A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202509302054


Aliciane da Costa Farias Doce1
Pedro Faianca Melo2
Eva Vilma Alves da Silva3


RESUMO

A educação física é reconhecida como um elemento fundamental no desenvolvimento integral das crianças, especialmente no contexto escolar, onde aspectos motores, cognitivos, emocionais e sociais podem ser estimulados simultaneamente. No período da infância, as intervenções pedagógicas tornam-se especialmente relevantes, pois essa fase é marcada por transformações intensas e a formação de habilidades essenciais para o aprendizado e a convivência social. Este estudo teve como objetivo geral analisar como a educação física contribuiu  para o desenvolvimento integral das crianças no ambiente escolar, abrangendo as dimensões motora, cognitiva, social e emocional. A pesquisa foi conduzida por meio de uma revisão de literatura qualitativa, baseada em publicações entre 2020 e 2024, nas bases LILACS, Periódicos Capes e Scielo. Foram utilizados descritores como “educação física”, “desenvolvimento infantil” e “psicomotricidade”. Os critérios de inclusão consideraram estudos voltados à relação entre práticas de educação física e o desenvolvimento infantil, enquanto os de exclusão eliminaram artigos com metodologia inadequada ou que não abordassem diretamente o público infantil. Os resultados demonstraram que a educação física escolar promoveu avanços significativos no desenvolvimento motor, como coordenação e lateralidade, além de estimular habilidades cognitivas, como atenção e memória. Também foi constatado que atividades lúdicas e psicomotoras favoreceram o crescimento emocional e a socialização, fortalecendo competências como resiliência e cooperação. O estudo evidenciou a relevância de práticas planejadas e inclusivas, destacando a educação física como um recurso indispensável para a formação integral das crianças.

Palavras-chave: Educação Física. Desenvolvimento Infantil. Psicomotricidade.

1. INTRODUÇÃO

A educação física desempenha um papel essencial no desenvolvimento integral das crianças, abrangendo não apenas os aspectos físicos, mas também os cognitivos, emocionais e sociais. Diversos estudos apontam que as práticas regulares de atividades físicas contribuem para a formação de habilidades motoras, a promoção da saúde e o fortalecimento de valores como cooperação e respeito. No contexto escolar, a educação física foi reconhecida como uma ferramenta indispensável para fomentar o crescimento saudável e equilibrado das crianças, reforçando a importância de sua inclusão no currículo desde os primeiros anos de escolarização.

Nesse cenário, compreender como a educação física impactou o desenvolvimento infantil tornou-se uma temática de grande relevância. Pesquisas abordam diferentes perspectivas, como a influência das atividades físicas na prevenção de doenças, no desempenho escolar e na socialização. O foco no público infantil se justifica pela fase de intensas transformações físicas e psicológicas, momento em que intervenções pedagógicas adequadas podem contribuir para a formação de hábitos saudáveis que se estendem ao longo da vida.

O tema foi delimitado à análise do papel da educação física no desenvolvimento das crianças, considerando sua importância nas dimensões física, cognitiva e social. A problemática central reside em compreender como as práticas de educação física escolar podem impactar positivamente o desenvolvimento infantil. Assim, a pergunta problema que orientou esta pesquisa foi: como a educação física contribui para o desenvolvimento integral das crianças no ambiente escolar.

A pesquisa considerou como hipóteses que a educação física promove o desenvolvimento motor das crianças, potencializa habilidades sociais e contribui para a formação de valores éticos e comportamentais. Outra hipótese foi a de que, ao ser bem planejada, a prática de atividades físicas influencia positivamente o desempenho acadêmico das crianças.

O objetivo geral foi analisar como a educação física contribui para o desenvolvimento integral das crianças no contexto escolar. Como objetivos específicos, buscou-se investigar os impactos das atividades físicas no desenvolvimento motor infantil, avaliar a contribuição da educação física para o desempenho social e acadêmico das crianças e identificar estratégias pedagógicas mais eficazes na aplicação da educação física escolar.

Este estudo é relevante ao ampliar a compreensão sobre a importância da educação física na formação integral das crianças, oferecendo subsídios para educadores, gestores e pesquisadores na elaboração de práticas pedagógicas que promovam saúde e bem-estar. A relevância acadêmica também se reflete na contribuição para debates sobre políticas educacionais e estratégias pedagógicas mais inclusivas e eficazes.

