ANALYSIS OF LASER PHOTOBIOMODULATION ON MUSCLE FATIGUE IN ATHLETES AFTER EXERCISE: SYSTEMATIC REVIEW
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11169444
Charlles André Gomes Mendonça1,
Yure Pereira da Silva2,
Seânia Santos Leal3
RESUMO
A aplicação de aparelhos a laser com foco terapêutico ganha cada vez mais espaço, principalmente, pela rapidez e eficiência na reabilitação de indivíduos que sofrem de desgaste físicos após os treinos, melhorando na recuperação bioquímica, diminuição da inflamação e do estresse oxidativo, facilitando para que o paciente tenha maior qualidade de vida. A utilização da fotobiomodulação, amplamente utilizada na fisioterapia, é discutida pela relevância de melhorar o quadro de atletas que sofrem desses desgastes após a prática de atividades físicas, entre os quais, a fadiga muscular, que surge pela redução na força muscular e déficit da função contrátil. O objetivo desse estudo foi de analisar os efeitos da fotobiomodulação laser na fadiga muscular de atletas nos pós-exercícios, bem como entender os resultados do processo de recuperação. A pesquisa trata-se de uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados analisados por dois revisores independentes nas bases de dados US National Library of Medicine, Physiotherapy Evidence Database e Cochrane Central Register of Controlled Trials. Foram incluídas 11 revisões sistemáticas que abordavam a laserterapia na diminuição da fadiga muscular nos pós-exercícios de praticantes de atividades físicas, sendo utilizada a escala Physiotherapy Evidence Database para avaliar a qualidade metodológica dos artigos. Concluir-se que a fotobiomodulação laser, em várias maneiras, diante da variedade quanto às dosagens e comprimentos de onda utilizados, tal como aos modelos de laser, beneficia na performance muscular, no acréscimo da duração para alcançar a exaustão, na redução dos registros de inflamação e fadiga, sobretudo quando usada antes da atividade física.
Palavras-chave: Terapia com Luz de Baixa Intensidade. Fadiga muscular. Exercício Físico. Fisioterapia.
ABSTRACT
The application of laser devices with a therapeutic focus is gaining more and more space, mainly due to the speed and efficiency in the rehabilitation of individuals who suffer from physical exhaustion after training, improving biochemical recovery, reducing inflammation and oxidative stress, facilitating so that the patient has a better quality of life. The use of photobiomodulation, widely used in physiotherapy, is discussed due to the relevance of improving the condition of athletes who suffer from this wear and tear after practicing physical activities, including muscle fatigue, which arises due to the reduction in muscle strength and deficit in function. contractile. The objective of this study was to analyze the effects of laser photobiomodulation on muscle fatigue in athletes post-exercise, as well as to understand the results of the recovery process. The research is a systematic review of randomized clinical trials analyzed by two independent reviewers in the US National Library of Medicine, Physiotherapy Evidence Database and Cochrane Central Register of Controlled Trials databases. 11 systematic reviews were included that addressed laser therapy in reducing post-exercise muscle fatigue among physical activity practitioners, using the Physiotherapy Evidence Database scale to assess the methodological quality of the articles. It is concluded that laser photobiomodulation, in several ways, given the variety of dosages and wavelengths used, such as laser models, benefits muscle performance, increasing the duration to reach exhaustion, reducing the number of inflammation and fatigue, especially when used before physical activity.
Keywords: Low Intensity Light Therapy. Muscle fatigue. Physical exercise. Physiotherapy.
RESUMEN
La aplicación de dispositivos láser con un enfoque terapéutico está ganando cada vez más espacio, principalmente debido à la rapidez y eficiencia en la rehabilitación de individuos que sufren de agotamiento físico después del entrenamiento, mejorando la recuperación bioquímica, reduciendo la inflamación y el estrés oxidativo, facilitando la el paciente tiene una mejor calidad de vida. El uso de la fotobiomodulación, ampliamente utilizada en fisioterapia, se discute debido a la relevancia de mejorar la condición de los deportistas que sufren este desgaste tras la práctica de actividades físicas, incluida la fatiga muscular, que surge por la reducción de la fuerza muscular y el déficit de función contráctil. El objetivo de este estudio fue analizar los efectos de la fotobiomodulación láser sobre la fatiga muscular en deportistas post-ejercicio, así como comprender los resultados del proceso de recuperación. La investigación es una revisión sistemática de ensayos clínicos aleatorios analizados por dos revisores independientes en las bases de datos de la Biblioteca Nacional de Medicina, la Base de Datos de Pruebas de Fisioterapia y el Registro Central Cochrane de Ensayos Controlados. Se incluyeron 11 revisiones sistemáticas que abordaron la terapia con láser en la reducción de la fatiga muscular post-ejercicio entre practicantes de actividad física, utilizando la escala Physiotherapy Evidence Database para evaluar la calidad metodológica de los artículos. Se concluye que la fotobiomodulación láser, de diversas formas, dada la variedad de dosis y longitudes de onda utilizadas, como los modelos láser, beneficia el rendimiento muscular, aumentando el tiempo hasta llegar al agotamiento, reduciendo el número de inflamaciones y fatiga, especialmente cuando se utiliza antes de la actividad física.
Palabras clave: Terapia de luz de baja intensidad. Fatiga muscular. Ejercicio físico. Fisioterapia.
