MÍDIAS SOCIAIS E VIDA ACADÊMICA: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PSICOLOGIA ANALÍTICO COMPORTAMENTAL

SOCIAL MEDIA AND ACADEMIC LIFE: AN ANALYSIS FROM A BEHAVIOR ANALYTIC PERSPECTIVE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202411161904


Ingrid Vitoria Dossena1
Maria Fernanda Mendes Monteiro2
Daniela Delfino 3


Resumo

Este artigo discorre sobre os impactos e desafios das mídias sociais na jornada acadêmica, abordando também as possibilidades e auxílio que as mídias sociais podem ofertar para o desenvolvimento mútuo dentro das salas de aula. O objetivo é entender como o acesso as tecnologias podem influenciar os comportamentos de acadêmicos ingressados no ensino superior dentro de universidades públicas e privadas, explorando esse tema por meio da literatura bem como sua efetividade para a colaboração ativa dos acadêmicos para a construção da sua participação ativa dentro das dinâmicas de ambiente educacional  no dia a dia.  A metodologia envolveu uma revisão bibliográfica, tornando adequada parte do assunto abordado cada vez mais necessário e atual para as pesquisas que despertam a discussão acerca desse tema cada vez mais abrangente. Os resultados indicam que o acesso às mídias sociais podem ou não influenciar os acadêmicos a replicar comportamentos que possam prejudicar sua participação nas rotinas acadêmicas. Conclui-se que, as tecnologias além de aliadas dos acadêmicos, podem resultar em uma fuga bem como comportamentos de esquiva no cotidiano acadêmico.

Palavras-chave: Mídias sociais; Educação; Estudantes universitários; Psicologia.

1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa aborda o tema Mídias Sociais e a vida acadêmica. Sendo assim, este estudo esteve direcionado ao questionamento de como as mídias sociais e a era digital influenciam na saúde mental e nos comportamentos dos acadêmicos e o auxílio que essas tecnologias podem agregar no meio universitário.

Este trabalho tem como objetivo geral responder essa questão elaborando um aparato de informações acerca dos fatores para o melhor entendimento sobre o assunto acerca das mídias sociais e vida acadêmica, trazendo tópicos como tecnologia e colaboração ativa entre professores e alunos, compreender como as mídias sociais influenciam os comportamentos e sentimentos dos estudantes universitários.

Do mesmo modo, tem como objetivos específicos conduzir uma revisão de literatura sobre a  influência das mídias sociais e o comportamento dos universitários, entender como as mídias podem ser benéficas ou não no meio acadêmico, compreender como as elas influenciam o relacionamento dos estudantes em seus relacionamentos interpessoais em sala de aula .

Com o desenvolvimento dessa pesquisa busca-se captar que as mídias sociais chegaram para ficar, a partir disso pode-se entender que  os comportamentos  já sofrem mudanças por conta desse novo estímulo que a ascensão das redes trouxe, e a forma  como as coisas passaram a ser mais rápidas podem influenciar esses comportamentos e sentimentos, pois esses meios digitais no cenário dos acadêmicos tem pontos positivos e negativos.

Como pontos positivos pode-se considerar os meios de pesquisas para trabalhos e fundamentações teóricas, que são utilizados tanto em meio acadêmico, quanto em ambiente profissional e para uso pessoal. Ter um dispositivo com mídias sociais ao seu dispor é como ter uma ferramenta versátil na palma da mão, as fontes de informações e pesquisas são incontáveis, assim facilita os estudos e aprendizados, também a comunicação e divulgação de notícias e informações.

Olhando pelo lado negativo, é possível enumerar alguns aspectos como fake news, difamações, vícios em telas para utilização de coisas consideradas fúteis, assim como para facilitar o acesso de assediadores e pessoas má intencionadas a conversar com crianças, idosos e adolescente, por meio de redes sociais, utilizando um falso pretexto. 

Na presente pesquisa pretende-se elucidar de maneira abrangente os impactos dessas formas de comunicação na qualidade de vida dos acadêmicos, e como ela pode se somar ao estresse do ano de conclusão do curso (Cruz, 2020). Muitos estudantes utilizam as mídias de maneira sorrateira e inadequada, ao acessar inteligências artificiais para produzir trabalhos e artigos, o que compromete a qualidade da resposta e possibilitando um maior uso de plágio, muitas vezes essas IAs não utilizam bases comprovadas de dados para formular as resposta, o que faz com que esse conteúdo disponibilizado não seja cem por cento confiável.

Diversas inteligências artificiais podem ser utilizadas como forma de apoio, para auxílio de pesquisas, fontes, notícias e relatos históricos, contudo a pessoa que opera essas ferramentas, precisa se atentar aos resultados, para garantir que não está adquirindo falso conhecimento, não se deve utilizar esses meios para produzir um artigo completo, por exemplo, mas pode utilizá-lo para obter ideias de como e por onde começar.

É perceptível que o bem-estar emocional e a saúde psicológica dos  alunos tem se tornando uma preocupação cada vez mais evidente, e que para poder ser realizado intervenções e novas políticas com intuito de melhorar e promover esse bem-estar,   se faz necessário uma compreensão mais abrangente desses aspectos, como por exemplo o que gera a falta de interesse em um contexto geral.

A necessidade de aprovação de terceiros, ansiedade de ser melhor que o outro e se mostrar melhor, desânimo ao não conseguir suprir expectativas de vida que foram impostas por meio de divulgações em mídias sociais, a comparação entre colegas, mudanças bruscas de comportamento e fala, maior nível de dependência emocional, crescimento da taxa de depressão,  assim tornando a presente pesquisa uma iniciativa para um grande movimento social.

