REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202505302249
Beatriz Reis de Oliveira1
Neimar de Freitas Duarte2
RESUMO:
Este artigo investiga os impactos das mudanças climáticas na proteção civil e analisa os desafios e oportunidades para a gestão de riscos ambientais no Estado do Acre, apresentando ferramentas de gestão essenciais para a mudança da realidade da gestão da Defesa Civil da Capital e do Estado. Através de uma revisão bibliográfica abrangente, este estudo aborda a frequência de desastres ambientais e explicita a necessidade da utilização contínua de ferramentas que otimizem o uso de recursos, bem como facilite a tomada de decisões em emergências. A metodologia aplicada inclui a análise documental, a qual forneceu documentos de primeira mão, dados recentes que ainda não foram estudados e tabulados, bem como dados de eventos já ocorridos. Os resultados indicam que apesar dos esforços advindos da Prefeitura e do Estado, os quais buscam mitigar os impactos causados pelos desastres, principalmente de inundações, a região precisa ter uma visão holística, investir em ferramentas que gerenciam melhor os recursos disponíveis, bem como fornecer uma tomada de decisão informatizada. Conclui-se que a utilização de ferramentas de gestão é essencial para a melhoria do planejamento e gerenciamento de ações de mitigação de riscos com foco na gestão de riscos ambientais, evidenciando a necessidade de implementação e treinamento contínuo dos profissionais atuantes da área de Defesa Civil.
Palavras–chave: Ferramentas de Gestão. Defesa Civil. Gestão de Riscos. Mudanças Climáticas. Inundação. Acre.
SUMMARY:
This article investigates the impacts of climate change on civil protection and analyzes the challenges and opportunities for environmental risk management in the State of Acre, presenting essential management tools for changing the reality of Civil Defense management in the Capital and the State. Through a comprehensive literature review, this study addresses the frequency of environmental disasters and explains the need for the continued use of tools that optimize the use of resources, as well as facilitate decision-making in emergencies. The methodology applied includes documentary analysis, which provided first-hand documents, recent data that have not yet been studied and tabulated, as well as data from events that have already occurred. The results indicate that despite the efforts made by the City Hall and the State, which seek to mitigate the impacts caused by disasters, especially floods, the region needs to have a holistic view, invest in tools that better manage available resources, as well as provide computerized decision-making. It is concluded that the use of management tools is essential for improving the planning and management of risk mitigation actions with a focus on environmental risk management, highlighting the need for implementation and continuous training of professionals working in the Civil Defense area.
Keywords: Management Tools. Civil Defense. Risk Management. Climate Change. Flood. Acre.
1 INTRODUÇÃO
Globalmente, as mudanças climáticas têm provocado um aumento na frequência e na intensidade de eventos climáticos extremos, como inundações, secas, tempestades e incêndios florestais. Esses eventos representam sérios desafios para a proteção civil, ameaçando a segurança e o bem-estar das comunidades em todo o mundo. Marengo (2015) aponta que a intensificação das mudanças climáticas, provocadas por atividades antrópicas, elevou a frequência de eventos climáticos extremos, em quantidade e em intensidade. No Estado do Acre, localizado na região amazônica do Brasil, os impactos das mudanças climáticas são especialmente significativos devido à sua extensa cobertura florestal e à vulnerabilidade das populações locais a desastres naturais.
Nascimento (2011 apud PIRES; SILVA, 2020) comenta que no estado do Acre, a ocupação da terra ocorre principalmente ao longo de rios e estradas, resultando na conversão de florestas em áreas de cultivo e pastagens. Esse processo causa impactos ambientais em níveis local, regional e global. Em Rio Branco, a ocupação de áreas vulneráveis por grande parte da população agrava os efeitos das cheias, que têm sido um problema recorrente na história da cidade.
Nos últimos anos, o aumento da incidência de eventos extremos, como secas severas, enchentes e tempestades, têm sido diretamente associados às mudanças climáticas globais. Como apontam autores como Olsson et al. (2014), Coumou e Rahmstorf (2012) e Swart et al. (2019), o aumento da temperatura global, resultante do aumento de gases de efeito estufa na atmosfera, modifica padrões hidrológicos, ambientais e climáticos, levando a uma maior frequência e intensidade de eventos de risco.
Segundo Molina (2010), as mudanças climáticas agravaram desastres ambientais ao intensificar processos como o desmatamento, a degradação de áreas de preservação e o uso insustentável dos recursos naturais, fatores que influenciam diretamente na ocorrência de eventos de cheias e inundações. Essa alteração no regime de chuvas, com períodos de seca mais prolongados seguidos de chuvas intensas, potencializa o risco de eventos extremos. Esses fenômenos naturais, agravados pelas mudanças climáticas, representam uma ameaça inevitável à segurança hídrica, à saúde pública e ao bem-estar social.
