ENSINO DE GEOGRAFIA NO FUNDAMENTAL II: METODOLOGIAS UTILIZADAS E FORMAÇÃO DOCENTE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11127884


ALENCAR, Cleydyene Sousa1
SANTOS, Gleyci Freitas2
SOUSA, Gleiciane Andrade3
CORDOVA, Renata Scremin4


RESUMO

O ensino de Geografia por muitos anos foi considerado como cansativo mecânico e pouco atraente ao discente. Nesse sentido, torna-se pertinente refletir sobre pontos cruciais da metodologia adotada em sala de aula e da formação do professor dessa disciplina. A partir dessa premissa, o presente artigo discute as metodologias utilizadas no ensino de Geografia no Fundamental 2 e ressalta a importância da formação continuada do professor de Geografia no caminho para superação os desafios nesse processo formativo. Assim, discutimos as inovações da área de ensino de Geografia que precisam ser acompanhadas por todos que fazem parte da educação. Apontamos as possibilidades de trabalhar os conteúdos curriculares com metodologias que proporcionem ao aluno um olhar mais amplo da realidade geográfica. E, assim, buscamos compreender práticas que despertem interesse no discente e satisfação ao docente pelo trabalho realizado. A metodologia utilizada no presente trabalho adota a pesquisa qualitativa utilizando levantamento documental bibliográfico. Consideramos que é imprescindível ao educador de Geografia continuar buscando conhecimentos com o intuito de superar os entraves e as novas possibilidades dessa profissão.

Palavras – chave: Ensino da Geografia. Formação de Professores. Metodologia. 

1 INTRODUÇÃO

Por muito tempo, alunos consideraram as aulas de Geografia como mecânicas e muito cansativas. Tal compreensão precisa ser discutida a partir das metodologias adotadas e da formação dos docentes dessa disciplina, visando a reflexão sobre desafios enfrentados por esses profissionais.

Mesmo com várias mudanças acontecendo ao longo do tempo ainda é possível encontrar grandes demandas e desafios na educação, perante essa problemática busca-se discutir sobre práticas metodológicas que sejam significativas e possibilitem desenvolver um ensino prazeroso com qualidade.

No segundo item desse trabalho apontar as dificuldades do professor ao ministrar aulas dessa disciplina, especialmente porque muitos alunos não entendem que Geografia é uma disciplina fundamental no currículo escolar. Também discutimos a seriedade da didática no ensino da Geografia, apontando para importância da disciplina em sala de aula e as mudanças metodológicas e a conscientização de um espaço geográfico amplo e em constante transformação.

Entendemos que há possibilidade de ofertar um ensino de qualidade isso porque o ensino da Geografia, dentre outros objetivos, propõe possibilidade de estudar a relação homem e espaço geográfico, permitindo uma melhor forma de esclarecer a sociedade e sua organização no espaço.

Essa disciplina contribui no desenvolvimento de habilidades, como observar, analisar e descrever, orientar, argumentar dentre outros. Assim, faz se necessário que o educador esteja preparado para estimular o aluno a estar desenvolvendo tais habilidades.

No item três desse artigo abordamos discussões sobre a formação dos professores e a busca por novos métodos utilizando a tecnologia a seu favor. Além disso, destacamos a importância de um bom planejamento e uma avaliação contínua e qualitativa.

Trazendo como objetivo um aprendizado com qualidade respeitando sempre o aluno como protagonista do seu saber, já que por muito tempo a Geografia na educação foi tratada como uma disciplina sem importância e não tinha um aprofundamento necessário.  Com isso o aprendizado se tornava lento sem obter bons resultados, sendo assim, os alunos não davam muita importância simplesmente decoravam os conteúdos e comandos como: cidades, países, regiões, nomes dos rios, biomas e outros.

Dessa forma, dificilmente compreendiam o conceito e a necessidade dessa disciplina, e o resultado muitas vezes era catastrófico fazendo com que os discentes não tivessem interesse pela Geografia, considerando-a uma disciplina sem valor e muitas vezes insignificante.