William M. Baum (2006) cita em seu livro “Compreender o Behaviorismo”, que o comportamento é alterado conforme o contexto se altera, com isso poderá ser observado como cada ambiente modifica os comportamentos, emoções e sentimentos desses acadêmicos, através de uma visão analítico-comportamental  e contextual.

A compreensão das mídias sociais pode nos auxiliar a aprofundar e compreender a relação do uso de mídias sociais por acadêmicos a partir da Psicologia Analítico Comportamental. Os comportamentos dos acadêmicos que são atingidos pela presença das mídias sociais, de maneira geral, ao entender o que são as mídias sociais, aquilo que é produzido, podemos entender que isso acomete e atravessa a vida cotidiana de centenas ou milhares de acadêmicos dentro dos campus de ensino superior (Lorenzo, 2015).

Durante a presente pesquisa será evidenciado  a busca por entender como o acesso às tecnologias pode impactar o comportamento dos estudantes no ensino superior em universidades públicas e privadas. Esse tema será analisado averiguando sua efetividade na promoção da colaboração ativa dos acadêmicos e na construção de sua participação nas dinâmicas do ambiente educacional no cotidiano.

De certa forma as mídias afetam a visão de mundo dos jovens e adultos, por meio de uma ilusão causada pelas redes sociais e meios de comunicação, onde membros da sociedade poderão compartilhar apenas aquilo que querem mostrar como sua realidade perfeita, quando de fato a verdade por trás das tecnologias é outra extremamente diferente. Causando assim um efeito de vida perfeita aos olhos dos demais (Franco, 2019).

A possibilidade de partilhar apenas aquilo que se pretende e o que interessa ao próprio, cria a ideia de que a vida é “perfeita”, pois, muitas vezes, apenas se partilha o que é positivo e agradável, o que origina elevadas expectativas difíceis de alcançar (Carolina Franco, 2019. p. 2)

Durante esse período de graduação, os alunos estarão em uma fase onde suas competências e identidade profissional e social se encontram em desenvolvimento partindo para uma concretização de persona. Essa interferência causada pelas mídias, juntamente com a necessidade de aprovação e de conquistar a vida “perfeita” como as demais pessoas, acabam mudando a perspectiva de vida pessoal, social e profissional do sujeito.

Atualmente, as tecnologias têm sido de grande eficácia no meio acadêmico, tratando-se de uma variedade extensa de fontes e recursos para estudos e pesquisas científicas. Logo pode-se considerar as vantagens como sendo maiores que as desvantagens quando citamos as mídias sociais como influência aos estudantes universitários, basta saber como utilizá-las a seu favor.

Ademais, não estamos querendo reforçar a antipatia dos alunos pelos livros, mas levarmos os sujeitos educandos e educadores a um pensamento reflexivo que os possibilitem pensar os atores de imposição dessas ferramentas de comunicação, extraindo delas aquilo que é importante para a formação humana e profissional, já que vivemos imbuídos nesses sistemas de objetos, comunicações e informações (Valmaria Santos e José Santos, 2014. p.18).

2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

Nesta seção, os temas em pauta buscam esclarecer se as mídias sociais têm algum envolvimento com a saúde mental e emocional dos acadêmicos universitários. Bem como a construção de uma educação colaborativa, deixando que o aluno tome a iniciativa para buscar mais informações, por meio das mídias sociais para agregar na sua preparação para ingressar na sua jornada de construção profissional fora da universidade, e como os comportamentos desses universitários pode ou não ser influenciado pelo poder que as mídias sociais podem exercer nos comportamentos desses acadêmicos, criando assim contingências aversivas ou reforçadoras.

Contextualização histórica sobre as mídias sociais e as conexões  humanas – Maria mais duas páginas.

De acordo com Zanella (2011), as mídias sociais tem como objetivo principal conectar e relacionar seus usuários de acordo com o seu interesse criando assim, aquilo que o senso comum conhece como bolha social. Podemos explicar isso pelas relações humanas e como nos ligamos as mídias puramente pelo desejo de ser visto, adquirir a conexão entre humanos e por vezes a curiosidade de saber como está a vida daqueles que admiramos (Martino, 2014).

Dentro desse paradoxo em que buscamos entender o impacto que as mídias sociais podem gerar nos acadêmicos de graduação, para entender esse movimento, precisa-se distinguir que diferente das mídias analógicas, as mídias digitais tornam-se algo não palpável, algo que existe, nos atravessa, mas não se é possível tocar sem um intermediador desse acesso. De acordo com Martino (2014), podemos chamar esse fenômeno de “teia de conexões”.

 A forma como as mídias ultrapassam os limites da educação nos exige pensar que seria necessária uma educação de maneira geral, para aprender a lidar com o acesso a tamanha rede de informações disponíveis o tempo todo a todo momento. Gerando uma discussão intrínseca dentro dos campos educacionais e de cunho da psicologia, ou seja, até onde as mídias são a solução ou o problema das relações contemporâneas. (Santos e Santos, 2014). 

Deve-se abordar também, de acordo com Martino, citada acima, que uma das principais problemáticas das mídias sociais, seja a democratização e a universalização desses meios de aprendizagem e comunicação, tendo em vista que nem todos têm esse acesso e por vezes podem sofrer uma marginalização, nesse aspecto, a discussão torna-se mais densa e principalmente necessária para alcançar esse público, essa democratização no meio acadêmico pode gerar um novo canal de comercialização e expansão do mercado de trabalho desses futuros profissionais (Lima  et al., 2005. p.12).

