A TECNOLOGIA E A GESTÃO NO AMBIENTE EDUCACIONAL: ABORDAGENS E REFLEXÕES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202505310151


Ueudison Alves Guimarães
Fabiana Conceição Castilho De Goes
Carlos Manoel Da Fonseca
Sebastião Alves De Almeida
Rosangela Maria Tortora Furlanetto
Veridiane Miranda De Oliveira
Fernanda Caetano Fernandes
Fábia Da Silva Oliveira.


RESUMO

O presente trabalho realiza um estudo aprofundado sobre as vastas contribuições que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) podem oferecer à gestão escolar, com ênfase no diário de classe digital como uma ferramenta indispensável para o educador. Pretendemos demonstrar, através desta pesquisa, que uma orientação adequada pode capacitar os docentes a explorar plenamente as potencialidades de uma ferramenta dinâmica e eficaz, com vastas aplicações no ambiente de aprendizagem. As TIC voltadas para o ensino são temas frequentemente debatidos por educadores e pesquisadores interessados na inserção de ferramentas tecnológicas nas práticas docentes. A incorporação dessa tecnologia na educação transforma radicalmente o cotidiano escolar, estabelecendo novas dinâmicas de praticidade e agilidade. A Secretaria de Estado de Educação já disponibilizou um software prático, simples e inovador, que promete trazer grandes benefícios a todos os professores e facilitar o trabalho das secretarias escolares, eliminando a necessidade de lançar manualmente as notas dos alunos em boletins. O uso adequado da ferramenta tecnológica para a gestão escolar oferece vantagens significativas para a melhoria organizacional da instituição. Se os docentes se apropriarem do diário digital e o utilizarem corretamente em suas rotinas, seguindo todas as etapas, eles e a instituição desfrutarão de inúmeros benefícios. Esta tecnologia não apenas otimiza o fluxo de trabalho, mas também eleva o patamar de eficiência e eficácia na administração escolar, marcando uma verdadeira revolução no cenário educacional.

Palavras-Chave: Educação. Gestão. Tecnologia.

ABSTRACT

This paper presents an in-depth study of the vast contributions that Information and Communication Technologies (ICT) can offer to school management, with an emphasis on the digital gradebook as an indispensable tool for educators. Through this research, we intend to demonstrate that adequate guidance can enable teachers to fully explore the potential of a dynamic and effective tool, with vast applications in the learning environment. ICT for teaching is a topic frequently debated by educators and researchers interested in the inclusion of technological tools in teaching practices. The incorporation of this technology in education radically transforms the school routine, establishing new dynamics of practicality and agility. The State Department of Education has already made available a practical, simple and innovative software, which promises to bring great benefits to all teachers and facilitate the work of school secretaries, eliminating the need to manually enter students’ grades in report cards. The adequate use of technological tools for school management offers significant advantages for the organizational improvement of the institution. If teachers take ownership of the digital diary and use it correctly in their routines, following all the steps, they and the institution will enjoy countless benefits. This technology not only optimizes the workflow, but also raises the level of efficiency and effectiveness in school administration, marking a true revolution in the educational scenario.

Keywords: Education. Management. Technology.

1. INTRODUÇÃO

Hoje, a influência da informática no mundo educacional é inescapável, pois a internet abre um vasto leque de novas possibilidades para ensinar e aprender. Os educandos contemporâneos são cada vez mais exigentes e anseiam por uma educação que esteja em sintonia com o seu tempo. No entanto, muitos professores ainda resistem em utilizar a tecnologia em suas aulas, o que entra em choque com a realidade dos alunos, que pertencem a uma geração digital.

Por outro lado, muitas secretarias escolares permanecem desatualizadas, desprovidas de equipamentos tecnológicos e acesso à internet, recursos essenciais para alcançar a excelência na gestão escolar.