1 INTRODUÇÃO
O uso de aparelhos a laser como abordagem terapêutica nos exercícios físicos vem sendo ampliada cada vez mais, principalmente, pela rapidez e efetividade na recuperação de indivíduos que sofrem de desgaste e lesões físicas após os treinos. Desse modo, a fototerapia surge nesse caso, por gerar um aumento do metabolismo da célula e a produção de efeitos como analgesia, regeneração de tecidos e cicatrização, além da diminuição da fadiga com o uso de luz não térmica a um sistema biológico, sendo capaz de despertar um processo fotoquímico, principalmente nas células mitocondriais (Borsa; Larkin; True, 2013).
Apesar da fadiga ser um problema comum nas atividades de vida diária, os princípios subjacentes à sua ação e desempenho e as melhores medidas preventivas permanecem omitidas. Este tipo de prejuízo que a fadiga causa pode ser transitório, durando apenas minutos ou horas após o exercício, mas pode também persistir por vários dias. Em relação a fotobiomodulação a laser como medida de tratamento, gera eventos físicos e químicos em muitas escalas biológicas no organismo resultando em um aumento do metabolismo (Anders; Lanzafame; Arany, 2015).
Nos últimos anos, houve um crescimento exponencial de provas sobre à aplicação da laserterapia para melhorar o desenvolvimento muscular, prevenir lesões e acelerar a recuperação pós-exercício. Contudo, algumas particularidades ainda não foram totalmente ou bem definidas. Existem poucos estudos realizados com o objetivo de investigar a real eficiência e os resultados da fotobiomodulação a laser como agente ergogênico em atletas de alto nível e em praticantes de atividades físicas.
A real necessidade de entender e analisar como o estudo da fotobiomodulação laser na fadiga muscular de atletas pode gerar resultados relevantes ao processo de desgaste muscular é um fator primordial, impactando de forma direta ou indiretamente na melhora do quadro de saúde de atletas esportistas. A laserterapia, se tratando de uma forma de modalidade comercialmente disponível que pode ser utilizada em uma variedade de cenários clínicos e atléticos, auxilia na melhora da musculatura esquelética e no desempenho motor de muitas pessoas (Pinto; et al., 2016).
Segundo Borsa, Larkin e True (2013), a aplicação da luz como modalidade clínica aumentou muito na última década. Os resultados benéficos da fototerapia junto com exercícios para o tratamento de distúrbios musculoesqueléticos agudos e crônicos incluem efeitos como controle da dor, aumento da circulação sanguínea, no retardo do processo de fadiga, e na melhora do reparo tecidual. Assim, percebe-se que o uso da terapia associado com exercícios são fatores importantes como instrumentos restauradores do equilíbrio motor e funcional do indivíduo.
Dessa forma, estudos apontam que os aparelhos a laser têm sido utilizados para contribuir na melhora da saúde após atividades físicas. Dentre os modelos de lasers de baixa potência, destacam-se o vermelho e o infravermelho, usados para cicatrização, reparação tecidual e disfunções neuromusculares, amplamente utilizados na fisioterapia. Assim sendo, os resultados da laserterapia sobre os tecidos têm mostrado e estimulado o interesse de diferentes áreas, com estudos revelando sua aplicação e protocolos de LASER ou LED terapêutico para melhora do desempenho dos músculos (Mouffron; Furlan; Motta, 2022).
À vista disso, o desempenho musculoesquelético pode ser entendido como a competência do músculo de produzir trabalho e, dentre outros motivos, pode ser afetado pelas características morfológicas, por funções metabólicas, cardiovasculares, cognitiva e emocional. Nesse contexto, a fototerapia a laser juntamente com exercícios prescritos pelo profissional, surgem como meios a fim de melhorar a conscientização sobre as consequências da fadiga muscular e promover a adoção de métodos de prevenção e intervenção eficazes a saúde dos indivíduos.
Esse estudo torna-se relevante, pelos inúmeros benefícios que trará para o profissional da saúde sobre pacientes com déficits musculoesqueléticos, com a ampliação dos conhecimentos sobre as intervenções do laser no tratamento de distúrbios musculares, como também na melhora da assistência aos praticantes de exercícios físicos que procuram esses serviços. Além de contribuir para a comunidade do meio acadêmico no desenvolvimento de novos estudos.
Mediante os assuntos abordados, a pesquisa tem como objetivo analisar a eficácia dos efeitos da fotobiomodulação laser em relação a fadiga muscular de atletas nos pós-exercícios, abordando diferentes processos e padrões utilizados.
2 METODOLOGIA
A presente pesquisa foi feita através da plataforma PROSPERO (International Prospective Registero Ongoing Systematic Reviews). O registro foi feito no dia 13 de dezembro de 2023 contendo o número CRD42023489111. Foi utilizado a Estratégia PICO que consistiu em 4 itens: P: Atletas com fadiga muscular nos pós-exercícios, I: Utilização da fotobiomodulação laser, C: Não apresenta comparação, O: Acelerar na reparação tecidual.
A busca de dados foi realizada no ano de 2024, no período de fevereiro a abril por meio das seguintes bases de dados, US National Library of Medicine (PubMed), Physiotherapy Evidence Database (PEDro) e Cochrane Central Registre of Controlled Trials (CENTRAL). As buscas ocorreram diretamente nos portais eletrônicos em questão, utilizando chave de acesso para chegar aos textos completos em formato PDF.