A metodologia utilizada consistiu em uma revisão de literatura qualitativa realizada no período de quatro anos. Foram consultadas as bases de dados Lilacs, Periódicos Capes, Google Acadêmico e Scielo, com o objetivo de identificar estudos publicados que abordassem o impacto da educação física no desenvolvimento infantil, proporcionando uma análise fundamentada e abrangente.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo adotará uma abordagem qualitativa, com foco na revisão de literatura. A pesquisa bibliográfica será realizada utilizando artigos publicados entre os anos de 2020 e 2024. A seleção de publicações foi realizada nas bases de dados Lilacs, Periódicos Capes e Scielo. Os descritores empregados na busca foram “educação física”, “desenvolvimento infantil” e “aprendizagem motora”, combinados com operadores booleanos para ampliar ou refinar os resultados, ou seja, comprova que todas as pesquisas são verídicas.

Para garantir a qualidade do material selecionado, foram estabelecidos critérios de inclusão e exclusão. Como critérios de inclusão, considerou-se estudos que abordem especificamente a relação entre a prática de educação física e o desenvolvimento infantil, além de publicações disponíveis integralmente e em língua portuguesa. Por outro lado, os critérios de exclusão aplicados foram estudos que apresentem metodologia inadequada ou que não se concentrem no público infantil.

A análise dos dados foi complementada por consultas a jurisprudências entre os anos de 2019 e 2023, disponíveis nos Tribunais de Justiça do Brasil. Esses documentos foram analisados para compreender como aspectos legais e normativos influenciam a implementação de práticas educacionais relacionadas à educação física na infância.

A revisão de literatura foi fundamentada em procedimentos descritos por Gomes et al. (2022), pois a pesquisa bibliográfica permite compreender de forma ampla as contribuições da Educação Física no desenvolvimento motor infantil, uma vez que possibilita analisar e comparar estudos já existentes. Essa metodologia   sobre o tema promove reflexões teóricas importantes. Segundo os autores a cima citados, este procedimento viabiliza a análise crítica de conceitos e práticas previamente estabelecidos, sendo uma ferramenta essencial para a construção de novos entendimentos no campo acadêmico.

3. EDUCAÇÃO FÍSICA E O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA

A educação física desempenha um papel fundamental no desenvolvimento integral da criança, envolvendo aspectos físicos, cognitivos, emocionais e sociais. Maia, et al. (2020) destacam que atividades como jogos e brincadeiras nas aulas de educação física proporcionam às crianças a oportunidade de explorar suas capacidades motoras, além de favorecerem a socialização e o trabalho em equipe. Essas práticas criam um ambiente propício para o desenvolvimento de habilidades essenciais, contribuindo para a formação de uma base sólida para o aprendizado ao longo da vida.

A psicomotricidade, que abrange o controle motor e sua interação com o sistema cognitivo e afetivo, é amplamente beneficiada pelas atividades de educação física. Martins et al. (2021) argumentam que a educação física escolar é essencial no aprimoramento da psicomotricidade, ajudando as crianças a desenvolverem coordenação, equilíbrio e lateralidade. Esses aspectos são fundamentais não apenas para o desempenho físico, mas também para habilidades cognitivas relacionadas à concentração, memória e raciocínio lógico. Nesse sentido, Wallon (1968) já apontava que o desenvolvimento infantil ocorre a partir da integração entre motricidade, emoção e cognição, ressaltando a importância do movimento como base para a aprendizagem global da criança. Ao permitir a prática de exercícios diversificados, as aulas de educação física promovem um aprendizado motor que contribui para a autonomia e autoconfiança da criança.

O desenvolvimento motor e a lateralidade também ganham destaque quando se trata do impacto da educação física na infância. Martins, Martinez e Guerine (2021) apontam que atividades motoras realizadas de forma lúdica ajudam na identificação e fortalecimento das preferências laterais, fundamentais para a escrita, o desenho e outras tarefas que requerem precisão. Além disso, a prática regular dessas atividades estimula o desenvolvimento neuromotor e prepara a criança para os desafios escolares e do cotidiano, assegurando um crescimento equilibrado.

A educação física na infância não se limita ao corpo; ela também possui uma dimensão afetiva e social. Mello et al. (2021) enfatizam que o ambiente criado nas aulas de educação física favorece a interação entre as crianças, contribuindo para a construção de vínculos sociais e o respeito às diferenças. A inclusão de práticas corporais na educação infantil não apenas promove a saúde física, mas também estabelece um espaço para o debate sobre cidadania, ética e valores sociais. Nesse contexto, as crianças aprendem a lidar com frustrações, a respeitar regras e a valorizar o trabalho coletivo.