Além disso, observações e vivências no contexto escolar, particularmente na área de gestão, revelam as dificuldades que os docentes enfrentam ao utilizar as tecnologias como facilitadoras dos processos de gestão. Essa situação gera conflitos entre a administração e a comunidade escolar, exacerbando a desconexão e impedindo o progresso. A integração tecnológica é imperativa para uma revolução educacional, rompendo barreiras e criando um ambiente de aprendizado e gestão verdadeiramente transformadores.

É papel da escola propiciar recursos que favoreçam os processos de ensino e aprendizagem, e as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) podem transformar radicalmente a qualidade do trabalho que a instituição oferece à comunidade.

Neste cenário, revela-se essencial explorar as diversas possibilidades que as tecnologias digitais oferecem como recursos pedagógicos, com o objetivo de elevar o desempenho dos alunos e alinhar as ações propostas pelas gestões, visando uma administração eficaz.

A transformação do computador em uma ferramenta educacional acompanha um profundo questionamento sobre a função da escola e o papel do professor, visto que a verdadeira missão do aparato educacional não deve ser simplesmente ensinar, mas sim criar condições propícias para a aprendizagem.

Essa revolução exige uma reavaliação completa do ambiente educacional, promovendo uma abordagem dinâmica e inovadora que desafia as normas tradicionais e inaugura uma era de educação centrada no aluno, impulsionada por tecnologias avançadas e práticas pedagógicas progressistas.

Valente (1993) explica que isso significa que o professor precisa deixar de ser o mero transmissor de conhecimento, uma função que o computador pode desempenhar com igual ou até maior eficiência, e se transformar em um arquiteto de ambientes de aprendizagem, um facilitador do desenvolvimento intelectual dos alunos.

Diante desse cenário revolucionário, propomos um estudo profundo sobre a gestão escolar, com o objetivo de dissecar as formas de utilização das tecnologias no processo de gestão do trabalho docente. Desse modo, este estudo buscará explorar como a integração tecnológica pode não apenas otimizar, mas também revolucionar as práticas de gestão e ensino, inaugurando uma nova era de inovação pedagógica e excelência educacional.

2. METODOLOGIA

De natureza bibliográfica e interpretativa, esta pesquisa mergulha profundamente nas reflexões sobre a gestão escolar e a inserção e utilização das novas tecnologias na escola, destacando a importância crucial de uma gestão democrática.

A pesquisa propõe uma análise crítica e inovadora, explorando como as tecnologias emergentes podem transformar radicalmente o ambiente educacional e redefinir o papel da gestão escolar, promovendo uma abordagem dinâmica e participativa que rompe com os paradigmas tradicionais e abre caminho para um futuro educacional revolucionário.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Gestão Escolar x Tecnologia

A utilização das tecnologias na escola não se limita à ideia de equipar a instituição com tecnologia de ponta, mas sim à efetiva mudança de paradigmas, integrando esses recursos nas rotinas educativas diárias de forma transformadora.

Sob essa perspectiva, o uso de tecnologias na gestão do trabalho docente promete revolucionar esses processos. Por exemplo, o registro de informações sobre os resultados do ensino, que antes era realizado nos diários de classe impressos, agora se expande além do mero lançamento de notas e frequências. Hoje, os diários eletrônicos capturam informações detalhadas sobre o aproveitamento dos educandos, abrangendo o desenvolvimento de habilidades e competências.

Essa abordagem não só otimiza a gestão educacional, mas também propicia uma visão holística e dinâmica do progresso dos alunos, inaugurando uma era de inovação pedagógica que transcende as limitações tradicionais e catapulta a educação para um novo patamar de excelência e eficiência.

Na sociedade da informação, as tecnologias digitais estão revolucionando não apenas os processos de ensino e aprendizagem, mas também reformulando radicalmente os procedimentos gerenciais, favorecendo de maneira significativa o trabalho do professor em suas diversas funções.

O diário de classe, que antes era meramente um repositório de notas e frequências, agora se transforma em uma ferramenta multifuncional que permite o registro detalhado da vida escolar individual de cada aluno, permitindo a ampliação exponencial de suas contribuições no trabalho docente, proporcionando uma visão abrangente e dinâmica do progresso e desenvolvimento dos alunos.