De acordo com IPCC (2014), as alterações climáticas têm provocado um aumento na vulnerabilidade social, especialmente em populações de baixa renda, comunidades rurais, urbanas e populações indígenas. Essas populações, concentradas em áreas de risco, enfrentam problemas históricos de vulnerabilidade social, agravados pelo crescimento populacional desordenado, ocupação de margens de rios e uso irregular do solo, fatores que contribuem para o aumento dos prejuízos em eventos de enchentes e inundações.
O Estado do Acre enfrenta uma série de desafios relacionados aos impactos das mudanças climáticas na proteção civil. De acordo com o artigo intitulado Amazon climate extremes: Increasing droughts and floods in Brazil’s state of Acre [Extremos climáticos na Amazônia: aumento de secas e inundações no estado brasileiro do Acre] “o estado do Acre registrou 202 eventos extremos entre 1987 e 2023, com tendência crescente no número e na ocorrência de vários tipos de eventos extremos no mesmo ano desde 2010”, tais desafios representam sérias ameaças à segurança das comunidades locais. Sendo assim, quais as variantes do impacto das mudanças climáticas no Estado do Acre? O uso de ferramentas, como a Matriz SWOT, na administração pode ajudar na gestão e eficiência da defesa civil na cidade de Rio Branco?
Apesar dos desafios enfrentados, as mudanças climáticas também oferecem oportunidades para a gestão de riscos ambientais no Estado do Acre, incentivando a adoção de medidas de adaptação e mitigação mais eficazes e promovendo a colaboração entre diferentes atores e setores da sociedade.
As enchentes no Rio Acre são desastres cíclicos e recorrentes que afetam a região do Estado do Acre, localizado na região norte do Brasil. A capital do Acre situa-se sobre terrenos sedimentares argilosos da Formação Solimões, às margens do rio Acre, com a mancha urbana ocupando áreas de “terra firme” e da planície de inundação. Estes terrenos distintos formam relevo relativamente plano, com gradientes topográficos de baixa amplitude (MAIA, 1977, apud OLIVEIRA; FERREIRA, 2006).
O Estado do Acre possui características climáticas particularizadas. Durante os meses de outubro a março a cidade de Rio Branco, localizada na região do Baixo Rio Acre recebe quantidades consideradas de precipitações pluviométricas em seu espaço geográfico e, também, os totais pluviométricos oriundos da região do alto Rio Acre, que ocasiona o significativo aumento do nível das águas do Rio Acre, ao longo de seu curso finda por ocasionar grandes enchentes (SANTOS, 2006).
O clima, a hidrografia da região, o ciclo hidrológico, o fenômeno das precipitações, aliados aos aspectos demográficos que ampliam a vulnerabilidade, são fatores que, interagindo, contribuem significativamente para a ocorrência das enchentes no Rio Acre (SANTOS, 2006). Além disso, o evento pode ser intensificado por más práticas humanas, como a poluição, descarte inadequado de lixo e desmatamentos (ALEXANDRE, 2024).
O Plano Estadual de Recursos Hídricos do Acre (SEMA, 2012) corrobora ao incluir como um dos fatores a urbanização em áreas de risco:
A urbanização de áreas, nas proximidades de rios e igarapés, é recorrente no Acre e tem se constituído em um sério problema para o planejamento urbano. A maior preocupação refere-se à falta de um sistema de drenagem eficiente, que contribua para evitar as enchentes e processos erosivos que colocam em risco a vida da população (SEMA, 2012, p. 226).
A pesquisa sobre os impactos das mudanças climáticas na proteção civil de Rio Branco é essencial para a segurança das comunidades locais. Compreender os desafios e as oportunidades para a gestão de riscos ambientais é fundamental para orientar políticas públicas, práticas de manejo de desastres e estratégias de adaptação, além de contribuir para a resiliência comunitária e o desenvolvimento sustentável da região, promovendo uma abordagem integrada e holística para enfrentar os desafios das mudanças climáticas.
Diante do exposto este trabalho tem como objetivo analisar os impactos das mudanças climáticas na proteção civil e os desafios da gestão de riscos ambientais em Rio Branco, propondo ferramentas administrativas para mitigar esses riscos
2 METODOLOGIA
O trabalho busca apresentar os impactos das mudanças climáticas na proteção e defesa civil no Estado do Acre, especialmente no que diz respeito ao impacto na capital, apresentando os desafios e oportunidades para a gestão de riscos ambientais, a fim de poder aprimorar as ações realizadas pelo Estado. Destarte, para o embasamento teórico foram feitas pesquisas bibliográficas em acervo global, onde – inicialmente – buscou-se conhecer a área e obter mais informações acerca do assunto.
