REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202410162129
Luiz Carlos de Souza; Ingraça Ferreira de Sousa; Vilma das Graças Britts de Souza; Fernanda Louzada Lence; Vaneska Maria de Melo Silva; Leidiane Aparecida dos Santos; Alex Abade Ferreira de Araujo; Ueudison Alves Guimarães.
RESUMO
O processo de ensino e aprendizagem nas escolas exige um planejamento robusto que defina metodologias de ensino adaptadas à realidade do aluno. Nesse sentido, entende-se que planejar de forma estratégica estabelece uma conexão entre teoria e prática, permitindo que as metodologias sejam aplicadas e repensadas para promover uma educação significativa e dinâmica. O objetivo deste estudo é identificar metodologias que possam oferecer novas possibilidades e influenciar positivamente os alunos em um processo de ensino-aprendizagem impactante. Para atingir esse objetivo, a pesquisa utilizou uma abordagem teórico-bibliográfica. Desse modo, foram destacados os tipos de metodologias de ensino utilizadas pela professora analisada, fundamentando uma metodologia coerente com a realidade dos alunos, o que intensifica o processo de ensino-aprendizagem, tornando-o tangível, concreto, satisfatório, adequado e prazeroso. Dessa forma, torna-se claro que o aluno se torna o protagonista da construção do seu próprio conhecimento, enquanto o professor atua como mediador dessa prática transformadora construindo um ambiente de ensino-aprendizagem envolvente e colaborativo.
Palavras-Chave: Aprendizagem. Formação Docente. Métodos Ativos.
ABSTRACT
The teaching and learning process in schools requires robust planning that defines teaching methodologies adapted to the student’s reality. In this sense, it is understood that strategic planning establishes a connection between theory and practice, allowing methodologies to be applied and rethought to promote meaningful and dynamic education. The objective of this study is to identify methodologies that can offer new possibilities and positively influence students in an impactful teaching-learning process. To achieve this objective, the research used a theoretical-bibliographical approach. Thus, the types of teaching methodologies used by the analyzed teacher were highlighted, supporting a methodology that is coherent with the students’ reality, which intensifies the teaching-learning process, making it tangible, concrete, satisfactory, appropriate and enjoyable. In this way, it becomes clear that the student becomes the protagonist in the construction of his/her own knowledge, while the teacher acts as a mediator of this transformative practice, building an engaging and collaborative teaching-learning environment.
Keywords: Learning. Teacher Training. Active Methods.
1 INTRODUÇÃO
O processo de ensino e aprendizagem nas escolas de Educação Básica demanda uma visão radicalmente diferenciada, significando que a prática pedagógica exige um planejamento meticuloso e diário.
Contudo, é somente ao planejar com base na realidade sociocultural dos alunos que se podem desencadear metodologias de ensino profundamente conectadas a esse contexto. Segundo Bertrand (2001), a práxis educativa, neste sentido, tem o potencial de transformar o ensino e a aprendizagem em algo palpável, concreto e significativamente impactante tanto para os aprendizes quanto para os educadores.
Partindo desse pressuposto, o objetivo deste estudo é identificar metodologias revolucionárias que possam gerar possibilidades dinâmicas e influenciar profundamente os alunos, fomentando um processo de ensino-aprendizagem realmente significativo e transformador.
A importância do planejamento educacional torna-se evidente para o desempenho de aulas que realmente ressoem com o público estudantil, pois a falta de metodologias eficazes nas práticas tradicionais e cotidianas em sala de aula revela um cenário alarmante onde professores e alunos estão alienados do verdadeiro processo de ensinar e aprender.
Dessa maneira, a relevância deste estudo reside em apresentar possibilidades de ação que realmente se alinhem à realidade, promovendo uma interação envolvente e significativa entre professores, alunos e o processo de ensino-aprendizagem.
Essa abordagem busca quebrar barreiras, fomentar um ambiente educacional dinâmico e reestruturar o paradigma tradicional, transformando a sala de aula em um espaço de inovação e engajamento contínuo. A metodologia adotada para a construção deste estudo envolveu uma pesquisa bibliográfica.
