Autores:
CRISTIANE SOARES DOS SANTOS DE MATOS (2)
MARJORI CAROLINE MARTINS DUARTE WATANABE (2)
MARIEL PATRICIO DE OLIVEIRA JUNIOR (1)
MAXIMO MAÇAL DO NASCIMENTO WATANABE (2)
NAIANE CORREIA MOREIRA DA SILVA (2)
NILDO CAMPOS RANGEL (1)
2Graduação em Fisioterapia. Pós graduada em Fisioterapia em Terapia Intensiva
2Graduação em Fisioterapia, Pós graduada em Fisioterapia em Terapia Intensiva
1Fisioterapeuta , Professor Universitário, Pós Graduado em Fisioterapia em UTI
2Graduação em Fisioterapia
2Graduação em Fisioterapia, Pós graduada em Fisioterapia em Terapia Intensiva
1Fisioterapeuta , Professor Universitário , Mestre em Saúde da Família.
RESUMO
O Edema Agudo de Pulmão (EAP) é uma síndrome clínica multifatorial na qual há acúmulo de líquido no interstício pulmonar e nos espaços alveolares. É considerada uma urgência clínica e uma das principais causas de internação hospitalar. A Ventilação Mecânica Não-Invasiva (VMNI), é um instrumento que promove ventilação com pressão positiva pelas vias aéreas superiores, através de uma interface. Dessa forma, seu funcionamento independe de um procedimento invasivo. O objetivo do presente estudo foi mostrar os efeitos da ventilação não invasiva em pacientes com edema agudo de pulmão na sala de emergência, buscando elucidar, também, seus impactos no tempo de internação, taxa de intubação e desfecho clínico em relação a alta e mortalidade. O estudo foi realizado na sala vermelha do Hospital Municipal Albert Schweitzer, no Município do Rio de Janeiro, no período entre agosto e setembro de 2018 e os dados utilizados foram obtidos a partir de análise dos prontuários eletrônicos dos pacientes, onde foram coletados parâmetros da gasometria arterial e parâmetros clínicos como presença de cianose, padrão paradoxal e nível de consciência antes e após o procedimento de VMNI. A análise dos dados clínicos foi realizada de forma descritiva e os dados gasométricos por meio dos softwares Sigma Plot 11.0 for Windows e Microsoft Excel 2007 e pelos testes de Shapiro-Wilk e t pareado de Student. Os resultados mostraram que houve melhora com significância estatística nos parâmetros pH, SaO2, FC, FR e SpO2, os quais apresentaram p<0,05, e não houve relevância estatística nos parâmetros paO2, paCO2 e pressão arterial; o tempo médio de internação foi de 6 dias, enquanto que após o procedimento terapêutico a cianose e o padrão paradoxal foram revertidos. Conclui-se que a aplicação de VNI foi benéfica aos pacientes submetidos a terapia, reduzindo o trabalho respiratório e os sinais de hipoxemia, além da taxa de internação e permanência hospitalar.
Palavras-chaves: Edema agudo de pulmão; Fisioterapia; Ventilação mecânica não invasiva.
1. INTRODUÇÃO
O Edema Agudo de Pulmão (EAP) é uma síndrome clínica multifatorial na qual há acúmulo de líquido no interstício pulmonar e nos espaços alveolares. É considerada uma urgência clínica e uma das principais causas de internação hospitalar (MURRAY, 2011).
Esta síndrome tem sido o motivo de até 1 milhão de internações hospitalares por ano nos Estados Unidos. Mundialmente, o EAP é considerado a causa de 6,5 milhões de entrada ao atendimento hospitalar por ano, onde é responsável por cerca de 10 a 20% das mortes (GRAY et al., 2008).
O EAP de origem cardiogênica pode acontecer como a revelação de uma doença prévia que até então era assintomática, a qual se torna descompensada e apresenta alterações hemodinâmicas como aumento do volume plasmático, da pressão hidrostática intravascular e do débito cardíaco e redução da pressão colodoismótica do plasma e da pressão oncótica. Como causas não-cardíacas, podem estar relacionadas complicações inerentes à gravidez, sepse, infecção pulmonar, insuficiência renal, hipertireoidismo ou insuficiência linfática. Em geral tem como característica o aumento no esforço ventilatório, hipoxemia, redução da relação ventilação/perfusão e redução da complacência pulmonar (MACIEL, 2009; MURRAY, 2011; PEREIRA et al, 2013).
O EAP representa uma das principais causas de Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) hipoxêmica, e sua gravidade irá depender da quantidade de fluidos acumulados nos pulmões. Inicialmente, quando o indivíduo se encontra com menores acúmulos, apresentará taquidispneia, taquicardia e estertoração basal bilateral na ausculta pulmonar. Quando há maior acúmulo de líquido, o paciente manifestará sinais de ansiedade, agitação, palidez, sudorese fria, franca dispneia, padrão paradoxal, cianose em extremidades e estertores difusos por todo o pulmão de forma bilateral. Na forma mais grave do EAP, há extravasamento de líquido espumoso pelo nariz e boca, podendo levar a consequências drásticas se o indivíduo não receber o cuidado adequado (SANTANA e CARVALHO, 2005; MACIEL, 2009; MATSUNO, 2012).
