Autor:
Thays da Silva Barbosa¹;
Bruna Michele de Oliveira²;
Silvia Mariano da Silva e Silva³;
Guilherme Cezar Lobato Afonso4;
Francisca de Assis Gomes da Silva5..
RESUMO
Introdução: Conhecida como paralisia cerebral, a encefalopatia crônica não progressiva é uma desordem no sistema nervoso central ainda em desenvolvimento, causando alterações motoras, cognitiva e social, sendo assim não há cura, porém existem métodos para a melhora da qualidade de vida como a equoterapia, na qual usa o movimento tridimensional do cavalo, para simular a marcha humana , o que pode levar a melhora da espasticidade , motricidade, melhora no tônus e equilíbrio consequentemente, levando uma maior funcionalidade para o paciente , é um recurso terapêutico poderosa pois proporciona um tratamento de forma abrangente Objetivo: Verificar na literatura sobre os efeitos da equoterapia para a melhora funcional em crianças com paralisia cerebral espástica. Métodos: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura nas bases de dados, PUBMED, PEDro, MEDLINE e SCIELO relativo aos anos de 2011 a 2021, utilizando os descritores: MuscleSpasticity, Cerebral Palsy, Equine-AssistedTherapy, e seus correspondentes em inglês; Resultados: No total foram 29 artigos, onde 11 artigos que abordaram o tema foram selecionados e evidenciaram os benefícios da equoterapia Conclusão: Umas das principais objetivo da fisioterapia na paralisia cerebral é a reabilitação motora na realização da atividade diárias essenciais, para que haja maior funcionalidade do paciente ,diante do exposto ,o método da equoterapia é um fonte rica de estimulação ,fornecendo ao corpo humano sensações de desafios motores ,na qual traz a reeducação neuromuscular global.
Palavras-chaves: Hipoterapia. Espasticidade. Paralisia cerebral
ABSTRACT
Introduction: Known as cerebral palsy, chronic non-progressive encephalopathy is a disorder in the central nervous system still in development, causing motor, cognitive and social alterations, so there is no cure, but there are methods to improve quality of life such as hippotherapy , which uses the three-dimensional movement of the horse, to simulate human gait, which can lead to improved spasticity, motricity, improved tone and balance, consequently, leading to greater functionality for the patient, is a powerful therapeutic resource as it provides a treatment comprehensively. Objective: To verify in the literature on the effects of hippotherapy for functional improvement in children with spastic cerebral palsy. from 2011 to 2021, using the descriptors: Muscle Spasticity, Cerebral Palsy, Equine-Assisted T herapy, and its English counterparts; Results: In total there were 29 articles, where 11 articles that addressed the topic were selected and showed the benefits of hippotherapy. Final considerations: One of the main objectives of physical therapy in cerebral palsy is motor rehabilitation in the performance of essential daily activities, so that there is greater functionality for the patient. In light of the above, the hippotherapy method is a rich source of stimulation, providing the human body with sensations of challenges motors, which brings global neuromuscular re-education.
Keywords: Hippotherapy. Post childbirth. Physiotherapy.
INTRODUÇÃO
A encefalopatia crônica não progressiva, conhecida como paralisia cerebral, é considerada a patologia mais comum na infância que leva a alterações não só no desenvolvimento motor, mas cognitivo e social (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019). A paralisia cerebral é o conjunto de alterações oriundas de um determinado acometimento encefálico, caracterizado essencialmente por desordem persistente, porém não é progressiva, isto é, o quadro clínico não piora ao decorrer do tempo ou durante o período da maturação anatomofisiológica do sistema nervoso, tais desordens podem ocorrer no período intrauterino, no parto e pós-parto (ABPC – Associação brasileira de paralisia cerebral, 2014).
Essas desordenscausam alterações motoras quesão frequentemente acompanhadas por problemas músculo esquelético e comportamental, défice cognitivas, sensorial e de comunicação, como também a níveis neurológicos, por exemplo, epilepsia, (Tarran AP, et al,2015).Os subtipos da paralisia cerebral tradicionalmente são classificados de acordo aos subtipos motores relacionados com a base topográfica da lesão e gravidade são denominadas como : leve, moderada e grave (PEREIRA HV, 2018)
As formas clínicas são classificadas de acordo como tipo da alteração motora, atualmente é dividida em quatro grupos: espástica, atetóide, atáxica e mistas (GOMES et al, 2011). A forma espástica é a mais comum, onde corresponde cerca de 72 a 90 dos casos podendo ser subdividida em : tetraplégica, diplegia e hemiplegia, na qual pode trazer outras manifestações tais como : fraqueza muscular, atrofia muscular, hiperreflexia , sinal de babinski e clônus.( EMBIRUÇU,E.K et al, 2015)
No livro “Livro da dieta” de Hipócrates (A.C.), há registros de que os cavalos foram usados para fins terapêuticos em meados de 377-469 (A.C.), no livro foi relatado que eles, os cavalos, eram recomendados para passeios, restaurar a saúde e proteger o corpo de uma variedade de doenças, em 1969 a equoterapia foi impulsionada na Europa, Canadá e Estados Unidos após um atleta com poliomielite ganhar medalha de prata nos jogos olímpicos em 1952 ( BARROS R, REHDER S,2015). No Brasil, a equoterapia começou a ser utilizada em 1989, porém só ocorreu a sua oficialização como método científico em 1997 pelo Conselho Federal de Medicina. (ARRUDA LA, SANTOS RB, 2011).