É importante enfatizar que todo o conhecimento se torna atraente quando interligamos com as vivências de um ser. Por isso, basta ligar estas informações partindo da realidade vivenciada no dia a dia. Despertar o interesse dos alunos não é nada fácil principalmente com todas as novidades tecnológicas que persistem em tirar o foco do discente, por isso a disciplina de Geografia precisa proporcionar aos educandos uma análise crítica da realidade ao seu derredor. 

Assim, entendemos que é urgente apresentar as dificuldades enfrentadas durante o processo do ensino da Geografia, demostrar como a mesma é vista como um ensino enfadonho seguido por métodos de memorização de conteúdo. Além disso, precisamos procurar entender como a reflexão das práticas pedagógicas contribui na edificação e reconstrução do ensino de Geografia na Educação.

2 A GEOGRAFIA EM SALA DE AULA

Ao explorar a Geografia na sala de aula se torna possível entender a importância da temática para a vida cotidiana do discente. A ação de ensino-aprendizagem não expressa apenas transferência de conteúdo, mas também um desenvolvimento que se repassa as experiências vivenciadas e aprendidas ao longo do tempo. De acordo com Pontuschka (2000), “não é possível pensar o ensino e a aprendizagem da Geografia sem pensar que ela é parte integrante do contexto escolar”.

Nesse contexto, ao discutir sobre a Geografia entende-se que é uma temática importante para a vida cotidiana do discente, pois não é apenas questão de ler mapas, conhecer países e continentes. É entender que existe um ambiente o qual a natureza instrui as pessoas para que elas possam manipular fazer alterações criando novos ambientes que garanta a sua sobrevivência. 

Em suas atividades diárias, alunos e professores constroem geografia, pois ao circularem, brincarem, trabalharem pela cidade, pelos bairros, constroem lugares, produzem espaço, delimitam seus territórios: vão formando, assim, espacialidades cotidianas em seu mundo vivido e vão contribuindo para a produção de espaços geográficos mais amplos. Ao construírem geografia, eles também constroem conhecimentos sobre o que produzem que são conhecimentos geográficos. Então, ao lidar com as coisas, fatos, processos na prática social cotidiana, os indivíduos vão construindo e reconstruindo uma geografia e um conhecimento dessa geografia. (CAVALCANTI, 2002, p. 33)

Ao analisar o espaço geográfico é visível notar as interferências do ser humano que por onde passa deixa transformações irreversíveis na paisagem natural. É possível perceber através desta, as mudanças que sofre em consequência das atividades produzidas, costumes culturais ou questões políticas. Reflete de diferentes maneiras na própria base em que os alunos se encontram, por exemplo, as relações com território, distribuição da população, arquitetura, os costumes e sustento no campo e na cidade.

Por isso, a importância do discente entender qual a finalidade do estudo de Geografia e por qual motivo ela se torna uma disciplina indispensável no currículo escolar. Visto que, uma boa relação entre educador e educando torna-se fundamental para um bom desenvolvimento, em busca de um diálogo diferente que ambos estabelecem novos aprendizado, que se rompe com uma das grandes preocupações que contém os professores de Geografia.

Permitindo o aluno que seja coautor do saber trazendo à tona a sua realidade social e existencial, o educador deve permitir que o discente venha compreender melhor o espaço geográfico que está sendo estudado. Dessa forma, o professor estará ampliando nos seus alunos a habilidade de estar observando, comparando dados, classificando, relatando possíveis explicações e por fim, operações que bancam um pensamento científico e que é desenvolvida na escola.

Nesse cenário, é necessário destacar que a prática que esperamos é umas práxis democrática,  que deve ser concretizada na escola e nas diversas relações sociais que atuam os seres humanos. Geralmente uma boa forma de obter um bom resultado é discutir a informação de dados, apontando o aluno para o conhecimento geográfico, dando ao estudante a chance de observar e representar em forma gráfica, fornecer informação apresentando técnica, recurso, debater ideias, levantar dúvidas e avaliar resultados. Essas funções são importantíssimas para um bom trabalho pedagógico fundamentado no aprofundamento de conhecimentos e conceitos.