“Esta forma de entender a globalização tem como fundamento uma ordem econômica única, vertical e universal, configurando-se numa das temáticas mais eloquentes nas arenas política, econômica e cultural”.  (Lima  et al., 2005, p.12).

Da mesma forma, as mídias sociais tornam-se um canal para interligar pessoas de diferentes realidades econômicas, por meio de redes sociais e comunicadores online, através de interesses externos em comum. (Santos e Santos, 2014).

          “[…] o perfil dos membros usuários dessas ferramentas de comunicação e informação é a grande questão de se colocar em reflexão. Em primeiro lugar, o indivíduo que se propõe fazer parte de uma dessas redes é convidado a preencher um cadastro completo que pode ir de informações básicas da pessoa usuária, até informações profissionais, preferências, gostos esportivos, evidenciando quem é aquele usuário, facilitando ao usuário ser encontrado por outros, bem como facilitando, também, a ação dos grupos econômicos que buscam obter lucro com a difusão de seus produtos nesses ambientes de comunicação e informação”. (Santos e Santos, 2014. p.8)

Existem localidades que buscam universalidade, disponibilizando meios de acesso às mídias sociais de maneira gratuita para acadêmicos ou tornando o preço mais acessível para acadêmicos da rede pública e/ou privada do ensino superior, ainda nesse sentido, entende-se que não são todos os territórios que têm esse acesso (Lima  et al., 2005. p.12).

 A discussão torna-se mais evidente à medida em que elabora-se a pesquisas, uma das principais problemáticas, para além das discussões de cunho psicológico, se estende para as dificuldades geográficas e por vezes financeiras que alguns acadêmicos passam para terem acesso às mídias sociais, que mesmo assim não garante a qualidade íntegra e homogênea para todos os públicos (Lima et al., 2005. p.12).

Na década de 80 o crescimento da romantização do acesso à informação resultou no cenário que vemos hoje, que muitas vezes percebemos que no campo educacional, que é conduzindo a procurar entender como essa exigência por velocidade, ou até mesmo a demanda de terceirizar alguns processos que em décadas anteriores não se era observado na literatura. (Lorenzo, 2015)

 Quando analisado sobre o cenário atual, no século XXI, está sendo vivenciado uma nova demanda da qual ainda não existe dimensão de como essas mídias podem ser benéficas ou não para o desenvolvimento acadêmico, pensamento crítico e a construção da caminhada profissional desses acadêmicos em formação. Dentro da literatura, como aponta Pozzebon et al. (2004), a partir do século XX, com o desenvolvimento de tecnologias e mídias sociais, as inteligências artificiais foram avançando com a intenção de aproximar cada vez mais a Inteligência Artificial (IA)  da inteligência e características humanas.

De forma que pudesse facilitar a vida e a socialização dos usuários desses meios de pesquisa e uso convencional de meios tecnológicos, como computadores, smartphones, entre outros meios de comunicação como televisões e rádios mais modernos existentes a partir desse século. Isso nos aproxima ainda mais da intenção dessa pesquisa bibliográfica, onde procuramos aprofundar ainda mais as literaturas para encontrar os benefícios e as problemáticas dessas mídias que permeiam o meio dos acadêmicos, o que nos leva a mais um autor que publicou uma pesquisa recente que traz a IA (Lorenzo, 2015)

Como o futuro das mídias sociais no meio acadêmico, ele aponta em sua pesquisa que o potencial das IA’s pode ser de grande contribuição na integração e relação entre alunos e professores, com o seu uso consciente e de acordo com as diretrizes e acordos de sala de aula (Cardoso et al.,2023).

O grande interesse dos governos na utilização das TICs está centrado na educação continuada e a distância. O objetivo é transformá-la em instrumento de universalização da educação para as camadas que não têm possibilidades de ingressar no sistema formal de ensino (Lima et al., 2005, p.12).

Pode-se validar a colaboração ativa entre professores e alunos com o uso das mídias sociais para além das pesquisas e trabalhos acadêmicos, criando assim uma experiência única e personalizada para cada turma que esse professor for passar, dentro da teoria analítico comportamental, entendemos que essa ação gera um ambiente reforçador e com maiores probabilidades de intervenções bem sucedidas, reforçando laços entre alunos e professores (Peixoto,. 2021).

Considerando que a metodologia ativa com IA que consideramos é um ambiente colaborativo, onde alunos e professores se engajam de forma paralela e ativa, a aprendizagem torna-se personalizada de acordo com a autonomia do estudante (Cardoso et al., 2023. p. 3).

Criando maior adesão dos conteúdos, assim a contribuição desses futuros profissionais para o meio ao quão irão aderir se torna mais segura, podendo por sua vez criar profissionais mais capacitados para ingressar no mercado profissional, ao empoderar os acadêmicos como protagonistas da sua trajetória universitária (Santos e Santos, 2014).

Por meio das mídias sociais, é possível diminuir o tempo de absorção dos conteúdos  de sala de aula e otimizar o tempo para que seja melhor aproveitado e assim aprofundar os conteúdos, o que beneficiaria não apenas o aluno, mas também a universidade e a comunidade, com potencial de alcançar a sociedade como um todo e universaliza o acesso à educação e criar mais possibilidades para pessoas mais fragilizadas no sistema (Cardoso et al., 2023).           