Para realizar o diagnóstico clínico é preciso considerar dois estágios. No primeiro estágio, é necessário constatar se há uma congestão pulmonar grave e, se confirmado, deve-se procurar o melhor caminho para estabilizar este quadro. No segundo estágio busca-se a etiologia da doença, utilizando como ajuda as análises do eletrocardiograma, da radiografia de tórax, do ecocardiograma e da gasometria arterial (CASTRO, 2003).
No tratamento do EAP, inicialmente o paciente deve estar posicionado no leito em Fowler 60° na intenção de reduzir o retorno venoso para os pulmões e melhorar a amplitude das incursões diafragmáticas. Deve-se oferecer uma oferta de oxigênio de forma imediata. O uso de morfina, diuréticos e vasodilatadores pode ser indicado para aliviar a congestão pulmonar (CASTRO, 2009).
O tratamento medicamentoso tem como objetivo redistribuir o líquido da circulação pulmonar para a circulação periférica através dos vasodilatadores arteriais, reduzindo a pré-carga do ventrículo direito. Utiliza-se diuréticos em larga escala associado aos vasodilatadores para melhora da função ventricular reduzindo a volemia (MONTERA et al., 2012).
As formas de aplicação de oxigenoterapia podem ser variadas, desde o cateter de O2 e aerossolterapia neutra ao uso de ventilação não invasiva. A Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI), é um instrumento que promove ventilação com pressão positiva pelas vias aéreas superiores, através de uma interface. Dessa forma, seu funcionamento independe de um procedimento invasivo. A VMNI é um procedimento que requer monitorização contínua do paciente, avaliando a saturação de oxigênio, sinais vitais, gasometria arterial, mudanças nos volumes respiratórios e diminuição da atividade da musculatura acessória, minimamente com 120 minutos (PASSARINI et al., 2012; CARR, 2015).
Esta técnica evita a necessidade de intubação orotraqueal, proporciona melhora na função cardíaca, pois aumenta a pressão intratorácica; reduz pré e pós-carga, diminui regurgitação mitral e, consequentemente, melhora a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), ocorrendo diminuição do esforço ventilatório e melhora do desempenho cardíaco (CASTRO E SOUZA, 2016).
Entretanto, a VMNI aumenta a resistência vascular pulmonar através da compressão dos capilares próximos aos alvéolos distendidos, logo, é preciso ter cuidado em relação ao manuseio deste equipamento. Além disso, os benefícios que podem ser citados são os efeitos na relação ventilação/perfusão, onde há diminuição do shunt pulmonar e reabertura de alvéolos colapsados resultando no aumento da redistribuição do oxigênio com aumento da pressão parcial de oxigênio (COIMBRA et al., 2007; CARR, 2009; ROCHWERG, 2017).
De acordo com diretrizes da European Respiratory Society (ERS)/American Thoracic Society (ATS) de 2017, as indicações e recomendações sobre a aplicação da VMNI são: DPOC agudizado; asma grave, com o uso da VNI associada ao conjunto de terapia medicamentosa convencional; trauma torácico, com medidas cautelares em relação a pressão enviada; pós-extubação; EAP cardiogênico; dispneia severa com sinais sugestivos de fadiga muscular respiratória; acidose respiratória (paCO2 acima de 45mmHg e pH abaixo de 7,35); hipoxemia persistente com oxigênio suplementar e entre outros (BROCHARD et al., 2017).
As contraindicações estão divididas em absolutas e relativas, sendo as absolutas: necessidade de intubação de emergência, parada cardíaca ou respiratória, rebaixamento de consciência por acidose hipercápnica, trauma ou deformidade facial. A contraindicação relativa analisa o caso e o risco-benefício para o paciente como: incapacidade de cooperar, de proteger as vias aéreas; secreções abundantes; rebaixamento de nível de consciência, falências orgânicas não respiratórias, hemorragias digestivas graves, cirurgia facial ou neurológica, alto risco de aspiração, obstrução de vias aéreas superiores, anastomose de esôfago recente, entre outros (DIRETRIZES BRASILEIRAS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA, 2013; PATRÍCIO JUNIOR et al., 2017).
Os modos ventilatórios mais utilizados na aplicabilidade da VMNI são: Ventilação por Pressão Contínua em Vias Aéreas (CPAP) e Bilevel Positive Airway Pressure (BiPAP), sendo que o CPAP é caracterizado por um único nível de pressão, tanto na fase inspiratória quanto na fase expiratória; enquanto que o BiPAP é constituído por dois níveis pressóricos, um pode ser ajustado na fase inspiratória – (IPAP) e outro na fase expiratória (EPAP) (FERREIRA et al., 2009; SARMENTO, 2016).
Em relação às interfaces entre o paciente e o aparelho ventilatório, a escolha da mesma pode representar um fator de sucesso na aplicação do tratamento, e tem tido grande notoriedade pela decorrência dos resultados positivos ao seu melhor uso, dentre os principais modelos: máscara nasal, oronasal ou facial total; lembrando que, a escolha da interface adequada e modo ventilatório torna melhor a adaptação do paciente, que apresentará sinais de relato de conforto respiratório, minimizando os efeitos colaterais. Nesse sentido, a máscara facial total, possui os melhores resultados, menor incidência de feridas, contribuindo para um menor tempo de estadia nas unidades de emergência (PATRÍCIO JUNIOR et al., 2017).