Este artigo está estruturado em três seções principais, além da introdução e das conclusões. A primeira seção mergulha profundamente no conceito de metodologia de ensino, explorando suas bases teóricas e aplicações práticas. A segunda seção se dedica a um exame detalhado dos diferentes tipos de metodologias de ensino, dissecando suas características e impactos na prática pedagógica. Na última seção, apresentamos um relato de experiência sobre a aplicação de uma prática metodológica inovadora na educação básica, destacando os desafios, aprendizagens e transformações resultantes dessa abordagem.
2 METODOLOGIA
Para tanto, este estudo ancorou-se na pesquisa qualitativa, valendo-se de fontes bibliográficas e documentais, com a finalidade de expandir o conhecimento sobre metodologias de ensino.
Vale destacar que a pesquisa bibliográfica deve ser conduzida com rigor disciplinar, afastando-se de leituras aleatórias para permitir a formulação de problemas compatíveis com os objetivos da investigação científica (ROCHA; BERNARDO, 2011, p. 95).
A esse respeito, Gil (2002) observa que “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material previamente elaborado, principalmente composto de livros e artigos científicos” (GIL, 2002, p. 44).
3 METODOLOGIA DE ENSINO
O ato de ensinar na educação formal exige que o professor faça escolhas importantes que moldam diretamente o perfil do aluno/cidadão que se almeja ver atuante na sociedade. Essas escolhas envolvem a definição das metodologias de ensino que serão adotadas, de modo a aplicar métodos que guiarão as técnicas de aprendizagem.
García (1999) destaca essa análise crítica que impacta a prática pedagógica, ao afirmar que, ao se discutir técnicas de ensino e sugestões metodológicas, faz-se necessário compreender a força intrínseca que a educação escolar pode exercer, identificar as condições históricas e as formas históricas sob as quais ela pode, sem ilusões e sem abdicações, contribuir para a formação de uma sociedade capaz de intervir em sua própria história.
A vastidão dos termos, segundo La Rosa (2003) sublinha a crucialidade de compreender o significado de método e metodologia de ensino. A etimologia da palavra método encontra suas raízes no latim methodus, que deriva do grego meta, significando meta ou objetivo, e thodos, que se traduz como caminho, percurso, ou meios para alcançá-lo. Em outras palavras, método é o caminho, a escolha de um trajeto até o alcance dos objetivos que culminam na aprendizagem.
Nesse cenário, o professor, atuando como mediador da prática pedagógica, deve buscar um caminho ou “método” para orientar sua metodologia de ensino. Dessa forma, ele concretiza seu objetivo fundamental: ensinar, enquanto o aluno efetivamente aprende.
A metodologia e o método se materializam a partir do conceito de que a metodologia de ensino revela aquilo que o professor percebe como método eficaz para a realidade de seus alunos, sendo essa estrutura essencial para aplicar a técnica que completará o processo e atingirá o objetivo final.
Pimenta (2006) esclarece que o método envolve processos, permitindo-se afirmar que ele deve ser compreendido como um conjunto de processos que se organizam visando o ensino e a aprendizagem.
Nesse sentido, compreende-se que essa definição se expande, sugerindo que o método de ensino se torne, assim, um dos componentes viáveis para a estruturação dos caminhos a serem trilhados pela ação didática. A implementação de tais métodos é, portanto, um ato deliberado de construção educativa, que direciona e potencializa o processo pedagógico em busca de resultados concretos e transformadores.
Esses trajetos empregam uma diversidade de procedimentos de ensino, visando inspirar e orientar o aluno para a assimilação do conhecimento transmitido no processo escolar e em sua relação com os diferentes contextos: natural, cultural, socioeconômico. Dessa forma, o professor precisa escolher com precisão o método/caminho que melhor direcionará seus alunos para a aprendizagem.
Essa compreensão do professor também implica na definição e execução de sua metodologia de ensino, que, sob uma perspectiva dialética, fará a conexão entre o currículo e a realidade, visando efetivamente o aprendizado do aluno. É uma abordagem que demanda uma integração consciente e estratégica, onde o educador, como arquiteto do saber, deve forjar metodologias que não apenas ensinem, mas também inspirem e transformem a experiência educativa em um processo dinâmico e impactante.