O ato de brincar, abordado por Pereira e Silva (2021), é central no processo de ensino e aprendizagem da educação física infantil. O brincar não é apenas uma atividade recreativa, mas um meio pelo qual a criança experimenta o mundo, aprende a resolver problemas e expressa suas emoções. Brincadeiras guiadas por profissionais de educação física integram aspectos pedagógicos que ajudam na superação de barreiras emocionais e no desenvolvimento de competências importantes para a convivência em sociedade. Nesse sentido, Gallahue e Ozmun (2005) destacam que o brincar constitui um dos principais contextos para o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, sendo essencial para que a criança avance nas fases do desenvolvimento motor. Além disso, segundo Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), a ludicidade cria oportunidades para a criança explorar seu corpo, experimentar diferentes movimentos e ampliar seu repertório motor, favorecendo aprendizagens significativas de forma natural e envolvente.

A necessidade de debates sobre a inserção e legitimação da educação física na educação infantil é apontada por Ribeiro e Oliveira (2021). Esses debates ressaltam a relevância de uma abordagem pedagógica voltada para as especificidades da infância, que considere o movimento como uma linguagem própria da criança. A educação física, quando bem planejada, é capaz de integrar o corpo ao processo de aprendizagem, promovendo o desenvolvimento integral em um contexto lúdico e significativo. No entanto, a falta de reconhecimento do valor dessas práticas em algumas instituições ainda representa um desafio para a plena implementação dessa disciplina na rotina escolar.

As aulas de educação física podem ser vistas como um espaço privilegiado para a promoção da saúde e do bem-estar infantil, além de servirem como base para a construção de hábitos saudáveis. Segundo Maia et.al (2020), jogos e brincadeiras que incentivam o movimento corporal ajudam na prevenção de doenças associadas ao sedentarismo, como obesidade e problemas cardiovasculares. Nesse sentido, a educação física não é apenas uma disciplina escolar, mas uma ferramenta de intervenção que pode transformar a relação das crianças com o próprio corpo e com o meio em que vivem.

O desenvolvimento emocional e a capacidade de lidar com desafios são habilidades igualmente aprimoradas por meio da educação física. Martins et al. (2021) observam que o enfrentamento de situações desafiadoras durante atividades físicas, como competições e exercícios que demandam superação, fortalece a resiliência e o controle emocional das crianças. Esse aprendizado extrapola o ambiente escolar e se reflete na vida cotidiana, onde habilidades como perseverança e autocontrole são essenciais.

Outro aspecto relevante das práticas de educação física infantil é o estímulo à criatividade e à expressão pessoal. Mello et al. (2021) afirmam que, por meio de jogos e atividades lúdicas, as crianças têm a oportunidade de explorar novas formas de movimento e experimentação. Essa liberdade de expressão corporal não apenas enriquece o repertório motor, mas também contribui para o desenvolvimento da autoestima e da autoconfiança. O movimento, nesse contexto, deixa de ser apenas uma ação física e se torna uma forma de comunicação e autodescoberta.

Pereira e Silva (2021) destacam que o brincar é um elemento essencial para o desenvolvimento cognitivo, pois promove o aprendizado por meio da interação e da experimentação. A ludicidade presente nas aulas de educação física torna o processo de aprendizagem mais dinâmico e prazeroso, engajando as crianças em atividades que estimulam a criatividade, o pensamento crítico e a solução de problemas. Dessa forma, a educação física não apenas complementa o desenvolvimento motor, mas também potencializa o crescimento intelectual e emocional.

O debate proposto por Ribeiro e Oliveira (2021) reforça a necessidade de uma visão mais ampla sobre a educação física na infância, que considere o contexto social e cultural das crianças. As práticas pedagógicas devem ser adaptadas às realidades dos alunos, valorizando suas experiências e promovendo o protagonismo infantil. Essa abordagem requer um planejamento cuidadoso por parte dos educadores, que devem atuar como mediadores do aprendizado e do desenvolvimento integral.

A educação física, ao integrar diferentes dimensões do desenvolvimento humano, se configura como uma disciplina indispensável na formação infantil. Maia, Farias e de Oliveira (2020) reforçam que atividades bem estruturadas contribuem para a construção de habilidades motoras e sociais, preparando as crianças para os desafios da vida escolar e social. Essa contribuição vai além da sala de aula, influenciando diretamente a qualidade de vida e a saúde das crianças, evidenciando a importância de práticas pedagógicas alinhadas às necessidades e características da infância.