A resolução primária foi o desenvolvimento da fototerapia a laser na conduta terapêutica mediante a problemas musculoesqueléticos de pessoas que praticam exercícios físicos, avaliando a contração voluntária máxima, capacidade isométrica, duração para alcançar a fadiga/exaustão e o desfecho secundário foi o trato de disfunções musculoesqueléticas, analisando as necessidades de buscar de forma rápida e eficiente uma boa melhora e diminuição de danos musculares nos exercícios físicos.
Os descritores que foram utilizados são “fadiga muscular” (muscle fadigue); ‘’terapia a laser” (laser therapy). Os operadores booleanos AND foram empregados para combinar os termos durante as buscas. As associações utilizadas foram “fadiga muscular AND laser terapia’’. No entanto, a plataforma PEDro não aceita os operadores booleanos AND e OR, para a busca de artigos, sendo assim utilizou-se nessa pesquisa a estratégia *Muscle Fadigue* *Laser Therapy*. A estratégia foi feita para a procura dos artigos é através da combinação dos descritores, utilizando os operadores booleanos: ´´Fadiga Muscular´´ AND ´´Laser Terapia’’. Foram utilizados os filtros: ´´Ensaio Clínico Controlado´´; ´´Texto Completo´´ nas buscas.
Foram incluídos também ensaios clínicos randomizados (ECR), sem restrições de idioma e ano de publicação, que tratassem da análise da fotobiomodulação laser na fadiga muscular de atletas nos pós-exercícios. Artigos incompletos, sem determinação de metodologia clara, com textos incompletos, teses e dissertações e publicações com a impossibilidade de acesso à publicação impressa e que não atendiam a temática da pesquisa foram excluídos da pesquisa.
Além, é claro, de estudos com baixas qualidades metodológicas não tinham informações coerentes aos critérios estabelecidos foram excluídos, como a não associação entre a temática, a da relação da laserterapia e fadiga, e da recuperação após exercícios.
Os dados relevantes extraídos de todos os estudos selecionados incluíram: o nome do autor, data de publicação, tamanho da amostra, tipo de laser usado, comprimento de onda, tempo de aplicação, energia, protocolo de aplicação, objetivos terapêuticos e desfecho clínico, organizados em tabelas, que destacam as principais características de cada pesquisa.
Os estudos que acabaram sendo selecionados para compor a revisão tiveram que ser analisados por dois avaliadores independentes, ocorrendo à participação de um terceiro para analisar e verificar as questões divergentes em relação a inclusão ou exclusão dos artigos encontrados na busca, sendo que os estudos foram lidos e analisados de forma minuciosa e completa. A construção para esta revisão sistemática foi orientada pelo Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), conforme apresentado na Figura 1, a seguir.
FIGURA 1 – Fluxograma de seleção de estudos, que foram analisados e selecionados, elaborado a partir da recomendação PRISMA. Teresina, PI, Brasil, 2024.
Depois de realizada a seleção, os artigos foram analisados através da escala metodológica PEDro, que categoriza ensaios clínicos randomizados (ECR), organizada em critérios de 1 a 11, de acordo com a qualidade metodológica, na Tabela 1.
3 RESULTADOS
Foram utilizadas as seguintes bases de dados na seleção dos artigos: PUBMED (69 artigos), COCHRANE (53 artigos) e PEDRO (12 artigos) obtendo um total de 134 artigos. Foram incluídos na pesquisa ensaios clínicos randomizados, que abordassem a temática proposta. Após a exclusão de 75 artigos duplicados, foram eliminados 39 artigos pela análise dos títulos, restando 20 artigos. Após a análise dos resumos e da temática em questão permaneceram 11 artigos para estudo. Quanto ao tipo de delineamento de pesquisa, todos os artigos incluídos tratam de estudos randomizados.
De acordo com a pontuação da escala PEDro, grande parte dos estudos apresentaram alta qualidade, com cinco deles atingindo a pontuação máxima. Apenas um estudo obteve pontuação de sete (7/10), pois não apresentou o processo de alocação secreta dos sujeitos, de semelhança inicial entre os grupos, e de intenção de tratamento, o que pode ser verificado na Tabela 1.
TABELA 1. Classificação metodológica dos ensaios clínicos randomizados através da Escala PEDRO. Teresina, PI. Brasil, 2024.
AUTORES | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | TOTAL |
Antonialli et al., 2014 | Sim | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 10/10 |
Leal Junior et al., 2009 | Sim | 1 | 0 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 1 | 1 | 7/10 |
Leal Ernesto et al., 2010 | Sim | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 1 | 0 | 1 | 1 | 8/10 |
Marchi et al., 2011 | Sim | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 10/10 |
Marchi et. al., 2017 | Sim | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 10/10 |
Oliveira et. al., 2017 | Sim | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 0 | 1 | 1 | 8/10 |
Orssatto et al., 2020 | Sim | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 8/10 |
Pinto et al., 2016 | Sim | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 1 | 1 | 9/10 |
Reis et al., 2014 | Sim | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 9/10 |
Vanin et al., 2016 | Sim | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 10/10 |
Vieira et al., 2014 | Sim | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 10/10 |
No artigo de Antonialli et al., (2014), o objetivo do estudo foi de investigar e avaliar os intuitos da fototerapia com combinação de diferentes fontes de luz na performance muscular esquelético e recuperação pós-exercício, e para estabelecer a energia ideal dose. Um ensaio randomizado controlado por placebo com a participação de 40 voluntários do sexo masculino foi realizado.
