas atitudes em relação com a nossa própria imagem. Embora existam muitos tratamentos estéticos no mundo da medicina, os mais procurados pelas mulheres são os faciais (FERRAZ; SERRALTA, 2007).

O trabalho dos profissionais em estética aumentou nos últimos períodos, sendo bastante procurado pelo público em geral. Tal público está cada vez mais exigente em relação a estética de seu corpo. Cada corpo e rosto possui suas peculiaridades, tendo em vista vários procedimentos estéticos, que ajudam e trazem vários benefícios na autoestima (SOUZA, 2020).

As pessoas recorrem cada vez mais as técnicas de estética corporal, buscando melhorar sua aparência, não só para se sentirem mais próximos dos padrões de belezas estabelecidos, mas também por razões de saúde. No século atual existe uma grande exigência por procedimentos estéticos, para algumas pessoas, se torna um instrumento para corrigir imperfeições, mas relaciona-se posteriormente com autoestima (BARBOSA; WOLFF; GOMES, 2016).

Pessoas que tem autoestima elevada, confiam mais no seu próprio potencial, sendo muito confiantes. Evitando estreses causados pela insegurança, ajudando melhor desenvolver suas habilidades e alcançar os próprios objetivos pessoais. Sendo assim, essas pessoas tendem a serem mais simpáticas e terem mais compaixão com o próximo. (BROTTO, 2021).

São pessoas que tendem a evitar conflitos, e mesmo quando surgem algum, elas são capazes de enfrentar e resolver sem hesitação e tomando decisões coerentes a situação. Observando-se assim pode- se concluir que, pessoas com a autoestima elevada, tendem a se exibir com a sua saúde física e mental saudável (FILGUEIRAS, 2018).

Ao decorrer da vida pode-se ter vários momentos desfavoráveis, podendo trazer a baixa autoestima. Uma pessoa com baixa autoestima tende a se sentir vítima da situação, mas não significa que, em um acontecimento trágico a pessoa não entre em um colapso e passar um momento difícil, mas uma pessoa com a autoestima mais elevada, certamente terá mais recurso para superar e direcionar sua vida novamente (SCHULTHEISZ; APRILE, 2013).

A autoestima cria um grupo de expectativas sobre o que é apropriado para cada pessoa. As expectativas podem gerar ações que vão se tornando realidade e essas, portanto, vão se confirmando em nossos pensamentos, reforçando as crenças originais. Cada um tem que trabalhar para mudar essas crenças, e deve-se pensar quais são as causas que provocam insatisfações, para poder criar uma linha de vida mais alinhada as próprias expectativas (MAÇOLA; VALE; CARMONA, 2010).

Um argumento que todos os cientistas concordam é o fato de que a autoestima é uma característica íntima, que consiste em cada ser humano, por isso existe uma enorme dificuldade em destacar positivamente a autoestima das pessoas. A autoestima é uma consequência, um efeito das nossas práticas e que deve ser adquirida por todas as pessoas no sentido de obterem uma melhor qualidade de vida (FERRAZ; SERRALTA, 2007).

4.4. Relação da Estética com a Autoestima

A procura pela perfeição de si mesmo é induzida muitas vezes pela mídia, uma maneira de trazer benefícios, podendo também, prejudicar e trazer nocividades, se for feito de forma errada. (BARROS; OLIVEIRA, 2017).

Sousa relata que o rosto é a primeira coisa que outras pessoas notam. Pode ser visto como o espelho da alma. A beleza física de um indivíduo diz muito sobre o mesmo. Concluindo assim que a procura pela realização de tratamentos da área estética está cada vez mais crescendo (SOUSA; SOUSA, 2020).

Atualmente a busca pelo padrão de beleza é alta, a cada dia surgem novos produtos, novos tratamentos estéticos, novas tendências, com o intuito de influenciar as pessoas a querer chegar até esse padrão de beleza imposto pela sociedade, para se sentirem melhores consigo mesmas. É explicito que a autoestima, estar bem consigo mesma, pode ser elevada através de procedimentos estéticos e cirúrgicos. (BORBA; THIVES, 2011).

O conceito de cuidado influência em um glamour pessoal, uma imagem saudável, na autoestima e na qualidade de vida. Os tratamentos estéticos podem melhorar muito o quadro emocional do indivíduo. Ter a autoestima elevada, se sentir confiante sobre sua aparência faz com que você fique feliz com seu corpo e se sinta bem com o mesmo. (SOUZA, 2020).

A realização de tratamentos estéticos, exercícios, dietas, vendas de cosméticos são meios de embelezamento que são possíveis de aumentar a autoestima, e consequentemente, fazer com que o indivíduo se sinta satisfeito com seu corpo. Strehlau, Claro e Neto (2015), realizou um estudo, mostrando que quanto o maior grau de vaidade de uma mulher maior será o uso de cosméticos, de cuidados diários com a pele, da busca de tratamentos estéticos e procedimentos cirúrgicos. (STREHLAU, CLARO, NETO, 2015).