As mídias sociais apresentam ênfase no desenvolvimento acadêmico, mas antes disso o atravessamento que elas causam na vida dos jovens e adultos em processo de desenvolvimento profissional e especialização dentro dos meios sociais que permeiam durante seu processo de graduação (Cardoso et al., 2023).

Ao entendermos a importância da tecnologia no processo de desenvolvimento desses futuros profissionais, leva-se a importância de discutir sobre até onde a qualidade de vida é propagada no processo de graduação nos meios de comunicação atuais, e como pode-se garantir que esses indivíduos podem conciliar essa etapa da vida, com a velocidade que as coisas acontecem e como a vida ainda continua, mesmo fora dessas tecnologias e como a vida precisa seguir fora desse ambiente (Cardoso et al., 2023).

Uso das mídias sociais na contemporaneidade e no espaço acadêmico: reflexões sobre os prejuízos e benefícios

Com base nas pesquisas e leituras realizadas, evidencia-se que o comportamento, assim como pensamento, e a forma que o ser humano o faz, serão modificados de acordo com o contexto ao qual está inserido , independente de ser um local físico ou digital, com pessoas reais que não se ocultam atrás de personas digitais, como perfis fakes por exemplo. Assim atingindo de maneira direta sua visão de mundo, de si mesmo,  sua saúde mental, psicológica, autoestima e autonomia. (Cardoso, 2023)

Para isso é necessário compreender que as mídias sociais moldam o indivíduo, criando um ambiente que ele adapta uma visão sobre si e sobre o mundo com base no que vivencia no mundo digital, a forma como os humanos agem, pensam e se percebem é um resultado direto do seu  contexto. O ambiente físico ou digital, com pessoas reais ou personagens criados, é uma fonte dinâmica e contínua de controle para sua saúde mental e psicológica, autoestima e autonomia. (Cardoso, 2023)

 O cultivo de ambientes que promovem o bem-estar e o crescimento dos indivíduos requer o conhecimento desta interdependência. Ao buscar referencial teórico para falar sobre as contribuições analítico comportamental, pode-se elaborar a discussão pautada na relação entre sujeito (organismo) e mídias sociais (ambiente) e a forma como ambos podem se afetar e construir uma forma de viver em conjunto (Cardoso, 2023)

 Isso não necessariamente vai significar que irá existir uma harmonia nesse caso, logo é possível observar nas literaturas um comportamento eleito pelos indivíduos como ansioso e comparativo. Encontra-se uma variedade de conteúdos que fazem com que possamos compreender a magnitude das contingências que são criadas e consequentemente observadas por quem domina o entendimento sobre antecedente e comportamento (Coêlho, 2008)

Isso pode, por vezes parecer de certa forma um termo rígido, mas dentro da ciência analítico comportamental entende-se que para cada antecedente (o uso das mídias sociais) têm um comportamento (seja ele de cunho ansioso, comparativo ou até mesmo patológico) o que gera uma consequência, que pode ser apresentada como comportamento público ou privado. (Moreira e Medeiros, 2007)

De acordo com Moreira e Medeiros (2007) isso se pode ser chamado de contingência de estímulo e resposta pois ela é definida a partir das observações de situações condicionadas, ou seja, as próprias interações dos indivíduos dentro do ambiente das mídias sociais e a forma como essa troca ocorre, é em si a prova de que as condições criadas dentro desse contexto podem ser controladas.

A partir do entendimento de como esse ambiente causa uma reação em seus usuários. Ao seguir a linha de pensamento que está sendo construída, entende-se que as mídias sociais necessitam de um controle para que os usuários de seus serviços possam organizar suas ideias para que aquilo que pode ser fácil e tornar a sua jornada acadêmica mais leve e homogênea, não se torne uma forma de esquiva das suas obrigações e batalhas durante o período de graduação, gerando assim um contraponto do propósito do acesso facilitado das mídias sociais e seu potencial de velocidade e alcance de informação. (Cardoso, 2023)

Com base no livro Princípios básicos de análise do comportamento de Moreira e Medeiros (2007) o comportamento de esquiva se dá na presença de um estímulo aversivo, o que por vezes algumas atividades que os acadêmicos produzem podem gerar esse sentimento de exaustão ou em alguns casos a sensação de não sentir que pode dar conta daquilo que é proposto. A partir disso, buscando assim de maneira rápida por ajuda, ou o uso desenfreado das tecnologias, como forma de obter uma contingência reforçadora.

Por vezes usando as mídias sociais como forma de prorrogar suas atividades para evitar o sofrimento de passar por um estímulo aversivo. Por mais que o futuro da educação universitária possa ser de certa forma muito bem explorada para o desenvolvimento de novas potências Cardoso et al (2023). O autor ressalta que não podemos deixar de temer aquilo que já observamos no discurso de profissionais da área da educação, e dentro de algumas literaturas, que mostravam que desde 1956 já se exploravam as possibilidades das mídias sociais de interagirem com o ser humano, assemelhando as suas habilidades com maestria, tal qual as competências emocionais e comportamentais dos seres humanos.

Segundo Presser et al. (2021) prejuízos emocionais da tecnologia ainda estão em constante pesquisa na contemporaneidade, mas alguns dos seus detrimentos já podem ser observados, como falhas na comunicação dentro das universidades, ocasionando em atritos não saudáveis no ambiente educacional.