A metodologia, dessa forma, se entrelaça aos pressupostos teóricos do currículo que o professor deve seguir, sendo uma interpretação e compreensão da realidade que, conduzida pelo método, desencadeia uma prática pedagógica específica. Tardif (2002) além de reforçar essa visão, lança-a em uma perspectiva dinâmica, afirmando que a metodologia é a aplicação intensa do método de ensino. Ele explica que a metodologia de ensino pode ser compreendida, então, como a aplicação impactante dos princípios gerais de uma ciência, traduzidos nos seus métodos de investigação nas situações de ensino.
Essa interdependência entre método e metodologia sublinha a importância de um enfoque deliberado e criterioso na escolha e aplicação das estratégias educativas, visando tanto a transmissão de conhecimento quanto a transformação efetiva do processo de aprendizagem em um ato significativo e impactante.
Concretiza-se pela aplicação dos métodos de ensino em seus pressupostos teóricos. Com base nessa perspectiva de metodologia como a aplicação dos princípios gerais de uma ciência, Zeichner (1983) amplia dizendo que metodologia deve ser a visão global que oriente o processo educativo, conferindo unidade e coerência a todos os elementos envolvidos, em cada momento e passo desse processo.
Sob essa ótica abrangente, Zabalza (2007) desdobra de forma vertiginosa os componentes que formam a prática metodológica no espaço educativo da sala de aula: as atividades propostas, a bibliografia indicada, o sistema de avaliação, as técnicas de ensino escolhidas, o relacionamento entre professor e alunos, o tipo de questões levantadas em sala de aula, o tratamento dado à disciplina ou área de especialidade, a relação prática entre o trabalho docente e o curso ou projeto em que o professor atua. Esses elementos se desdobram em um cenário dinâmico, revelando a compreensão e interpretação que o educador faz da relação homem-sociedade-natureza, historicamente determinada. Essa articulação intensa constitui a metodologia de ensino, concretizando um entendimento profundamente interligado e passional do papel do educador.
Essa visão global e detalhada sublinha a necessidade de um enfoque amplo e integrado à prática pedagógica, onde cada aspecto da sala de aula é cuidadosamente considerado e alinhado com os objetivos educacionais maiores. A metodologia de ensino, então, não é apenas uma série de passos técnicos, mas uma construção complexa e dinâmica que reflete a visão de mundo do educador e sua interpretação das interações sociais e naturais. É essa compreensão profunda e crítica que transforma a sala de aula em um espaço vivo de aprendizagem e crescimento.
Com isso, Zabalza (2007) conclui que a metodologia de ensino está intrinsecamente ligada ao que “pode e precisa ser feito” no âmbito da prática pedagógica, representando o processo que viabiliza a veiculação dos conteúdos entre o professor e o aluno, manifestando assim sua dimensão prática.
Essa articulação de conteúdos entre professor e aluno assegura uma aprendizagem efetiva; entretanto, para que isso se traduza em prática pedagógica coerente com a realidade, cabe ao professor determinar “quais/como” as metodologias de ensino serão aplicadas.
Quando essas metodologias se mostram significativas para o aluno, a participação e o envolvimento com o conteúdo se tornam expressivos, resultando em uma aprendizagem de maior rendimento.
A eficácia das metodologias de ensino, segundo o autor supracitado, não reside apenas na transmissão de conhecimentos, mas na capacidade de engajar os alunos de forma dinâmica e relevante, adaptando-se continuamente às suas necessidades e contextos específicos. Dessa forma, descobre-se que o verdadeiro desafio está em transformar a sala de aula em um ambiente de troca e construção conjunta, onde o aluno se torna protagonista do seu próprio aprendizado e o professor, um mediador estratégico e inovador.
Logo, essa relação entre professor e aluno, marcada pela execução da metodologia de ensino, escancara a necessidade imperiosa de um planejamento minucioso por parte do professor, que deve ser fundamentado em referenciais teóricos robustos que sustentem a prática com uma coesão inabalável e uma coerência rigorosa, direcionando cada movimento pedagógico ao objetivo final.