Devemos considerar como ideal um ensino usando diversos meios, um ensino no qual todos os meios deveriam ter oportunidade, desde os mais modestos até os mais elaborados: desde o quadro, os mapas e as transparências de retroprojetor até as antenas de satélite de televisão. Ali deveriam ter oportunidade também todas as linguagens: desde a palavra falada e escrita até as imagens e sons, passando pelas linguagens matemáticas, gestuais e simbólicas. (SANCHO, 2001, p. 136).

É importante que o professor tenha a preocupação de estar escolhendo temas de interesse geral que se utilize de informação midiática como ferramenta para expandir o conhecimento geográfico do discente LIBÂNEO (2004) “O conhecimento supõe o desenvolvimento do pensamento e desenvolver o pensamento supõe metodologia e procedimentos sistemáticos do pensar”.

Uma boa didática traz o compromisso de buscar a qualidade cognitiva dos alunos integrada a aprendizagem do pensar, incumbe averiguar como auxiliar os alunos a se constituírem como pessoas críticas e pensantes, capazes de lidar com conceitos e argumentar solucionando problemas.

2. 1 A IMPORTÂNCIA DA GEOGRÁFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL II

            Ao falar-se da importância da Geografia logo se relaciona poder descrever nome de estado, países ou capitais. Porém, tem como objetivo entender a dinâmica do espaço a sua volta e acessória as ações do homem sobre a natureza, poder observar os relevos os grandes fenômenos climáticos e outros. Segundo a BNCC “Antes, o estudo do componente estava mais pautado na leitura, na interpretação da paisagem e em um aluno mapeado consciente. Agora, volta-se mais para estimular um pensamento espacial, atrelado ao raciocínio geográfico”

 A Geografia está presente no nosso dia a dia e não pode ser ignorada, ela ajuda a ampliar o conhecimento do espaço e facilita a criança a desenvolver noções de conceitos geográficos como: paisagem, território, lugar e outros. Segundo Azambuja & Callai (1999, p.189) “Poder ensinar o aluno a partir do espaço em que ele está inserido é fundamental e importante para desenvolver cognitivo e sociocultural”.

Os conteúdos não devem se observando de maneira informativa deve buscar um aprofundamento qualitativo abordando os fenômenos sociais.  

Constitui numa metodologia de ensino interdisciplinar que pretende desvendar a complexidade de um espaço determinado extremamente dinâmico e em constante transformação, cuja totalidade dificilmente uma disciplina escolar isolada pode dar conta de compreender” (PONTUSCHKA, 2007, p.173).

 A ciência da Geografia deve consentir aos alunos uma análise crítica dos fatos, colocar-se de forma propositiva perante os problemas encontrado na comunidade das quais fazem parte. Dessa maneira torna-se conscientes sobre as responsabilidades, deveres e direitos sociais, com a finalidade de tornar o aluno atuante das mudanças desejáveis para sua sociedade.  A Geografia, assim como outras disciplinas do ensino fundamental é crucial para levar o aluno a refletir, e a avaliar melhor os diversos tipos de espaço ao seu redor.

A Base reforça a ideia da Geografia como um componente importante para entender o mundo, a vida e o cotidiano. Desenvolver nos estudantes o raciocínio geográfico, articulando alguns princípios, significa dotá-los de mais uma forma de perceber e analisar criticamente a realidade (BNCC, 2016, p. 505).

Por isso é importante que o professor de Geografia mostre a realidade em que vive e onde estão localizadas, para juntos explorar melhor a vegetação, clima, solo e a hidrografia, assim como todos os fatores físicos e local, também é importante saber sobre a história e a formação da sua região e sua formação cultural, sócio econômica   assim como política.

 Desta forma, os fatores devem ser analisados juntamente com os alunos, a fim de chegarem a uma conclusão sobre a realidade geográfica local, afinal a Geografia quanto ciência social, traz a preocupação de entender melhor o espaço e sua dimensão.

Deste modo, vem para auxiliar o discente a desvendar um mundo pela prática de análise e investigação buscando desenvolver um cidadão participativo, conhecedor da organização do espaço local, por fim, perceber a sociedade como um todo, despertando a verdadeira cidadania e a necessidade de estar conquistando seu próprio espaço, ser capaz de modificar-se e desfrutar dos benefícios da natureza e preserva-la.