A utilização da VMNI deve ser realizada por um profissional de Fisioterapia capacitado para a realização do procedimento, sendo este nos setores fechados ou na sala de emergência. A atuação do fisioterapeuta na sala de emergência ainda é recente e muito discutível tendo em vista que sua prática é permitida, porém não obrigatória. Atualmente observa-se que há uma grande demanda no número de pacientes com alterações cardiopulmonares, que chegam à sala de emergência, necessitando assim de um profissional capacitado para utilizar a ventilação mecânica invasiva, oxigenoterapia e ventilação mecânica não invasiva (WERLE et al., 2013; ROCHWERG, et al., 2017).
A portaria n° 2048, de 5 de novembro de 2002 estabelece a necessidade do fisioterapeuta na sala de emergência de acordo com a demanda e necessidade hospitalar, sendo então um serviço de suporte (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).
A Resolução n.°402 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), reconhece o fisioterapeuta no exercício da especialidade profissional em Terapia Intensiva, a qual declara o conhecimento e domínio no suporte ventilatório invasivo e não invasivo, sendo assim habilitado para gerenciar a ventilação espontânea, invasiva e não invasiva nas unidades de Terapia Intensiva ou de Emergência quando solicitado (COFFITO, 2011).
A necessidade deste profissional na emergência abrange a intensificação da atuação fisioterapêutica nos primeiros minutos de atendimento ao paciente na entrada da unidade hospitalar. Simultaneamente amenizando ou resolvendo o quadro crítico, reduzindo a exacerbação do trabalho respiratório, prevenindo uma piora do quadro, uma possível internação e uma intubação orotraqueal (CORDEIRO et al., 2017).
Para tanto, o presente estudo tem como objetivo verificar os efeitos da utilização da Ventilação Mecânica Não Invasiva em pacientes com edema agudo de pulmão na sala de emergência, mostrando o desfecho clínico dos pacientes que foram submetidos à terapia com ventilação não invasiva em relação ao tempo de internação, alta e mortalidade.
2. JUSTIFICATIVA
A utilização da Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI) é uma ferramenta de fundamental importância no manejo do fisioterapeuta na sala de emergência. Visto que, a VMNI é uma forma de prevenir a intubação orotraqueal e o edema agudo de pulmão tem maior incidência na admissão na sala de emergência, justifica-se o trabalho e a importância do fisioterapeuta conforme a sua capacidade de aplicação desta técnica e resolutividade de um paciente em franco distúrbio respiratório, prevenindo-o da necessidade de suporte ventilatório invasivo.
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
– Verificar a eficiência da utilização da Ventilação Mecânica Não Invasiva em pacientes com edema agudo de pulmão na sala de emergência.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
– Mostrar a importância do profissional de Fisioterapia na sala de emergência hospitalar;
– Quantificar o desfecho clínico dos pacientes que foram submetidos à terapia com ventilação não invasiva (mortalidade x alta x tempo de internação).
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um estudo analítico não controlado e transversal sobre os efeitos da ventilação não invasiva no edema agudo de pulmão na sala de emergência.
Os dados foram coletados entre agosto e outubro de 2018, na sala vermelha da emergência do Hospital Municipal Albert Schweitzer, situado na Rua Nilópolis, n° 329, no Bairro de Realengo, no Município do Rio de Janeiro. A coleta só foi iniciada após a autorização do Centro de Estudos do Hospital Municipal Albert Schweitzer através de documento específico para autorização (ver apêndice 2).
Os critérios de inclusão do estudo foram as aplicações de VMNI em indivíduos de ambos os sexos, com idade acima de 40 anos, que deram entrada na sala de emergência com quadro de insuficiência respiratória aguda relacionada ao edema agudo de pulmão, independente da origem, que apresentavam nível de consciência compatível com a aplicação e que não apresentavam contraindicação ao procedimento.
Foram excluídos os dados referentes à aplicação de VMNI em indivíduos com edema agudo de pulmão associado a outras doenças respiratórias, pacientes que não foram submetidos ao procedimento de gasometria arterial e que apresentaram contraindicação à ventilação não-invasiva, como: necessidade de intubação de emergência, choque circulatório, parada cardíaca ou respiratória, rebaixamento de consciência por acidose hipercápnica, trauma ou deformidade facial.
A coleta de dados referentes à aplicação de VMNI nos pacientes elegíveis a participação do estudo foi anotada em ficha própria que pode ser visualizada no apêndice 1, sendo a mesma, preenchida pelos fisioterapeutas que estavam de plantão na sala vermelha de emergência e que aplicaram o procedimento.
Durante a coleta foram anotadas informações acerca do sexo, idade, diagnóstico clínico, presença de comorbidades e dados relacionados ao quadro clínico e gasométrico como: nível de consciência, ausculta pulmonar, aumento do trabalho respiratório, cianose de extremidades, frequência respiratória (FR), frequência cardíaca (FC), pressão arterial sistêmica (PA), saturação de oxigênio no pulso (SpO2), pressão hidrogeniônica (pH), pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (paO2), saturação de oxigênio no sangue arterial (saO2) e pressão parcial de dióxido de carbono no sangue arterial (paCO2).
A gasometria arterial foi colhida antes da aplicação de oxigenoterapia e 10 minutos após a aplicação de VMNI a uma fração de oxigênio inspirado de 21%.
Os dados referentes à avaliação clínica também foram coletados antes e ao término da aplicação de VMNI, e o tempo de aplicação do procedimento variou entre 60 a 120 minutos. Não foram mensurados os dados dos pacientes que precisaram de mais tempo de aplicação.