A equoterapia é um método educacional de tratamento que usa cavalos em uma abordagem interdisciplinar nas áreas da saúde, educação e equitação, visando o desenvolvimento psicossocial e biológico de pessoas com deficiências ou necessidades especiais (ANDE-BRASIL). Para montar e comandar o cavalo requer uma sequência de movimentos na qual pode ajudara melhorar as habilidade motora amplas e fina, esquema corporal, aprimore aspercepções visuais , auditivas, proprioceptivas, equilíbrio e postura. (BOTELHO L A, SANTOS. R B, 2011).
As indicações deste método são diversas em amplas patologias neurológicas, onde se observa uma variedade de déficit como: alterações no equilíbrio e cognição, integração, alta da consciência sensorial, falta da consciência corporal, diminuição do planejamento motor e da relação espacial e má postura (BARROS R, REHDER S, 2015).
Dessa forma, este artigo de revisão integrativa de literatura, tem o objetivo de descrever os benefícios da equoterapia como método de tratamento fisioterapêutico em crianças com paralisia cerebral espástica.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura, utilizando a base de dados do portal SCIELO Org (ScientificElectronic Library Online), PUBMED, PEDRO (PhysiotherapyEvidenceDatabase). Publicados no período de 2011 a 2021, pesquisados no período de julho a setembro de 2021, utilizando a combinação dos seguintes descritores:MuscleSpasticity, Cerebral Palsy, Equine-AssistedTherapy, estes descritores poderiam estar no título ou no resumo. Os termos combinados entre si através do operador ‘’ AND’’. ’’NOT e ‘’ OR’’. Questão PICO em questão, P: Crianças com paralisia cerebral espástica, I: Equoterapia, O: Os benefícios para a capacidade funcional.
Figura-Fluxograma do processo de inclusão dos artigos
A busca dos artigos resultou em (vinte) artigos no PUBMED, nove artigos no PEDro, e zero no SCIELO Org, foram incluídos estudos publicados no período de 2011 a 2021 nos idiomas, inglês, português e espanhol, foram excluídos simuladores, artigos duplicados e artigos indisponíveis na íntegra. Seguindo os critérios de inclusão e exclusão foram selecionados (onze) artigos que contemplaram o desenho metodológico proposto.
Tabela 1- Resultados das pesquisas
ANO | AUTOR | OBJETIVO | TIPO DE ESTUDO | RESULTADO |
2011 | Kwon JY, Chang HJ, Lee JY, Ha Y, Lee PK, Kim YH | Avaliar os efeitos da equoterapia nos parâmetros têmporo espaciais e na cinemática pélvica e do quadrilda marcha em crianças com paralisia cerebral espástica bilateral | Estudo prospectivo controlado não randomizado | Hipoterapia melhorou significativamente a caminhada velocidade, comprimento da passada e cinemática pélvica (média pélvica inclinação anterior, inclinação anterior pélvica no contato inicial, anterior pélvica inclinação na posição terminal). Pontuações para a dimensão E do GMFM, GMFM-66 e PBS também aumentaram. |
2011 | AbdElbaryShrab, et al | O objetivo deste estudo foi examinar os efeitos de uma equoterapia uma vez por semana, de 12 semanas. Programa de geometria dorsal em crianças com paralisia cerebral diplégica espástica | Ensaio clínico | Nenhuma diferença significativa foi observada ao comparar os resultados pré-tratamento dos dois grupos, enquanto uma melhora significativa foi observada em todas as variáveis de medição dos dois grupos ao comparar seus valores médios pré e pós-tratamento. Diferença significativa também foi observada ao comparar os resultados pós-tratamento dos dois grupos em favor do grupo B. |
2015 | MattanaAngsupaisal, et al | O objetivo do estudo era explorar a viabilidade de uma avaliação extensa protocolo para um ensaio randomizado controlado de equitação adaptativa projetada por terapeutas (TDAR) em crianças com PC, com o objetivo de avaliar o efeito sobre os resultados da criança e avaliar os mecanismos de funcionamento do controle postural sentado. | Estudo de viabilidade | O protocolo era viável. As pontuações medianas do GMFM-88 mudaram de 64,4 em T0 a 66,7 em T1 e de 66,7 em T1 a 73,2 em T2. As pontuações de mudança para todas as crianças excederam a diferença mínima clinicamente importante do GMFM-88. Cinco de seis crianças mostraram uma diminuição no recrutamento estereotipado de cima para baixo entre T1 e t2 |