Essas informações, armazenadas em um sistema robusto de banco de dados, não apenas enriquecem o desenvolvimento profissional e social dos alunos, mas também servem como uma ponte decisiva para o mercado de trabalho.

Desse modo, empresas e instituições podem acessar esses registros para selecionar jovens aprendizes, atendendo às exigências de saber o histórico escolar detalhado dos candidatos, já que essa integração de dados educacionais e oportunidades profissionais impulsiona os alunos para novos horizontes, transformando o panorama educacional e profissional de maneira explosiva e inovadora.

O registro correto no diário digital pode acelerar significativamente este processo, conferindo mais autonomia e facilitando o trabalho do gestor, que não precisará assumir a incumbência de fazer essa seleção.

Conforme destacado pela Diretoria de Inclusão e Tecnologia da Seduc (DITEC), o acesso dos alunos ao ícone do site é um aspecto crucial: “O próprio estudante poderá verificar suas notas e resultados de trabalhos, assim como seus pais e responsáveis, que também terão acesso ao serviço. Basta digitar os dados do aluno” (PARÁ, 2015).

O portal do Diário de Classe Digital oferece acesso a cinco links diretos e poderosos: frequência, atividades pedagógicas, mapa das avaliações, registro e recuperação de desempenho e mapa demonstrativo. Essa ferramenta é de extrema importância, pois não só otimiza a gestão escolar, mas também revoluciona a interação entre alunos, pais e educadores, criando um ecossistema educacional dinâmico e interconectado.

O serviço já está disponível para professores e alunos de toda a rede pública de ensino, transportando as salas de aula para um processo de transformação radical, onde o uso das tecnologias de informação e comunicação se torna uma ferramenta indispensável para a revolução do processo de aprendizagem.

A Informática Educativa se destaca pelo uso estratégico da informática como suporte ao professor, servindo como um poderoso instrumento adicional em sua sala de aula, permitindo que ele utilize plenamente os recursos à sua disposição.

Democratizar o acesso a essas tecnologias é um desafio colossal para a sociedade atual, exigindo esforços hercúleos e mudanças drásticas nas esferas econômica e educacional. Para que todos possam acessar e utilizar confortavelmente as novas tecnologias, é necessário um esforço político monumental, pois é uma missão que requer a convergência de políticas visionárias e ações audaciosas para romper as barreiras existentes e inaugurar uma nova era de equidade digital e inovação pedagógica.Parte superior do formulárioParte inferior do formulário

Dado que as tecnologias estão em constante metamorfose, a aprendizagem contínua advém como uma consequência inevitável do nosso momento social e tecnológico, a ponto de podermos denominar nossa sociedade como uma “sociedade de aprendizagem”.

Entretanto, a utilização de ferramentas computacionais na sala de aula e na escola ainda se apresenta como um desafio colossal para educadores e administradores. Muitos se sentem inseguros em inserir a multimídia nos ambientes de trabalho e utilizá-la como aliada, devido, em parte, à falta de domínio dessas tecnologias.

Atualmente, a biblioteca deixou de ser o único meio que proporcionava ao aluno acesso ao conhecimento. Hoje, existem inúmeras formas de se realizar pesquisas. E a escola, inserida nesse contexto social midiatizado pelas TIC, não pode ficar à margem desse processo.

Ela deve se reinventar e abraçar a revolução digital, transformando-se em um epicentro de inovação e aprendizado contínuo, rompendo com as tradições e se lançando em um futuro em que a tecnologia e a educação se fundem em uma sinfonia de progresso e descobertas.

Essa redefinição da escola e dos sujeitos que dela fazem parte é imprescindível, pois precisamos compreender e utilizar essas tecnologias para aprimorar a qualidade do ensino. O gestor escolar exerce um papel crucial nesse processo. No entanto, não pretendemos transferir toda a responsabilidade ao gestor para realizar essa reestruturação. Partimos de um conceito de gestão baseado no compartilhamento de tarefas e no trabalho em equipe, valorizando a participação de todos os integrantes da escola, especialmente nas tomadas de decisões.