A VMNI foi aplicada conforme o protocolo do serviço de Fisioterapia da unidade hospitalar onde o modo de ventilação utilizado foi a pressão de suporte ventilatório (PSV/BiPAP) por meio de ventilador microprocessado modelo Servo-s da marca Maquet, com ajuste inicial da pressão de suporte em 10 cmH2O e aumento gradativo da mesma na necessidade de incremento de volume corrente (VC) e conforto para o paciente. O nível de pressão positiva expiratória final (PEEP) aplicado nas vias aéreas foi fixo em 10 cmH2O, a sensibilidade de 5l/min e a FiO2 suficiente para manter a SpO2 maior ou igual a 92%.
A acoplagem da ventilação à face do paciente foi por meio da máscara facial de silicone da marca Ambu® e fixador cefálico de silicone da marca cpaps® e o posicionamento do paciente foi sentado com cabeceira do leito inclinada entre 60 a 90°, conforme o conforto do paciente.
Antes de iniciar o atendimento, o fisioterapeuta explicou o procedimento, mostrando que a ventilação deveria ser realizada pelas vias nasais e que se o mesmo apresentasse náuseas deveria sinalizar para o profissional, o qual acompanhou todo procedimento junto ao paciente. Escape aéreo ao redor da máscara era monitorada e corrigida assim que identificada.
A informação sobre o desfecho clínico dos pacientes submetidos à VMNI durante a internação hospitalar, como intubação após o procedimento, óbito, alta e tempo de permanência no hospital foram obtidas por meio de acesso ao prontuário eletrônico, autorizado pela coordenação da equipe de Fisioterapia do hospital.
A análise estatística dos dados gasométricos e dos sinais vitais foi realizada por meio dos softwares Sigma Plot 11.0 for Windows e Microsoft Excel 2007 e pelos testes de Shapiro-Wilk e t pareado de Student. Os dados referentes a avaliação clínica foram analisados de forma descritiva através de tabelas e gráficos.
5. RESULTADOS
Durante a realização do estudo, 48 pacientes realizaram VMNI na sala vermelha da emergência do Hospital Municipal Albert Schweitzer, no período entre agosto e setembro de 2018. Destes, apenas 23 obtiveram diagnóstico de edema agudo de pulmão, e 12 foram excluídos por não possuírem registros de dados da gasometria arterial. Portanto, 11 pacientes fizeram parte da amostra (ver figura 1). Desses pacientes, 4 (36%) eram do sexo masculino e 7 (64%) do sexo feminino e apresentavam idade média de 66 anos. Dos 11 pacientes avaliados, apenas 1 apresentou edema agudo de pulmão não cardiogênico.
Figura 1. Fluxograma com a amostra do estudo.
Foi observado melhora em grande parte dos parâmetros clínicos como: nível de consciência, padrão paradoxal e cianose de extremidades.
Na avaliação do nível de consciência durante a admissão, foram encontrados pacientes orientados (55%), sonolentos (36%) e torporosos (9%). Após o uso da VMNI, 82% estavam orientados, 9% sonolentos e 9% desorientados. Sendo assim, observou-se que houve uma melhora de 27% dos que apresentavam alterações do nível de consciência e 9% apresentaram desorientação após realização da VMNI (ver gráfico 1).
Gráfico 1. Avaliação do nível de consciência antes da aplicação VMNI.
Na chegada à sala de emergência, foi observado padrão paradoxal em 91% dos pacientes e 9% não apresentaram este sinal clínico. Depois de realizar o tratamento, 100% dos pacientes apresentaram melhora do padrão ventilatório (ver gráfico 2).
Gráfico 2. Avaliação do padrão paradoxal.
Em relação à cianose em extremidades, foi visto que 36% exibiam este importante sinal clínico característico de hipoperfusão e redução da oxigenação tecidual e 64% não evidenciaram este sinal. Após a aplicação da técnica de VMNI, 100% dos pacientes apresentaram reversão do quadro.
Nenhum paciente deste estudo foi submetido à intubação orotraqueal após a aplicação de ventilação não invasiva e o tempo médio de internação foi de 6 dias, sendo que dos 11 pacientes participantes do estudo, 10 (91%) obtiveram alta hospitalar e 1 (9%) foi a óbito (ver gráfico 3).
Gráfico 3. Percentual do desfecho clínico.
Para avaliação dos dados gasométricos e sinais vitais, foram utilizados parâmetros estatísticos como média, mediana, desvio padrão, mínima e máxima. A análise de normalidade foi feita pelo teste de Shapiro-Wilk. O método estatístico de comparação para variáveis com distribuição normal foi analisado pelo teste t pareado de Student. Para todos os testes, foi considerado o nível de significância de 5% (p≤ 0,05) para a rejeição da hipótese nula. Foram usados os programas Microsoft Excel (2007) e o Sigma Plot 11.0 for Windows para análise dos dados. Os resultados podem ser visualizados na tabela 1.
Tabela 1. Análise estatística dos dados gasométricos.