Sem esse embasamento teórico e essa preparação estratégica, a prática pedagógica corre o risco de se tornar uma série de ações desconectadas e ineficazes, incapazes de promover uma aprendizagem significativa e duradoura. Portanto, torna-se imprescindível que o professor conheça e integre profundamente essas teorias em sua metodologia, transformando a sala de aula em um campo fértil de conhecimento e inovação, onde cada interação é uma oportunidade para a construção de saberes e a formação de cidadãos críticos e ativos.
4 PADRÕES DE MÉTODOS DE ENSINO
Dentre as inúmeras concepções atribuídas à metodologia e ao método, observa-se uma notável divergência na literatura quanto à distinção desses termos. No entanto, ao apresentar algumas metodologias de ensino, autores frequentemente as descrevem de maneira intercambiável como método ou técnica. Nesse emaranhado de definições, selecionamos algumas propostas revolucionárias: técnicas intrinsecamente ligadas a métodos que se sintetizam em metodologias de ensino robustas, contribuindo para uma aprendizagem verdadeiramente dinâmica e transformadora.
As metodologias de ensino apresentadas nesta seção são expostas com base em uma concepção minuciosa, contextualização detalhada e objetivos claros, desvendando o panorama complexo das metodologias de ensino e proporcionando ao professor uma ferramenta poderosa para a condução de um processo educativo verdadeiramente inovador e eficaz.
A aula expositiva emergiu como uma metodologia de ensino durante a era da Pedagogia Tradicional, caracterizada por um período histórico em que o professor dominava a cena, despejando seu conhecimento de maneira unilateral enquanto os alunos, relegados a meros receptores passivos, absorviam as informações sem qualquer participação ativa.
Todavia, essa característica metodológica conforme Comenius (2010) perde sua função quando o professor adota o método dialético e acrescenta a essa terminologia a dimensão dialógica. Dessa maneira, o professor pode empregar essa metodologia para introduzir um novo assunto do programa de ensino; proporcionar uma visão global e sintética de um tema; apresentar e esclarecer conceitos fundamentais de uma unidade de estudo específica; e finalizar estudos.
Cunha (1989) ressalta que para uma aula expositiva bem-sucedida, é crucial considerar elementos-chave, como um planejamento meticuloso que determine os objetivos, delineie o esquema essencial e calcule o tempo; uso de uma linguagem clara e precisa; a utilização de recursos que mantenham o interesse do aluno; e, ao término da aula, realizar uma síntese do conteúdo abordado.
Estudo de texto, como o nome sugere, envolve a análise meticulosa de um texto. Essa metodologia se fundamenta na leitura e releitura rigorosa, permitindo que o aluno se insira na narrativa, adquirindo conhecimento e, simultaneamente, levantando questionamentos e buscando respostas. O objetivo é explorar o texto profundamente, possibilitando ao aluno fazer analogias com outros textos já lidos.
Para iniciar este processo, o professor pode incitar o interesse do aluno pela leitura através de diversas metodologias, como pesquisa bibliográfica e/ou de campo, observação, discussão e debates sobre filmes relacionados ao tema do livro que será lido. Todos esses métodos precedem a abordagem do Estudo de Texto.
Esse trabalho prévio visa garantir o pleno engajamento do aluno com a leitura, elemento essencial para o estudo. A leitura pode ser individual ou coletiva, oral ou silenciosa.
Inicialmente, exige-se que o primeiro contato com o texto seja individual e silencioso, permitindo ao aluno obter uma visão ampla e fazer comparações com suas próprias experiências.
Em seguida, a exposição oral e coletiva desenvolve tanto a habilidade de leitura quanto a de escuta. Não obstante, ao implementar essa metodologia, é importante que a prática da leitura e releitura envolva o aluno de tal maneira que ele seja capaz de compreender, interpretar, analisar e sintetizar o texto, possibilitando a (re)criação de novos textos.
O Estudo Dirigido é frequentemente entendido como estudar sob a orientação do professor”, mas essa definição é apenas superficial. Anastasiou (2004) afirma que o Estudo Dirigido pressupõe uma diretividade por parte do professor, fundamenta-se na atividade do aluno e se efetiva em situações socio individualizadas tanto dentro quanto fora da sala de aula, sempre sob a direção do professor.