3.1 Aspectos psicomotores e suas contribuições para a aprendizagem na infância

A psicomotricidade, entendida como a relação entre o corpo e os processos cognitivos, é fundamental no desenvolvimento infantil, especialmente no período da primeira infância. Estudos como o de Acosta e Próspero (2024) apontam que atividades físicas estruturadas, como a natação, podem influenciar positivamente o desenvolvimento motor e psicomotor de crianças entre 3 e 6 anos. A prática regular dessas atividades favorece a coordenação motora, o equilíbrio e a organização espacial, aspectos essenciais para o aprimoramento de habilidades físicas e cognitivas. Essa interação entre movimento e cognição é central para a construção de aprendizagens significativas na infância.

Costa e de Andrade Aoyama (2023) destacam que o estímulo psicomotor na educação infantil contribui diretamente para o desenvolvimento motor, preparando a criança para desafios futuros. A prática de atividades psicomotoras permite que as crianças desenvolvam competências como a lateralidade, a percepção espacial e temporal, que são indispensáveis para a alfabetização e outras atividades escolares.

A proposta educativa baseada na psicomotricidade deve ser integrada ao cotidiano escolar, promovendo uma abordagem que respeite o ritmo e as necessidades individuais de cada criança.

Marques e Santos Barros (2024) abordam a estimulação psicomotora como uma ferramenta indispensável no processo de aprendizagem. Durante as atividades lúdicas e motoras, as crianças aprendem a explorar o próprio corpo, reconhecendo suas capacidades e limitações. Esse processo não apenas melhora as habilidades motoras, mas também fortalece aspectos emocionais, como a autoconfiança e a resiliência. A estimulação adequada pode ser realizada por meio de brincadeiras guiadas, jogos e atividades que promovam a integração entre os aspectos motores e cognitivos.

No contexto escolar, Barbosa e Vilela (2021) argumentam que a psicomotricidade desempenha um papel decisivo no sucesso do desenvolvimento humano. O ambiente escolar oferece múltiplas oportunidades para que os alunos desenvolvam habilidades essenciais, como a coordenação motora fina e a atenção concentrada. A inserção de atividades psicomotoras no currículo escolar ajuda a estabelecer conexões mais fortes entre o corpo e o aprendizado, potencializando o desempenho acadêmico e o desenvolvimento social.

Braz e Júnior (2024) exploram o nível de conhecimento dos professores de educação física sobre o desenvolvimento psicomotor, revelando que a formação docente desempenha um papel essencial na qualidade das intervenções educativas. Educadores bem preparados conseguem identificar dificuldades psicomotoras nas crianças e aplicar estratégias específicas para superá-las. A ausência de uma formação sólida pode limitar a capacidade dos professores de promover atividades que estimulem adequadamente o desenvolvimento psicomotor, o que reforça a necessidade de investimentos em capacitação profissional.

Santos e Oliveira (2022) enfatizam as implicações da psicomotricidade na educação infantil, destacando que o desenvolvimento psicomotor não é um processo isolado, mas ocorre em interação com fatores emocionais e sociais. As atividades psicomotoras proporcionam oportunidades para que as crianças desenvolvam empatia, trabalho em equipe e habilidades de comunicação. Esses aspectos, aliados às competências motoras, são fundamentais para a construção de uma base sólida para o aprendizado ao longo da vida.

Pinto e Soares (2023) ressaltam a importância da educação física como um instrumento para o desenvolvimento psicomotor na educação infantil. As práticas corporais, quando planejadas e aplicadas de forma sistemática, contribuem para o desenvolvimento integral da criança. Os jogos e brincadeiras propostos nas aulas de educação física não apenas estimulam as habilidades motoras, mas também promovem a interação social e a resolução de problemas, criando um ambiente de aprendizado dinâmico e envolvente.

Acosta e Próspero (2024) observam que atividades aquáticas oferecem benefícios adicionais ao desenvolvimento psicomotor, por estimularem o controle respiratório, a resistência física e a autoconfiança. A prática da natação desde a infância possibilita a aquisição de habilidades motoras complexas, que favorecem o desempenho em outras modalidades esportivas e atividades cotidianas. Esse tipo de atividade, por sua vez, promove o desenvolvimento integral ao englobar aspectos físicos, emocionais e cognitivos.

Costa e Aoyama (2023) reforçam que o período da educação infantil é ideal para a introdução de práticas psicomotoras, pois é nessa fase que as crianças estão mais receptivas a estímulos que favorecem a maturação do sistema nervoso. As atividades realizadas nesse contexto devem ser diversificadas e planejadas de forma a proporcionar desafios adequados à idade e ao nível de desenvolvimento dos alunos. A proposta pedagógica deve integrar movimento e ludicidade, garantindo o engajamento das crianças e a consolidação das aprendizagens.