No artigo de Leal Junior et al., (2009), teve o compromisso de testar se a terapia com diodos emissores de luz (LEDT) podem alterar o desempenho musculoesquelético, o desenvolvimento de fadiga e marcadores bioquímicos para a recuperação muscular em um modelo experimental de contrações do músculo bíceps braquial. Dez jogadores de voleibol do sexo masculino entraram em um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo. LEDT de cluster ativo ou um LEDT placebo idêntico foi aplicado em condições duplo-cegas no meio do músculo bíceps braquial antes da realização do treino.
No estudo de Leal Ernesto et al., (2010), teve o intuito de investigar se a laserterapia de baixa potência (LLLT) pode afetar o desempenho do músculo bíceps, o desenvolvimento de fadiga e marcadores bioquímicos de recuperação pós-exercício. Com nove voleibolistas saudáveis do sexo masculino participando da pesquisa. Eles receberam LBI ativa ou LBI placebo usando uma sonda cluster idêntica.
Marchi et al., (2011), propuseram como objetivo de trabalho de avaliar os impactos da terapia com laser de intensidade baixa (LLLT) no desempenho do exercício, no estresse oxidativo e no estado muscular em humanos. Um ensaio cruzado randomizado, duplo-cego, controlado por placebo foi realizado com 22 voluntários do sexo masculino não treinado.
Em Marchi et al., (2017), teve como intuito de estudo determinar a efetividade da terapia de fotobiomodulação (PBMT) e da crioterapia, nas formas isolada e combinada, como técnicas de recuperação muscular após protocolo indutor de fadiga muscular. Quarenta voluntários foram divididos aleatoriamente em cinco grupos: grupo placebo (GP); um grupo PBMT (PBMT); um grupo de crioterapia (GC); um grupo de crioterapia-PBMT (GCP); e um grupo de PBMT-crioterapia (GPC).
O objetivo do artigo de Oliveira et al., (2017), foi avaliar os propósitos da fototerapia a laser na reabilitação do músculo no pós-exercício e identificar a melhor potência de saída. Foi realizado um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, com a participação de 28 jogadores de futebol de alto nível.
Em Orssatto et al., (2020) tiveram que investigar os resultados da terapia de fotobiomodulação (PBMT) no volume e desconforto do treinamento de resistência de adultos bem treinados. O PBMT tem sido utilizado para atenuar a fadiga em diversos temas de exercício físico. No entanto, não está claro se o PBMT pode aumentar o volume e reduzir o desconforto em indivíduos bem treinados em treinamento resistido.
No estudo de Pinto et al., (2016), teve como intuito de analisar os resultados da fotobiomodulação laser no desempenho e na recuperação de jogadores de Rugby de alto nível durante um teste de campo anaeróbio. Doze atletas masculinos de Rugby de alto nível foram recrutados neste estudo randomizado, cruzado, duplo-cego e controlado por placebo.
Reis et al., (2014), buscaram como propósito do estudo de verificar os resultados da laserterapia de baixa potência antes e depois das atividades físicas no desempenho do músculo quadríceps e avaliar os níveis de lactato e creatina quinase (CK). Um total de 27 voluntários foram divididos em 3 grupos: placebo, laser pré-fadiga e laser pós-fadiga. Com duas sessões em um intervalo de uma semana, o resultado do tratamento de laser reduziu os pontos de lactato (nos grupos de laser pré-fadiga e pós-fadiga) e também do nível de CK somente no grupo de laser pós-fadiga.
No estudo de Vanin et al., (2016), teve como intenção de avaliar os efeitos de médio prazo da terapia com laser de intensidade baixa na restauração do músculo estriado pós-exercício e na melhoria do desempenho e de identificar a dose ideal de LLLT de 810 nm. Em que foi realizado um ensaio randomizado, duplo-cego e controlado por placebo realizado, com a participação voluntária de 28 atletas de futebol de alto nível.
O objetivo do estudo de Vieira et al., (2014), foi de investigar se a laserterapia pode oferecer resistência a fadiga por meio de repetições máximas forçadas com um dinamômetro isocinético. 7 homens jovens foram colocados em dois grupos: laser ativo e laser placebo. Os dois grupos foram avaliados em uma sessão de exercícios e no final do estudo. O grupo com a laserterapia de baixa potência teve um pequeno índice de fadiga durante os intervalos de descanso e após a série de exercícios intensos.
TABELA 2. Informações dos artigos selecionados.