2016 | Alemdaroğlu E et al | Avaliar os efeitos de curto prazo da terapia de equitação, além de um programa de reabilitação convencional em crianças com paralisia cerebral | Estudo de amostra | A mudança percentual na espasticidade adutora do quadril na Escala de Ashworth foi de 22% em 12 Grupo 1 e 0% no Grupo 2 (diferença significativa; p = 0,016). A comparação das mudanças no 13 MFRT, GMFCS, teste de distância do joelho e ângulo de abdução do quadril mostrou que as diferenças entre os Grupos 1 e 2 não foram significativas. |
2016 | Fabiane Nunes Antunes et al | Explorar os efeitos imediatos de um protocolo de equoterapia utilizando um ritmo de caminhada-trote sobre os parâmetros espaço-temporais da marcha e tônus muscular em crianças com PC espástica bilateral (BS-CP). | Um estudo de viabilidade de um ensaio cruzado | Nenhuma diferença foi observada ao comparar os resultados da linha de base em dias diferentes (antes do protocolo 1 e antes do protocolo 2). A porcentagem da fase de laminação e o apoio duplo foram melhorados sob a condição de andar-trote. Além disso, a análise de mudança média mostrou um aumento significativo para suporte duplo na condição de caminhada-trote. Além disso, a espasticidade dos adutores do quadril foi significativamente reduzida como resultado imediato de Além disso, a análise de mudança média mostrou diminuição significativa do tônus muscular após a caminhada-trote. |
2017 | Ribeiro, MF, et al | Investigar os efeitos do tratamento equoterápico na atividade muscular dos membros inferiores e na função motora grossa em indivíduos com paralisia cerebral (PC), comparando-os a um grupo de indivíduos com desenvolvimento motor adequado. | Estudo longitudinal, descritivo e de natureza quantitativa. | Houve maior atividade muscular na 10ª sessão, em comparação às demais sessões, com maior atividade dos músculos tibiais anteriores, para os dois grupos estudados. Após o tratamento, o grupo CP apresentou melhora significativa na pontuação total do GMFM e nas pontuações das dimensões D e E. |
2018 | David lucena-Antón | O objetivo do presente estudo é avaliar o efeito de um protocolo de intervenção equoterápica de 12 semanas na espasticidade dos adutores do quadril em crianças com paralisia cerebral espástica. | Ensaio clínico randomizado | Houve diferenças significativas nos escores de, MAS entre o grupo tratamento e o grupo controle em ambos os adutores (adutores esquerdos: p = 0,040; adutores direitos: p = 0,047), após uma intervenção equoterápica de 12 semanas. |
2018 | Ute Deutzet al | Estudo cruzado randomizado aberto | A mudança na pontuação da função motora grossa de E1 para E2 e E3 a E4 sob fisioterapia convencional acompanhada por HT ou fisioterapia convencional sozinha, respectivamente, foi considerada como desfecho primário. Resultado secundário incluiu diferentes subescalas do GMFM 66, bem como das pontuações resultantes dos questionários de QV. | |
2018 | Žalienė Let al | O objetivo deste estudo foi determinar os efeitos da curta equitação de longo prazo nas funções motoras grossas de crianças com paralisia cerebral | Ensaio clínico | Os testes de função motora no grupo de pilotos avançados, uma diferença estatisticamente significativa foi obtida em um com comparação das funções motoras grosseiras investigadas antes e após o experimento em quatro dos oito sujeitos (p <0,05). No entanto, para outros no grupo de pilotos avançados, o os resultados dos testes para as funções motoras grosseiras também melhoraram, mas a diferença não foi estatisticamente significativa. Além disso,para um dos sujeitos (o segundo filho), o motor grosso as funções não se alteraram durante todo o estudo. Durante oexperimento e no final dele, o número do motor bruto funções aumentaram apenas para quatro sujeitos (o terceiro, quinto e sexto filho), enquanto para os outros assuntos o motor grossofunções permaneceuinalterado, apenas com a qualidade e a mobilidade melhorou. |
2019 | Fabiana Moraes Flores | Este estudo teve como objetivo compreender as implicações da mudança da tarefa de equitação, através das mudanças nos tipos de superfícies e caminhadas velocidade no controle postural dinâmico sentado de crianças com PC. As avaliações foram realizadas no contexto real em que a terapia | Estudo cruzado | A amplitude de deslocamento médio – lateral do centro de pressão foi maior quando o cavalo estava na areia. A amplitude dos deslocamentos médio-lateral e ântero-posterior e as velocidades do centro de pressão aumentaram com a velocidade de caminhada mais rápida do cavalo. |