Com o intuito de aprimorar a pesquisa, foram utilizados um compilado de métodos. A pesquisa bibliográfica fundamentou a base do trabalho, juntamente com a pesquisa documental, a qual forneceu documentos de primeira mão, dados recentes que ainda não foram estudados e tabulados e pesquisa ex-post-facto em razão de incluir dados de eventos já ocorridos.
Para a avaliação de padrões e tendências das mudanças climáticas observadas em Rio Branco – Acre, incluindo eventos climáticos extremos, foi feita uma análise dos dados dos níveis do Rio Acre, correlacionando-os com o número de atingidos e desabrigados de 1971 a 2024.
A identificação dos principais riscos ambientais associados às mudanças climáticas no Estado do Acre, como enchentes, bem como a análise de vulnerabilidade das comunidades locais aos impactos das mudanças climáticas foi feita através de mapas os quais possibilitam a visualização dos bairros mais baixos e próximos aos rios.
E no que tange ao objetivo de propor a utilização de ferramentas da Administração para mitigação de riscos ambientais em Rio Branco, foi realizada pesquisa bibliográfica a fim de identificar as melhores ferramentas de gestão para aplicação na Coordenadoria da Defesa Civil.
Os métodos de gestão apresentados nos resultados foram preenchidos com base na pesquisa bibliográfica e dados regionais encontrados em documentos oficiais disponíveis no site da Defesa Civil de Rio Branco, bem como informações em sites de notícias e artigos publicados.
O trabalho, do ponto de vista da sua natureza, trata-se de uma pesquisa aplicada, pois objetiva buscar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à resolução de problemas específicos, envolvendo interesses locais da região.
O documento tem caráter exploratório, objetivando proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito.
A pesquisa tem como propósito analisar os impactos das mudanças climáticas, averiguando diferentes métodos e ferramentas para diminuir os riscos de enchentes catastróficas, buscando a melhor forma de apresentação dos dados inerentes a fatos, ou seja, evento bem especificado, delimitado e mensurável e fenômenos, evento com sentido subjetivo.
De acordo com Fonseca (2002, p. 20):
Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir isoladamente.
Sendo assim, a fim de aprofundar o nível de informações, os dados serão apresentados de forma qualitativa e quantitativa, descritos em texto os resultados obtidos.
Este artigo científico, tem como proposta a utilização de ferramentas da Administração para mitigação de riscos ambientais, assim para este trabalho empregou-se as seguintes ferramentas de gestão para análise e proposição de soluções:
- Diagrama de Ishikawa: Foi utilizado para identificar as causas e efeitos relacionados aos riscos ambientais, como inundações, permitindo uma análise holística e a identificação de causas principais e secundárias. Essa ferramenta é fundamentada na literatura, que destaca sua importância na análise de causas e na compreensão de problemas complexos (AZOLI, 2016; ISHIKAWA, 1985).
- Análise SWOT: Foi aplicada para avaliar o ambiente interno e externo da gestão de riscos ambientais, identificando forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, visando a formulação de políticas públicas e ações de mitigação e adaptação. A análise SWOT é uma ferramenta amplamente reconhecida na gestão estratégica, sendo essencial para uma abordagem holística na identificação de desafios e oportunidades (JURAN e GRYNA, 1988; ANSOFF, 1965).
- 5W2H: Foi empregado um plano de ação para orientar as ações de mitigação de riscos, facilitando a visualização das tarefas, responsabilidades e a organização da execução. Essa ferramenta de caráter gerencial é de fácil aplicação e entendimento, contribuindo para a organização eficiente das atividades (OLIVEIRA, 1996).
- Princípio de Pareto: Essa ferramenta foi aplicada para identificar os pontos mais críticos e impactantes, otimizando recursos e priorizando ações estratégicas na gestão de riscos. O princípio sugere que focar nos “20%” mais importantes pode gerar melhorias significativas nos resultados (MORAES et al., 2020).
- Matriz GUT: Foi utilizada para priorizar problemas e ações, avaliando-os com base na Gravidade, Urgência e Tendência. A pontuação GUT (G x U x T) auxilia na priorização das situações, direcionando os esforços para as áreas de maior impacto e urgência, facilitando a tomada de decisão estratégica (DAYCHOUM, 2011, apud VECCHIO et al., 2017).