ANTES DA VMNI | |||||||||
pH | paO2 | paCO2 | SaO2 | FC | FR | PAS | PAD | SpO2 | |
MÉDIA | 7,29 | 87,00 | 49,46 | 88,83 | 110,64 | 33,27 | 184,18 | 113,45 | 88,83 |
DESVIO PADRÃO | 0,13 | 47,36 | 10,44 | 44,38 | 21,44 | 7,31 | 40,95 | 24,70 | 4,87 |
DEPOIS DA VMNI | |||||||||
MÉDIA | 7,39 | 94,60 | 45,94 | 97,00 | 86,00 | 21,18 | 166,82 | 97,18 | 95,27 |
DESVIO PADRÃO | 0,09 | 50,23 | 16,30 | 46,68 | 9,46 | 4,63 | 36,83 | 24,67 | 4,41 |
p | <0,05 | ns | ns | <0,05 | <0,05 | <0,05 | ns | ns | <0,05 |
O pH apresentou uma média de 7,29±0,13 antes e 7,39±0,09 após o uso da VMNI, demonstrando significância de p<0,05 e então reduzindo os níveis de acidose.
Os valores de SaO2 também mostram melhora significativa. Sendo antes 88±44% e 97±46% após. Dessa forma, obteve-se sucesso no objetivo de melhorar a oxigenação dos pacientes.
Na mensuração da FC, os valores obtidos foram 110±21 bpm antes e 86±9 bpm após, sendo este mais um sinal clínico de melhora significativa prevenindo o agravamento do EAP.
Outro parâmetro relevante estatisticamente foi a FR, a qual apresentou 33±7 irpm antes e 21±4 irpm depois do tratamento, demonstrando que, neste estudo, o uso da VMNI proporcionou conforto respiratório aos pacientes.
Analisando os valores de SpO2 (88±4% antes e 95±4% depois), observou-se uma diferença relevante nesse parâmetro, sendo mais um sinal de melhora dos níveis de oxigenação dos pacientes.
Entretanto, os valores de paO2 (87±47 antes; 94±50 após), paCO2 (49±10 antes; 45±16 após) e a pressão arterial (PAS: 184±40 mmHg antes; 166±36 mmHg após / PAD: 113±24 mmHg antes; 97±24 mmHg após), apesar de numericamente mostrarem resultados positivos, não obteve-se valores que fossem estatisticamente relevantes para este estudo.
Portanto, pode-se observar que houve significância estatística nos parâmetros pH, SaO2, FC, FR e SpO2, os quais apresentaram p<0,05 e não houve relevância estatística nos parâmetros paO2, paCO2 e pressão arterial.
6. DISCUSSÃO
O atual estudo demonstrou que o Edema Agudo de Pulmão (EAP) foi uma emergência clínica presente nas admissões hospitalares, sendo o de maior predominância o EAP de origem cardiogênica. O EAP pode ser de origem cardiogênica, que é causada por uma elevação da pressão hidrostática capilar em consequência da insuficiência do ventrículo esquerdo, sendo mais frequentemente encontrado por acometer um número maior de pacientes com comprometimento cardíaco (EMMERICH, 2011).
Durante o período da coleta de dados, 91% dos pacientes chegaram na sala de emergência apresentando padrão paradoxal durante as incursões respiratórias, confirmando os achados na literatura que afirmam ser este um sinal característico no quadro clínico do EAP, sendo também evidenciado no estudo de Passarini e colaboradores (2012) onde 54,3% dos pacientes apresentaram o mesmo padrão respiratório.
Após o tratamento com a Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI), nenhum paciente exibiu o padrão paradoxal, logo, pode-se observar que a VMNI representa um importante valor na prevenção da fadiga diafragmática, a qual submeteria os pacientes a passarem pelo procedimento de intubação endotraqueal e a dependerem da ventilação mecânica invasiva para respirar. Este benefício proporcionado pela VMNI, segundo Santos e colaboradores(2008), é possível devido sua capacidade de garantir pressões suficientes para melhorar a pressão intratorácica e, assim, reduzir o trabalho respiratório, o que, consequentemente, altera beneficamente o padrão respiratório do indivíduo.
No EAP a cianose em extremidades ou periférica é o sinal de má oxigenação dos tecidos caracterizada como hipóxia. Dos 11 pacientes avaliados 36% apresentavam cianose em extremidades, mas após o tempo de realização da VMNI na emergência nenhum dos pacientes possuía cianose. De acordo com III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica o uso da VMNI está recomendado de forma conjunta com terapia medicamentosa para redução da hipoxemia e hipóxia; já nos estudos evidenciados no Consenso demonstram que a VMNI possui eficácia da reversão da hipóxia do que apenas o tratamento convencional de forma isolada (SCHETTINO, 2007).
Schettino (2007) diz que devido ao distúrbio ventilatório que ocorre no edema agudo de pulmão, há uma retenção de CO2 que gera uma acidose respiratória, ou seja, o pH fica abaixo do normal. Após a utilização da VMNI, esse distúrbio tende a diminuir ou ser sanado levando ao controle ácido-base e assim, o pH voltará aos seus níveis normais. Foi observado no estudo que os pacientes se encontravam com acidose respiratória ao darem entrada na emergência e após a VMNI o pH foi regularizado. Portanto, essa terapia contribuiu para a estabilidade do equilíbrio ácido-base, pois melhorou a troca gasosa, prevenindo piores complicações. Além disso, a melhora do pH também foi confirmada a significância estatística, na comparação dos dados de antes e depois do tratamento.