2020 | EwelinaMatusiak-Wieczorek | O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da equoterapia (terapia com cavalos) na postura e função corporal em crianças com paralisia cerebral | Caso-controle | Como resultado de observações e análises, descobriu-se que em ambos os grupos de estudo, o controle de posição e função de quase todos. Avaliar a parte do corpo melhorada. No grupo de estudo I, que fez equoterapia duas vezes por semana, estatisticamente mudanças significativas foram observadas na avaliação do controle de cabeça e braço, enquanto entre as crianças do grupo de estudo II, em controle de tronco. |
RESULTADO E DISCUSSÃO
Kwon y et al , (2011) realizaram ensaio prospectivo controlado não randomizado ,foram selecionadas 32 crianças de 4 a 10 anos com paralisia cerebral espástica e divididas em 2 grupos , o grupo de fisioterapia convencional e o grupo de hipoterapia .Foi realizado no grupo convencional terapia de neurodesenvolvimento, 2 vezes na semana por 30 minutos. O grupo de hipoterapia foi realizado a intervenção por 30 minutos durante duas vezes na semana por 8 semanas totalizando 16 sessões. Ambos os grupos eram composto por 16 participantes com idades,sexo,peso, altura nível de GMFCS e historia de cirurgia semelhante. Nos parâmetros temporãos espaciais, após a intervenção ambos os grupos mostraram que a velocidade da caminhada aumentou, porém o grupo hipoterapia houve aumento do comprimento da passada sem alteração na cadência em comparação ao grupo controle onde a cadência foi aumentada.No cinemático quadril e pélvica não houve alteração significativa no plano sagital em ambos os grupos, mas no grupo de hipoterapia, houve uma diminuição na anteversão pélvica média, observada durante a marcha, na posição terminal e contato inicial. O presente estudo mostrou melhora funcional; caminhar, pular correr e equilíbrio.
Gehan H. El-Meniawy, Nahed S. Thabet (2011) produziram um ensaio clínico, onde participaram 30 crianças diplegica,espasticas de ambos sexo entre 6 a 8 anos de idade . Foram divididas em grupo A (controle) e grupo B (estudo) aleatoriamente de igual número. Foi realizado no grupo A (controle), exercícios voltado para a correção da postura em diplegiaespástica, produzida três vezes na semana, por uma hora em 5 meses, Já no grupo B (estudo) recebeu a equoterapia e os exercícios realizado no grupo controle, realizadas 1 vez por semana em 30 minutos .Para análise de dados utilizou-se o programa SPSS para medir a variação do padrão de desvio nos dois grupos, onde foram utilizados os testes de Levene, inde-teste t pendente e teste temparelhado. Os autores concluíram em seu estudo que durante a intervenção o grupo B (estudo) obteve estabilização postural dinâmico, estabilidade na articulação, movimento pélvico normalizado, resposta postural e equilíbrio e melhora na co-contração e mudança de peso. O presente estudo demostrou que após o tratamento obtiveram melhores resultadosno grupo B (estudo).
Angsupaisal, M,ETAL (2015) realizaram um estudo de viabilidade na qual participaram seis criançascom a idade entre 6 a 12 anos de idade, (5 meninos e 1 menina). Os resultados foram avaliados por um amplo protocolo de avaliação três vezes (T0. T1 E T2) na qual, T0 e T1 avaliaram em seis semanas as medições na linha de base T1 e T2 fizeram a intervenção de TDAR, duas vezes na semana, 1 hora cada sessão, durante seissemanas, totalizando 12 sessões. Para análise de dados iniciou-se com gráfico apresentando o desenvolvimento e a trajetória de cada paciente, análise das mudanças ao longo do tempo, para isso foi aplicado o teste de classificação sinalizada de wil coxo (IBM SPSS ). A principal medida de resultados foi o GMFM-88 na qual analisava a dimensão (D e E),pular, correr e caminhar e em pé, para a análise da espasticidadeforam utilizadas a escala de tardieu modificado . Para a análise da Função na vida diária foi utilizado o pediatric avaliação de incapacidade inventory (PEDI), além do mais foi aplicado à escala de avaliação comportamental de autoestima e DISABKIDS ferramenta na qual mede a qualidade relacionada à saúde de vida. Os autores concluíram que os dados dopresente estudo concluíram a eficácia da inter-TDAR, onde mostrou uma melhora significativa no GMFM-88; na a função motora, funções e ajustes posturais. Já no domínio ICF-CY (PEDI) sugere mais estudos específicos.