2.2 METODOLOGIAS E PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM NO ENSINO DE GEOGRAFIA.

É preciso compreender que não existe uma metodologia perfeita e adequada a todas as crianças, o profissional não deve crer em um método especial ou milagroso, mas deve voltar-se para uma metodologia pautada e fundamentada na sua experiência, explorar métodos que estimule cada vez mais o discente a realizar novas descobertas, despertando sua curiosidade visando o conhecimento motivando sempre o aprendizado.

A aprendizagem e influenciar o comportamento inicial do aluno por meio de experiência vivida na escola, na rua, na família dessa forma o professor juntamente com a escola deve sempre buscar cada vez mais meios que levam aos desejos de apreender geografia. (SEAGOE 1978, P,6). 

Torna-se evidente que as dificuldades de aprendizagem se reforçam no âmbito escolar quando não apresenta uma boa empatia com a disciplina deixando visível a desmotivação dos alunos em sala de aula. O ensino e a aprendizagem de geografia em sala de aula, se firmou ao longo de muito tempo somente pelo uso excessivo do livro didático e pela aplicabilidade dos conteúdos mais conceitual que procedimentais, utilizando quase sempre os mesmos materiais como livro do aluno, quadro e pincel dificilmente explora novos caminhos.

Ensinar já não significa transferir pacotes sucateados, nem     mesmos significa meramente repassar o saber. Seu conteúdo correto é motivar o processo emancipatório, com base num saber critico, criativo, atualizado, competente. Trata-se não de cercar, temer, controlar a competência de quem aprende, mas de abrir-lhe a chance na dimensão maior possível. (DEMO, 1993, p.153).

Porém, o mundo está evoluindo e com ele deve estar também a escola e o ensino que nela se faz. Ao preparar a proposta da disciplina de Geografia é necessário que utilize atividades que permitirá ao aluno a obter um bom entendimento e compreensão, essas tais práticas podem ser desenvolvidas com diversas metodologias e com o uso de diversos recursos, por exemplo: projeto, bússola, mapa, pesquisa de campo, excursão, entrevista, filme, síntese e outros.

Extraindo a visão do livro didático como o único norteador da prática em sala de aula, o professor deve procurar alternativas por meio dos recursos didáticos diferenciados, que possam complementar as propostas sugeridas nos livros didáticos.

É necessário que a disciplina seja uma Geografia viva, nas quais pelas práticas sociais sejam construídas é transformada, que seja capaz de problematizar as relações que envolvam natureza e sociedade, formando um saber geográfico no qual se traga a junção dos saberes adquirido tanto em sala de aula quanto na sociedade ao redor.

São aspectos naturais e humanos do espaço geográfico, traduzidos em aulas sobre relevo, vegetação, clima, população, êxodo rural e migrações, estrutura urbana e vida nas cidades, industrialização e agricultura, estudados como conceitos abstratos, neutros, sem ligação com a realidade concreta da vida dos alunos. (CALLAI, 2001139).

Contudo faz se necessário discutir uma Geografia reflexiva onde os alunos compreendem a necessidade e a importância da disciplina em sua vida. Portanto, deve ser explorada em análise e compreensão de espaço geográfico, ligada a natureza tendo clareza da teoria e metodologia da ciência geográfica, fazendo sempre uma ligação com o passado, presente e futuro. Essa motivação vem associado a dinâmica e o contexto em que são desenvolvidas as tarefas escolares, com participação do professor pode indeferir é fortalecer os padrões motivacionais em sala de aula.

Dessa forma, podemos dizer que uma aula é boa quando produz nos alunos a construção de uma aprendizagem que os leva a se transformarem e, ao mesmo tempo, torna-os capazes de atribuir significações ao que aprenderam, transferindo o apreendido para outras situações e circunstâncias e revelando capacidade de preservar o essencial nos saberes conquistados. (ANTUNES et al., 2010, p. 47)

Todavia já foi relatado que existe ainda outra problemática pertinente ao ensino da disciplina, trata-se das condições de trabalho do professor sobretudo em escola públicas, geralmente está associada a vários problemas como infraestrutura, distanciamento entre pais, professores, alunos, violências e outros.

