REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10249281419
Fabiano Correia de Lima1
Resumo
Este artigo explora o papel potencial dos clusters industriais como motores de inovação sustentável, enfatizando a integração de tecnologias emergentes, práticas de governança colaborativa e políticas públicas robustas, alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A partir de uma revisão abrangente da literatura e estudos de caso empíricos, o artigo discute como os clusters industriais podem fomentar sinergias produtivas, promover o desenvolvimento econômico e ambiental sustentável e fortalecer a resiliência socioeconômica. A análise destaca as condições estruturais e institucionais necessárias para que clusters industriais se estabeleçam como promotores de um futuro sustentável, abordando desafios, barreiras e oportunidades para essa transformação.
Palavras-chave – Clusters Industriais, Inovação Sustentável, Tecnologias Emergentes, Políticas Públicas, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
I Introdução
Clusters industriais referem-se a aglomerações geográficas de empresas interconectadas, fornecedores especializados, prestadores de serviços e instituições correlatas que, simultaneamente, competem e cooperam, promovendo inovação e aumentando a produtividade regional [1]. Tradicionalmente, clusters industriais têm sido vistos como motores fundamentais para o desenvolvimento econômico regional e nacional. No entanto, o agravamento de desafios socioambientais, como degradação ambiental, mudanças climáticas e escassez de recursos, exige uma reavaliação das dinâmicas operacionais e de inovação dentro desses clusters. Neste contexto, a questão central que emerge é: Como os clusters industriais podem transcender seu papel convencional para se posicionarem como agentes de inovação sustentável, alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)?
Durante a Cúpula do Desenvolvimento Sustentável em 2015, os Estados-membros da ONU adotaram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que estabelece 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Esses objetivos, conhecidos como Objetivos Globais, fornecem um quadro universal de metas e indicadores para orientar políticas e estratégias nacionais em direção a um desenvolvimento inclusivo e sustentável. Os ODS visam abordar três grandes desafios até 2030: erradicação da pobreza extrema, combate à desigualdade e injustiça e mitigação das mudanças climáticas. Este conjunto de objetivos globais proporciona uma oportunidade única para que clusters industriais se posicionem como plataformas estratégicas para a implementação dos ODS, por meio da integração de práticas sustentáveis, adoção de tecnologias emergentes e estabelecimento de modelos de governança colaborativa [2].
Fonte: Fabiano Correia de Lima
Este artigo adota uma abordagem holística para investigar como os clusters industriais podem ser reconfigurados para atuar como centros de inovação sustentável, adotando princípios de economia circular e simbiose industrial, além de incorporar tecnologias emergentes, como Internet das Coisas (IoT), Administração e Governança de Dados, Inteligência Artificial (IA) e Blockchain. Essas tecnologias não apenas aumentam a eficiência e a resiliência operacional, mas também possibilitam novos modelos de governança e cadeias de valor sustentáveis [3].
II. Revisão de Literatura
A. Definição, Dinâmica e Impactos Econômicos dos Clusters Industriais
Conforme a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI), um cluster é caracterizado como uma concentração setorial e geográfica de empresas e/ou produtores que fabricam uma gama de bens ou serviços semelhantes e enfrentam desafios e oportunidades correlatas. A definição sublinha dois elementos cruciais: a proximidade geográfica das empresas que compõem o cluster e as características comuns compartilhadas por essas empresas [4].
Clusters são formados por uma massa crítica de empresas localizadas em proximidade geográfica, criando um ambiente onde cooperação e competição coexistem de forma produtiva. Além das pequenas e médias empresas (PMEs), um cluster pode incluir grandes corporações, instituições de apoio do setor público e privado e até mesmo entidades da sociedade civil. Este ecossistema facilita o compartilhamento de conhecimento, incentiva a inovação e possibilita a exploração eficaz de sinergias produtivas [4].
B. Fatores que Facilitam a Emergência de Clusters
Os clusters industriais muitas vezes surgem de maneira espontânea, impulsionados por uma combinação de fatores que facilitam sua formação e crescimento. Entre esses fatores destacam-se:
- Proximidade de Recursos Naturais: A disponibilidade de recursos naturais pode atrair a formação de clusters, especialmente em setores como mineração, agricultura e indústrias pesadas.
- Disponibilidade de Mão de Obra Qualificada: A presença de uma força de trabalho bem treinada é essencial para permitir que as empresas inovem e aumentem sua produtividade.
- Serviços de Desenvolvimento Empresarial Locais: O acesso a serviços de suporte, como consultoria, treinamento e financiamento, facilita a colaboração entre empresas e a criação de valor conjunto.
- Infraestrutura Robusta: Infraestrutura eficiente, incluindo transporte, telecomunicações e energia, é fundamental para a competitividade dos clusters.