Portanto, essa metodologia vai além de uma simples supervisão, pois trata-se de um processo intencionalmente estruturado onde o professor guia e direciona o aluno, enquanto este participa ativamente da construção de seu próprio conhecimento, transformando a aprendizagem em uma experiência contextual e personalizada.
O Estudo Dirigido vai além da mera orientação; é uma prática que exige a preparação meticulosa de um roteiro pelo professor, direcionando atividades específicas para os alunos. Este roteiro define os passos que os alunos devem seguir, com o objetivo de alcançar os resultados esperados pelo professor. Evidencia-se que essa abordagem transcende a simples memorização, incentivando a análise e a reflexão profunda sobre as tarefas propostas, permitindo que os alunos sejam desafiados a encontrarem respostas dentro de seus contextos, promovendo uma leitura crítica e contextualizada.
A metodologia do Estudo Dirigido deve incorporar momentos de trabalho individualizado e socializado. Nos momentos de socialização, o professor pode integrar outras metodologias de ensino, como debates, permitindo que os alunos extrapolem as palavras do autor e desenvolvam uma compreensão mais profunda. Durante esses debates, o “método de problemas” pode ser aplicado, incentivando os alunos a proporem alternativas de solução para os temas discutidos. Essa dinâmica transforma a aprendizagem em um processo ativo e envolvente, onde a construção do conhecimento é colaborativa e contextualizada, levando os alunos a desenvolverem habilidades críticas e soluções inovadoras.
A Discussão é uma comunicação que se estabelece entre professor e aluno na técnica da aula expositiva pode desencadear uma discussão intensa e uma reflexão profunda sobre um determinado tema, seja entre professor e aluno ou entre os próprios alunos.
O professor apresenta um assunto e, através da discussão, vai desmembrando as implicações que surgem ao longo da análise. Essa abordagem metodológica transforma o aluno em um agente ativo e crítico no processo de aquisição do conhecimento.
Assim, percebe-se que ess dinâmica comunicativa, além de estimular a participação dos alunos, também incentiva o desenvolvimento de habilidades analíticas e a capacidade de argumentação, tornando o aprendizado um processo dinâmico e interativo, onde o conhecimento é construído coletivamente e continuamente questionado e aprimorado.
Valdemar (2014) sugere que essa abordagem pode ser usada durante ou após uma aula expositiva, do professor ou colegas, após um filme, uma sessão de slides, como preparação para um projeto a ser realizado.
Desse modo, como uma metodologia de ensino, ela incita uma cooperação intelectual fervorosa, onde professor e aluno se engajam em uma troca detalhada e dinâmica de informações sobre o tema em questão, gerando novos conhecimentos e percepções. Cabe destacar que esse processo de interação amplia o horizonte do entendimento e desencadeia uma sinergia criativa que transcende a mera transmissão de conteúdo, transformando o processo educativo em uma jornada colaborativa e revolucionária de descoberta e inovação.
Mellouki e Gauthier (2004) sublinha que o Debate pode emergir naturalmente de uma discussão, conduzindo professor e aluno, ou aluno e aluno, a um confronto vibrante de diferentes pontos de vista e disputas intelectuais acirradas. A própria etimologia da palavra “debate” reflete essa intensidade: do francês débattre, que deriva do latim debattuere, significando disputar, alterar, brigar.
Essa metodologia pedagógica não se restringe a um simples diálogo, mas se transforma em um campo de batalha mental onde ideias são lançadas como projéteis, desafiando e contestando o status quo. Cada participante é compelido a defender seu território intelectual com vigor, provocando uma tempestade de argumentos que não apenas esclarecem o assunto em questão, mas também catapultam a compreensão coletiva a novos patamares de profundidade e complexidade.
Nesse sentido, a metodologia deve ser executada com meticuloso planejamento, exigindo que o aluno tenha, no mínimo, uma base sólida em pesquisa bibliográfica e/ou de campo, bem como experiências práticas sobre o assunto em questão, garantindo que o aluno entre no debate armado com uma boa bagagem de conhecimentos.