Autores/Ano | Tamanho da amostra | Objetivos terapêuticos |
Antonialli et al., 2014 | 40 voluntários | Avaliar os impactos da fototerapia com combinação de diferentes fontes de luz na performance do músculo estriado e recuperação após as atividades físicas, e para estabelecer a energia ideal de dose. |
Leal Junior et al., 2009 | 10 jogadores | Testar se a terapia com diodos emissores de luz (LEDT) pode alterar a performance muscular, o desenvolvimento de fadiga e marcadores bioquímicos para a recuperação muscular esquelética em um modelo experimental de contrações do músculo bíceps braquial. |
Leal Ernesto et al., 2010 | 9 voleibolistas | Teve o intuito de investigar se a laserterapia de baixa potência pode afetar o desempenho do músculo bíceps, o desenvolvimento de fadiga e marcadores bioquímicos de recuperação pós-exercício. |
Marchi et al., 2011 | 22 voluntários | Objetivo de trabalho de avaliar os intuitos da terapia com laser de intensidade baixa no desempenho do exercício, no estresse oxidativo e no estado muscular em humanos. |
Marchi et al., 2017 | 40 voluntários | Determinar a efetividade da terapia por fotobiomodulação (PBMT) e da crioterapia, nas formas isolada e combinada, como técnicas de recuperação muscular após protocolo indutor de fadiga muscular. |
Oliveira et al., 2017 | 28 jogadores | Avaliar os propósitos da laserterapia na reabilitação do músculo estriado pós-exercício e identificar a melhor potência de saída. |
Orssatto et al., 2020 | 14 voluntários | Investigar os resultados da terapia de fotobiomodulação (PBMT) no volume e desconforto do treinamento de resistência de adultos bem treinados. Ele tem sido utilizado para atenuar a fadiga em diversos temas de exercício físico. |
Pinto et al., 2016 | 12 atletas | O objetivo de analisar os intuitos da fotobiomodulação laser no desempenho e na recuperação de jogadores de Rugby de alto nível durante um teste de campo anaeróbio. |
Reis et al., 2014 | 27 voluntários | Verificar os resultados da terapia de baixa potência antes e depois da atividade física no desempenho do músculo esquelético no quadríceps e avaliar os pontos de lactato e creatina quinase. |
Vanin et al., 2016 | 28 atletas | Avaliar os efeitos de médio prazo da laserterapia de potência baixa na reparação do músculo estriado esquelético pós-exercício e na melhoria do desempenho e identificar a dose ideal de LLLT de 810 nm. |
Vieira et al., 2014 | 7 homens jovens | Investigar se a terapia com laser de potência baixa oferece resistência a fadiga por meio de repetições máximas forçadas com um dinamômetro isocinético. |
As características dos lasers podem ser vistas na Tabela 3, que envolve diversos tipos e marcas, com comprimento de onda, energia, tempo de aplicação, protocolo de aplicação e desfechos clínicos nos procedimentos.
TABELA 3. Descrição dos parâmetros dos lasers, protocolos e desfechos clínicos.
Autores | Tipo do laser | Técnica utilizada | Comprimento de onda | Dose | Sessões | Desfecho clínico |
Antonialli et al. 2014 | Laser superpulsado combinado com LEDs vermelho e infravermelho | Aplicação do laser em contato direto na pele | 640, 875, 905nm | 10, 30, 50 J | 24 a 96 horas após os exercício. Aplicação 3 minutos antes do treino. | Combinação de laser superpulsado com LEDs vermelho e infravermelho é benéfica para melhorar a performance e na recuperação pós exercício. |
Leal Junior et al., 2009 | LEDT de cluster ativo (69 LEDs) | Aplicado no meio do músculo bíceps úmero antes da atividade física. | 660/850 nm | 41,7 J | O LEDT ativo aumentou as contrações do bíceps braquial em 12,9%. Os níveis pós-exercício de marcadores bioquímicos diminuíram. | |
Leal Ernesto et al., 2010 | LBI ativa (Sonda cluster com 5 diodos laser) | Aplicada em 2 locais sobre o bíceps do braço não dominante. | 810 nm | 60 J | Aplicados 3 minutos antes da realização do exercício. | LBI ativa aumentou o número de repetições em 14,5% e o tempo decorrido até a exaustão em 8,0%, quando comparado ao tratamento placebo. |
Marchi et al., 2011 | Multi-Diodo Cluster 5 diodos | 12 pontos dos membros inferiores (6, 4,2) | 810 nm | 30 J | Uma aplicação, 5 minutos antes do teste de corrida. | ↑ período total para atingir fadiga e ↑ gasto de oxigênio pela irradiação pré- exercício. |
Marchi et al., 2017 | Cluster (34 LED vermelho e 35 LED infravermelho) | Ventre muscular do bíceps braquial | 660, 850 nm | 41,7 J | Uma aplicação 2 minutos após contração voluntária máxima | ↑ capacidade isométrica ↓ estresse oxidativo. |
Oliveira et al., 2017 | Cluster 5 diodos | Em 6 pontos quadríceps (membro não dominante.) | 810 nm | 10 J | Utilização foi por dois minutos antes do treino e três minutos após. | ↓ Lactanto Desidrogenase (LDH) e CK em 24, 48, 72 e 96 horas após o protocolo. ↓ LDH e CK em 200mW e 400mW. |
Orssatto et al., 2020 | Cluster (5 Lasers e 28 LEDs) | Aplicado 5 minutos antes do treinamento resistido e 7 minutos para ser aplicado nos seis pontos. | 850, 670, 880, 950 nm | 60 J por local, 6 locais por membro, dose total = 360 J | Visitaram o laboratório três vezes, com intervalo de 7 dias. | Após a sessão de treinamento, foi observada uma redução de força semelhante de 10,0 – 13,6% para placebo e 7,7 – 7,3% para a fototerapia a laser |
Pinto et al., 2016 | Cluster com 12 diodos | 9 pontos quadríceps, 6 isquiotibiais e 2 gastrocnêmio. | 905, 875 e 640 nm | 30 J | Uma aplicação antes do protocolo de exercício | ↑ Tempo médio de sprint e sinal de fadiga. ↓ Níveis de lactato sanguíneo e registros de fadiga. |
Reis et al., 2014 | Diodo (GaA1As) | Uso do laser em contato direto com a pele. | 830nm | 214,28 J/cm ² | 2 sessões (intervalo de uma semana) | O laser no final reduziu os pontos de lactato (nos grupos de laser pré-fadiga e pós-fadiga) e os nível de CK no grupo de laser pós-fadiga. |
Vanin et al., 2016 | Cluster 5 diodos | 6 pontos do quadríceps. | 810 nm | 10, 30, 50 J | Dois minutos antes da contração. | ↑ Contração voluntária máxima pós-exercício por até 24 horas com a dose de 50J e após 24 a 96 horas com a de 10J. |
Vieira et al., 2014 | Diodo (AsGaA1) | Aplicação do laser, por pontos e em contato direto com a pele | 808 nm | 4 J | 2 sessões (com intervalo de uma semana). | Resultados positivos do uso da fototerapia laser de potência baixa na redução da fadiga e na prevenção de desgastes. |
4 DISCUSSÃO
A aplicação da fototerapia como fator terapêutico de luz vem se destacando como tratamento de vários déficits e distúrbios musculoesqueléticos. Estudos têm indicado resultados favoráveis da capacidade da fototerapia modular aos processos fisiológicos e químicos associados a lesão e desgaste muscular. Para a atual revisão sistemática, foram encontrados e analisados 11 artigos nas bases de dados (PUBMED, PEDro e COCHRANE), investigando os reais efeitos da Fotobiomodulação Laser na performance e na recuperação em atletas e praticantes de atividades físicas que sofrem de fadiga muscular.