- Oportunidades de Mercado Identificadas por Compradores: A percepção de oportunidades de aquisição em uma região pode atrair empresas para formar clusters que atendam melhor a essa demanda [4].
C. Características Comuns das Empresas em Clusters
As empresas dentro de um cluster compartilham diversas características que as diferenciam de empresas situadas fora de tais agrupamentos:
- Uso de Fornecedores e Insumos Comuns: As empresas de um cluster frequentemente dependem dos mesmos fornecedores de matérias-primas, criando economias de escala e aumentando a eficiência.
- Mercados e Clientes Semelhantes: Mesmo produzindo bens diferentes, as empresas de um cluster podem atender aos mesmos mercados e clientes, facilitando estratégias de marketing e distribuição conjunta.
- Compartilhamento de Infraestrutura e Identidade Cultural: As empresas de um cluster geralmente compartilham a mesma infraestrutura e, em muitos casos, uma identidade cultural comum, que pode ser um diferencial no mercado global [4].
D. Necessidade de Facilitação para Melhor Desempenho
Embora clusters industriais possam emergir naturalmente e apresentem muitas características competitivas, eles ainda necessitam de um sistema de facilitação ou intervenção estratégica para atingir um desempenho superior. Isso pode incluir iniciativas de políticas públicas, desenvolvimento de infraestrutura de suporte, ou programas de capacitação e inovação que fomentem a colaboração entre as empresas, aumentem a eficiência e promovam a sustentabilidade.
III. Metodologia
Este estudo adota uma abordagem metodológica qualitativa, baseada em uma revisão de literatura extensa e análise de estudos de caso. Essa metodologia foi escolhida para proporcionar uma compreensão profunda e contextualizada dos processos dinâmicos e multifacetados que caracterizam a transição para a sustentabilidade nos clusters industriais [5].
A. Seleção de Estudos de Caso
Foram selecionados quatro estudos de caso que refletem uma diversidade de contextos geográficos e setoriais, abrangendo clusters industriais na Europa, América do Norte, Ásia e América Latina. A seleção foi baseada em critérios como relevância geográfica, diversidade setorial, práticas inovadoras de sustentabilidade implementadas e disponibilidade de dados confiáveis.
B. Coleta e Análise de Dados
Os dados foram coletados de fontes secundárias, incluindo artigos revisados por pares, relatórios de instituições governamentais e organizações internacionais, bem como documentos corporativos de sustentabilidade. A análise temática foi empregada para identificar padrões e insights emergentes relacionados às práticas sustentáveis nos clusters industriais, permitindo uma síntese das melhores práticas e lições aprendidas [6].
IV. Análise e Discussão
E. Benefícios e Oportunidades dos Clusters Industriais Sustentáveis
Clusters industriais são frequentemente considerados a espinha dorsal da economia global e têm potencial para se tornarem motores de inovação, desenvolvimento empresarial, competitividade, internacionalização e empreendedorismo. Exemplos notáveis de clusters globais, como o Vale do Silício na Califórnia (EUA), o cluster de tecnologia da informação em Bangalore (Índia) e os clusters de vinhos na Austrália e no Chile, demonstram que tais ambientes colaborativos permitem que as empresas desenvolvam uma vantagem competitiva global, gerando riqueza e promovendo o desenvolvimento econômico regional [3].
- Melhoria da Qualidade do Mercado de Trabalho
A cooperação entre empresas de clusters e instituições educacionais, como escolas técnicas, universidades e centros de treinamento, pode resultar na adaptação dos currículos às necessidades específicas das empresas locais. Isso assegura que o mercado de trabalho ofereça as qualificações e habilidades necessárias para atender às demandas do cluster, criando uma força de trabalho altamente capacitada e alinhada às exigências do setor [7]. - Redução de Custos de Produção por Meio de Compras Coletivas
Quando as empresas em um cluster colaboram para adquirir insumos, como matérias-primas e equipamentos de produção, podem obter condições mais favoráveis de preços, resultando na redução de seus custos operacionais. Essa cooperação permite a criação de economias de escala e escopo, evitando a inflexibilidade e os altos custos indiretos típicos de grandes corporações. Além disso, ao compartilhar o custo de equipamentos especializados que melhoram a qualidade e a eficiência da produção, as empresas de um cluster podem viabilizar soluções personalizadas a preços acessíveis [7].