Essa abordagem colaborativa não apenas distribui a responsabilidade, mas também fomenta um ambiente dinâmico e inclusivo, onde cada voz é ouvida e cada contribuição é valorizada.

Não obstante, ressalta-se que ao abraçar essa nova era de gestão educacional, rompemos com os moldes tradicionais e lançamo-nos em uma trajetória de inovação e transformação, onde a tecnologia e a participação coletiva são os pilares de uma educação revolucionária e de alta qualidade.

Almeida e Alonso (2007) afirmam que o mundo mudou radicalmente, e as pessoas vivem em uma nova era, exigindo que as escolas estejam plenamente atentas a essa transformação. Portanto, o gestor escolar cumpre uma função fundamental ao propor novas formas de organizar o trabalho escolar, adaptando esse ambiente para refletir a realidade contemporânea. Para isso, ele deve estar preparado para enfrentar os desafios enormes que se impõem à educação e à própria escola.

Valente (2005, p. 29) enfatiza o uso do computador voltado para a educação: “A formação do professor, portanto, envolve muito mais do que provê-lo com conhecimento técnico sobre computadores. Ela deve criar condições para que ele possa construir conhecimento sobre os aspectos computacionais, compreender as perspectivas educacionais subjacentes às diferentes aplicações do computador e entender por que e como integrar o computador na sua prática pedagógica.”

Essa abordagem revolucionária busca tanto munir os professores com habilidades técnicas quanto capacitá-los a criar ambientes de aprendizagem imersivos e inovadores, visto que é um compromisso com a transformação total do cenário educacional, onde a tecnologia e a pedagogia se fundem em uma sinergia impetuosa de progresso e inovação.

Deve proporcionar ao professor as bases necessárias para romper barreiras administrativas e pedagógicas, impulsionando a educação de um sistema de ensino fragmentado para uma abordagem radicalmente integradora, voltada para projetos temáticos que refletem os interesses individuais dos alunos.

As mudanças paradigmáticas na Educação se tornam indiscutivelmente visíveis com a ascensão do uso das novas tecnologias, que lançam um olhar crítico e incisivo sobre a evolução vertiginosa dos produtos tecnológicos, sua interatividade voraz e os impactos transformadores que podem desencadear na sociedade, especialmente na escola e na Educação.

Assim sendo, torna-se imprescindível adotar práticas educacionais revolucionárias que formem cidadãos audazes, prontos para navegar no turbilhão do progresso tecnológico, participando ativamente e compreendendo profundamente suas vastas implicações, já que esses sujeitos devem estar cientes de que seus discursos são tijolos na construção da historicidade deste processo extraordinário.

Hoje, a escola, a família, os grupos sociais e os meios de comunicação insurgem como espaços essenciais de educação e socialização. Com isso, entende-se a urgência de criar, dentro das instituições educacionais, das famílias e de outros estabelecimentos sociais, espaços vibrantes para a reflexão sobre o papel político, cultural e econômico das mídias.

Essa metamorfose demanda uma reconfiguração total da abordagem educacional, forjando um ambiente de aprendizado amplamente dinâmico e inovador que desafia as normas tradicionais e inaugura uma era de educação centrada no aluno, propulsionada por tecnologias de ponta e práticas pedagógicas vanguardistas. É uma revolução educacional que integra e amplifica cada aspecto do processo de ensino e aprendizagem, preparando os alunos para um futuro imerso em constante mudança e inovação frenética.

3.2 A Tecnologia em sala de aula

Ultimamente, a prática docente tem sido um campo repleto de discussão, especialmente em relação ao uso intenso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), que não só têm moldado comportamentos, mas também revolucionado o processo de ensino e aprendizagem dos alunos.