Além desse ponto apresentado, é possível  abordar a digitalização da vida, e como isso afeta a vida de uma perspectiva geral, ao observar esse cenário, entende-se que esses malefícios podem se desenvolver a níveis extremos, como estresse, comparação, baixa autoestima, ansiedade, depressão, entre outros prejuízos emocionais, levando esses acadêmicos a graus de exaustão mental, físico e emocional, podendo acarretar em diversas circunstâncias, como por exemplo a desistência do curso e até mesmo da vida acadêmica como um todo (Presser et al. 2021)

Nesse sentido, o tema está alinhado com a percepção da autora infracitada que diz que “a importância da educação, da comunicação e da informação no mundo contemporâneo encontra- se ligada às possibilidades colocadas pela reestruturação da sociedade capitalista no século XXI” (Lima et al. 2005 p.5).

Muitas vezes as mídias sociais ocupam a maior parte do cotidiano do estudante universitário devido a suas diversas opções de comunicação, influências e distrações, o que pode ser um potente aditivo na alteração do bem-estar físico, emocional, psicológico e no desempenho acadêmico desses alunos. Esse uso excessivo, por muitas vezes pode gerar  uma dependência dessas redes, como por exemplo, necessidade de aprovação externa dentro de padrões previamente impostos pela sociedade, ou até mesmo um vício em vídeos e conteúdos fúteis como forma de fuga da própria realidade, e de suas responsabilidades (Fermann et al., 2021).

Como parte do processo de se tornar um profissional de sua área de estudo, se encontrar ou até mesmo desencontrar faz parte da jornada do acadêmico, seja ele de qualquer área do conhecimento humano, isso faz parte de toda a experiência humana que faça conexão com o profissional e pessoal dos indivíduos (Cunha et al., 2022). A liquidez das relações com os avanços da tecnologia juntamente com a força que as plataformas de comunicação ganharam nas últimas décadas reforçam a ideia que esse caminho que os universitários podem tomar, cria uma forma de relacionamento.

 Não apenas entre humanos, mas a relação que desenvolve-se com a responsabilidade acadêmica, pode ser abalada com a necessidade que se cria do mundo alcançar a mesma velocidade das mídias sociais, fato esse que não ocorre, pois o mundo segue seu próprio fluxo, mesmo que atravessado pelas mídias sociais e os humanos que são seus usuários (Cunha et al., 2022).

 Considerações sobre análise do comportamento: e sua relação com as mídias sociais

A psicologia analítico comportamental tem início na necessidade de ter dados palpáveis e que concretizasse a observação do comportamento, para que assim essa ciência ganhasse seu status e validação. Esse fato se inicia com Watson (1913)  quando rejeitou  a introspecção que era o principal método utilizado na época, com o passar do tempo e a expansão da ciência do comportamento, B.F Skinner surge com atualizações acerca da análise do comportamento, criando o behaviorismo radical.

 Que mensurava muito além de estímulo e resposta, colocando na soma, questões como ambiente e processos internos do indivíduo, e a forma como ambos podem se influenciar, ele cria também aquilo que conhecemos hoje como comportamento operante (Skinner,1953).

Segundo Skinner (1953) comportamento se refere a toda e qualquer ação, sentimento ou pensamento que o organismo pode definir em contato com o ambiente em que está inserido, isso é, na teoria behaviorista radical.

Tudo aquilo que o organismo expressa em contato com o ambiente pode e deve ser chamado de comportamento. Toda ação pode ser observada e mensurada a partir dessa teoria, de maneira clara e objetiva, mas sempre considerando a subjetividade do organismo e a sua história com o ambiente ao qual ela faz parte e os demais ao qual ela pode ser inserida, assim criando um repertório comportamental que fala muito sobre a interação entre organismo e ambiente seja por meio direto ou o uso de mediadores (Moreira; Medeiros, 2018).

O comportamento humano é muito bem mensurado e observado à luz da análise do comportamento, isto é, quando o cientista se propõe a explicar a relação entre o organismo em interação com o meio, pode-se classificar como parte desse processo as contingências de reforço que são relação entre o comportamento e suas consequências, podendo fortalecer ou enfraquecer uma resposta.

 A teoria apresenta conceitos como o de reforço positivo, que é  quando a consequência aumenta a probabilidade de repetição do comportamento e reforço negativo quando o comportamento aumenta em função da remoção de um estímulo aversivo, essas são etapas que nos permitem modular e até mesmo observar qual é a função do comportamento (Skinner,1953).

Dentro da explicação da teoria deve-se mensurar a existência do comportamento operante e respondente que se diferenciam, comportamento operante é influenciado por suas consequências e ocorre em função do ambiente, o comportamento respondente é automático e desencadeado por estímulos específicos, como uma resposta fisiológica (Vieira; Campos, 2021).

O comportamento dos acadêmicos nas mídias sociais pode ser observado pela ótica da psicologia analitico comportamental, bem como a forma como as contingências são criadas e criam o produto,  que deixam ainda mais claro que as mídias sociais em si, não denotam perigo algum para sociabilidade dos acadêmicos e não comprometem seus estudos, mas sim a forma como ela é usada e distribuída, muitas vezes deturpando a mensagem original dos criadores dessas redes de conexão. (Skinner 1957)

O termo contingência é empregado para se referir a regras que especificam relações entre eventos ambientais ou entre comportamento e eventos ambientais (João Claudio Todorov et al apud Skinner, 1953/1967).