Porém apesar desses problemas Kimura (2010) “afirma ser relevante refletir sobre a questão da empatia e dos procedimentos metodológicos utilizado nas aulas de geografia”. Vale a pena se questionar a final qual seria o melhor caminho, um conteúdo tradicional com uma metodologia inovadora ou uma metodologia tradicional com um conteúdo inovador?

Torna-se necessário lembrar que não se deve depositar toda responsabilidade da inovação do ensino de geografia no educador, a instituição onde o profissional da educação atua necessita dar suporte necessário para alcançar um bom objetivo. Afinal, muitos alunos têm bastante dificuldade para entender é compreender os conteúdos, pois a maioria das escolas ainda é bastante carente de recursos e materiais pedagógicos, fazendo–se necessário que o professor encontre maneiras como: recursos visuais, sonoros, pesquisas, seminários, jornal, filmes, maquetes, aulas de campo e outros. Tornando sua aula eficaz que facilitara o discente adquirir um melhor conhecimento.

3 A FORMAÇÃO CONTINUADA E SUA IMPORTÂNCIA EM GEOGRAFIA

 Atentar-se para a formação continuada de professores e sua influência na qualidade do ensino e aprendizagem é essencial para o desenvolvimento dos alunos. É neste período que o docente deve desenvolver a teoria em prática, no objetivo de promover sua aula cada vez mais interessante é eficaz, pois a atualidade tem que está posta tanto na escola quanto no professor ambos devem caminhar juntos. 

Nesse processo o docente necessita apresentar uma identidade pesquisadora, com intuito de enriquecer a profissão estimulando a formação continuada, visto que cada vez mais se faz indispensável que os professores aprendam a usar as inovações tecnológicas, renovando o aprendizado através do smartphone com o auxílio necessário.

Uma identidade profissional se constrói, pois, a partir da significação social da profissão; da revisão constante dos significados sociais da profissão; da revisão das tradições. Mas também de reafirmação de práticas consagradas culturalmente e que permanecem significativas. Práticas que resistem a inovações porque preenchas de saberes validos às necessidades da realidade (PIMENTA,2009, p.19).

Portanto a formação promove novas visões estratégias para que os docentes estejam prontos para proporcionar interesse dos discentes pela escola como um ambiente de aprendizagem é conduzir os alunos a conhecer essa temática como um componente curricular importante.

Desta forma quebrar o paradigma do sabe tudo e começar a buscar por inovações. É bastante importante que o profissional tenha uma reflexão sobre a prática pedagógica e queira buscar novos saberes e estratégias para que venha obter um ensino com êxito.

O ensino de Geografia deve permitir que o aluno se apropriasse dos conhecimentos geográficos de modo que os alunos venham entendê-los, questioná-los e empregá-los como instrumento do pensamento, acompanhados de saberes cotidianos, partindo de olhares críticos para torna o espaço geográfico a um lugar de pesquisa.

 É enaltecedor quando se conhece as redondezas da escola onde se trabalha, dando espaço para um diálogo entre aluno e professor, pode construir aulas extraordinárias transformando informações em conhecimento.

É possível analisar que o ensinar e o aprender deve-se tornar diariamente entre os educadores. Freire (2004) “Que não há docência sem discência, que quem ensina aprende ao ensinar”. Por esse motivo percebe-se cada vez mais o quanto é importante esses profissionais dar continuidade a seus conhecimentos e, capaz de compreender a sociedade hodierna e sua relação com o planeta Terra.

A geografia que o aluno estuda deve permitir que ele se perceba como participante do espaço que estuda, onde os fenômenos que ali ocorrem são resultados da vida e do trabalho dos homens e estão inseridos num processo de desenvolvimento. (…) O aluno deve estar dentro daquilo que está estudando e não fora, deslocado e ausente daquele espaço, como é a Geografia que ainda é muito ensinada na escola: uma Geografia que trata o homem como um fato a mais na paisagem, e não como um ser social e histórico. (CALLAI, 2003, p.58)

          O docente tem a oportunidade de sair da inércia e buscar a formação continuada como uma força motriz na busca de capacitação, porém muitos têm a não reflexão com principal dificuldade e uma boa parte não percebem. Deve ser lembrado que sempre terá algo a melhorar, por melhor que sejam os resultados o professor necessita olhar para si e verificar quais pontos podem ser reavaliados.

