COMERCIO EXTERIOR: AGRONEGOCIO  FOREING TRADE: AGRIBUSINESS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11181429


Amanda Cubateli de Souza1;
Victhor Matias Goes Beleza2;
Marcia da Silva3.


Resumo

O agronegócio tem sido consistentemente considerado uma das fontes mais significativas de criação de riqueza no Brasil. A seriedade dos negócios agrícolas brasileiros coloca o país em uma posição competitiva em escala global em termos de produção. Este artigo pretende discutir o caráter internacional do agronegócio e o crescimento deste campo. As informações apresentadas no artigo presente foram baseadas em dados divulgados por entidades como a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SRIA/MAPA), além disso, diversos estudiosos realizaram estudos sobre o tema. Para completar a pesquisa, foram coletadas informações da literatura recente nas áreas de negócios agrícolas internacionais, pertinentes aos empreendimentos científicos: artigos de revistas, teses, livros eletrônicos e livros impressos.  

Palavras-chave: Agronegócio, internacional e produção.

1 INTRODUÇÃO

O comércio desempenha um papel vital no fornecimento de alimentos aos consumidores em todo o mundo. Além disso, expande a disponibilidade de bens aos consumidores e desempenha um papel na redução da insegurança alimentar global. O comércio agrícola cresceu fortemente desde a década de 2000, com um crescimento real de cerca de 8% entre 2001 e 2014. Os mercados mundiais começaram a responder mais ao ambiente regulatório, baixando tarifas e reduzindo a ajuda aos produtores, o que distorceu o comércio. A agricultura global também continua a crescer, impulsionada pelo rápido crescimento nas regiões em desenvolvimento, especialmente na Ásia e na América do Sul (OCDE, 2021).

A tendência do comércio agrícola internacional é crescer e tornar-se cada vez mais globalizado. Os produtos consumidos numa única região provêm de diferentes partes do mundo e o comércio entre países em desenvolvimento continua a aumentar. 

O sistema agroalimentar global está a tornar-se mais profundamente integrado, dado que o comércio representa uma parte crescente dos processos de valor mundiais – com cadeias de valor de processamento que abrangem vários países – ligando o setor agrícola ao resto da economia mundial (OCDE, 2021).

O comércio com países do resto do mundo é fundamental para o sucesso da agricultura latino-americana, permitindo que choques externos reduzam a vulnerabilidade do sector e reduzam os riscos económicos da região. Os mercados globais participam cada vez mais no comércio, prevendo-se que as exportações líquidas cresçam 31% durante a próxima década, abaixo dos níveis da década anterior, à medida que se espera que as exportações do Brasil e da Argentina desacelerem. (OCDE; FAO Organização, 2021).

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Importação de Fertilizantes 

De acordo com Oliveira et al (2019), os fertilizantes químicos foram utilizados pela primeira vez na Europa no século XIX, mas na década de 1960 o consumo desses fertilizantes desenvolveu-se ainda mais na chamada Revolução Verde, principalmente no Brasil.

O Brasil é um dos maiores importadores mundiais de insumos agrícolas, dada a crescente demanda externa por produtos agrícolas brasileiros. A oferta de fertilizantes químicos produzidos no mercado nacional é insuficiente e a procura de aquisição é forte por materiais utilizados para tratamento de solo e controle de rotação de culturas, levantando questões sobre as quantidades de matérias-primas utilizadas nos solos brasileiros e suas reais necessidades de compras externas.

As empresas agrícolas estão totalmente ligadas ao mercado internacional, seja por necessidades de compras, vendas ou por alguns fatores externos que causam desequilíbrios na estrutura do mercado e promovem o desenvolvimento da agricultura. Encontre novas perspectivas.

Segundo pesquisa de Silva e Fernandes (2017), a balança comercial de fertilizantes do Brasil aumentou ao longo do ano, conforme mostra a tabela abaixo. Isto é resultado da produção de commodities do país, que este ano importou dez vezes mais do que exportou, criando um saldo negativo. Em 2016, o comércio nacional brasileiro foi o que mais importou os insumos de fertilizantes, seguido pelos Estados Unidos e pela Índia. 

Os fertilizantes são a base da agricultura e no Brasil representam grande parte dela, Díaz e Fernández (2006) afirmam:

Do ponto de vista do processo produtivo, o nitrogênio (N), o fósforo (P) e o potássio (K) são os mais importantes. Os demais macros e micronutrientes, apesar da importância biológica, não têm expressão econômica na indústria de fertilizantes, nem valorização comercial significativas, por serem utilizados em quantidades muito pequenas (DIAS E FERNANDES, 2006, p. 99).

O Brasil contribuiu com US$6 milhões, os Estados Unidos com US$5,7 e a Índia com US$4,5 milhões (SILVA e FERNANDES, 2017). Os dois principais portos que recebem as importações brasileiras são Paranaguá e Santos, conforme mostrado abaixo.