O Seminário, ao ser analisado, revela-se como uma metodologia que inspira e desdobra outras práticas pedagógicas, desencadeando exposições orais, discussões fervorosas e debates intensos. Esta técnica atua como um núcleo gerador de ideias, debates e discussões sobre temas específicos, envolvendo especialistas, educadores, técnicos e alunos que, em uma metáfora eloquente, “semeiam” novas informações e conhecimentos, caracterizando de maneira singular essa metodologia de ensino.
Quando aplicado de forma mais restrita dentro da sala de aula, o seminário envolve a temática, o professor e o aluno em um processo dinâmico e interativo. Essa metodologia transcende a simples transmissão de conhecimento, promovendo uma rica troca intelectual que desafia e expande a compreensão dos participantes.
Dessa forma, o aluno se torna o protagonista do processo, sem que isso exima o professor de suas responsabilidades fundamentais. O professor, nesse cenário, cumpre um papel ativo em todas as etapas, orientando, intervindo, mediando, conduzindo e direcionando as ações dos alunos. Seu nível de envolvimento com essa metodologia é tão intenso e comprometido quanto em qualquer outra, assegurando que o aprendizado seja dinâmico, interativo e profundo.
Os Projetos de Trabalho permitem a construção de um objeto, tema ou programa da disciplina de maneira concreta ou estética, como a criação de música, pintura/desenho, decoração, modelagem e outros. Segundo Ferreira e Mota (2013), nos dois tipos de construção (de forma concreta ou estética) o método inclui estudo para a compreensão e elaboração de conceitos, princípios ou processos explicativos do objeto ou tema.
Essa abordagem envolve definir um “problema” e levantar hipóteses sobre ele. O aluno, a partir dessas indagações, buscará respostas, negando ou afirmando as hipóteses inicialmente propostas. Assim, sublinha-se que esse modelo de ensino pode ser considerado um dos mais completos, pois integra diversas outras práticas em sua execução, promovendo um aprendizado amplo e profundo.
Esses são apenas alguns exemplos das metodologias abordadas, mas existem inúmeras outras que os autores discutem. A escolha neste estudo foi focar nas metodologias de ensino que sustentam a prática pedagógica de muitos docentes, fornecendo uma base sólida e diversificada para o ensino. Por isso, ao destacar essas metodologias, buscamos evidenciar como diferentes abordagens podem ser integradas de maneira criativa e eficaz, proporcionando uma educação dinâmica e engajadora que ressoa com a realidade dos alunos e estimula um aprendizado significativo.
5 DISCUSSÕES
Ao abordar dois temas de suma importância, é imprescindível proporcionar uma visão estruturada sobre ambos no contexto do ensino-aprendizagem de modo abrangente. Primeiramente, a construção de metodologias de ensino abrange a criação de ferramentas estratégicas que os docentes utilizam para transmitir conhecimentos aos alunos de maneira abrangente e enriquecedora. Esse processo educativo é fundamental para a formação integral dos estudantes.
Por outro lado, há a dinâmica entre os conhecimentos pré-existentes e os novos saberes adquiridos ao longo do tempo. As teorias de aprendizagem buscam reconhecer e aplicar dinâmicas que acompanhem a evolução cognitiva dos indivíduos, promovendo uma interação contínua entre o antigo e o novo conhecimento, que estimula a emergência de novas formas de conhecimento nas relações educacionais de modo geral.
Portanto, integrar metodologias de ensino com uma compreensão aprofundada das teorias de aprendizagem resulta em um processo educativo robusto e dinâmico, capaz de fomentar um ambiente de constante evolução e enriquecimento intelectual.
Metodologias didáticas para a aprendizagem e teorias pedagógicas de aplicação de habilidades são, em essência, uma construção que fomenta a busca incessante por conhecimentos a serem aplicados no processo de ensino-aprendizagem. Desse modo, compreender como os alunos, em sua totalidade, aprendem e identificar as condições necessárias para essa aprendizagem é vital, pois estamos diante de um processo que se prende à inteligência ou à construção de conhecimento, mas que envolve um profundo sentido de identidade pessoal e relaciona-se com diversas formas de interação social e comportamental.