Marques e Barros (2024) abordam a estimulação psicomotora como um processo dinâmico e adaptativo, que requer a participação ativa das crianças. As práticas motoras realizadas em ambientes estruturados ajudam a desenvolver habilidades como a coordenação visomotora, essencial para tarefas escolares como a escrita. O papel do educador é fundamental para identificar e aplicar estratégias que atendam às necessidades específicas de cada criança, promovendo o desenvolvimento equilibrado.

Barbosa e Aguiar Vilela (2021) destacam que o sucesso do desenvolvimento psicomotor está intimamente relacionado à qualidade das intervenções pedagógicas. As atividades propostas devem respeitar a individualidade dos alunos, promovendo um ambiente de aprendizado inclusivo e motivador. Ao integrar a psicomotricidade ao currículo escolar, os educadores contribuem para a formação de alunos mais preparados para enfrentar os desafios acadêmicos e sociais.

Braz, da Silva e Júnior (2024) apontam que a formação contínua dos professores é indispensável para a efetividade das práticas psicomotoras. A compreensão dos princípios da psicomotricidade permite que os educadores planejem atividades que estimulem diferentes áreas do desenvolvimento infantil. Essa abordagem integrada garante que as crianças desenvolvam não apenas competências motoras, mas também habilidades cognitivas e emocionais, essenciais para o aprendizado e o convívio social.

Santos e Oliveira (2022) ressaltam que a psicomotricidade na educação infantil transcende os limites do corpo, influenciando diretamente o comportamento e as relações interpessoais das crianças. As atividades psicomotoras criam oportunidades para que os alunos explorem suas emoções e aprendam a lidar com desafios de maneira construtiva. Essa interação entre corpo, mente e emoções é essencial para a formação de crianças mais seguras e autônomas.

Pinto e Soares (2023) argumentam que a educação física na infância deve ser vista como uma oportunidade para promover o desenvolvimento integral das crianças. As práticas psicomotoras, além de estimularem o desenvolvimento motor, contribuem para a construção de habilidades sociais e cognitivas que são indispensáveis para a vida adulta. A integração dessas práticas ao ambiente escolar representa um investimento no futuro das crianças, preparando-as para serem indivíduos mais equilibrados e participativos na sociedade.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A educação física no contexto escolar desempenha um papel essencial no desenvolvimento integral das crianças, abrangendo os aspectos motor, cognitivo, emocional e social. Acosta e Próspero (2024) destacam que atividades como a natação contribuem para o desenvolvimento motor e psicomotor de crianças em idade pré-escolar, favorecendo habilidades fundamentais como coordenação e equilíbrio. Essa prática, quando integrada ao ambiente escolar, promove o aprimoramento de competências motoras que têm reflexos em outras áreas da aprendizagem.