Afinal, nos dias atuais, a mensagem a ser passada pode ser interpretada de centenas de formas e passada à frente com maior facilidade. Ao analisar o efeito que as contingências podem aplicar nesse contexto, entende-se que as elas podem ser tanto punitivas, ou seja,  aquelas que extinguem ou diminuem a probabilidade de um comportamento, quanto as reforçadoras, que podem causar a modelagem de um comportamento ou criar um novo repertório com novos comportamentos, bem como aumentar a sua quantidade de repetição dentro da rotina do sujeito (Moreira; Medeiros 2007)

O modelo de psicologia analitico comportamental discute as influências que o meio pode exercer no comportamento humano e como suas relações podem ser explicadas com base nesse modelo científico da psicologia, isso é, a forma como a psicologia analitico comportamental explica sobre a influencia das mídias sociais na vida das pessoas (Borges; Cassas, 2009). A psicologia analítico comportamental é pautada na observação do indivíduo sobre seu comportamento e como esse indivíduo entende e manifesta verbalmente sobre o meio ao qual está inserido, seja esse ambiente físico ou o presente nas mídias sociais.

A forma como a psicologia analítico comportamental explica sobre as mídias sociais pode ser ilustrada da seguinte forma: as informações que são disponibilizadas para o indivíduo, podem causar uma contingência reforçadora ou punitiva, dentro desse discurso quando é abordado o papel das mídias sociais dentro das instituições de ensino, o poder dessas contingências pode definir o caminho que esse estudante pode percorrer, ou incisivamente pode direcionar o comportamento desse acadêmico para algo além do ensino. (Tourinho, 2003)

A interação desse indivíduo com os seus sentimentos que são puramente fruto do meio ao qual está inserido, deve-se ser pautado e observado para que possa entender se as contingências das mídias sociais está sendo produtiva ou até mesmo criando um bloqueio na forma como esse acadêmico se desenvolve como profissional, como responsável pela limitação das potencialidades desse futuro profissional (Tourinho, 2003).

Porque os seres humanos passam a maior parte de seu tempo engajados em alguma forma de comunicação interpessoal e, ao serem socialmente habilidosos, são capazes de promoverem interações sociais satisfatórias (Alessandra Turini Bolsoni-Silva, 2002 apud  Caballo 1997).

Como meio de sobrevivência, os seres humanos sempre buscam se relacionar e construir relações sociais que criem um ambiente mais acolhedor e reforçador, ou seja, buscam aprovação e maior colaboração daqueles que dividem seus momentos, dentro do contexto das mídias sociais. Essas relações cruzam uma linha tênue entre saúde e malefícios, na mesma medida em que o indivíduo pode criar um lugar de aconchego, ele também pode estar condenado e se submeter a permanecer em uma contingência que o cause malefícios de teor duradouro ou breve, mas com impacto mais que esperado dentro do repertório psicológico desse indivíduo. (Moreira e Medeiros 2007)

Como cita Moreira e Medeiros (2007) a influência social, é de suma importância para a definição de um comportamento ou a exclusão do mesmo, esse fato por si só não garante que o indivíduo terá qualidade de vida, ou que os comportamentos que tomam como reforço, de fato são comportamentos que trazem benefícios para a vida dessa pessoa.

O ponto é, a psicologia analítico comportamental tem grandes contribuições acerca da temática das mídias sociais, tendo em vista que esse ambiente dentro da nossa sociedade contemporânea, se utiliza das relações sociais e vários níveis de contingências reforçadoras e punitivas dentro do seu desenvolvimento e atuação. (Moreira e Medeiros 2007)

A principal discussão que a análise do comportamento segundo Moreira e Medeiros (2007) nos aponta que pode ser relacionada com tal tema é, as mídias sociais se transformaram em arenas complexas para a construção da identidade, onde o comportamento é uma combinação de expressão pessoal e de conformidade com as normas sociais digitais, levando cada vez mais a existência humana como um pólo complexo onde buscamos entender e validar à luz da ciência psicológica que a psicologia analitico comportamental pode explicar e traçar clareza dentro de suas nuances.

3. METODOLOGIA

Esse trabalho é pautado com base em pesquisa bibliográfica qualitativa com o objetivo de  identificar como as mídias têm impactado a vida dos estudantes universitários do ano de conclusão curso. Torna-se necessário para o trabalho a realização de uma pesquisa de Revisão Literária, para que facilite a redução de objetificação das demandas e dos materiais que poderão ser utilizados a fim de mostrar o impacto que esses meios causaram e ainda causam no processo de graduação, entendendo assim como esse assunto é necessário de ser abordado, para que possibilite a expansão da importância de uma intervenção do psicólogo nesse contexto (Garcia, 2019)

Com base no livro  da professora Liane Carly Hermes Zanella publicado em 2011, o conhecimento científico é a melhor alternativa para que se possa alcançar os objetivos, que é compreender de maneira integral as necessidades da presente pesquisa, respeitando os princípios da instituição, as regras políticas da sociedade brasileira e também o embasamento necessário (Zanella, 2011).

Isso induz uma necessidade de entendimento acerca dos comportamentos que são apresentados dentro da literatura, a forma como somos instigados a dar importância a opinião de terceiros, a normas impostas pela sociedade de como devemos nos portar, nos vestir e agir dentro e fora de um contexto acadêmico, ou social, essas imposições em conjunto com os estudos, planos futuros de carreira (Zanella, 2011).