Alemdaroğlu E ETAL, (2016) efetivaram um estudo de amostra na qual participaram 16 crianças diagnosticadas com paralisia cerebral, onde foram hospitalizadas. Foram divididas em grupo 1( intervenção) com 9 crianças e grupo 2 (controle), com 7 crianças. Foi realizado no grupo 1 terapia de equitação durante 2 vezes na semana por 30 minutos durante a semana e a reabilitação convencional. O grupo 2 foi realizado reabilitação convencional de acordo com a necessidade de cada criança, realizado 5 dias por semana, durante 5 semanas para as medições de linha de base foi utilizado teste de alcance funcional modificado (MFRT) para análise da espasticidade foi utilizado a escala de Ashworth e o GMFCS foi aplicado para análise da gravidade do estado motor , foi testado também o equilíbrio através do teste MFRT .Para comparar o pré e pós do tratamento foi utilizado o teste dos postos de Wilcoxon. Os autores concluíram que tanto no grupo 1 e grupo 2 obtiveram resultados positivos, porém o grupo 1 se destacou na maioria dos parâmetros avaliados ,concluindo que a equitação ajuda no tratamento da espasticidade visto que obtiveram mudança significativa. Devido ao tamanho da amostra do presente estudo, sugere outros estudos para verificar os efeitos de longo prazo.
Antunes, FN , et al,(2016) procederam um estudo de viabilidade de um ensaio cruzado na qual foram selecionadas 10 crianças com BS-CP entre 5 a 15 anos de idade. Para análise da espasticidade dos adutores do quadril foi utilizado a escala de Ashworth modificada (MAS) antes e após o protocolo, para avaliação da marcha foiaplicado o dispositivo de detecção inercial sem fio, o sistema free4act, LoranEngineeringSrl, Itália na qual foi coletados a velocidade,cadência, duração do balanço e fase de rolamento.Foi aplicado dois protocolo de atendimento durante duas sessões de equoterapia com uma semana de desbotamento entre eles. Protocolo 1 é realizado a caminhada, onde a sessão de equoterapia compreende parada e caminhada em uma transição para cima e caminhada e parada em uma transição para baixo , por 30 minutos . O protocolo dois é realizado Walk-Trot, consiste em uma transição ascendente onde a equoterapia é realizada em parada, caminhada, caminhada rápida e trote e em uma transição descendente realizando; Trote, caminhada rápida, caminhada,parada, por 30 minutos. Para análise da linha de base foi utilizado o teste t de Student para as medidas de resultado e foi realizado o teste de classificação de Wilcoxon. Os autores obtiveram resultados positivos na Marcha, espaço-temporal e diminuição da espasticidade dos adutores do quadril na qual foi um resultado imediato,colaborando para a mobilidade e a independência . Diante dos resultados, os autores concluíram que o protocolo de caminhada-trote obteve efeitos positivos e diretos.
Os autores Ribeiro, MF et al,(2017) realizaram um estudo longitudinal , descritivo quantitativo. Foram divididas em grupo da paralisia cerebral (CPG) e grupo controle, o grupo CPG foi composto por 7 indivíduos diagnosticados com paralisia cerebral diparéticoespastico com idade média (± 3,3) 5 homens e duas mulheres . O grupo controle participaram oitoindivíduos,4 mulheres e 4 homens com idade média (± 3,2) sem deficiência física, leve retardo intelectual e com desenvolvimento motor congruente , na qual receberam a intervenção de equoterapia , por 30 minutos em 25 sessões , com intervalo de uma semana as sessões focava apenas nos movimentos tridimensionais , não realizando outras atividades. Para análise da função motora foi utilizado o instrumento, Gross motor FunctionMeasure (GMFM-88) que utiliza 88 itens divididos em 5 dimensões. Para avaliação eletromiografia (EMG) foi utilizado um portátil sem fio na qual os dados foram analisados através do software que foi desenvolvido pelo System do Brasil. Estatisticamentea análise dos dados e GMFMe RMS foi utilizado o programa: GraphPad Prisma .A prática da equoterapia levou a mudanças na atividade muscular dos membros inferiores em ambos grupos , porém o grupo de paralisia cerebral tiveram maior estímulo muscular comparando com grupo controle além do estímulo, houve uma melhora na função motora grossa , adaptação das resposta musculares, aprendizagem motora. Diante do estudo os autores concluíram que a prática da equoterapia contribui para o aumento da capacidade motora e habilidade ativa.