No cotidiano escolar, a integração das TICs na prática pedagógica está se tornando cada vez mais imperativa. Portanto, faz-se necessário que o professor, como transmissor e mediador, possua um conhecimento profundo e habilidades afiadas para estabelecer essa ponte dinâmica de informações aos alunos, permitindo que eles processem esses dados de forma crítica, utilizando-os para construir seus próprios conhecimentos e atender às suas necessidades educacionais de maneira eficaz.

Essa transformação, além de elevar o papel do docente a novos patamares de influência e inovação, também inaugura uma era de aprendizado profundamente interativo e crítico, onde a tecnologia e a pedagogia se fundem em uma sinergia eletrizante de possibilidades educacionais.

Kenski (2007) afirma enfaticamente que, na nova realidade, o tempo da educação é o próprio tempo da vida. Para a autora, é absolutamente decisivo que as políticas educacionais e todas as instituições educativas estejam preparadas para enfrentar as novas exigências, que vão muito além do mero domínio tecnológico. Essas exigências demandam uma revolução completa no paradigma educacional, exigindo que as instituições se adaptem e se reinventem continuamente, alinhando-se às inovações tecnológicas, às transformações sociais, culturais e econômicas que moldam o nosso mundo em constante evolução.

Elas estão mergulhadas nesse jogo para que todos possam enfrentar e dominar plenamente os desafios dinâmicos da sociedade atual. Segundo Marchesi (2002), os documentos que analisam a situação da América Latina destacam a necessidade urgente de uma educação integral, ampla e irrestrita, capaz de enfrentar as tecnologias e as transformações vertiginosas dos dias de hoje.

Todas essas mudanças estão exercendo uma pressão avassaladora sobre os sistemas educacionais, transformando radicalmente a qualidade do ensino, a igualdade de acesso, o funcionamento das escolas, suas relações com outras instituições e atores, e redefinindo o papel dos professores em uma sociedade cada vez mais marcada pela informação e pelo conhecimento.

Cada vez mais se consolida a convicção de que a educação é a melhor garantia para o progresso dos cidadãos e dos povos. Filatro (2004) destaca a necessidade urgente de compreender os elementos fundamentais das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) não apenas sob uma perspectiva técnica, mas também em seus significados profundos para as atividades humanas. Dessa maneira, as TIC podem ser integradas de forma revolucionária ao cotidiano das escolas e de todos os envolvidos com a educação, transformando radicalmente o ambiente educacional e potencializando cada interação e aprendizado, sendo que considerada uma chamada para uma revolução educacional onde tecnologia e pedagogia se fundem em uma sinergia explosiva, redefinindo o futuro do ensino.

Para Oliveira (2010), a definição dos docentes engloba tanto os sujeitos que operam no processo educativo dentro das escolas e em outras instituições de educação, abrangendo uma variedade de cargos, funções, tarefas, especialidades e responsabilidades, que moldam suas experiências e identidades, quanto às atividades laborais que realizam.

Segundo a autora, as atividades docentes contemporâneas são esculpidas pelas constantes mudanças e exigências da educação, transformando o trabalho do professor em um empreendimento diverso e comunicativo, que transcende as fronteiras tradicionais da sala de aula. Essa redefinição radical do papel docente exige uma adaptabilidade feroz e uma inovação contínua, impulsionando os educadores a caminharem e dominarem um cenário educacional em constante evolução, repleto de desafios e oportunidades explosivas.

Paiva (2008) afirma que uma nova tecnologia emerge das tecnologias já existentes, e à medida que se tornam obsoletas, torna-se essencial um aperfeiçoamento contínuo, visando à redução de tempo, custo e ao aumento da produtividade. A inovação tecnológica surge para realizar tarefas que as tecnologias atuais não conseguem suportar ou para executar essas tarefas em um tempo significativamente menor do que as tecnologias predecessoras, representando um enorme salto evolutivo. Esse processo de aperfeiçoamento e evolução é impulsionado pela necessidade incessante de resolver problemas de maneira mais eficiente e eficaz, revolucionando continuamente o panorama tecnológico e redefinindo os limites do possível.