Para FREIRE, (1996, p. 63) “Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionada”, a Geografia é uma disciplina que revela a estruturação e a organização do espaço e esse processo foi cada vez mais se desenvolvendo historicamente com base técnicas e hoje com emprego de tecnologias contemporâneas, o professor precisa superar o próprio condicionamento e renovar suas rotinas acompanhando as mudanças.

3.1 A UTILIZAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA

  O ensino de Geografia por meio do uso de diversas tecnologias permite que os educandos se insiram cada vez mais em ambientes interativos, dados que os inúmeros recursos tecnológicos podem tornar as aulas mais dinâmicas e motivadoras favorecendo sua participação em sala, e contribuindo para a sua aprendizagem e consequentemente para a qualidade da educação.

Nessa busca por novas maneiras de ensinar, na visão de envolver o aluno nesse processo de ensino é aprendizagem, promovendo sua participação em sala é possível pensar em utilizar recursos como audios-visuais. Portanto as formas musicais é um instrumento que oferece benefícios em diversas áreas do círculo escolar favorecendo uma abordagem geográfica.

          Um meio metodológico que abrange diversos aspectos: ludicidade, alegria e prazer, motivando os estudantes a sentir, pensar e agir de uma maneira espontânea é prazeroso. A evolução do ensino de Geografia torna-se possível levar aos jovens a observar seu dia a dia é seus dilemas por meio de rádio, televisão, jornais, as atualidades cinematográficas, celulares, internet. Podendo analisar que seus estudos não se limitam somente na sala de aula, mas que está ao seu redor o tempo todo até mesmo no seu momento de lazer.

Para aplicar esse objetivo o professor de Geografia tem como missão ir em busca de novos conhecimentos, conteúdos e sempre está atualizado porque somente dessa forma conseguira ser um facilitador do aprendizado. Sempre inovando suas aulas através de pesquisas rápidas, guiando-os por meio de questionamentos que os levem à curiosidade e fornecendo palavras chaves para serem utilizadas em sites de busca.

A utilização dessas novas tecnologias nas aulas de Geografia possibilita aos professores desenvolverem suas práticas pedagógicas mais dinâmicas, prazerosas e, por conseguinte motivadoras, uma vez que o aluno passa a ser ativo no processo de ensino-aprendizagem e, principalmente ao propor atividades juntamente com tecnologias do cotidiano do alunado, como aparelhos portáteis e câmeras (Sousa & Novaes 2013, p.3).

E possível notar que através de novas buscas os professores começaram a ter uma nova visão de ensino e aprendizagem despertando que não basta apenas ter um livro didático e um quadro brando e pincel. O ensino vai, além disso, o ensinar envolve muitos outros recursos a nossa volta temos, por exemplo, a utilização de globo ou mapas.

O qual com a chegada das tecnologias não ficaram de lado ao contrário pode vê-los de uma forma mais ampla ou até mesmo mais real, sendo possível utilizar aplicativos por meio de celulares, como GPS, ou fuso horário, tornando mais instigante ao aluno.

As redes sociais são aliadas dos professores, hoje em tempo atual se tornou bem claro como é necessária em meio a nossa sociedade, sendo observada através das aulas remotas a necessidade de utilizar diversos aplicativos como: plataformas WhatsApp e outros. Por meio desses aplicativos se torna possível interagir com os alunos mediante grupos criados por professores, tornando possível discutir e debater diversos assuntos abordados tanto em sala quanto fora dela.

3.2. PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DA GEOGRAFIA NA ESCOLA.

 Ao se apresentar na sala de aula o professor deve sempre saber qual é o método que vai ser utilizado, necessita de um bom plano de aula para pode auxilia-lo, para a sua sala. O planejamento deve ser flexível afinal pode dar certo para alguns alunos e para outros não, o professor precisa estar atento ao material escolhido e assim conseguir bons resultado.