A revisão bibliográfica, confundida muitas vezes com a pesquisa bibliográfica, é uma parte muito importante de toda e qualquer pesquisa, pois é a fundamentação teórica, o estado da arte do assunto que está sendo pesquisado. Toda pesquisa, qualquer que seja seu delineamento ou classificação em termos metodológicos, deverá ter a revisão bibliográfica (Echer, 2001. p. 6).

A vida e cobranças internas, fortalecem a mudança comportamental e psicológica dos acadêmicos de graduação. Utilizou-se apenas artigos científicos publicados a partir do ano de 2001, juntamente com livros relacionados ao Behaviorismo Radical, a Teoria Comportamental, e a livros relacionados a emoções e inteligência emocional.

Os pontos julgados como relevantes para embasar essa pesquisa, foram escolhidos de forma criteriosa e que pudessem estabelecer dentro do ramal da ciência, para esclarecer quais são os pontos que as mídias sociais podem, ou não, influenciar no cotidiano de estudantes no ano de conclusão de sua graduação, no desenvolvimento das pesquisas os nortes que eram tomados para encontrar materiais confiáveis para tal pesquisa, iam se consolidando e criando uma narrativa empática e acolhedora para entender o ofício de tais plataformas para o desenvolvimento empírico e prático dos acadêmicos.

A revisão bibliográfica, confundida muitas vezes com a pesquisa bibliográfica, é uma parte muito importante de toda e qualquer pesquisa, pois é a fundamentação teórica, o estado da arte do assunto que está sendo pesquisado. Toda pesquisa, qualquer que seja seu delineamento ou classificação em termos metodológicos, deverá ter a revisão bibliográfica. (Garcia, 2016. p. 294)

A pesquisa foi direcionada através de pesquisa em materiais físicos como, livros e artigos científicos, tal qual a pesquisa em acervos online a fim de estender e colaborar com mais aprofundamentos nas pesquisas dentro desse tema, sendo ele objeto de estudos desde os anos de 1950, onde já se previam os impactos das mídias sociais nas vidas de acadêmicos, durante o seu desenvolvimento estudantil. Isso se faz necessário à medida que a tecnologia se torna, não apenas escolha, mas sim necessidade para o desenvolvimento de conteúdos para o aprofundamento dos conhecimentos de humanos em contato com o mundo que habitam.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

Para iniciar a discussão, deve-se sinalizar que as mídias sociais vão além das redes sociais, elas abrangem uma superfície maior de informações como jornais, emissoras de televisão, emissoras de rádio e os fóruns e sites da internet que compartilham informações quase em tempo real com esses usuários das tecnologias (Peixoto et al., 2021).

Com o isolamento causado recentemente pela pandemia do Covid-19, a utilização das mídias cresceu devido a sua utilização como recurso de distração e conexão com o mundo externo, utilizado principalmente por jovens e adultos, para ferramentas de trabalho e estudos, como aulas e reuniões online, ou a navegação nas redes sociais para divertimento por exemplo (Costa, 2021).

Outro dado avultado sobre o uso das redes, são as manifestações de racismo e intolerância. Souza e Cunha (2019, p. 205) evidenciam que “o uso problemático de mídias sociais revela um ambiente onde jovens chegam a agredir verbalmente pessoas com ideias e culturas diferentes de suas, que posteriormente podem causar danos psicológicos a outrem” (Costa, 2021. p.33)

 Com o passar dos anos, o acesso a tecnologia veio moldando e disponibilizando com maior facilidade o acesso a conhecimento e socialização das pessoas no mundo todo, e de certa forma, acolheu e disponibilizou esse privilégio ao mundo universitário, deixando os acadêmicos com uma maior facilidade de conseguir alcançar seus objetivos no contexto estudantil (Peixoto et al., 2021).

Dentro das mídias é possível encontrar uma infinidade de formas e redes de se comunicar e conectar com outras pessoas e culturas independente da localidade em que ambos se encontrem. Por meio desses canais, é viável compartilhar experiências e relatos da própria vida, podendo manipular qual mensagem quer passar com determinada publicação. Podendo transpassar mentiras sobre alguém, como difamar imagens e colocar aquela propagação como ideal de vida ou de como a vida não deve ser (Franco, 2019).

As mídias sociais nesse contexto não deve ser vista como vilã, mas tão pouco deve ser colocada como a única solução para a resolução das demandas dentro de sala de aula, a forma como os acadêmicos se relacionam e utilizam da tecnologia nos aponta um sinal e alerta, para a facilidade de criar uma dependência das tecnologias para a resolução de atividades simples no cotidiano acadêmico (Peixoto et al., 2021)

Porém, mesmo tentando  se desenvolver com o objetivo de formar  cidadãos ativos, criativos, críticos no que diz respeito às tecnologias da comunicação  e informação, a escola  ainda não encontrou meios para que isso se objetivasse (Peixoto et al., 2021 p.82).

Partindo desse princípio nossa discussão deve abordar que sim, as mídias sociais são fundamentais para o desenvolvimentos desses futuros profissionais, mas a maneira como ela está sendo utilizada, estimula a discussão de necessitar de uma intervenção para existir uma execução saudável para que as tecnologias não ultrapassem a fronteira de ferramenta de comunicação e pesquisa, e não se tornem uma forma de procrastinação ou meio de exclusão do objetivo de formação profissional (Peixoto et al., 2021).