Lucena-Antón D et al (2018) realizaram um estudo de ensaio clínico randomizado onde no primeiro momento foram recrutadas 52 crianças, seguindo os critérios de inclusão e exclusão , foram selecionadas 44 crianças, 28 homens e 16 mulheres , entre 3 a 14 anos de idade na qual participaram do estudo. As crianças selecionadas foram alocadas em dois grupos: grupo controle, que realizou terapia convencional, e o grupo intervenção, que foi aplicada sessões de equoterapia uma vez por semana, durante 45 min, totalizando 12 semanas mais fisioterapia convencional, que consiste o método de integração sensorial, realizado duas vezes por semana. Foi utilizada a escala de, MAS para medir a espasticidade dos adutores avaliando o tônus e a amplitude do movimento. Para obter a análise de dados estatísticos, foi utilizado o software estatístico SPSS 23.0 e o teste t, para análise da linha de base e pós-terapia e verificar a diferença dos grupos. O presente estudo obtiveram achados que a práticada equoterapia trouxe resultados benéficos como;melhoram do tônus muscular, maior mobilidade e ativação da pelve,equilíbrio, estabilidade do tronco, melhoria da espasticidade de curto prazo. Concluindo que a intervenção é benéfica para indivíduos com distúrbio motor grave, porém reforça que é necessário mais estudospara confirmar os efeitos da equoterapia .
Deutzet al (2018) Realizaram um estudo cruzado randomizado aberto que foram divididas em dois grupos : Grupo de tratamento precoce (ETG) com 35 crianças e grupo tardio (LTG) 38 crianças , Totalizando 73 selecionados, 44 masculino e 29 feminino, de 5 a 16 anos de idade .Realizaram dois tratamentos em período diferente de 16 a 20 semanas por duas vezes na semana , divididos em: E0 (exame 0), E1 (exame 1), ETP( fase inicial do tratamento), E2 (exame 2), E3 (exame 3), LTP (Fase final do tratamento), E4 (exame 4) e E5 (exame 5).Para análise da função motora grossa, qualidade de vida e saúde da criança foi utilizado, respectivamente: GMFM-66, KIDSCREEN-27, questionário de saúde infantil (CHQ) aplicado no período E0 , fase de observação de 8 semanas que concluiu no E1. Os autores concluíram que após análise dos dados, a equoterapia envia impulsos, na posição vertical, para o sistema neuromuscular estimulando as pernas, coluna e a pelve o que levou resultado positivo no GMFM-66 que reflete na melhora da marcha, pular e correr, para a análise da qualidade de vida poucos probandos realizam o questionário devido a abandono e as razões cognitivas do paciente, os pais não realizaram, pois as estimativas não são iguais das crianças. O presente estudo não entrou em conclusão que equoterapia atingir os resultados mais rápido do que a convencional, porém os resultados demonstram que a intervenção pode ser uma especialidade, pois causa impacto positivo em crianças comparalisia cerebral.
Zalien˙eet al. (2018) realizaram um ensaio clínico onde foram selecionados 15 indivíduos entre 3 a 19 anos de idade diagnosticado com paralisia cerebral espástica, divididos em dois grupos: grupo 1 que participaram os piloto avançados com 8 crianças, 7 meninos e 1 menina, realizaram a equitação uma vez por semana, e grupo dois, que consistia os cavaleiros iniciantes, que participaram 7 crianças , 6 meninos e 1 menina onde nunca tiveram contato com a equitação , realizaram 10 sessões continua. A avaliação da função motora grossa foi utilizada no GMFM; Medida da função motora bruta, avaliada conforme o GMFCS; Gross, sistema de classificação da função motora grossa pc ou seja , o nível da funcionalidade do paciente , o teste t de student foi utilizado para avaliar a confiabilidade dos resultados. Após análise dos dados observaram que estatisticamente houve uma melhora significativa no grupo 2 na função motora grossa , onde as famílias relataram que houve melhora o aspecto da qualidade e mobilidade dos indivíduos, concluindo assim que a equitação de curto prazo ( 10 sessões ) não há melhora significativa , comparado com o grupo de longo prazo que trouxeram resultados significativo para a metade do grupo .