Ainda segundo o autor, as tecnologias e seus avanços são produtos do capitalismo. A evolução da humanidade, desde a descoberta do fogo, passando pela invenção da roda e o domínio da energia, exemplifica de maneira cristalina a análise diacrônica da história das tecnologias. A invenção da imprensa por Gutemberg em 1442 representa a primeira grande revolução tecnológica na história da cultura humana, um marco que catapultou a disseminação do conhecimento e precipitou transformações culturais e sociais de proporções inimagináveis.

No entanto, a utilização dessas tecnologias na educação vai muito além de simplesmente equipar a escola com tecnologia de ponta. Ela exige uma mudança radical de paradigmas que incorpore esses recursos de maneira transformadora nas rotinas educativas diárias.

A enxurrada de informações disponível como mera difusão de dados não se traduz automaticamente em conhecimento. O verdadeiro conhecimento demanda uma ação crítica e reflexiva sobre os conteúdos das informações recebidas, uma abordagem que transcende a superficialidade e mergulha nas profundezas da compreensão e aplicação.

A internet, assim como o livro, a televisão e a informática, é vista na perspectiva de Levy (1998) como tecnologias intelectuais que representam um novo saber revolucionário.

Assim sendo, o professor deve estar em um processo contínuo e intenso de aprendizagem. Esse novo saber, profundamente enraizado nas tecnologias que invadem nossos lares cada vez mais cedo e se estendem até as escolas, é implacavelmente exigente. Assim, a integração entre o ambiente escolar e o corpo docente passa a ser encarada como primordial, promovendo a sociabilidade dos alunos e a familiaridade dos professores com o universo tecnológico.

Segundo Freire (1971), a nova delimitação que deve ser adotada pelos professores diante das mensagens midiáticas transforma radicalmente o conceito de “sala de aula”, renomeando-a como “um encontro em que se busca o conhecimento, e não em que este é transmitido” (FREIRE, 1971, p.79).

Na era digital, os professores enfrentam uma pressão imensa do currículo escolar, dos vestibulares e dos concursos, para incorporar conteúdos de informática e outras tecnologias em suas aulas. Essa demanda frequentemente desagrada aos docentes e representa um desafio colossal para alguns gestores, que lutam para integrar essas novas possibilidades tecnológicas na escola.

A revolução digital exige uma reconfiguração impactante da educação, onde a sala de aula se torna um espaço dinâmico de busca e construção de conhecimento, rompendo com as práticas tradicionais de ensino. Com isso, compreende-se que a integração de tecnologias não é apenas uma adição de conteúdos, mas uma transformação profunda do processo educativo, desafiando educadores e gestores a inovarem e a abraçarem a mudança com coragem e criatividade.

Essa resistência em incorporar as mudanças não se restringe apenas aos docentes, mas permeia toda a estrutura escolar. PAPERT (1994, p.209) ressalta incisivamente: “A escola é um notável exemplo de uma área que não mudou tanto. Pode-se dizer que não houve qualquer mudança na maneira que nós distribuímos a educação aos novos estudantes (…) o nosso sistema de escolaridade mudou, mas não de uma forma que tenha alterado sua natureza (…).”

A inércia institucional é um obstáculo gigantesco que impede a verdadeira transformação educacional. Apesar das pressões externas e internas para integrar as tecnologias digitais, a escola permanece ancorada em práticas arcaicas, revelando-se um sistema que se recusa a evoluir de maneira significativa, mantendo-se alheio às revoluções tecnológicas que poderiam catapultar a educação para novas dimensões de inovação e eficácia.

Essa resistência não é meramente uma questão de relutância individual, mas um sintoma de uma estrutura educacional profundamente enraizada que necessita de uma reconfiguração radical. A era digital exige que superemos as barreiras do conservadorismo educacional, substituindo-as por um compromisso inabalável com a inovação, a criatividade e a adaptação contínua. É hora de abraçar uma mudança explosiva que redefine a educação desde suas fundações, transformando cada sala de aula em um laboratório dinâmico de aprendizado e descoberta.