O estudo de Leal-Junior et al., (2009) nesse caso, concretizaram que o número de repetições feitas no exercício e a duração até o alcance da exaustão aumentaram após a fototerapia a laser, principalmente quando realizada antes das atividades. Nesse estudo, dez jogadores de vôlei do sexo masculino entraram em um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, em que foi aplicado LEDT de cluster ativo ou um LEDT placebo idêntico em condições duplo-cegas no meio do músculo bíceps braquial antes do treino, demonstrando que o procedimento particular e dose de LEDT feito imediatamente antes das contrações exaustivas do bíceps, causa um ligeiro atraso no desenvolvimento da fadiga muscular esquelética, aumentando o número de contrações e diminuindo os pontos de lactato sanguíneo no pós-exercício, melhorando assim, na recuperação tecidual.
Comprovando com essas descobertas, o estudo de Marchi et al., (2011), identificaram que a amostra do músculo estriado submetido ao laser de multidiodo, com 810 nm de comprimento de onda e 30 J, demonstrou afetar de forma positiva o fator muscular físico ao diminuir o início da fadiga, com o crescimento do período total até à exaustão, fortalecendo na recuperação pós-exercício e garantindo proteção as células das falhas induzidas pela atividade física. O estudo vigente atualiza o conhecimento do campo, além de mostrar os términos de força, como a duração de fadiga e exaustão, do gasto de oxigênio, de registros de estresse inflamatório e oxidativo em indivíduos que praticam exercícios físicos.
A maioria dos artigos verificaram o término de força, que foi analisada pela contração voluntária máxima (CVM). Antonialli et al., (2014), explorou a combinação de comprimentos de onda de 640, 875 e 905 nm e obteve o aumento da contração com 10 e 30 J aplicando a fototerapia no quadríceps, com a combinação de laser superpulsado com LEDS vermelho e infravermelho. De forma semelhante, o trabalho Vanin et al., (2016), obtiveram um acréscimo na contração voluntária pós-exercício por até 24 horas com a dose de 50 J, e depois de 24 a 96 horas com a de 10 J, em 6 pontos aplicados no quadríceps, e com comprimento de onda apenas de 810 nm.
No estudo, contou com a participação voluntária de 28 atletas de futebol de alto nível para avaliar os impactos da terapia na recuperação e melhoria do desenvolvimento muscular nos exercícios, em que a LBI pré-exercício, sobretudo com a dose de 50 J, teve um aumento significativo no desempenho e melhora os marcadores bioquímicos relacionados ao dano muscular estriado esquelético e inflamação nos exercícios.
De Marchi et al., (2017), por outro lado, analisaram a capacidade isométrica com aplicação de laser no bíceps braquial, apresentando uma alta do mesmo com comprimento de onda 660 e 850 e dose 41,7 J, com uma diminuição do estresse oxidativo. Quarenta voluntários foram divididos nesse estudo aleatoriamente em cinco grupos: grupo placebo (GP), grupo PBMT, um grupo de crioterapia (GC), um grupo de crioterapia-PBMT (GCP) e um grupo de PBMT-crioterapia (GPC).
Nesse estudo, teve o intuito de determinar a eficiência da fototerapia a laser e da crioterapia, nas formas isoladas e combinadas, na recuperação muscular após fadiga. O impacto clínico dos achados é claro, pois apresentaram que o uso da fototerapia nos grupos foi mais efetivo do que o uso da crioterapia para a recuperação muscular, além da crioterapia diminuir a efetividade da laserterapia no processo.
Leal Ernesto et al., (2010) verificando o funcionamento muscular do bíceps e na recuperação pós-exercício, utilizou comprimento de onda de 810 nm, com uma dose de 60J, com a utilização da sonda cluster com 5 diodos lasers, em um estudo com nove voleibolistas participando da pesquisa.
Logo, na pesquisa mostrou-se um aumento no número de repetições em 14,5% e o tempo decorrido até a fadiga em 8,0% com aplicações de laser em dois locais sobre o bíceps braquial do braço não dominante. Os marcadores bioquímicos do estudo, também apresentaram que a recuperação pode ser afetada de forma positiva pela LBI, como indicado pelos níveis de lactato sanguíneo pós-exercício (P<,01), atividade da creatina quinase (P = .017) e proteína C-reativa (P = .047).