Flores, FM (2019) Realizaram um estudo cruzado, onde selecionaram aleatoriamente17 crianças diagnosticadas com paralisia cerebral , seguindo os critérios de inclusão e exclusão foram recrutados para o estudo 8 crianças entre 6 a 12 anos de idade, na qual foram avaliados no centro local 1 duas crianças e centro local 2 seis crianças .Foi recrutado também um grupo de 8 crianças como referência (TD) e foram avaliados no centro local 3, totalizando 16 crianças para o estudo. Ambos os grupos (PC e TD) foram analisados a condição estática e dinâmica, a superfície areia e asfalto, e a velocidade rápida ou lenta. O estudo do movimento foi utilizado parâmetro CoP; deslocamento na amplitude em direção ântero-posterior (ap), médio-lateral (ml) e velocidade do deslocamento ap e ml , as análise dos parâmetro foi utilizado o sistema portátil de pressão CONFORMat , composto por tapete sensorial. Ao compararem o grupo PC e TD, no aspecto: Condição, velocidade e superfície, os autores concluíram que ao modificar a superfície do asfalta para areia, houve um aumento da amplitude do deslocamento anterolateral, na condição dinâmico a e ml com o aumento davelocidade do equino, no grupo PC.
EwelinaMatusiak-Wieczorek (2020) realizaram um estudo caso controle onde foram selecionadas 45 crianças diagnosticadas com paralisia cerebralespástica com diplegia e hemiplegia com nível I ou II no GMFCS (sistema de classificação de função) de 6 a 12 anos de idade. Os selecionados foram alocados aleatoriamente em 3grupos: grupo de estudo I , grupo de estudo II e grupo controle. O grupo de estudo I foi composto por 15 crianças,seis meninas e nove meninos entre 6 a 12 anos de idade, o grupo II foram selecionados 15 crianças,sete meninas e 8 meninos entre 6 a 11 anos de idade, e o grupo controle na qual participaram 7 meninas e 8 meninos entre 6 a 12 anos de idade . Os grupos I e II realizaram a hipoterapia uma ou duas vezes na semana por 30 minutos totalizando 12 semanas, durante as primeiras voltas foi realizado atividade de adaptação, só após adaptação que o terapeuta realizou outras atividades com o cavalo parado, e caminhando, já no grupo controle não foi realizada a hipoterapia. Para análise da função do esquema corporal eda postura sentadoem crianças foi utilizado a escala de SAS na qual as informações foram analisadas pelo pacote STATISTICA , a diferença na frequência da melhora entre o grupo I e grupo II foi utilizado teste de Fisher. Após a análise das informações, foi observado que o grupo I houve melhoras estatisticamenteno controle do braço e cabeça , no grupo II obtiveram resultados positivos no controle de tronco, concluindo assim que a intervenção causa efeitos significativos em crianças com paralisia cerebral , melhorando a postura corporal
Verificou-se que apesar daparalisia cerebral não haver cura, o objetivo do método terapêutico é controlar as alterações da patologia, melhorar a qualidade de vida ecapacitá-lo, se possível, a obter a independência na qual é importante para a vida. No entanto, para que haja melhoria na qualidade de vida do paciente é primordiala melhora do desenvolvimento motor , cognitivo e social .Diante do exposto ,estudos apresentaram melhoras na caminhada , comprimento da marcha , aumento no GMFM-mensuração da função motora grossa , diminuição da espasticidade , melhora da qualidade e a mobilidade, aumento da amplitude do movimento portanto , observou-se que a equoterapia trouxe benefícios pois melhora a capacidade funcional de paciente com paralisia cerebral.
REFERÊNCIA
ALEMDAROGLU E, Yanıkoğlu İ, Öken Ö, Uçan H, Ersöz M, Köseoğlu BF, Kapıcıoğlu Mİ. Horseback riding therapy in addition to conventional rehabilitation program decreases spasticity in children with cerebral palsy: A small sample study. Complement TherClinPract. 2016 May;23:26-9. doi: 10.1016/j.ctcp.2016.02.002. Epub 2016 Feb 13
ANTUNES FN, Pinho ASD, Kleiner AFR, Salazar AP, Eltz GD, de Oliveira Junior AA, Cechetti F, Galli M, PagnussatAS. Different horse\’s paces during hippotherapy on spatio-temporal parameters of gait in children with bilateral spastic cerebral palsy: A feasibility study.Res DevDisabil. 2016 Dec;59:65-72. doi: 10.1016/j.ridd.2016.07.015. Epub 2016 Aug 9.