Por que, em uma era em que tantas atividades humanas foram revolucionadas, a educação parece ter permanecido estagnada? Nesse cenário, é vital manter uma reflexão contínua e fervorosa sobre o papel da escola e da prática pedagógica, permitindo que cada voz ressoe na ressignificação dos saberes, mediada pelo coletivo.

A relevância do docente é extraordinária, por isso, é crucial que os educadores compreendam a transformação radical do tempo e do espaço no processo de ensino-aprendizagem, especialmente considerando que os meios tecnológicos agora assumem um papel fundamental na mediação do conhecimento.

Essa compreensão não é meramente opcional, mas uma exigência impulsiva da era digital. O docente deve ser um agente de mudança, capaz de trilhar os caminhos complexos da inovação tecnológica e integrar essas ferramentas de maneira dinâmica e eficaz na educação, entendo esse momento como chamado para uma revolução pedagógica que rompe com as convenções do passado, abraça o potencial ilimitado das tecnologias contemporâneas e redefine o futuro do aprendizado com uma energia fervilhante e uma criatividade sem limites.

4. DISCUSSÕES

Quando mencionamos tecnologias, nossa mente costuma evocar instantaneamente imagens de computadores, vídeos, softwares e Internet. Sem dúvida, essas são as mais visíveis e influentes no direcionamento da educação. Contudo, é essencial lembrar que o conceito de tecnologia é vastamente mais abrangente.

Tecnologias englobam todos os meios, apoios e ferramentas que utilizamos para promover a aprendizagem dos alunos. A maneira como organizamos esses alunos em grupos, em salas de aula, ou em outros espaços, também constitui tecnologia. Cada estruturação, cada método de agrupamento, cada ambiente de aprendizado é uma manifestação tecnológica, pois é um momento para repensar a educação como um vasto campo de inovação, onde cada elemento, desde a disposição das carteiras até as plataformas digitais mais avançadas, contribui para uma revolução educativa total e implacável.

Neste século XXI, estamos testemunhando o auge das novas tecnologias da informação e da comunicação, revolucionando a sociedade moderna. A convergência explosiva das inovações na informática, comunicação e telecomunicações se manifesta em uma gama impressionante de artefatos tecnológicos, desde celulares até computadores, que capacitam os usuários a enviarem e receberem mensagens, ouvir rádio, assistir vídeos, produzir fotos e proporcionar comunicação audiovisual entre pessoas em diferentes partes do mundo.

Contudo, quando se trata de nossos educadores, especialmente aqueles com vasta experiência docente, observamos um verdadeiro “pânico” diante da perspectiva de desenvolver atividades com o auxílio desses artefatos tecnológicos. Este medo paralisa a inovação educativa e impede que a educação se alinhe com a revolução tecnológica que está transformando o mundo ao nosso redor. Por isso, faz-se necessário superar essa barreira, abraçar a mudança e integrar essas ferramentas poderosas no processo de ensino, transformando o “pânico” em uma oportunidade para um renascimento pedagógico vibrante e dinâmico.

Segundo Pretto (1996), não podemos nos iludir pensando que a mera incorporação desses novos recursos na educação garantirá automaticamente uma revolução educativa ou uma escola do futuro. Estamos vivendo um momento histórico singular, onde novos valores estão emergindo na sociedade. Apesar dos avanços significativos nos últimos anos, com melhorias nos indicadores educacionais e um salto impressionante na universalização do acesso ao ensino fundamental, ainda há muito a ser feito para qualificar esse acesso e combater a histórica tendência de exclusão social do sistema educacional.

Na sociedade, as novas tecnologias são incorporadas a uma velocidade estonteante, mas nas escolas persiste uma desconfiança obstinada, uma morosidade frustrante e uma alarmante ausência de incorporação tecnológica. Os equipamentos tecnológicos são frequentemente relegados ao esquecimento, trancados em armários, como se fossem relíquias perigosas.