As ferramentas de gestão aqui apresentadas são fundamentadas na literatura, que destaca sua importância na análise de causas, priorização de ações e elaboração de planos estratégicos para a mitigação de riscos ambientais, contribuindo para uma gestão mais eficiente e sustentável.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Histórico das grandes enchentes na região do Acre
A análise dos dados sobre as cotas do Rio Acre de 1971 a 2024 revela tendências importantes em relação às inundações e ao impacto das cheias na população local ao longo dos anos, conforme explicitado abaixo:
Tendências de Cheias: Os anos de 1978, 1988, 1997, 2012, 2015, 2023 e 2024 são destacados como períodos de cheias extremas, com máximas atingindo 16,90m, 17,12m, 17,66m, 17,64m, 18,40m, 17,72m e 17,89m, respectivamente. Com exceção do ano de 1978, estes anos são indicativos de enchentes extraordinárias, conforme notado na classificação de cotas acima de 17,00m. Tais eventos resultaram em um número elevado de atingidos e desabrigados, com destaque para 2015, que afetou cerca de 100.000 pessoas. Esses anos refletem a combinação de chuvas intensas e eventos climáticos que provocaram as enchentes. Além disso, as cotas mínimas também variaram consideravelmente ao longo dos anos, com a mínima mais baixa registrada em 2024 (1,23 m). Nesse ano, a capital acreana enfrentou tanto a segunda maior enchente de sua história quanto a maior seca, vivenciando extremos climáticos em um curto período.
Impacto nas Comunidades: A análise mostra uma correlação entre a altura das cheias e o número de pessoas afetadas – sejam atingidos e/ou desabrigados. Em anos com cotas máximas mais altas, como 1997, 2012, 2015, 2023 e 2024, os números de pessoas afetadas foram alarmantes, chegando a 10.000 desabrigados em 2015.
Ciclos de Cheia: Há uma observação de que anos de cheias extremas são muitas vezes seguidos por anos de cheias mais moderadas. A amplitude das cotas também é notável, com máximas e mínimas variando de 18,40m a 1,23m. Essa alternância pode refletir padrões climáticos ou mudanças sazonais. A proporção entre cheias médias, grandes e extraordinárias dos anos 1971 a 1999 e 2000 a 2024 são equivalentes, no entanto, o aumento da frequência e da intensidade das enchentes extraordinárias é evidente, desde o início do levantamento das cotas a região teve 6 enchentes com nível acima de 17m, sendo 4 delas após 2011. Ademais, o aumento no número de atingidos e desabrigados ao longo das décadas sugere que o impacto das cheias pode estar se intensificando, possivelmente devido a fatores como urbanização, desmatamento e/ou mudanças climáticas.
Respostas e Mitigação: É crucial que as autoridades continuem a desenvolver estratégias de mitigação e planejamento urbano que considerem esses dados históricos, garantindo que as comunidades estejam melhor preparadas para futuras cheias. A capacidade de resposta à cheia precisa passar por melhorias, a fim de reduzir o número de atingidos e desabrigados. A manutenção de um monitoramento eficaz das cotas do rio e a implementação de sistemas de alerta precoce ajudam a minimizar os impactos das inundações nas populações vulneráveis. Com a previsão de cotas elevadas, a exemplo de 2024 (17,89 m), é fundamental que as autoridades continuem a aprimorar suas estratégias de gestão de desastres para proteger a população e mitigar os impactos.
Os dados refletem um cenário complexo de cheias no Rio Acre, caracterizado por um aumento na gravidade das enchentes e seus efeitos sociais ao longo do tempo. Nesta análise, verifica-se que os períodos sem enchente totalizam 20,4% (11 anos), pequena enchente 27,8% (15 anos), média enchente 24,1% (13 anos), grande enchente 16,7% (9 anos) e enchente extraordinária 11,1% (6 anos). A análise sugere que, embora haja momentos de recuperação e melhoria na resposta a desastres, a tendência de aumento das cheias exige atenção contínua e ações preventivas para garantir a segurança da população e a mitigação dos impactos ambientais.
O Quadro I traz o levantamento das cotas do Rio Acre no período de 1971 a 2024. Observa-se que, ao longo desse intervalo, praticamente todos os anos registraram ocorrências de atingidos e desabrigados devido às inundações do Rio. Com o avanço da urbanização, a situação se agravou: o número de desabrigados aumentou e os níveis máximos do rio tornaram-se mais elevados e frequentes, ultrapassando, em diversos anos, a marca dos 17 metros.
QUADRO I – Levantamento das cotas do Rio Acre de 1971 a 2024


Fonte: COMDEC/AC (adaptado)
Legenda: COMDEC, 2023.