Analisando os valores de PaO2 e PCO2, observou-se estabilização na troca gasosa dos pacientes. O paciente com EAP se apresenta hipoxêmico e hipercápnico devido ao acúmulo de fluidos nos espaços alveolares que interferem na troca gasosa. Quanto mais líquido é retido, maiores serão os níveis de hipoxemia e hipercapnia; sendo assim, a VMNI contribui para que esse fenômeno não se agrave, pois utiliza pressões positivas que aumentam a pressão intratorácica, mantendo os alvéolos expandidos e, em conjunto com medicamentos diuréticos, reduz a congestão pulmonar, que irá reduzir a sobrecarga nos ventrículos aumentando a quantidade de oxigênio respirado (SANTANA e CARVALHO, 2005).
Cortegianie et al (2017) observaram que a partir de 30 minutos utilizando VMNI, os valores da PaO2 e PaCO2 melhoraram significativamente, proporcionando aumento da oxigenação e prevenindo da necessidade de intubação. No mesmo sentido, Bello et al (2018) constataram que o uso da VMNI proporciona uma descarga muscular respiratória capaz de reduzir os níveis de PaCO2 e, por isso, melhorou significativamente o desfecho clínico de seus pacientes.
No presente estudo observou-se uma ligeira redução da PaCO2 e aumento da PaO2, aproximando-os ao padrão de normalidade e culminando na resolução de sinais clínicos consequentes dos distúrbios da troca gasosa. Porém, a alteração dos níveis de PaO2 e Co2 não foram suficientes para obter uma relevância estatística.
A frequência cardíaca média dos pacientes com EAP admitidos na emergência foi de 110 ± 21 bpm e depois da aplicação da VMNI a média total ficou em 86 ± 9 bpm; após análise da média individual do antes e depois foi visto diferença de -24 ± 9 bpm representando uma melhora significativa com p< 0,05. Nos resultados obtidos em Gray et al., o uso da VMNI proporcionou uma resolução após 1 hora após o início do tratamento. A frequência cardíaca apresentou diferença de 4 batimentos por minuto; IC 95%=1 a 6; p=0,004. Em Carvalho et al. houve redução significativa da frequência cardíaca (-11±18 bpm), comprovando a eficácia da VMNI na estabilização hemodinâmica (CARVALHO et al., 2008; GRAY et al., 2008).
A redução da frequência cardíaca é explicada no estudo de Kallet e Diaz (2009), onde relatam que utilizar a ventilação mecânica não invasiva em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva ocasiona uma alteração hemodinâmica de forma positiva, sendo visto pela perspectiva clínica. Devido ao aumento da pressão intratorácica o enchimento cardíaco não ocorre de forma total, levando a uma redução da pressão transmural e a pré e pós carga do ventrículo esquerdo, contribuindo para uma melhora no curso e na saída do volume cardíaco, podendo gerar uma diminuição da frequência cardíaca.
Kallet e Diaz (2009) também afirmam que quando o paciente que possui acidose respiratória, o seu organismo tende a se equilibrar aumentando a frequência respiratória na tentativa de eliminar o CO2 em excesso no pulmão, porém como sua troca gasosa está prejudicada, consequentemente ocorre uma dificuldade na atividade respiratória e uso de musculatura acessória. A grande dificuldade em respirar leva a utilização excessiva da musculatura acessória. Com o uso da VMNI VMNI nota-se uma diminuição da musculatura acessória e o restabelecimento das trocas gasosas, logo, o pH começar a se normalizar, levando à diminuição da FR. Ao contrário das alterações gasométricas que podem levar horas para serem detectadas, esse sinal pode ser avaliado em poucos minutos após a colocação da VMNI. A frequência respiratória dos pacientes do estudo diminuiu 12 irpm relacionada a média de antes e após a utilização desse recurso, mostrando assim que é notável uma melhora da frequência respiratória. Comparado antes e depois da VMNI, houve significância estatística para esse parâmetro.
Em relação à pressão arterial mensurada na entrada da emergência, os dados coletados tinham altos valores no início (PAS com 184±40 mmHg e PAS 113±24mmHg), e após o tratamento proposto, os pacientes obtiveram redução nesses parâmetros (PAS com 166±36 mmHg e PAD 97±24 mmHg). Sendo assim constata-se que o uso da VMNI influencia no controle da pressão arterial, uma vez que este é um sinal que pode agravar o estágio do EAP; manter seus números mais próximos do padrão de normalidade contribui para aumentar as chances de reversão do quadro.
Matoso et al (2012) afirmam ter observado em seu estudo que a pressão arterial foi reduzida após o tratamento com CPAP durante 1 hora e assim reduziram o agravamento da patologia. Dessa forma, constata-se que a utilização da VMNI é imprescindível no manejo do EAP, já que esta síndrome pode se agravar rapidamente. O uso deste aparato ventilatório representa maior chance de retardar a evolução do EAP e, concomitantemente, aumenta o tempo necessário para a eficácia dos medicamentos que aliviarão a congestão pulmonar.
Mesmo sendo visualizada a redução nos índices da pressão arterial, não foi possível observar significância estatística. Apesar dos autores discorrerem sobre a influência da pressão arterial no EAP, poucos são os estudos que optaram por demonstrar quantitativamente a diferença entre valores antes e após o uso da VMNI.