É verdade que essa situação decorre em parte da falta de infraestrutura adequada para proteger esses equipamentos, mas há um problema ainda mais profundo. Além de capacitar os docentes, demanda-se que os gestores também participem de cursos de qualificação para o uso das novas tecnologias, pois precisam se tornar líderes ativos na inclusão digital e na alfabetização tecnológica, impulsionando a presença dinâmica da tecnologia tanto no contexto administrativo quanto pedagógico.

Segundo Almeida (2004, p. 2), o envolvimento dos gestores escolares é importante na articulação dos diversos segmentos da comunidade escolar. Sua liderança no processo de inserção das TICs nos âmbitos administrativo e pedagógico, além da criação de condições para a formação continuada e em serviço dos profissionais, pode provocar uma transformação radical na escola, convertendo-a em um espaço impactante de articulação e produção de conhecimentos compartilhados.

A Internet é um campo virtual de comunicação e disseminação. Atualmente, revela-se indispensável que cada escola mostre à sociedade o que realiza, os projetos que desenvolve, a filosofia pedagógica que adota e as atribuições e responsabilidades de cada membro dentro da instituição, divulgando todos os seus projetos para a comunidade.

Desse modo, a escola se “abre”, oferecendo acesso irrestrito a informações gerais. No entanto, cada escola enfrenta uma realidade concreta que impacta a gestão das tecnologias. Por exemplo, se uma escola atende a uma comunidade de classe alta ou de periferia, mesmo seguindo os mesmos princípios pedagógicos, precisará adaptar seu projeto de gestão à realidade específica em que está inserida.

Embora ainda estejamos longe do ideal, temos feito avanços significativos na informatização das escolas nos últimos anos. Todavia, a demanda incessante por novos laboratórios, conexões ultrarrápidas e programas atualizados é implacável, gerando um estado de apreensão constante nos gestores. Eles se encontram num dilema angustiante: investir agora ou hesitar diante da velocidade vertiginosa com que surgem novas soluções e atualizações tecnológicas.

5. CONCLUSÃO

Cabe destacar que o professor deve estar meticulosamente preparado para desenvolver uma série de competências altamente relevantes: permanecer continuamente disposto a aprender a aprender, abordar temas emergentes no contexto e de interesse dos alunos, promover o desenvolvimento de projetos cooperativos, assumir uma postura investigativa do conhecimento e da aprendizagem do aluno, incentivar a reflexão profunda e a metacognição, dominar recursos computacionais e identificar suas potencialidades na prática pedagógica.

Além disso, ele deve cultivar um processo constante de reflexão na prática e sobre a prática, reelaborando incessantemente teorias que orientem sua atuação como mediador, pois a escola enfrenta uma distância considerável entre teoria e prática, uma lacuna que só pode ser superada por uma abordagem dinâmica e inovadora da educação.

Os educadores enfrentam a necessidade urgente de questionar o uso das tecnologias no campo educacional, devendo estar habilitados a lidar com novos recursos tecnológicos e integrá-los de forma eficaz às suas práticas docentes. Para isso, devem se colocar na posição de aprendizes. Este é o grande obstáculo: aceitar as novas tendências tecnológicas exige que os professores abandonem as antigas práticas curriculares e inovem suas abordagens em sala de aula, buscando maneiras revolucionárias de ensinar os conteúdos, despertando a curiosidade e a criatividade dos alunos.

Essa transformação não é apenas necessária; é urgente. Cada educador deve abraçar a mudança com uma mentalidade aberta, rompendo com as tradições obsoletas e se lançando em uma jornada de aprendizado contínuo e inovação. Somente assim poderemos transformar a sala de aula em um laboratório de criatividade e conhecimento, onde a curiosidade e a inventividade dos educandos são continuamente estimuladas, potencializando a educação para novas alturas de eficácia e relevância.

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