Em decorrência das inundações, diversas comunidades são afetadas, principalmente aquelas que se localizam às margens do Rio Acre. Conforme explicitado no Plano de Contingência (2023) “praticamente todas as cidades da região amazônica e principalmente no Estado do Acre, seu processo de formação ocorreu nas proximidades das margens dos rios, como é o caso de Rio Branco”, sendo assim, além de todo o rastro de destruição nas edificações públicas, as inundações prejudicam diversas famílias que se encontram nas proximidades do manancial.
Estimativa de número de edificações e pessoas atingidas pelas enchentes

Fonte: COMDEC, 2022
As imagens a seguir demonstram a vastidão da área afetada pela enchente de acordo com o nível do rio (Figura 1).
Figura 1 – Imagens de Inundação em diferentes cotas: Cota 14,00m A, Cota 15,00m B, Cota 16,00m C, Cota 17,00m D, Cota 18,00m E, Cota 19,00m F.


Fonte: COMDEC, 2016 e 2022
O Rio Acre possui a cota de alerta de 13,50m e a cota de transbordamento de 14,00m (COMDEC, 2023), entre esses níveis há um aumento significativo de bairros afetados, o Plano de Contingência especifica a população afetada:
É importante ressaltar que as pessoas habitantes das áreas de risco de enchentes e inundações integram uma parcela da população com um nível de renda considerado baixo. Esse é um dos motivos mais fortes da permanência dessas pessoas nessas áreas, uma vez que o poder aquisitivo não proporciona condições das mesmas procurarem uma melhor moradia. A grande maioria dessas pessoas tira seu sustento, ou ainda, o complementa com a pesca de subsistência, lavagem de roupa e outras atividades que dependem da proximidade dos rios para sua execução (COMDEC, 2023).
A Defesa Civil, em seus Planos de Contingência, elencou diversos bairros que foram atingidos em grandes enchentes, tais como as de 2015, 2021 e 2022, e entre eles se destacam os seguintes bairros por terem sido atingidos nos três anos:

Fonte: autora, 2025
No mês de fevereiro de 2024, em uma reunião realizada na Prefeitura de Rio Branco, o tenente coronel Cláudio Falcão – Coordenador Municipal da Defesa Civil – informou que “quando o manancial atinge a cota de 14 metros, pelo menos 10 bairros em Rio Branco são afetados e 15 comunidade ribeirinhas na zona rural, totalizando em média 600 famílias desalojadas pela enchente”, por estarem nas margens do rio, os bairros supracitados são uns dos afetados.
Segundo Falcão (2022):
Nesse histórico de enchentes é possível verificar que esses eventos são rotineiros na região. Causadoras de danos e prejuízos, as enchentes impactam negativamente a ordem social e econômica do ambiente onde ocorrem, interferem na vida da coletividade e necessita, além de grande quantidade de recursos financeiros para restabelecer a situação de normalidade, de tempo que, diante do cenário dos últimos anos, não tem sido suficiente, uma vez que tais desastres estão ocorrendo de forma sequencial.
O Plano de Contingência (2023) corrobora ao enfatizar que a ocorrência de enchentes e inundações está intimamente ligada à densidade ocupacional de uma determinada região vulnerável, nos mapas abaixo evidencia-se a proximidade dos bairros com o Rio Acre, o que intensifica os riscos (Figura 2).
A vulnerabilidade dos bairros Base, Baixada da Habitasa, Cadeia Velha, Seis de Agosto e muitos outros que sofrem com os impactos das enchentes do Rio Acre, está diretamente relacionada à combinação de fatores geográficos, socioeconômicos e de infraestrutura.
Apesar das áreas sujeitas às inundações serem do conhecimento da população e também do poder público, a situação financeira dificulta o processo de desocupação. No entanto, nas áreas ainda não ocupadas, o planejamento do uso do solo, a seleção das áreas e um zoneamento das terras, são importantes mecanismos para o controle e redução dos danos e prejuízos que são gerados pelas enchentes (COMDEC, 2023).
Além dessas medidas, a Defesa Civil pode tomar ações coordenadas que incluem:
- Melhoria da Infraestrutura Urbana: Investimentos em sistemas de drenagem pluvial e na elevação de vias principais são essenciais para minimizar os impactos das enchentes.
- Realocação de Famílias em Áreas de Risco: Implementar políticas habitacionais para remover populações de áreas inundáveis e transferi-las para regiões mais seguras.
- Fortalecimento da Defesa Civil: Melhorar a capacidade de resposta emergencial, com mais abrigos temporários e sistemas de evacuação eficientes.
- Educação e Conscientização Comunitária: Promover campanhas contínuas sobre medidas preventivas, evacuação e como agir durante uma enchente.
- Monitoramento Ambiental e de Saúde Pública: Intensificar o monitoramento das condições sanitárias durante e após as enchentes, para prevenir surtos de doenças.