Foi observado que na coleta inicial dos sinais vitais dos pacientes a oximetria de pulso apresentou uma média de saturação periférica de oxigênio (SpO2) de 88±4% sendo que para haver um bom transporte de oxigênio sanguíneo é necessário no mínimo 90% da saturação de oxigênio; mas após a aplicação da VMNI a média da SpO2 foi elevada para 95±4%, havendo um aumento 7%, que foi significativo nos resultados estatísticos apresentados. Carvalho et al (2008)em seu estudo,observou melhoras significativas referentes aos sinais vitais avaliados de seus 14 pacientes com EAP sendo todos tratados com VMNI e demonstraram que após a realização do tratamento a saturação de oxigênio aumentou 43% nos pacientes que possuíam valor igual ou acima que 90%.
Portanto, ficou evidenciado que para os pacientes com EAP, a VMNI foi eficaz na reversão da queda da SpO2. De acordo com Spada et al. (2011) a elevação da saturação de oxigênio está diretamente associada ao sucesso de aplicabilidade da VMNI, que possui como características fácil manuseio e reversão rápida da condição clínica de forma não invasiva.
O tempo médio de internação hospitalar que foi encontrado na amostra dos pacientes tratados de forma imediata com VMNI foi de 6 dias, um tempo relativamente curto de permanência hospitalar. Mulero et al. (2005) retratou em sua pesquisa que o tempo médio de internação hospitalar de seus 199 pacientes com EAP submetidos a VMNI foi de 15 dias.
A respeito da utilização da VMNI foi possível verificar que houve uma redução nos dias de internação, promovendo a economia nos custos hospitalares e também proporcionando a diminuição da exposição a infecções por maior tempo de internação hospitalar. Entretanto, a literatura carece de estudos comparativos da eficácia da VMNI na redução no tempo de internação em relação aos pacientes que foram submetidos à intubação orotraqueal (HUBBLE et al., 2008; ROCHA e CARNEIRO, 2008; KEENAN et al., 2011).
Constatou-se que dos 11 pacientes admitidos na sala de emergência com EAP tratados com VMNI nenhum deles foi submetido à intubação orotraqueal e diante do desfecho clínico apenas 1 foi a óbito. Demonstrando entrou que este estudo teve 100% de eficácia da VMNI na prevenção da intubação orotraqueal e 91% na redução da taxa de mortalidade. Winck et al. (2006) em sua meta-análise demonstram que os pacientes com EAP fazendo uso de VMNI apresentam uma redução de 22% da taxa de intubação orotraqueal (IC 95%= -34% a -10%p=0,0004), com redução da taxa de mortalidade para 13% (IC 95%=-22% e -5%, p=0,0003) quando em comparação com a terapia medicamentosa convencional (WINCK et al., 2006).
As Recomendações Brasileiras de Ventilação Mecânica de 2013, dizem que utilizar a VMNI melhora também o nível de consciência além de outros parâmetros. Ambos retratam que a maioria dos pacientes com edema agudo de pulmão não apresentam rebaixamento do nível de consciência de forma severa, ou seja, os pacientes na maioria das vezes entram na emergência orientados ou sonolentos, podendo ser contra indicada a VMNI (CARVALHO et al., 2007; BARBAS et al., 2014).
Isso ocorreu durante a pesquisa confirmando estes dados, pois 55% dos pacientes deram entrada orientados e 35% com sonolência. Após a utilização, 82% dos pacientes estavam orientados e 9% sonolento, apresentando assim uma melhora significativa do nível de consciência.
Já o estudo realizado por Mulero et al (2005) retrata que quando VMNI foi realizada na sala de emergência de forma iminente, obteve-se 67,5% de resolutividade do quadro clínico, quando comparado aos pacientes de maior permanência em outros setores hospitalares, apresentando apenas 32,4% de efetividade. Esse estudo também demonstra que para o setor de emergência a VMNI evidenciou resultados positivos sobre a melhora dos parâmetros gasométricos, sinais vitais, redução da intubação orotraqueal e das taxas de mortalidade.
7. CONCLUSÃO
Conclui-se que o uso da VMNI mostrou-se eficaz na resolutividade do EAP apresentando melhora na sintomatologia, nos sinais vitais e nos dados gasométricos. Tendo base nos dados coletados, foi observado que grande parte dos pacientes se beneficiaram do uso da VMNI.
A melhora na troca gasosa permitiu a redução da hipóxia, aumentando a oxigenação dos tecidos e, consequentemente, aboliu a cianose; diminuiu o esforço respiratório, revertendo o padrão paradoxal e reduzindo a sensação de dispneia. A hipercapnia foi solucionada após o tratamento, sendo assim, o nível de consciência foi restaurado na maioria dos casos.
Pode-se perceber que nenhum paciente deste estudo foi intubado, evitando expô-los a riscos associados ao uso da ventilação mecânica invasiva e assim, minimizando o tempo de internação hospitalar e reduzindo a taxa de mortalidade.
Portanto, concluiu-se que apesar do pequeno número de pacientes avaliados neste estudo, foi possível verificar os benefícios que a VMNI proporciona aos indivíduos com EAP que chegam ao setor de emergência, sendo capaz de promover melhora dos sintomas e acelerar a resolução clínica, e assim, desmistificando a ideia de que este equipamento ventilatório é restrito aos setores de terapia intensiva.