Pimentel (2007), na busca pelo desenvolvimento, a sociedade organiza-se e define suas instituições, com o sistema de produção sendo o responsável por essa organização. As formas organizacionais e direcionadas baseiam-se na melhor condução do ensino e aprendizagem, a qual enfatiza que a educação deve ser vista como um todo, integrando docentes e discentes em um processo coletivo de construção do saber.
Portanto, ao adotar essas metodologias e teorias, reconhece-se que a aprendizagem é uma dinâmica complexa e multifacetada, que exige uma abordagem holística, englobando aspectos intelectuais, sociais e comportamentais, e promovendo um ambiente de interação contínua e enriquecimento mútuo.
Para abordar quatro teorias da aprendizagem, destacamos primeiramente o construtivismo, uma abordagem que demanda ações de edificação sobre algo preexistente, moldando sua formação cognitiva de modo a torná-la um mecanismo efetivo. No contexto em que o sujeito está inserido, é essencial que ocorra a instrução e a construção, com um olhar atento para os efeitos e impactos dessas ações nos indivíduos.
Conforme Piaget (1970), o construtivismo é um processo de aprendizagem que se desenvolve a partir de interações e perturbações do conhecimento no meio ambiente, levando em conta a idade e o contexto do indivíduo. Piaget afirma que a aprendizagem construtivista envolve o aluno em um processo que inclui a perturbação do equilíbrio dos seus conceitos, a conservação como compensação da modificação simultânea do objeto, e a dinâmica de assimilação versus acomodação do mesmo conceito.
Todavia, o construtivismo enfatiza a necessidade de criar condições para que o aluno experimente e reconstrua seu entendimento, permitindo a formação de conhecimento através de um processo dinâmico e contínuo de interação e reflexão.
O cognitivismo nasce de ações desenvolvidas nos sujeitos, proporcionando-lhes oportunidades para, através de conhecimentos prévios e instigações, aprenderem e desenvolverem novas formas de conhecimento. Desse modo, entendemos que a partir do processo cognitivo, os sujeitos conseguem expandir suas capacidades intelectuais e emocionais.
Ainda segundo Piaget (1970), o desenvolvimento da mente é um processo dialético que ocorre por meio da autorregulação. Para Piaget, todos os processos vitais – sejam eles psicológicos, biológicos ou sociológicos – se comportam de maneira similar. Isso significa que, diante das dificuldades de assimilação, o organismo se acomoda (modifica), e assim pode assimilar sucessivas vezes.
Assim, o cognitivismo não só facilita o desenvolvimento de capacidades intelectuais, mas também promove uma constante adaptação e reorganização do conhecimento, instigando os sujeitos a enfrentarem e superarem desafios intelectuais de maneira contínua e evolutiva.
O behaviorismo encontra suas raízes no ensino tradicional, pois baseia-se em estímulos, respostas e reforços. As notas das avaliações e elogios, por exemplo, são consideradas reforços comportamentais. Essa abordagem é essencial segundo seus proeminentes representantes, como Ivan Pavlov e Burrhus Frederic Skinner, que se alicerçavam em premissas empiristas. Pavlov, por exemplo, argumentava que “o requisito fundamental é que qualquer estímulo externo seja o sinal (estímulo neutro) de um reflexo condicionado e se sobreponha à ação de um estímulo absoluto” (LA ROSA).
Logo, no behaviorismo, a educação se transforma em um campo de manipulação de estímulos e respostas, onde cada comportamento pode ser condicionado e reforçado, criando um ambiente de aprendizado rigorosamente estruturado e empiricamente validado, desafiando constantemente os métodos e teorias tradicionais de ensino.
Já o interacionismo fundamenta-se na concepção de que o conhecimento emerge como uma forma de linguagem, desenvolvida através de impulsionamentos e interações constantes. Esse paradigma coloca o ser sujeito em um estado de maior interação, promovendo um aprendizado contínuo e dinâmico, profundamente enraizado no meio em que vive e é instruído.