A ação coordenada entre poder público e comunidade local é fundamental para reduzir os impactos futuros das enchentes nas comunidades vulneráveis de Rio Branco.
Figura 2 – Imagens da Localização de diferentes bairros: Bairro Base (A), Baixada do Habitasa (B) Cadeia Velha (C), Seis de Agosto (D).

Fonte: Google Maps, 2024
3.2 Principais causadores dos desastres cíclicos na região e impactos das mudanças climáticas na proteção civil
Os desastres naturais da região, em sua maioria, são decorrentes de chuvas intensas ou secas severas, alcançando dois extremos em um curto espaço de tempo. As mudanças climáticas aumentam a frequência dos eventos extremos vivenciados pelos habitantes do Acre, a população acreana não tem tempo para se reerguer de uma tragédia, pois logo em seguida vem nova mudança climática alterando toda a dinâmica social.
Vários fatores influenciam a ocorrência de inundações na região. Entres eles destacam-se as chuvas intensas, ocasionadas pela climatologia, cheia dos rios afluentes, topografia plana, urbanização em áreas de risco, uso inadequado do solo, desmatamento e alterações ambientais, os quais podem afetar o regime de chuvas e o escoamento da água, tornando a região mais vulnerável a enchentes. O Ministério do Desenvolvimento Regional (2022, p. 23) informa que “os desastres podem ocorrer partir de ameaças naturais e que essas associadas ao uso e ocupação da terra, bem como aos processos de expansão urbana, determinam a construção social do risco”.
Alguns fatores humanos influenciam a mudança climática, tais como: a queima de combustíveis fósseis para geração de energia, atividades industriais e transportes; conversãodo uso do solo; agropecuária; descarte de resíduos sólidos (lixo) e desmatamento. Apesar da região contar com densas florestas e diversas unidades de conservação, o estado vem sendo destaque negativo acerca do desmatamento. Segundo G1 AC (2023) “Considerando os dados de desmatamento ilegal, queimadas, incêndios florestais e degradação florestal nos últimos anos, o governo do Acre declarou situação de emergência ambiental em dez cidades do estado”.
Em razão desses eventos, a população sofre com a alteração do nível dos rios, em especial o Rio Acre – o qual banha a capital acreana – pois as inundações podem ter impactos significativos, incluindo:
- Desalojamento e Desabrigamento: Muitas famílias são forçadas a deixar suas casas devido à inundação, buscando abrigo temporário em centros de assistência.
- Danos Materiais: As enchentes causam danos a residências, empresas e infraestrutura, como estradas e pontes.
- Perda de Plantações: As áreas agrícolas ao redor do Rio Acre também são afetadas, resultando na perda de culturas e impactos na produção de alimentos.
- Impactos na Infraestrutura: As inundações podem interromper o funcionamento de escolas, hospitais e serviços públicos, dificultando a mobilidade das pessoas, como foi o caso das cinco unidades de saúde fechadas (antes mesmo do pico da inundação) na capital acreana, totalizando sete unidades durante o ocorrido em 2023.
Devido à alta demanda, a Defesa Civil do Estado frequentemente necessita do apoio da União, pois o estado não possui recursos suficientes para atender às necessidades da população diante de eventos extremos.
3.3 Aplicação de ferramentas de gestão na Defesa Civil
Os dados obtidos evidenciam os desafios enfrentados pelas instituições locais e apontam oportunidades para fortalecer a gestão de riscos ambientais diante das mudanças climáticas. Diante disso, os métodos de gestão foram utilizados e são apresentados a seguir com as possíveis aplicações no contexto regional estudado.
Diagrama de Ishikawa: Como exemplo de aplicação na Proteção e Defesa Civil, podemos especificar em tais etapas:
1. Definição do Problema: Definir claramente o problema o qual se pretende analisar. Na Proteção e Defesa Civil, isso pode ser algo como “ineficiência na resposta a desastres” ou “falhas na coordenação durante um evento de emergência”.
2. Identificação das Categorias de Causa: Originalmente o Diagrama organiza as causas em seis categorias, sendo elas: Máquina, Materiais, Mão de obra, Meio-ambiente, Método e Medidas. No entanto, a ferramenta permite adaptação para melhor atender as necessidades de cada órgão/gestor, sendo assim, nesse contexto podemos considerar as seguintes categorias:
- Pessoas: Treinamento inadequado ou a falta de treinamento específico, falta de pessoal, falta de experiência, falhas na comunicação.
- Processos: Procedimentos ineficazes, falta de protocolos claros, problemas na coordenação entre equipes.
- Tecnologia: Equipamentos desatualizados, falhas na tecnologia de comunicação, falta de recursos tecnológicos.