Tabela 1: Resultados da pesquisa

NomeObjetivoTítuloAno
Acosta, Murilo Casagrande; Próspero, Viviani Gusmão MorettoAnalisar a influência da natação no desenvolvimento motor e psicomotricidade de crianças.A influência da prática de natação no desenvolvimento motor e psicomotricidade durante a infância (dos 3 aos 6 anos).2024
Barbosa, Maria Margarida Ramos; De Aguiar Vilela, Gersileide PaulinoIdentificar contribuições da psicomotricidade para o sucesso do desenvolvimento humano escolar.Contribuições da psicomotricidade para o processo de ensino e aprendizagem: um elo decisivo para o sucesso do desenvolvimento humano no espaço escolar.2021
Braz, Letícia Maria Alvez; Da Silva, Nadja Fonsêca; Júnior, José Airton de Freitas PontesAvaliar o conhecimento de professores sobre o desenvolvimento psicomotor na educação básica.Análise do conhecimento dos professores de educação física da educação básica sobre o desenvolvimento psicomotor.2024
Costa, Stella Maria Antunes; De Andrade Aoyama, ElisângelaInvestigar as contribuições da psicomotricidade para o desenvolvimento motor na infância.A psicomotricidade na Educação Infantil: contribuições para o desenvolvimento motor na primeira infância.2023
Maia, Divanalmi Ferreira; De Farias, Álvaro Luís Pessoa; De Oliveira, Marcos Antonio TorquatoExplorar o impacto de jogos e brincadeiras no desenvolvimento infantil.Jogos e brincadeiras nas aulas de educação física para o desenvolvimento da criança.2020
Marques, Isabel Keli Garcia Marchon; Dos Santos Barros, GlhevyssonExaminar a estimulação psicomotora e seu papel no aprendizado das crianças.A psicomotricidade no processo de aprendizagem e a estimulação psicomotora no desenvolvimento das crianças.2024
Martins, Henrique Marques et al.Estudar a contribuição da educação física no desenvolvimento psicomotor na escola.Educação Física escolar no desenvolvimento da psicomotricidade.2021
Martins, Maiara; Martinez, Victor Matheus Lopes; Guerine, Renan PropodoskiAvaliar a importância da educação física no desenvolvimento motor e lateralidade infantil.A importância da educação física escolar no desenvolvimento motor e na lateralidade em crianças.2021
Mello, André et al.Discutir dilemas e perspectivas sobre a educação física na educação infantil.Da inserção à legitimação: dilemas e perspectivas da educação física com a educação infantil.2021
Pereira, Danilo César; de Souza Silva, Daniel, et alAnalisar o brincar como ferramenta no desenvolvimento infantil.A importância do brincar para o desenvolvimento da criança.2021
Pinto, Ana Carolina Santos; Soares, Manoel HolandaExplorar a educação física como promotora do desenvolvimento psicomotor na infância.Educação Física para o desenvolvimento psicomotor na Educação Infantil.2023
Ribeiro, Jaíne de Abreu Santos; Ribeiro, Davi Soares Santos; De Oliveira, Cleiton AntonioDebater a relevância da educação física na educação infantil.Educação Física na Educação Infantil: um debate necessário.2021
Santos, Maria das Vitórias Silva; De Oliveira, Liliane Silva Câmaraidentificar as implicações da psicomotricidade na educação infantil.As implicações da psicomotricidade na Educação Infantil.2022
Fonte: Autor (2024).

No mesmo sentido, Costa e Andrade Aoyama (2023) apontam que a psicomotricidade é uma ferramenta indispensável na educação infantil, atuando diretamente no desenvolvimento motor das crianças. Assim, ao implementar práticas motoras estruturadas, as escolas podem proporcionar um ambiente que estimule não apenas o corpo, mas também a percepção espacial e temporal, aspectos que são essenciais para o sucesso acadêmico e social.

De maneira complementar, o papel da educação física na formação psicomotora é reforçado por Marques e Santos Barros (2024), que consideram a estimulação psicomotora como uma estratégia para integrar habilidades motoras e cognitivas no processo de aprendizagem. Essas atividades, quando aplicadas de maneira lúdica, ajudam as crianças a compreenderem suas capacidades, fortalecendo a autoconfiança e a autonomia.

Nessa perspectiva, Barbosa e Aguiar Vilela (2021) enfatizam que a educação física deve ser vista como uma prática pedagógica que vai além do movimento corporal, integrando o aprendizado ao desenvolvimento humano. Portanto, o ambiente escolar é considerado um espaço privilegiado para promover o desenvolvimento psicomotor, criando condições para que as crianças alcancem um equilíbrio entre o físico, o emocional e o cognitivo.

Do mesmo modo, para Braz, Silva e Júnior (2024), a formação dos professores de educação física é determinante para o sucesso das práticas psicomotoras no ambiente escolar. Educadores bem preparados conseguem aplicar estratégias pedagógicas que integram o movimento ao aprendizado, promovendo o desenvolvimento integral das crianças. Logo, essa relação direta entre formação docente e qualidade das práticas reflete-se no desempenho geral dos alunos.

Além disso, Santos e Oliveira (2022) abordam as implicações das práticas psicomotoras na educação infantil, destacando que a integração entre corpo e mente fortalece as interações sociais e emocionais das crianças. Atividades corporais guiadas, ao mesmo tempo em que desenvolvem habilidades motoras, também proporcionam um espaço para a construção de vínculos interpessoais e o fortalecimento da empatia.

Ainda nesse debate, a discussão sobre o papel da educação física no contexto infantil é aprofundada por Pinto e Soares (2023) argumentam que práticas pedagógicas voltadas ao desenvolvimento psicomotor criam um ambiente de aprendizado dinâmico. Desse modo, essas práticas integram aspectos físicos e sociais, permitindo que as crianças se desenvolvam de maneira equilibrada e segura.

Na mesma linha, Maia et.al. (2020) destacam que jogos e brincadeiras são ferramentas fundamentais para o desenvolvimento integral das crianças, pois promovem habilidades motoras, cognitivas e sociais. Essas atividades, quando aplicadas de forma estruturada no ambiente escolar, tornam-se essenciais para a construção de competências que vão além do espaço acadêmico.