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APÊNDICE 1
INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS
Nome: _______________________________________prontuário:______________
Data:____/____/_____ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Idade:________
Diagnóstico clínico:____________________________________________________
Origem do EAP cardiogênico: ( ) ICC ( ) Valvulopatia ( ) IAM ( ) Arritmias ( ) HAS
EAP de outras causas: ( ) Insuficiência renal ( ) gestação / estados hipervolêmicos
Antes do procedimento
Ausculta pulmonar:____________________________________________________
___________________________________________________________________Cianose: ( ) sim ( ) não Padrão paradoxal: ( ) sim ( ) não
PARÂMETROS | ANTES | DEPOIS |
pH | ||
pcO2 | ||
paO2 | ||
saO2 | ||
PARÂMETROS | ANTES | DEPOIS |
FC | ||
FR | ||
PA | ||
spO2 | ||
Δt de tempo de VNI |
Após procedimento
Ausculta pulmonar:____________________________________________________
___________________________________________________________________
Cianose: ( ) sim ( ) não Padrão paradoxal: ( ) sim ( ) não
Evoluiu com intubação: ( ) sim ( ) não
Desfecho: ( ) óbito ( ) Alta
Tempo de internação: ________________
APÊNDICE 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
OBRIGATÓRIO PARA PESQUISAS CIENTÍFICAS EM SERES HUMANOS
________________________________________________________________________
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PARTICIPANTE DA PESQUISA
Nome:………………………………………………………………………………………………………………………..
Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) Data Nascimento: ………./………./……..
Endereço:…………………………………………………………………………………………………………………..
Bairro:…………………………………………………… Cidade:……………………………………………………………………………………….
Telefone: (…..)…………………………………………………
E-mail: ………………………………………………………………………………..
Título do Protocolo de Pesquisa:A Utilização da Ventilação Mecânica Não Invasiva em Pacientes com Edema Agudo de Pulmão na Sala de Emergência.
Subárea de Investigação: Fisioterapia
Pesquisador responsável: Nildo Campos Rangel Neto – Universidade Estácio de Sá – Rua Oscar Soares, 1466, Nova Iguaçu – Email:nildorangel99@gmail.com.
Avaliação do risco da pesquisa:
( ) Risco Mínimo ( ) Risco Médio ( X ) Risco Baixo ( ) Risco Maior
Objetivos e Justificativa: Verificar a eficiência da utilização da ventilação mecânica não invasiva no edema agudo de pulmão na Sala de Emergência. Mostrar a importância do profissional de fisioterapia na sala de emergência hospitalar. Quantificar o desfecho clínico dos pacientes que foram submetidos à terapia com ventilação não invasiva (mortalidade x alta x tempo de internação). Estudar a incidência e a prevalência de edema agudo de pulmão na emergência hospitalar. Justifica-se este trabalho dando real importância e entendimento ao fisioterapeuta conforme a sua capacidade de aplicação desta técnica e resolutividade de um paciente em franco distúrbio respiratório, prevenindo-o da necessidade de suporte ventilatório invasivo.
Procedimentos: Este trabalho será um estudo observacional, descritivo e exploratório. Será observada a atuação do fisioterapeuta com o procedimento de ventilação mecânica não invasiva durante os atendimentos a pacientes com diagnóstico clínico de edema agudo de pulmão, independente da origem, desde que o procedimento não seja contraindicado, onde serão coletadas informações acerca do sexo, idade, diagnóstico clínico, presença de comorbidades e dados relacionados ao quadro clínico e gasométrico como: ausculta pulmonar, aumento do trabalho respiratório, cianose de extremidades, frequência respiratória, frequência cardíaca, pressão hidrogeniônica, pressão arterial sistêmica, pressão parcial de oxigênio no sangue arterial, pressão parcial de dióxido de carbono no sangue arterial, saturação de oxigênio no sangue arterial. Os dados serão coletados antes e ao término da aplicação de VMNI, sendo que a gasometria arterial será colhida após vinte minutos do término da aplicação do procedimento, que terá duração total de 60 a 120 minutos.
Riscos e inconveniências: A presente pesquisa oferece risco baixo ao ser humano, pois pode haver falha na aplicação da ventilação mecânica não invasiva, culminando em intubação orotraqueal e ventilação mecânica.
Potenciais benefícios: Demonstrar a melhora do trabalho respiratório e da troca gasosa, resolvendo um quadro crítico sendo assim prevenindo uma possível internação e a necessidade de intubação orotraqueal.
Informações Adicionais:
Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, pode entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – da Universidade Estácio de Sá, em horário comercial pelo e-mail cep.unesa@estacio.br ou pelo telefone (21) 2206-9726. O CEP-UNESA atende em seus horários de plantão, terças e quintas de 9:00 às 17:00, na Av. Presidente Vargas, 642, 22º andar.
Para esta pesquisa, não haverá nenhum custo do participante em qualquer fase do estudo. Do mesmo modo, não haverá compensação financeira relacionada à sua participação. Você terá total e plena liberdade para se recusar a participar bem como retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa.
________________________________________________________________________
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo: “A Utilização da Ventilação Mecânica Não Invasiva em Pacientes com Edema Agudo de Pulmão na Sala de Emergência”.Os propósitos desta pesquisa são claros. Do mesmo modo, estou ciente dos procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que a minha participação é isenta de despesas. Concordo voluntariamente na minha participação, sabendo que poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízos.
Este termo será assinado em 02 (duas) vias de igual teor, uma para o participante da pesquisa e outra para o responsável pela pesquisa.
Nova Iguaçu, __________ / ____________________ / ______________________
__________________________________ _________________________________
Assinatura do Participante da Pesquisa Assinatura do Responsável da Pesquisa