Vygotsky (1979), o expoente máximo do interacionismo, defende que o sujeito constrói o conhecimento por meio da aprendizagem, catalisando o desenvolvimento mental. Através deste processo, o indivíduo transcende sua condição animal para se tornar plenamente humano. Ele nos leva a compreender que, ao deixar de ser um animal, o ser humano se aperfeiçoa no processo ensino-aprendizagem, avançando significativamente no desenvolvimento educacional. Assim, a teoria interacionista enfatiza a importância da interação social e cultural no desenvolvimento cognitivo, transformando o ambiente educativo em um espaço de contínua construção de significados e saberes.
Destarte, o interacionismo redefine a pedagogia tradicional, insistindo na relevância da colaboração e do contexto sociocultural, enquanto impulsiona os alunos a se engajarem ativamente no processo de aprendizado, promovendo uma educação rica, multifacetada e profundamente conectada com a realidade vivida.
De acordo com Paulo Freire, educar-se é infundir cada instante da vida e cada ato cotidiano com um profundo e vibrante sentido. É um processo de transformação onde cada momento se carrega de significado e cada ação cotidiana se torna um palco para a descoberta e o crescimento. A educação, então, não é meramente um ato de aprender, mas uma jornada intensa e dinâmica de impregnar a vida com valor e propósito em cada passo do caminho.
Dentro dessa perspectiva, descobre-se que o professor deve despertar para a urgência de inovar e ousar, rompendo definitivamente com os antigos tempos de cópias e paradigmas obsoletos, que não mais se encaixam nas novas visões de uma pedagogia comprometida com a formação integral do educando.
É imperativo que inovemos, forjando uma teoria e um método pedagógico dinâmico, capazes de produzir uma aprendizagem de qualidade e de substancial profundidade. Com isso, entende-se que a era de estagnação deve dar lugar a um entusiasmo pedagógico revolucionário, onde a inovação é a regra e a excelência, o resultado inevitável.
6 CONCLUSÃO
A partir da premissa histórico-dialética sobre a “concepção” de metodologia de ensino, fica claro que metodologias não podem ser reduzidas a fórmulas universais e mecânicas, que resultam em práticas educativas abstratas e desvinculadas do contexto real.
Em contraste, a concepção de metodologia de ensino discutida neste artigo se revela como uma prática educativa singular, impregnada de intenções profundas e intimamente entrelaçada com um processo de ensino-aprendizagem verdadeiramente significativo. Cada aspecto da metodologia não apenas se ajusta ao contexto, mas também se desdobra em um fluxo dinâmico e envolvente, transformando a experiência educativa em um espetáculo de descoberta e engajamento intenso.
Nesse contexto, as sugestões teórico-metodológicas apresentadas neste estudo visam incitar os professores a adotarem práticas educativas que causem um impacto explosivo nos alunos, promovendo um processo de ensino-aprendizagem verdadeiramente transformador, visto que a intenção é lançar o aluno para o centro da construção do seu próprio conhecimento, enquanto o professor se posiciona como o mediador vibrante dessa prática dinâmica.
Consequentemente, a partir de uma experiência pedagógica significativa, tornou-se possível avançar em reflexões teóricas profundas, pois as metodologias desenvolvidas e aplicadas durante a jornada reflexiva, ao serem confrontadas com a teoria, geraram uma onda de novas propostas de práticas metodológicas.
Essas propostas se concretizam em uma realidade sociocultural específica, criando um cenário onde teoria e prática não apenas se entrelaçam, mas se detonam mutuamente, gerando um impacto transformador e inovador na prática educativa. Desse modo, cada confronto teórico é um visto como um propulsor que desencadeia novas possibilidades e estratégias, reformulando o panorama da educação de maneira impressionante.
Diante desse pressuposto, surge a necessidade de um repensar radical sobre as diversas trajetórias que o professor planeja para direcionar o aluno no processo de ensino e aprendizagem. Esse “repensar” tato serve para impulsionar a prática docente quanto para promover uma concepção crítica e revolucionária do ensino, transformando metodologias que antes eram vistas como meramente tradicionais em caminhos inovadores e dinâmicos para explorar o currículo.
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