O educador necessita refletir sobre sua prática, buscar saber se está funcionando como desejado ou se precisa melhorar e rever seus métodos e procedimento, afinal o ensino está sempre passando por processo de atualização e é por isso que o professor precisa ser atento aos conteúdos e suas práticas utilizada. Libâneo (1994) afirma que “O planejamento é um meio para se programar as ações docentes, é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação”.

Portanto, o planejamento está ligado com a avaliação, pelo mesmo propósito, organizar e estabelecer caminhos no intuito de alcançar uma só meta, desse modo Libâneo, (1994) afirma que ‘‘o planejamento é um meio para programar as ações docentes, é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação”. Dessa maneira, a avaliação é a base de descobrir se a finalidade esperada foi alcançada ou não. Os professores de Geografia na organização do seu planejamento, precisam considerar os seguintes aspectos, como afirma Brasil:

Conhecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento da natureza em suas múltiplas relações, de modo a compreender o papel das sociedades em sua construção e na produção do território, da paisagem e do lugar (BRASIL, 2000, p.121).

É importante falar que existe vários métodos de avaliação, sendo alguns  que o professor pode utilizar neste percurso para analisar qual foi o desempenho de cada aluno buscando ser guiado segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), “a avaliação dentro do ensino e aprendizagem deve ser contínua e acumulativa, e os aspectos qualitativos deve prevalecer sobre os quantitativos, e os resultados obtidos pelos alunos ao longo do período letivo devem ser mais valorizados que a nota da prova final”.

              O docente tem consciência que na sala de aula há diversos tipos de aluno sendo cada um com cultura diferente. Por isso, a importância de um planejamento bem feito, com objetivos claros, que possibilite atender a todos os alunos de uma maneira proveitosa.

            Libâneo (1994) afirma que “O planejamento é uma atividade de escolha um ato proposicional. Essas escolhas implicam valores e opções teóricas, ideológicas e filosóficas”. O ato de planejar exige uma referência fundamental, a realidade concreta conhecida, que pode ser explicitada no Projeto político-pedagógico (PPP) da escola.

 O PPP, além de oferecer dados sobre os alunos, aponta também aspectos importante como, o que funcionou ou não no ano anterior quais foram as causas que levaram o sucesso ou fracasso da instituição levando o professor a optar por caminhos diferente para obter resultados excelentes. É importante relatar a necessidade do planejamento e reuniões pedagógicas, porque além de auxiliar os docentes na condução das suas aulas, promove aulas mais eficientes e dinâmicas, além de adquirir trocas de experiências entre professores e coordenadores com o objetivo de oferecer um melhor desenvolvimento educacional.

METODOLOGIA       

Um dos grandes objetivos dessa pesquisa é mostrar aos profissionais que atuam na educação a necessidade de evoluir e renovar seus métodos e o desenvolvimento de técnicas do ensino-aprendizagem.

Está pesquisa foi desenvolvida com o intuito de auxiliar futuros profissionais que atuam com a disciplina de Geografia, conscientizando a importância de o professor avaliar seus métodos e planejamentos, habituando-se ao uso das tecnologias que irá ajuda-los no dia a dia em sala de aula, facilitando então a compreensão e o aprendizado dos discentes.

 Diante dessa concepção se observa a necessidade da formação continuada dos professores da disciplina, já que é indiscutível a evolução dessas ferramentas no mundo de hoje, haja a vista que as crianças atuais já nascem em um mundo aonde as tecnologias predominam e está em toda parte até mesmo em sala de aula.

 O profissional que não buscar se atualizar acabará ofertando uma aula com poucos recursos e de baixa qualidade, sem nenhum atrativo que motive os alunos.   

Percebendo a grande necessidade foi escolhido esse tema com a finalidade de compreender e alertar sobre a importância de se buscar capacitar e renovar a cada dia.

Esse trabalho de conclusão de curso buscou embasar em alguns autores como LIBÂNEO (1994), CALLAI (2003), PIMENTA (2009), FREIRE (2004) e outros, que colaboraram e continua colaborando e auxiliando no desenvolvimento, com o objetivo de melhorar cada dia mais a educação atual.