Tabela: Pesquisa Comercial (U$ FOB) – MDIC – 2017

De acordo com o Decreto nº 86.955/1982, os fertilizantes são definidos como: materiais naturais ou sintéticos, elementos minerais ou orgânicos, que forneçam nutrientes às plantas” (Brasil, 1982). Dentre os principais fertilizantes agrícolas necessários ao cultivo e tratamento do solo no Brasil, destacam-se 3 macronutrientes principais: NPK (nitrogênio, fósforo, potássio) A produção do Brasil ainda é pequena e precisa ser importada.

A utilização e importação de fertilizantes são, portanto, uma parte importante de uma complexa rede de ações no âmbito do agronegócio – desde o fornecimento internacional de matérias-primas e produtos para utilização nos campos, cultivo do solo e produção agrícola, até ao armazenamento, distribuição por fim, consumidor final (REV. CULTIVAR, 2021).

2.2 PRODUÇÃO/EXPORTAÇÃO DE FRANGO

No Brasil, o desenvolvimento de empresas em cadeia a produção de frangos começa antes da década de 1960, a avicultura no Brasil tinha pouca importância econômica e era realizada de forma artesanal. Então, apareceu processo de modernização apoiado no modelo de grandes produtores independentes e autónomos associados à indústria e à utilização de mão-de-obra assalariada. Na década de 1970, a avicultura brasileira experimentou um grande salto. A introdução da tecnologia colocou a atividade numa posição vantajosa relativamente à produção de outras carnes e permitiu ao país atingir elevados níveis de produtividade. Com a estreita coordenação entre os diversos elos da cadeia produtiva, a avicultura nacional deixa de ser uma atividade auto suficiente e passa a ser um verdadeiro complexo agroindustrial. Isto permitiu ao país alcançar um crescimento significativo na produção e nas exportações (Costa et al., 2015).

A partir da década de 2000, as cadeias brasileiras de frango experimentaram um rápido crescimento, transformando o país em um grande produtor global, o que ainda acontece hoje. Segundo a Embrapa Suínos e Aves (2020), em 2019 o Brasil era o terceiro maior produtor e maior exportador de carne de frango. A posição do país como maior exportador de frango se deve a uma série de fatores.

Fatores: Mudanças nos fluxos comerciais impulsionadas por eventos de saúde como a “doença das vacas loucas” no Canadá e nos Estados Unidos em 2003; O surgimento da gripe aviária em países asiáticos e outros continentes; avanços tecnológicos e melhorias em processos e cadeias produtivas; e uma situação internacional favorável à medida que a demanda global cresce, especialmente no Oriente Médio e no Leste Asiático (Voilà & Triches, 2013). Entre as regiões brasileiras, a região Sul é a que mais se destaca na produção de frango.

2.3 BALANÇA COMERCIAL DO AGRONEGOCIO: 2023

A balança comercial mensura a conexão através da importação e exportação para de um Estado, sendo um indicador essencial para economia. A balança comercial é gerada pela diferença entre exportações e importações. Esses valores são estabelecidos por pesquisas e estudos de órgãos públicos (MDIC e a secretaria do COMEX), 

De acordo com uma pesquisa realizada pela CONAB (Companhia nacional de abastecimento), setembro deste ano, os cinco principais setores exportadores do agronegócio brasileiro foram: complexo soja (31,2%); cereais, farinhas e preparações (15,1%); carnes (14,3%); complexo sucroalcooleiro (participação de 13,0%); produtos florestais ( 8,2%). O valor das exportações desses cinco setores representa 81,9% do total das exportações agrícolas do Brasil. Este rácio é 0,8 pontos percentuais superior aos 81,1% da mesma indústria exportadora em setembro de 2022, indicando que a concentração das vendas do comércio exterior nestas cinco indústrias aumentou ligeiramente. As outras 20 indústrias exportadoras representaram US$ 2,48 bilhões em vendas em setembro de 2023, respondendo por 18,1%. Esse número caiu 4,2% em relação a 2022. O complexo soja é o principal braço exportador do agronegócio brasileiro.

3 METODOLOGIA 

A pesquisa foi realizada através de dados literais e governamentais, além de estudos por especialistas da área da agronomia e comercio internacional. Essa metodologia nos proporcionou a capacidade de fornecer dados precisos, respeitando todo o conteúdo estratificado, o que levou à inclusão de critérios baseados na literatura que discutia o assunto e à exclusão de critérios baseados na literatura que não discutia o assunto.

O tema deste esforço, negócios agrícolas internacionais, é considerado apenas por alguns estudiosos. Com isso, procuramos ampliar nossa pesquisa com componentes mais abrangentes, a fim de unificar esses fatores de forma mais objetiva e concisa, onde a pesquisa literária é derivada de material pré-preparado, que é composto principalmente por livros e artigos científicos ( GIL, 2008).