ANGUSPAISAL M, Visser B, Alkema A, Meinsma-van der Tuin M, Maathuis CG, Reinders-Messelink H, Hadders-Algra M. Therapist-Designed Adaptive Riding in Children With Cerebral Palsy: Results of a Feasibility Study. PhysTher. 2015 Aug;95(8):1151-62. doi: 10.2522/ptj.20140146. Epub 2015 Apr 23.
DEUTZ U, Heussen N, Weigt-Usinger K, Leiz S, Raabe C, Polster T, Daniela S, Moll C, Lücke T, Krägeloh-Mann I, Hollmann H, Häusler M. Impact of Hippotherapy on Gross Motor Function and Quality of Life in Children with Bilateral Cerebral Palsy: A Randomized Open-Label Crossover Study. Neuropediatrics. 2018 Jun;49(3):185-192. doi: 10.1055/s-0038-1635121. Epub 2018 Feb 27.
EL-MENIAWY GH, ThabetNS.Modulation of back geometry in children with spastic diplegic cerebral palsy via hippotherapytraining.Egyptian Journal of Medical Human Genetics 2012 Feb;13(1):63-71. doi:10.1016/j.ejmhg.2011.10.004
FLORES FM, Dagnese F, Copetti F.Do the type of walking surface and the horse speed during hippotherapy modify the dynamics of sitting postural control in children with cerebral palsy?ClinBiomech (Bristol, Avon). 2019 Dec;70:46-51. doi: 10.1016/j.clinbiomech.2019.07.030. Epub 2019 Jul 25.
KWON JY, Chang HJ, Lee JY, Ha Y, Lee PK, Kim YH.Effects of hippotherapy on gait parameters in children with bilateral spastic cerebral palsy.Arch Phys Med Rehabil. 2011 May;92(5):774-9. doi: 10.1016/j.apmr.2010.11.031.
LUCENE-Anton D, Rosety-Rodriguez I, Moral-Munoz JAEffects of a hippotherapy intervention on muscle spasticity in children with cerebral palsy: a randomized controlled trial.Complementary Therapies in Clinical Practice 2018 May;31:188-192. doi:10.1016/j.ctcp.2018.02.013
MATUZIAK-Wieczorek E, Dziankowska-Zaborszczyk E, Synder M, Borowski A.The Influence of Hippotherapy on the Body Posture in a Sitting Position among Children with Cerebral Palsy.Int J Environ Res Public Health. 2020 Sep 19;17(18):6846. doi: 10.3390/ijerph17186846
RIBEIRO MF, Espindula AP, Lage JB, BevilacquaJúnior DE, Diniz LH, Mello EC, Ferreira AA, Ferraz MLF, Teixeira VPA. Analysis of the electromiographic activity of lower limb and motor function in hippotherapy practitioners with cerebral palsy.J BodywMovTher. 2019 Jan;23(1):39-47. doi: 10.1016/j.jbmt.2017.12.007. Epub 2017 Dec 9.
ZALIENÉ L, Mockevičienė D, Kreivinienė B, Razbadauskas A, Kleiva Ž, Kirkutis A. Short-Term and Long-Term Effects of Riding for Children with Cerebral Palsy Gross Motor Functions. Biomed Res Int. 2018 Jul8;2018:4190249. doi: 10.1155/2018/4190249.
PERERIA HV.ParalisiaCerebral.Resid Pediatr.2018;8(0 Supl.1) Doi:10.25060/resid pediatr-2018
EMBIRUÇU. K.et al. Paralisia cerebral: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Plêiade, 2015. p. 41-42.
GOMES, C.et al. Medicina de Reabilitação : Associação Brasileira de medicina física e reabilitação . 4. ed. rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2011. p. 310.
SANTOS, L. A. D. A. E. R. D. B. Medicina de Reabilitação: Associação Brasileira de medicina fisica e reabilitação. 4. ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2011. p. 444.
SANTOS-REHDER, R. D. B. Paralisia cerebral: Teoria e pratica. 5. Ed. São Paulo: plêiade, 2015. p. 204.
TARRAN, A. B. P. et al. Reabilitação. 2. Ed. São Paulo: Manole, 2015. p. 27.
AND-BRASIL (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA). Equoterapia. Disponível em: http://equoterapia.org.br/. Acesso em: 29 set. 2021. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PARALISIA CEREBRAL. Paralisia cerebral. Disponível em: https://paralisiacerebral.org.br/. Acesso em: 27 set. 2021. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Paralisia cerebral. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/paralisia-cerebral-2/. Acesso em: 21 set. 2021. SANTOS, L. A. D. A. E. R. D. B. Medicina de Reabilitação: Associação Brasileira de medicina física e reabilitação. 4. ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2011. P. 444.