- Materiais: Recursos insuficientes, problemas com o fornecimento de equipamentos ou suprimentos.
- Ambiente: Condições climáticas adversas, problemas de infraestrutura, áreas de difícil acesso.
- Políticas e Regulamentações: Falta de diretrizes adequadas, ausência de regulamentação específica, falhas na implementação de políticas.
3. Construção do Diagrama: Ao criar o diagrama devemos colocar o problema principal no lado direito do quadro, representado como a “cabeça” do peixe. Em seguida, desenhar uma linha horizontal que se estende a partir do problema e adicionar as principais categorias de causas como “espinhas” maiores do peixe. Para cada categoria, podemos identificar e listar causas específicas que possam contribuir para o problema principal.
4. Análise das Causas: Ao examinar o diagrama podemos entender como as causas específicas contribuem para o problema maior. Isso ajuda a identificar áreas que necessitam de melhoria e priorizar ações corretivas.
5. Desenvolvimento de Planos de Ação: Com base na análise, torna-se viável a elaboração de planos de ação para abordar as causas identificadas. Por exemplo, se a análise revela que a falta de treinamento está contribuindo para a ineficiência na resposta a desastres, o órgão pode implementar um programa de treinamento mais robusto para a equipe.
6. Implementação e Monitoramento: Com o plano de ação pronto, é preciso implementar as ações corretivas e monitorizar os resultados. O Diagrama de Ishikawa pode ser usado novamente para avaliar a eficácia das mudanças e ajustar as estratégias conforme necessário.

Fonte: autora, 2025
O Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta poderosa para a Proteção e Defesa Civil, pois permite uma análise detalhada e estruturada dos problemas, ajudando a identificar e tratar suas causas subjacentes de maneira eficaz.
Análise SWOT: Buscando analisar o ambiente interno e externo, com o intuito de potencializar as forças e oportunidades e minimizar as fraquezas e ameaças, foi utilizado a ferramenta de gestão conhecida como matriz SWOT, ou matriz FOFA, da sigla em inglês para Strengths (Forças), Weakness (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças).
Neste viés, o cenário da situação-problema foi identificado conforme mostra matriz abaixo:

Fonte: autora, 2025
A análise através da matriz SWOT busca identificar e definir com maior precisão os pontos a serem melhorados na gestão. Sabe-se que há vários desafios a serem enfrentados, no entanto, também há margem para oportunidades, as quais devem ser aproveitadas a fim de melhorar a gestão de riscos ambientais no Estado do Acre.
5W2H: A utilização do método auxiliará na identificação de dados e rotinas mais importantes no quesito urgência, podendo definir a prioridade através de outras ferramentas, como a matriz GUT. O 5W2H visa pôr em prática um plano de ação, onde apresenta de forma clara e objetiva as tarefas a serem executadas, e quem as executará. Um exemplo de sua aplicação na Defesa Civil pode ser visualizada no seguinte plano de ação:

Fonte: autora, 2025
Ressalta-se a importância da ferramenta a fim de garantir a organização das etapas de um processo, melhorar um planejamento, alinhar a equipe, trazer clareza nas atribuições, promover a praticidade auxiliando na execução e no controle das tarefas – trazendo economia de tempo e recursos – aumentar o nível de objetividade dos planos de ação e melhorar o processo de tomada de decisão.
Princípio de Pareto: Essa ferramenta também é conhecida como princípio 80/20, no contexto geral, significa que 80% dos efeitos vêm de 20% das causas e sua aplicação na Proteção e Defesa Civil envolve focar nos fatores e ações que têm o maior impacto na mitigação de riscos e na resposta a desastres. A proporcionalidade pode ser aplicada nos seguintes casos:
Identificação dos Principais Riscos e Ameaças: Identificar os 20% dos riscos mais críticos que são responsáveis por 80% das consequências negativas em situações de emergência. No contexto da região em análise, isso pode incluir desastres naturais como inundações, deslizamentos, ou incêndios florestais. Ao identificar é necessário concentrar recursos e esforços na preparação e mitigação desses principais riscos, que têm maior probabilidade de causar impactos significativos.
Priorização de Recursos: Direcionar 80% dos recursos (como fundos, pessoal e tempo) para as 20% das atividades de maior impacto, como treinamento especializado, infraestrutura crítica, e comunicação de emergência. A otimização de recursos requer a correta identificação de quais medidas preventivas e respostas proporcionam o maior retorno sobre o investimento em termos de vidas salvas, danos evitados, e recuperação rápida.