Os artigos estudados que examinaram o tempo até a fadiga, a maioria conseguiu um crescimento no tempo até a exaustão muscular, indicando um avanço na performance do músculo. Os trabalhos de Pinto et al., (2016), De Marchi et al., (2011) e Leal Ernesto et al., (2010), utilizaram uma dose de 30 J para os dois primeiros estudos e 60 J para o terceiro, com extensões de onda de um cluster de 905, 875 e 640 nm para o de Pinto, e 810 respectivamente para os outros. Todos aplicaram fotobiomodulação (FBM) antes do protocolo de exercícios em membros inferiores, e superiores como no caso do terceiro estudo.
Na concepção de Pinto et al., (2016), doze atletas masculinos de Rugby de alto nível foram recrutados para analisar os propósitos do laser no desempenho e na recuperação durante um teste de campo com exercício anaeróbio. A irradiação da terapia de fotobiomodulação durante o processo foi realizada em 17 pontos de cada membro inferior, empregando-se um cluster com 12 diodos (4 diodos laser de 905 nm, 4 diodos emissores de luz [LEDs] de 875 nm, e 4 LEDs de 640 nm, 30 J por local).
A terapia de fotobiomodulação ao final dos testes reduziu o percentual de alteração nos níveis de lactato sanguíneo (p ≤ 0,05) e fadiga percebida (p ≤ 0,05). A fototerapia pré-exercício com a combinação de laser superpulsado, LEDs vermelhos e LEDs infravermelhos pôde melhorar o desenvolvimento e acelerar a recuperação de jogadores de Rugby de alto nível em teste de campo. Esse fator revela um novo caminho para o uso da terapia na prática clínica real em ambientes esportivos, com estratégias de tratamento e prevenção mais efetivas.
De outro modo, Orssatto et al., (2020) investigou e identificou as implicações da terapia de fotobiomodulação sobre o volume de treinamento resistido e o desconforto de adultos bem treinados, em que quatorze participantes (mulheres = 7, 27,7 ± 6,0 anos e homens = 7, 28,3 ± 5,7 anos) compareceram no laboratório três vezes, com intervalo de 7 dias. Na primeira vez, o teste de 12 repetições máximas (12-RM) foi realizado unilateralmente na máquina de levantar a panturrilha em pé.
Na segunda e terceira visita, os participantes foram aleatoriamente submetidos a terapia de fotobiomodulação (TMSP), (60 J por local, 6 sítios por membro, dose total = 360 J) ou tratamento placebo nos músculos sóleo e gastrocnêmio. Os sujeitos iniciaram a sessão de treinamento resistido depois de cinco minutos, realizado unilateralmente com seis séries de repetições até falha concêntrica.
Na pesquisa foi verificado que após a sessão de treinos, observou-se no final a redução de força semelhante de 10,0 ± 13,6% para placebo e 7,7 ± 7,3% para TMSP (p = 0,815). E não foram observadas diferenças entre TMSP e placebo para o índice de exaustão de repetições (53,4 ± 11,7% e 50,0 ± 11,6%; p = 0,325) e volume total de repetições (55,4 ± 10,9 e 54,8 ± 13,0 repetições; p = 0,764), respectivamente.
Em Oliveira et al., (2017) observou as implicações da TMSP na reabilitação muscular esquelética pós-exercício e descobriu a melhor potência de saída. Neste estudo estabeleceu uma importante prévia sobre os benefícios da fototerapia, não apenas em termos de alívio da dor e fadiga, mas também na melhoria da qualidade de vida e saúde dos pacientes. Os resultados mostraram que a terapia aumentou a contração voluntária isométrica máxima (CVMI), e diminuiu a dor musculoesquelético de início tardio (DMIT) e os pontos de marcadores bioquímicos (p < 0,05) com a potência de 100 e 200 mW, com bons resultados para a potência de 100 mW por diodo antes da atividade física, que leva a um aumento do funcionamento muscular e reparação pós-exercício, auxiliando no processo de prevenção de lesões.
A continuação desses estudos reflete uma etapa de análise e investigação minuciosa, culminando na apresentação de que a fotobiomodulaçao laser com os protocolos adequados, pode propor melhoras relevantes para pessoas que praticam atividades físicas e que sofrem de dores, limitações e exaustões físicas. Tal avanço abre novos espaços para o cuidado e prevenção, destacando a importância da inovação contínua e da avaliação rigorosa em tecnologias de alívio da dor, fadiga e na reabilitação muscular.
Por conseguinte, a fadiga muscular, como se sabe, é um fator inevitável em treinamentos e competições de rotina que pode prejudicar a ação e performance muscular, e predispor o atleta a uma variedade de distúrbios musculoesqueléticos. A explicação mais comum para a fadiga muscular é o acúmulo de íons de hidrogênio que prejudica a função contrátil muscular. Desse modo, os mecanismos subjacentes de sua ação e desenvolvimento podem ser transitórios, com duração de apenas algumas horas após as atividades físicas, mas também pode durar por várias semanas. Assim, o processo de exaustão muscular possui algumas características presentes após os treinos como, a diminuição de força muscular e do controle motor, bem como a dor e desgastes das fibras musculares.
Na pesquisa de Reis et al., (2014), foi avaliada as decorrências da laserterapia antes e depois das atividades físicas no desempenho do músculo quadríceps e sobre os pontos de lactato e creatina quinase (CK). Neste estudo, um total de 27 voluntários (jogadores de futebol) foram divididos em 3 grupos: grupo placebo, grupo laser pré-fadiga e grupo laser pós-fadiga. Com a realização de duas sessões, com uma semana de intervalo. A laserterapia de intensidade baixa foi realizada no músculo quadríceps utilizando um aparelho de laser infravermelho (830 nm) com área de feixe de 0,0028 cm2, seis diodos de 60 mW, energia de cada diodo de 0,6 J e densidade de energia de 214,28 J/ cm2.