- Promoção de Modelos de Economia Circular Local
A proximidade geográfica das empresas dentro de um cluster facilita a implementação de modelos de economia circular, que promovem a reutilização e a reciclagem de recursos. A presença de um cluster pode incentivar o surgimento de novas indústrias de reciclagem adaptadas às especificidades industriais da região. Através de treinamentos conjuntos e de um ambiente de emulação, as empresas são encorajadas a agregar valor aos subprodutos, facilitando a introdução de tecnologias verdes e aumentando a resiliência às mudanças climáticas, enquanto reduzem a dependência de recursos críticos [4]. - Acesso a Novos Mercados e Melhor Utilização dos Mercados Existentes
Empresas menores, quando atuam isoladamente, podem não ter capacidade para produzir em quantidade suficiente para estabelecer suas próprias marcas. No entanto, ao unirem forças dentro de um cluster, essas empresas podem criar uma marca coletiva e realizar atividades de marketing conjuntas que lhes permitam acessar novos mercados ou expandir sua participação nos mercados existentes [7]. - Benefícios de Lobby e Atividades de Influência Conjunta
Como parte de um cluster, empresas têm a oportunidade de realizar lobby de forma conjunta para influenciar o processo legislativo e a formulação de políticas que atendam aos interesses comerciais de todo o grupo. Isso não apenas aumenta o poder de negociação das empresas, mas também ajuda a moldar um ambiente político e econômico mais favorável para o cluster [7]. - Acesso a Serviços Especializados Aprimorado
Quando várias empresas dentro de um cluster colaboram para especificar suas necessidades, os provedores de serviços podem ajustar seus serviços existentes ou desenvolver novos serviços que atendam às demandas do cluster. Isso resulta em um ambiente de negócios mais dinâmico e adaptável, onde os serviços são altamente alinhados às necessidades das empresas locais [7]. - Desenvolvimento de Cadeias de Abastecimento Curtas
A existência de uma massa crítica de empresas dentro de um cluster facilita o desenvolvimento de cadeias de suprimentos locais curtas. Essas cadeias de abastecimento, baseadas na comunidade, garantem resiliência frente a potenciais interrupções nas cadeias de valor globais, promovendo, assim, o crescimento econômico sustentável e a independência regional [7].
F. Integração dos Clusters Industriais nas Cadeias Globais de Valor (GVCs)
A capacidade dos clusters industriais de se integrarem de maneira eficaz nas cadeias globais de valor (GVCs) é um aspecto essencial para o crescimento econômico, especialmente em economias em desenvolvimento. Muitos clusters nesses contextos enfrentam dificuldades de crescimento e resistem a melhorias devido a uma série de desafios. As pequenas e médias empresas (PMEs) que operam de maneira isolada frequentemente enfrentam gargalos significativos, como o uso de tecnologias obsoletas, que muitas vezes são prejudiciais ao meio ambiente, e a falta de infraestrutura básica e serviços essenciais. Esses obstáculos limitam a capacidade das PMEs de melhorar a qualidade de seus produtos e de capturar oportunidades em mercados emergentes [4].
A dificuldade de atender aos padrões internacionais de qualidade e eficiência é um desafio significativo para as PMEs que buscam se integrar às cadeias globais de valor. Para essas empresas, os investimentos necessários para atender às normas de conformidade representam um grande fardo financeiro. No entanto, os clusters industriais oferecem um ambiente favorável para superar esses desafios.
A Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI) apoia ativamente os clusters industriais em seus esforços para fornecer às PMEs mecanismos de eficiência coletiva e redução de custos através da cooperação e colaboração entre empresas. Por meio de estratégias de agrupamento, as PMEs conseguem compartilhar os custos de investimentos necessários para a conformidade com padrões de qualidade, segurança, saúde e impactos ambientais, que são cada vez mais rigorosos no comércio global [4].
G. Acesso ao Financiamento e Promoção da Inovação nos Clusters Industriais
1. Melhor Acesso ao Financiamento
Em muitos países em desenvolvimento, pequenas e médias empresas (PMEs) enfrentam desafios substanciais para obter financiamento de bancos comerciais devido a garantias insuficientes e históricos financeiros limitados. Os clusters industriais podem desempenhar um papel crucial na superação dessas barreiras ao promover a cooperação entre empresas e instituições financeiras e governamentais, visando preencher essa lacuna de financiamento [8].
Dentro de um cluster, as empresas podem se unir para atender aos requisitos de garantias e demonstrar registros financeiros mais robustos, tornando-se, assim, mais atraentes para instituições financeiras. Além disso, o treinamento em contabilidade e auditoria dentro dos clusters pode melhorar as capacidades das PMEs nessas áreas, ajudando a reduzir as assimetrias de informação e as incertezas legais que muitas vezes dificultam o acesso ao crédito [8].
2. Desenvolvimento de Potencial de Inovação e Ecossistemas Inovadores
Os clusters industriais também são ambientes propícios à inovação devido à proximidade e à interação constante entre empresas, instituições de pesquisa e organizações educacionais. As redes interpessoais que se formam dentro dos clusters aumentam a confiança nos relacionamentos e permitem a troca formal e informal de conhecimento. Isso proporciona oportunidades para a combinação eficaz de conhecimentos existentes e a promoção da inovação incremental, um fator crítico para a competitividade [8].