De acordo com Barros e Oliveira, o padrão de beleza pode ser visto como uma conquista social para as pessoas, o físico de uma pessoa pode garantir um emprego, ter um parceiro, etc. A sociedade é a principal responsável pela criação de opiniões, opinando o que pode ser considerado belo ou feio. Muitas pessoas acabam sendo influenciadas a seguir a perfeição que as demais pessoas impõe que deve ser seguida, fazendo assim para que não sejam excluídas do mesmo ambiente que essas pessoas. (BARROS; OLIVEIRA, 2017).

Para Borba e Thives, “a autoestima é a confiança em nossa capacidade para pensar e enfrentar os desafios da vida”. Assim, a autoestima pode ser considerada um conceito positivo de si mesmo, enxergar sua beleza e sua qualidade, sem expor os defeitos e sem se comparar ao próximo. (BORBA; THIVES, 2011).

Avelar e Velga (2013) cita que a autoestima é entendida como uma autoavaliação que o indivíduo mesmo se faz, aplicando um valor. Porém as pessoas avaliam a beleza de outras por meio do padrão de beleza que é imposto pela mídia. Deste modo, interferindo na autoestima e fazendo com que acreditem que sua beleza deveria ser a mesma que é imposta. Em um estudo realizado pelos mesmos, comprovou- se nos resultados obtidos, que os participantes preferem os parceiros com o físico atraente, assim deixando claro que a atração física pode ser um fator muito importante para essas pessoas para iniciar uma relação, ainda que, a personalidade pode atrair e gerar confiança sendo assim o centro da relação (AVELAR; VELGA, 2013).

Borges, Barcellos (2007) relatam que “nós construímos uma imagem nossa de acordo com o que vemos do nosso corpo, podemos vê-lo como um corpo com defeitos, não desejado, que não agrada.” (p. 557-569). Desta forma, técnicas como a cirurgia plástica, com o intuito de modificar o corpo para satisfazer o desejo de ter um corpo perfeito foi criado. A cirurgia plástica estética tem a capacidade de modificar “defeitos da genética”, para melhorá-los e fazer com que o paciente se sinta satisfeito com seu corpo, e assim fazendo com que aumente sua autoestima, podendo oferecer uma nova aparência ao indivíduo (BORGES; BARCELLOS, 2007).

As pressões que são causadas nas pessoas através da mídia e dos padrões impostos, as motivam em sua percepção de si, e consequentemente, também em sua autoestima. As discriminações e competições entre as pessoas do sexo feminino acabam deixando-as mais vaidosas, contando com que a aparência é um importante elemento de julgamento entre as pessoas, passando a ser um valor social, fazendo assim com que consumam mais procedimentos estéticos para melhorar sua beleza física e evitar o envelhecimento, aumentando sua rivalidade no mercado de trabalho e nas relações sociais. (AVELAR; VELGA, 2013).

O descontentamento com o próprio corpo leva o indivíduo a consumir produtos e a realizar cirurgias plásticas estéticas, para assim então se sentir satisfeito com seu corpo e melhorá-lo por meio desses métodos. Pode se dizer que a baixa autoestima e a insatisfação com o corpo, faz com que o indivíduo sinta a necessidade de procurar uma maneira de se sentir melhor, seja por meio de cirurgias estéticas ou tratamentos da área. (YAMASAKI et al., 2013).

A cirurgia plástica estética a cada dia vem crescendo mais no mercado por causa da vontade de pessoas de ter um corpo perfeito dentro do padrão. O julgamento que essas pessoas recebem por não terem esse corpo padrão, acabam fazendo com que elas gastem muito para poder tê-lo e não se sentir diferente. Dados obtidos pela realização de uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas (SMCP, 2019) demonstram em levantamentos feitos em 2018 que, no Brasil foi executada 1 milhão 498 mil cirurgias estéticas. Mostrando assim o alto índice de consumidores desta área (BERSAN, 2020).

No estudo de Santos et al. (2019) é relatado pelos autores que a satisfação pelo próprio corpo pode refletir em uma qualidade de vida muito melhor para o indivíduo e em seus atos sociais e emocionais ante a sociedade. Mostram também que a realização de cirurgias plásticas estéticas que buscam a beleza pode estar aliada a um objetivo de mudança na aceitação e na posição social (SANTOS et al, 2019).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo demostrar como a estética influencia a autoestima das pessoas, sendo positiva ou negativamente.

Atualmente para a sociedade é fundamental ter uma boa imagem. Com isso, foi imposto pela mídia um padrão de beleza que faz com que pessoas se sintam fora deste padrão e tenham a necessidade de procurarem alguma forma de chegar até ele, afetando diretamente a autoestima delas. Esses indivíduos utilizam procedimentos estéticos, como as cirurgias plásticas, para atender esse padrão ideal, e isso pode trazer efeitos positivos, como o aumento da autoestima e a melhora na qualidade de vida ou efeitos negativos, como ansiedade e depressão.

Assim, observa-se que mesmo os tratamentos estéticos sendo um meio de aumentar a autoestima, utilizados de maneira obcecada e errônea em buscar corpos e rostos perfeitos, podem também causa efeitos negativos na autoestima e na imagem do indivíduo.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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