Planejamento e Implementação de Medidas Preventivas: Implementar as 20% das políticas e procedimentos que terão 80% de eficácia na prevenção e resposta a desastres, como a criação de sistemas de alerta precoce e a construção de abrigos resistentes. É preciso atenção e estudo constante visando a análise de dados de incidentes passados para refinar continuamente essas políticas e garantir que continuem a atender aos critérios 80/20.
Resposta a Emergências: Durante a resposta a emergências, 80% dos esforços devem ser concentrados em 20% das ações mais críticas, como resgatar e socorrer as vítimas em áreas de maior risco, e estabilizar infraestruturas essenciais.
Benefícios da Aplicação do Princípio de Pareto
- Eficiência: Melhor alocação de recursos, garantindo que o foco esteja nas ações que realmente fazem diferença.
- Redução de Custos: Minimização de desperdícios ao concentrar esforços no que é mais eficaz.
- Resiliência: Fortalecimento da capacidade de resposta e mitigação diante de desastres, tornando a defesa civil mais preparada para enfrentar grandes desafios com recursos limitados.
Ao aplicar o Princípio de Pareto na Proteção e Defesa Civil, é possível maximizar os resultados com o uso mais eficiente de recursos, focando nas áreas de maior impacto para proteger a população e reduzir os efeitos das mudanças climáticas e outros desastres.
Matriz GUT: Assim como o Princípio de Pareto, a Matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) surge como uma ferramenta extremamente útil na área de Defesa Civil, servindo até mesmo como uma ferramenta complementar a fim de avaliar e classificar diferentes problemas ou situações, permitindo um enfoque estruturado na resolução dos problemas mais críticos.
Aplicação Prática na Proteção e Defesa Civil
Prioridade de Ações: A pontuação da matriz GUT ajuda a priorizar ações de resposta a desastres, como evacuação de áreas, alocação de recursos, ou implementação de medidas preventivas.
Gestão de Recursos: As situações com maior pontuação GUT devem receber maiores recursos, garantindo que os problemas mais graves, urgentes e com maior tendência de piorar sejam abordados primeiro.
Tomada de Decisões: A matriz também auxilia na tomada de decisões rápidas e informadas durante emergências, como quais áreas devem ser evacuadas primeiro ou onde concentrar esforços de resgate.
Planejamento de Mitigação: A utilização da matriz GUT permite um planejamento a longo prazo, pois é possível identificar e mitigar os riscos mais críticos, reduzindo assim a vulnerabilidade de comunidades específicas.
Benefícios da Aplicação da Matriz GUT
- Foco nas Prioridades: Facilita a identificação e o tratamento dos problemas mais críticos em situações de emergência.
- Decisões Informadas: Baseia as decisões em critérios claros e quantificáveis.
- Eficiência Operacional: Melhora a eficiência na gestão de recursos e na resposta a desastres, garantindo que as situações mais perigosas sejam tratadas primeiro.
A aplicação da Matriz GUT na Proteção e Defesa Civil é uma abordagem estratégica que permite priorizar ações e recursos, garantindo uma resposta eficiente e eficaz frente aos desafios e emergências.
4 CONCLUSÃO
Pode-se concluir que, para enfrentar eficazmente os desastres, especialmente as inundações, é necessário um planejamento estratégico proativo que antecipe problemas e implemente intervenções sustentáveis a longo prazo. O uso de ferramentas de gestão, como a Matriz SWOT, a Matriz GUT, o Princípio de Pareto, a metodologia 5W2H e o Diagrama de Ishikawa, é importante para permitir uma análise aprofundada dos riscos, facilitando a identificação e priorização das ações necessárias.
Além disso, é preciso investir em infraestrutura, viabilizando melhorias como sistemas de drenagem eficientes e um planejamento urbano que promova a desocupação de áreas de risco, a fim de minimizar os impactos das inundações. A sustentabilidade e a preservação ambiental também desempenham um papel importante, sendo a criação de reservas florestais e a manutenção de áreas arborizadas estratégias relevantes para reduzir os efeitos do desmatamento e do uso inadequado do solo.
O engajamento comunitário deve ser fortalecido por meio de projetos interativos e da constante atualização dos planos de gestão, garantindo que as estratégias se ajustem às necessidades da população. Por fim, é necessário promover uma gestão que una a adaptação às mudanças climáticas, o desenvolvimento sustentável e a incorporação de tecnologias inovadoras, transformando desafios em oportunidades de melhoria.
Em resumo, uma abordagem integrada – que combine planejamento estratégico, aprimoramento estrutural, preservação ambiental e participação ativa da comunidade – é essencial para transformar a gestão de riscos e promover a resiliência frente aos desastres.
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1 Graduada em Administração e Gestão Comercial. Pós-Graduanda em Proteção e Defesa Civil
2 Professor Orientador do Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Santa Luzia