V. Conclusão
Clusters industriais, definidos como concentrações setoriais e geográficas de empresas e/ou produtores que produzem bens ou serviços semelhantes e enfrentam desafios e oportunidades similares, emergem naturalmente em muitos contextos econômicos. No entanto, o simples agrupamento geográfico de empresas não garante, por si só, um desempenho econômico robusto. As vantagens associadas ao clustering, como inovação, crescimento e competitividade, nem sempre emergem automaticamente. Em muitos casos, clusters podem ficar presos em ciclos de competição acirrada, estagnação econômica e até pobreza, sendo incapazes de fazer a transição espontânea para um modelo de inovação e crescimento sustentável [4].
Diversas barreiras limitam a interação eficaz entre empresas em clusters, tais como a falta de conhecimento, redes esparsas, diferenças culturais e normativas, visões divergentes, baixo nível de confiança e a ausência de mecanismos de apoio regional ou governamental. Essas barreiras impedem que os clusters alcancem seu pleno potencial como motores de desenvolvimento econômico e inovação [4].
A abordagem da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI) para o desenvolvimento de clusters visa superar essas barreiras de interação e promover vínculos sólidos entre todos os atores dentro de um cluster. Essa abordagem incentiva ações conjuntas entre empresas — como compras de insumos em grandes quantidades, atividades de marketing colaborativo, e uso compartilhado de equipamentos – e entre empresas e suas instituições de apoio, como associações empresariais oferecendo assistência técnica ou o setor público investindo em infraestrutura [4].
Ao se engajarem em ações conjuntas, as empresas de clusters superam o isolamento e alcançam eficiências coletivas, obtendo resultados que estariam fora de alcance se agissem individualmente. Clusters de alto desempenho são, portanto, considerados potenciais impulsionadores do desenvolvimento empresarial, da inovação, da competitividade, da internacionalização e do empreendedorismo [4].
Principais Áreas de Impacto dos Clusters Industriais
Clusters podem desempenhar um papel crítico em diversas áreas, tais como:
- Aumento da Qualidade dos Mercados de Trabalho e Facilitação do Emprego Feminino
- Redução de Custos de Produção
- Penetração em Novos Mercados e Melhor Utilização dos Existentes
- Benefícios Conjuntos por Meio de Lobby e Outras Atividades
- Melhor Acesso a Serviços Especializados
- Integração nas Cadeias Globais de Valor (GVCs)
- Melhor Acesso ao Financiamento
- Desenvolvimento de Ecossistemas de Inovação
- Promoção da Economia Circular
- Promoção de Cadeias de Abastecimento Curtas [7].
Em conclusão, ao promover vínculos sólidos entre as empresas e suas instituições de apoio, os clusters se tornam plataformas dinâmicas para o desenvolvimento econômico sustentável, inovação e competitividade. Para maximizar esses benefícios, é essencial um suporte contínuo de políticas apropriadas, investimentos em infraestrutura, e a criação de um ambiente colaborativo que facilite o aprendizado e a inovação Inter organizacionais.
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Referências
[1] M. E. Porter, The Competitive Advantage of Nations, New York: Free Press, 1990.
[2] United Nations, Transforming our World: The 2030 Agenda for Sustainable Development, New York: UN Publishing, 2015.
[3] M. E. Porter, “Clusters and the New Economics of Competition,” Harvard Business Review, vol. 76, no. 6, pp. 77-90, 1998.
[4] United Nations Industrial Development Organization (UNIDO), Industrial Policy for Sustainable Growth, Vienna: UNIDO, 2020.
[5] R. K. Yin, Case Study Research and Applications: Design and Methods, 6th ed., Los Angeles: Sage Publications, 2018.
[6] P. Shrivastava and S. S. Kennelly, “Sustainability and Place-Based Enterprise: Industry Clusters and Corporate Social Responsibility,” Organization & Environment, vol. 26, no. 1, pp. 83-101, 2013.
[7] A. Gupta et al., “Artificial Intelligence for Sustainable Industrial Systems: Opportunities and Challenges,” Journal of Cleaner Production, vol. 275, no. 4, pp. 122847, 2020.
[8] OECD, Green Growth and Industrial Policy, Paris: OECD Publishing, 2019.
[9] World Bank, Public-Private Partnerships for Sustainable Development, Washington, D.C.: World Bank, 2021.
1 Mestrado em Big Data e Business Intelligence
ENEB – Escuela de Negocios Interrnacionais de Barcelona
São Paulo, SP, Brasil
fabiano.clyma@gmail.com
https://orcid.org/0009-0002-4804-2974