Em continuidade, Martins et al. (2021) exploram a contribuição da educação física escolar no desenvolvimento psicomotor das crianças, ressaltando que essa disciplina é essencial para a coordenação, o equilíbrio e a concentração. O aprendizado psicomotor, promovido por práticas corporais, reflete-se diretamente no desempenho acadêmico e na capacidade das crianças de se relacionarem com o ambiente escolar.

Do ponto de vista motor, a importância da educação física no desenvolvimento motor e lateralidade das crianças é evidenciada por Martins, Martinez e Guerine (2021). Eles apontam que essas práticas fortalecem a identificação de preferências laterais, fundamentais para tarefas como a escrita e o desenho, consolidando habilidades que são essenciais para o sucesso no ambiente escolar.

Em contrapartida, Mello et al. (2021) abordam os dilemas e perspectivas da educação física na educação infantil, ressaltando que essa disciplina precisa ser reconhecida como parte integrante do desenvolvimento integral das crianças. Dessa forma, a   legitimação da educação física no currículo escolar é vista como um passo fundamental para garantir que as práticas pedagógicas atendam às necessidades específicas das crianças.

No que se refere ao brincar, Pereira e Souza Silva (2021) destacam que o brincar, elemento central da educação física, é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças. Atividades lúdicas guiadas ajudam os alunos a compreenderem o mundo ao seu redor, promovendo a criatividade, a resolução de problemas e o engajamento social.

Adicionalmente, Ribeiro, Ribeiro e Oliveira (2021) discutem a relevância da educação física como um espaço de integração entre corpo e aprendizado, enfatizando a necessidade de abordagens pedagógicas que considerem o contexto social e cultural das crianças. A proposta é que a educação física contribua para o protagonismo infantil, permitindo que as crianças sejam ativas em seu processo de desenvolvimento.

Portanto, considerando o conjunto de contribuições discutidas, observa-se que a educação física, por meio de práticas psicomotoras, lúdicas e estruturadas, desempenha um papel fundamental no desenvolvimento integral das crianças. Ela não apenas contribui para o aprimoramento motor, mas também fortalece habilidades cognitivas, emocionais e sociais, consolidando-se como uma disciplina indispensável no ambiente escolar

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise demonstrou que a educação física tem papel essencial no desenvolvimento integral das crianças no contexto escolar, abrangendo aspectos motores, cognitivos, sociais e emocionais. As práticas promovidas no ambiente escolar possibilitaram o fortalecimento de habilidades motoras e psicomotoras, como coordenação, equilíbrio e lateralidade, além de contribuírem para a construção de competências sociais importantes, como o trabalho em equipe, a empatia e o respeito às diferenças.

As atividades físicas estruturadas mostraram-se eficazes na estimulação de processos cognitivos relacionados à atenção, memória e resolução de problemas. Essa integração entre movimento e aprendizado criou condições para que as crianças desenvolvessem habilidades acadêmicas em um ambiente que respeitou suas características e ritmos individuais. A ludicidade, presente em jogos e brincadeiras, destacou-se como uma estratégia pedagógica que facilitou o aprendizado e aumentou o engajamento, promovendo uma vivência escolar mais prazerosa e significativa.

Além dos benefícios motores e cognitivos, a educação física atuou diretamente na formação emocional das crianças. A superação de desafios e o enfrentamento de frustrações durante atividades físicas permitiram o fortalecimento da resiliência e da autoconfiança. O ambiente escolar, ao propiciar essas experiências de forma planejada, foi essencial para a construção de crianças mais seguras e preparadas para enfrentar adversidades em diferentes contextos.

No âmbito social, a educação física proporcionou um espaço de convivência que favoreceu o desenvolvimento de habilidades interpessoais. As práticas coletivas contribuíram para que as crianças aprendessem a respeitar regras, compartilhar responsabilidades e valorizar a cooperação. Esses aprendizados, somados ao desenvolvimento motor e cognitivo, reforçaram o papel da educação física como uma ferramenta integral para a formação de indivíduos mais conscientes e ativos na sociedade.

Com base nos resultados analisados, ficou evidente que o objetivo proposto foi plenamente alcançado, permitindo a compreensão do impacto positivo da educação física no desenvolvimento integral das crianças. Essa contribuição reafirma a importância de políticas educacionais e práticas pedagógicas que valorizem e ampliem o acesso a uma educação física inclusiva e planejada, garantindo que os benefícios identificados se traduzam em ganhos duradouros para o desenvolvimento infantil.