Como as mídias sociais são amplamente exploradas para a vários objetivos, para além do ofício educacional, a psicoeducação para o manejo da utilização se torna fundamental, a partir do momento em que se fornece as ferramentas para o desenvolvimento desse pensamento, espera-se que os acadêmicos criem uma linha crítica da utilização de maneira saudável desses equipamentos. O objetivo desse método é evitar a radicalização do uso das mídias sociais. Assim sendo necessário incluir a saúde mental dos acadêmicos no processo de digitalização dos meios de comunicação e pesquisa (Lorenzo 2015)

A rapidez que os meios de comunicação e as tecnologias exercem dentro do cotidiano desses indivíduos, gera sensação da fragilização da saúde emocional e psicológica desses acadêmicos, mas não deve-se ignorar a probabilidade de que o ato de se conviver com as disciplinas e responsabilidades acadêmicas pode gerar desgaste igual ou maior que a alta exposição dos alunos a tecnologia de modo geral (Santos e Santos, 2014).

Uma intervenção possível a ser feita, é a maior inclusão da educação por meio das próprias mídias sociais, incentivando a saúde mental dos estudantes, para que busquem passar mais tempo longe das futilidades dentro das tecnologias, buscar por autocuidado, reforçar o comportamento de ter um momento genuinamente seu, equilibrar sua vida para assim lidar com as consequências advindas de passar tanto tempo em contato com as mídias (Cunha 2022)

A forma mais eficaz de alcançar a solução para as prováveis problemáticas do contato excessivo com as tecnologias, seria a conscientização dos órgãos de saúde pública, em conjunto com as universidades, abordando os desafios que podem aparecer dentro do cotidiano acadêmico, e como as ligações entre as redes oferecem a possibilidade de integrar esses cuidados para garantir a saúde eo bem estar dos indivíduos que são acometidos por esse cenário (Cunha,  2022).

“Na perspectiva que propõe-se, as mídias e as plataformas não são mais apenas mediadores ou espaços separados do cotidiano; elas integram a vida e são atores sociais importantes que participam ativamente das ações cotidianas” (França et al., 2021, p.106).

Ao buscar entender a prevalência dos meios de comunicação, entende-se que é de extrema importância práticas que geram além da educação psicológica e social, mas também a forma de como as mídias podem ser usadas para fins de descanso e entretenimento, disponibilizando assim, momentos de qualidade aliados a momentos de responsabilidades e também lazer para maior aderência dos acadêmicos no processo de graduação. Mas para além desses pontos abordados, o comprometimento dos acadêmicos com suas responsabilidades podem e devem ser indagados dentro da equação na garantia de seus direitos como universitários (França et al., 2021).

A forma como as mídias sociais atravessam os acadêmicos na contemporaneidade gera um alerta para aquilo que muitas vezes não é observado e discutido dentros dos ambientes sociais e de saúde pública, o que é explorado na atualidade é a ruptura que as mídias sociais criam, a forma como o “existir” nesse novo ambiente cria a nova perspectiva de criar uma realidade nova, ou ainda nesse âmbito aprimorar as competências para as funções básicas e avançadas na forma do aprender e se relacionar com os demais (Peixoto et al., 2021).

O contexto acadêmico no processo de graduação desses alunos, pode causar sintomas e comportamentos que devem ser elaborados e muito bem assistidos, como fruto das mídias sociais e o uso demasiado das plataformas de comunicação e pesquisa, muito se fala nos malefícios que elas podem causar na vida dos estudantes em um todo. Em contrapartida, podemos falar sobre os benefícios de se ter as mídias sociais como aliada dos alunos. Benefícios esses que vão além do enriquecimento da ciência que será produzida e popularizada com mais facilidade para a população geral com foco no conhecimento e cultura  (França et al., 2021).

As mídias sociais, quando usadas de maneira coerente e com o seu uso estimulado de forma consciente, podem agregar na qualidade de vida da população e no alívio de estresses e casualidades que podem atravessar de maneira negativa os acadêmicos e os profissionais que fazem parte do colegiado, tendo em vista que se reconhece os desafios que esse público enfrenta na rotina dentro das instituições de ensino. (Lorenzo 2015).

5. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos dados trazidos na pesquisa acima pode-se concluir que as mídias sociais por mais que trazem consigo tantos benefícios para o meio acadêmico, suas distrações e formas incorretas de se usar podem interferir diretamente no desempenho, na saúde, no emocional e psicológico de cada acadêmico universitário, assim como indiretamente em seu círculo familiar e social.

As mídias sociais, apresentam-se muito eficazes no desempenho acadêmico, pois auxiliam nas demandas de pesquisa, assim como na preparação dos materiais que os acadêmicos usam para desempenharem seus papéis como futuros profissionais, de maneira geral necessitam de uma maior atenção para que seu uso não seja desenfreado.

Essa pesquisa chegou à conclusão de que as mídias sociais, embora aliadas dos universitários, podem criar uma dependência e defasar o conhecimento dos universitários. Esses são alguns dos fatores que podem acarretar prejuízos e prejudicar diversas facetas da vida, como social e profissional,  a longo prazo.

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1 Discente do Curso Superior de Psicologia do Instituto Centro Universitário Univel Campus Cascavel-Pr e-mail: ingriddossena02@gmail.com
2 Discente do Curso Superior de Psicologia do Instituto Centro Universitário Univel Campus Cascavel-Pr e-mail: mariafernandamendesmonteiro@gmail.com
3 Docente do Curso Superior do Curso Superior de Psicologia do Instituto Centro Universitário Univel Campus Cascavel-Pr e-mail: daniela.delfino@univel.br