Com a intensão de alcançar os resultados almejados. Para a referente pesquisa ouve um levantamento bibliográfico com o embasamento teórico de alguns autores que defende a existência de uma educação de qualidade.

 Segundo Vergara (2000), “a pesquisa  bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado constituído principalmente de livros e artigos científicos e é importante para o levantamento de informações básicas sobre os aspectos direta e indiretamente ligados à nossa temática’’.

Para Gil (1999), ‘’o método científico é um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos utilizados para atingir o conhecimento. ’’ou seja, a abordagem metodológica e o procedimento utilizado na pesquisa que consistir em fundamentos teóricos.

Com relação ao método dedutivo, Bastos e Keller (1989, p. 95) apud Armstrong e Barboza (2012, p. 115) apontam que: “a dedução é um discurso mental pelo qual a inteligência passa do conhecido ao desconhecido, ou seja, descobre uma verdade a partir de outras que já conhece”.

Entendendo assim que o ensino da disciplina precisa permitir que o aluno chegasse ao final do ano apropriando do conhecimento geográfico compreendendo de forma ampla a realidade a qual está inserido de modo que consiga entender e questionar de maneira consciente e propositiva.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desta pesquisa, procurou-se discutir sobre o ensino de Geografia e as práticas metodológicas adotadas nessa disciplina no Ensino Fundamental mediante a produção deste artigo e desenvolvimento de pesquisa bibliográfica de natureza exploratória com abordagem qualitativa, na qual envolve a leitura e análise de materiais já publicados.

A principio foi realizado uma análise  bibliográfica sobre o tema escolhido, envolvendo as metodologias utilizadas em sala de aula e a discussão de teóricos sobre a formação desse professor.

As investigações apontaram que o bom mestre pode estimular o interesse e a criatividade de seu educando, despertando neles gosto pela disciplina. Percebemos que é necessária a conscientização dos profissionais de Geografia sobre a urgência em orientar alunos sobre o entendimento do objetivo principal desta disciplina e sua dinâmica do espaço.

Repensando nas ações do homem sobre ele, o conhecimento as formas de relevo, os fenômenos climáticos, as composições sociais, os hábitos humanos nos diferentes lugares são imprescindíveis para a manutenção da vida em sociedade que venha envolver os alunos de uma maneira crítica e gratificante.

        O estudo revelou, contudo, a preocupação de instrumentalizar o aluno na disciplina de Geografia oferecendo-lhe as condições adequadas para que seja constituída a sua cidadania. Para viabilizar à proposta de um ensino mais contextualizado, dinamizado e coerente. Sugerindo diversas metodologias é recursos didáticos, propondo ideias intensiva caracterizada pelo amparo da tecnologia.

Foi ressaltada a importância da formação continuada no profissional de Geografia, como um suporte fundamental na capacitação teórica, promovendo um domínio extraordinário na pratica em sala tanto presencial como virtual. Portanto foi possível analisar através deste, que o professor de Geografia deve ter em seu currículo autonomia para estabelecer a proposta vista, priorizando o lado crítico da sua turma e entendo que o conhecimento vai muito além do que já se sabe. Sendo que essa medida tem que partir do profissional sendo ajustada dia a dia, transmitindo uma formação renovada e confiança a toda turma.

Em meio ao crescimento da tecnologia e seus grandes avanços tecnológicos, se faz necessário que o professor de Geografia venha utilizar das ferramentas necessária e disponível para obter um resultado de qualidade. Proporcionando metodologias inovadoras a qual levaram seus alunos a um conhecimento satisfatório, tornando-os praticantes na sociedade. 

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1Aluna do curso Segunda Licenciatura em Geografia no Centro Universitário Internacional Uninter. Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso 1º semestre de 2021
2Aluna do curso Segunda Licenciatura em Geografia no Centro Universitário Internacional Uninter. Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso 1º semestre de 2021
3Aluna do curso segunda Licenciatura em Geografia no Centro Universitário Internacional Uninter. Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso 1º semestre de 2021
4Professor (a) Orientadora de TCC do Centro Universitário Internacional (UNINTER).