O resultado da pesquisa obteve no tratamento de laser a redução dos pontos de lactate (em grupos de laser pré-fadiga e pós-fadiga) e também do nível de CK somente no grupo de laser pós-fadiga, indicando assim, que a laserterapia pode ser eficaz para a melhora da performance muscular em praticantes de exercícios físicos, onde na pesquisa foram mais pronunciados no grupo do laser pós-fadiga.
Como expõe Vieira et al., (2014), sete homens jovens foram colocados em dois grupos: laser ativo e laser placebo, a fim de investigar se a fotobiomodulação pode oferecer resistência a fadiga por meio de repetições máximas forçadas com um dinamômetro isocinético. As sessões do exercício corresponderam em três series de 20 repetições máximas (RM) de flexão-extensão do joelho usando um dinamômetro isocinético a 60 graus, mais a laserterapia (808 nm, 100 mW e 4 J), ou placebo, executada aos músculos do quadríceps femoral entre as series e após a última série de exercício.
Ao final, o grupo de laser ativo aumentou as repetições máximas (RM), com (52%; p=0,002) e com um pequeno índice de exaustão eletromiográfica para o vasto medial e reto femoral (p=0,004). Esse fator sugere um aumento da resistência a fadiga quando a fototerapia é feita durante os intervalos de descanso e após a última série de atividades físicas intensas.
A maioria das pesquisas investigaram o resultado da atividade de CK, de registros inflamatórios e do estresse oxidativo. Antonialli et al., (2014), realizaram FBM em quadríceps com extensões de onda de 640, 875 e 905 nm e doses de 10, 30 e 50J, e apresentaram a redução da atividade de CK apenas com a dose de 50 J. Ao final do processo, a fototerapia pré-exercício com a combinação de laser de potência baixa e LEDS, principalmente com a dose de 30 J, aumentou de forma significativa o desempenho musculoesquelético, diminuindo a dor muscular de início retardado e melhorando o marcador bioquímico associado a falha muscular esquelética.
Com a dose de 30 J, De Marchi et al., (2011) e Pinto et al., (2016) relataram uma redução no estresse oxidativo (TBARS e PC), na atividade de CK e lactato sanguíneo e registros de exaustão muscular, usando um comprimento de onda de 810 nm e 640, 875 e 905 nm, respectivamente no processo.
Dessa forma, de acordo com os artigos selecionados, fica evidente os benefícios de intervenções da fotobiomodulação laser no tratamento da fadiga muscular nos exercícios físicos de pessoas. Portanto, esse estudo fornece esclarecimentos relevantes sobre como a terapia pode desempenhar um papel crucial na abordagem terapêutica para minimizar a grande incidência da fadiga muscular em praticantes de atividades físicas.
Assim, uma limitação dessa pesquisa é que apesar dos estudos selecionados terem boa qualidade, os dados e processos apresentaram alta variação nos protocolos do laser e no músculo a ser tratado, com a utilização da irradiação antes da realização da atividade física, após o exercício e de ambas as maneiras. Como se pode notar, a efetividade da terapia pode variar entre diferentes modalidades e processos terapêuticos, ampliando desse modo, o significado e a importância da pesquisa neste campo específico.
5 CONCLUSÃO
Mediante a isso, com base na pesquisa feita, é possível concluir que a fotobiomodulação laser, em várias formas, demonstrou ser eficiente no alívio da dor, retardo da fadiga e na recuperação muscular em diferentes contextos. Logo, com base nesses fundamentos, há um indício positivo de que a fotobiomodulação laser pode ter uma abordagem terapêutica eficaz no manejo das disfunções, na diminuição do surgimento da fadiga musculoesquelética e na reparação tecidual em relação a prática de atividades físicas.
A realização dessa pesquisa possibilitou uma análise mais esclarecida a respeito da laserterapia na fadiga muscular de atletas e praticantes de exercícios físicos, os resultados relacionados a temática são relevantes para o profissional que atua promovendo a saúde do indivíduo a fim de solucionar problemas ocasionados pelos déficits musculoesqueléticos e evitar danos futuros.
Desse modo, em boa parte dos estudos, estimulou melhorias nas contrações voluntárias máximas, no bom gasto de oxigênio, da duração aumentada até a falha e exaustão, na redução dos pontos de CK e registros de estresse oxidativo, sobretudo quando realizada antes das atividades físicas. Para concluir se faz necessário mais buscas científicas sobre a temática e com um melhor desenho metodológico, para determinar as melhoras condutas, mecanismos de ação e protocolos, e da aplicabilidade em diferentes contextos clínicos.
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1Discente do Curso Superior de Fisioterapia do Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA, Campus Teresina- PI. e-mail: charllesg482@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0001-2164-2438
2Discente do Curso Superior de Fisioterapia do Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA, Campus Teresina- PI. e-mail: yurepsilvanv@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0008-4373-9952
3Docente do Curso Superior de Fisioterapia do Instituto Santo Agostinho – UNIFSA, Campus Teresina-PI. Docente Estatutária da Universidade Estadual do Piauí – UESPI, Campus Teresina-PI. Doutora em Engenharia Biomédica. UNIVERSIDADE BRASIL. e-mail: seaniasantos@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5993-974X