6. REFERÊNCIAS

ACOSTA, Murilo Casagrande; Próspero, Viviani Gusmão Moretto. A influência da prática de natação no desenvolvimento motor e psicomotricidade durante a infância (dos 3 aos 6 anos). Revista Terra & Cultura: Cadernos de Ensino e Pesquisa, v. 40, n. especial, p. 250-297, 2024.

BARBOSA, Maria Margarida Ramos; De Aguiar Vilela, Gersileide Paulino. Contribuições da psicomotricidade para o processo de ensino e aprendizagem: um elo decisório para o sucesso do desenvolvimento humano no espaço escolar. Revista Eletrônica Interdisciplinar, v. 13, n. 1, p. 33-41, 2021.

BRAZ, Letícia Maria Alvez; Da Silva, Nadja Fonsêca; Júnior, José Airton de Freitas Pontes. Análise do conhecimento dos professores de educação física da educação básica acerca do desenvolvimento psicomotor. Revista Ensino em Debate, v. 2, p. e2024010-e2024010, 2024.

COSTA, Stella Maria Antunes; De Andrade Aoyama, Elisângela. A psicomotricidade na Educação Infantil:: contribuições para o desenvolvimento motor na primeira infância. Revista De Ciências Sociais Aplicadas, v. 4, n. 1, p. 25-52, 2023.

GOMES, B. M. da Silva et al. A contribuição da educação física  e seus efeitos no desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais no ensino infantil. Research,Society and Development, v. 11, n. 12, p.e379311231996, 2022. Disponível em: https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/3719. Acesso em:19 set. 2025.

GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2005

GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C.; GOODWAY, J. D. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.

MAIA, Divanalmi Ferreira; De Farias, Álvaro Luís Pessoa; De Oliveira, Marcos Antonio Torquato. Jogos e brincadeiras nas aulas de educação física para o desenvolvimento da criança. Cenas Educacionais, v. 3, p. e8623-e8623, 2020.

MARQUES, Isabel Keli Garcia Marchon; Dos Santos Barros, Glhevysson. A psicomotricidade no processo de aprendizagem e a estimulação psicomotora no desenvolvimento das crianças. Intercontinental Journal on Physical Education ISSN 2675-0333, v. 5, n. 3, p. 1-14, 2024.

MARTINS, Henrique Marques et al. Educação Física escolar no desenvolvimento da psicomotricidade. Research, Society and Development, v. 10, n. 8, p. e59310817982-e59310817982, 2021.

MARTINS, Maiara; Martinez, Victor Matheus Lopes; Guerine, Renan Propodoski. A importância da educação física escolar no desenvolvimento motor e na lateralidade em crianças. Revista Brasileira de Reabilitação e Atividade Física, v. 10, n. 1, p. 33-40, 2021.

MELLO, André et al. Da inserção à legitimação:: dilemas e perspectivas da educação física com a educação infantil. Revista didática sistêmica, v. 23, n. 1, p. 9-15, 2021.

PEREIRA, Danilo Cesar; De Souza Silva, Daniel. A importância do brincar para o desenvolvimento da criança. Educere-Revista da Educação da UNIPAR, v. 21, n. 1, 2021.

PINTO, Ana Carolina Santos; Soares, Manoel Holanda. Educação Física para o desenvolvimento psicomotor na Educação Infantil. Revista Interseção, v. 5, n. 1, p. 37-53, 2023.

RIBEIRO, Jaíne de Abreu Santos; Ribeiro, Davi Soares Santos; De Oliveira, Cleiton Antonio. Educação Física na Educação Infantil: um debate necessário. Corpoconsciência, p. 64-73, 2021.

SANTOS, Maria das Vitórias Silva; De Oliveira, Liliane Silva Câmara. As implicações da psicomotricidade na Educação Infantil. Revista Faculdade Famen| Reffen| ISSN 2675-0589, v. 3, n. 1, p. 130-141, 2022.

WALLON, Henri. Psicologia e educação da criança. Lisboa: Estampa, 1968.


1Discente do Curso Superior de Licenciatura em Educação Física do Centro Universitário Fametro- Manaus- Amazonas- Brasil

2Discente do Curso Superior de Licenciatura em Educação Física do Centro Universitário Fametro- Manaus- Amazonas- Brasil

3Docente do Curso Superior de Licenciatura em Educação Física do Centro Universitário Fametro- Manaus- Amazonas- Brasil. Mestre em Ciências do Movimento