Para isso, busca-se informações na literatura recente nas áreas de negócios agrícolas internacionais, pertinentes aos empreendimentos científicos: artigos, teses, artigos informatizados e livros impressos. 

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 

É evidente que o potencial para o crescimento global ser limitado está a ser alcançado, o que levará a um aumento nos preços da energia, das matérias-primas e de outros bens. As tendências inflacionistas já são aparentes nos países do primeiro mundo que começaram a subir as taxas de uma forma organizada, o que levará a uma resposta semelhante noutros países. 

E segundo Lourenço (2006), os países têm aumentado nos negócios internacionais da agricultura tanto quanto o Brasil, que é um dos países mais relevantes de produtores e exportadores mundiais de diversos produtos agrícolas, incluindo café, açúcar, álcool e suco de laranja. Com isso, lideraram o ranking de vendas externas do complexo soja (grão, farelo e óleo), que é a principal fonte de renda externa.

Batalha; Silva (2007) também afirmou que, após estudar o desempenho do brasileiro no mercado internacional de produtos agrícolas, mais da metade do valor das exportações agrícolas veio de apenas quatro produtos: soja, açúcar, carne de frango e café verde. No mesmo período, 24 produtos respondem por quase 90% do valor das exportações agrícolas brasileiras. 

De modo geral, pode-se deduzir dos dados desta pesquisa que o aspecto mais importante do Brasil na agricultura internacional é a predominância de produtos em situação benéfica, apesar de ainda contar com uma agenda de exportação concentrada 2009-2011.

5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Está estabelecido que a importância da agricultura para a economia brasileira e a posição que ela alcançou no atual cenário global são incontestáveis. Como resultado, tornouse o setor primordial para o Brasil na economia mundial. Apesar dos benefícios significativos das empresas agrícolas brasileiras, elas também têm muitos problemas e desafios a superar. Estes problemas são causados principalmente por investimentos públicos e privados, bem como por mudanças económicas internas. 

Como fica evidente, os obstáculos ao crescimento do agronegócio brasileiro são significativos, mas podem ser superados, apesar de o potencial de crescimento do agronegócio brasileiro ser significativo, já seria maior do que é atualmente, porém, o Brasil se destaca como um país notável.

Com isto, fica evidente que ainda há uma distância significativa a percorrer para se tornar a potência líder no negócio agrícola a nível mundial, o país ainda é competitivo em algumas áreas de produção.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Projeções do Agronegócio 2020/21-2030/31. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/politicaagricola/todas-publicacoes-de-politica-agricola/projecoes-do-agronegocio/projecoes-doagronegocio-2020-2021-a-2030-2031.pdf/view. Acesso em: 20 ago. 2023.

CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. Safra Brasileira de Grãos. Disponível em: https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos Acessado em 26 de setembro de 2023.

EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Soja em  números (safra 2010/2011). Disponível  em:<http://www.cnpso.embrapa.br/index.php?cod_pai=2& op_page=294>. Acesso em: 23 de  ago. de 2023.

FERRAZ, J. C., et. al. Made in Brazil. Ed. Campus, 2005. 386 p.

Hortiças e Frutas, Revista Cultivar, 2021.Disponível em: https://revistacultivar.com.br/revistas/hortalicas-e-frutas  Acessado em 27 de setembro de 2023 

MAPA. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. 2009. Disponível em:< http://www.agricultura.gov.br/portal/ PORTAL>. Acesso em 02 sep. 2023.

OECD; FAO. Agricultural Trade. Disponível em: https://www.oecd.org/agriculture/topics/agricultural-trade/. Acesso em: 20 ago. 2023.

OECD. Agricultural Outlook 2021-2030. Disponível em http://www.fao.org/3/cb5332en/Chapter2.pdf Acesso em: 20 Aug. 2023.

SRIA/MAPA. SECRETARIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DO AGRONEGÓCIO – MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Agronegócio brasileiro: desempenho do comércio exterior. – 2. ed. – Brasília: SRIA/MAPA, 2006. Disponível em: < http://www.agricultura.gov.br/ /.PDF>. Acesso em 20 sep. 2023.

SRIA/MAPA. SECRETARIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DO AGRONEGÓCIO – MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Intercâmbio mundial do agronegócio: trinta principais parceiros comerciais. – Brasília: SRIA/MAPA,  2008. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/images/MAPA/.pdf>. Acesso em 20  sep. 2023.


¹Discente do Curso Superior de Comércio Exterior do Instituto Fatec Campus Zona Leste e-mail: amanda.souza40@fatec.sp.gov.br
²Discente do Curso Superior de Comércio Exterior do Instituto Fatec Campus Zona Leste e-mail: victhor.beleza@fatec.sp.gov.br
³Docente do Curso Superior de Comércio Exterior do Instituto Fatec Campus Zona Leste e-mail: marcia.silva34@fatec.sp.gov.br