VIVENCIAR E APRENDER: INTERAÇÃO SOCIOCULTURAL NO AMBIENTE EM QUE VIVEM/RELATO DE EXPERIÊNCIA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma102401230725


Reilly Jacqueline Pontes de Moraes 
Orientador: Prof. Msc. Hermínio Edson Maia Santana


RESUMO

A educação sempre será a chave para a transformação. Visto isso, o modo como direcionamos nossas práticas em sala de aula interfere no processo de ensino aprendizagem dos nossos educandos diretamente. A interdisciplinaridade abrange o conhecimento facilitando que os alunos viagem e interagem de forma positiva fazendo uma articulação sobre os saberes das disciplinas. O que realmente importa na interdisciplinaridade, aquilo que não somente é desejável, mas também o indispensável, é que a autonomia de cada disciplina seja assegurada como uma condição fundamental da harmonia de suas relações com as demais. Onde não houver interdependência disciplinar, não pode haver interdependência das disciplinas. ( JAPIASSU,1976,P.1290).

Palavras-chaves: Interdisciplinaridade, Ensino- aprendizagem, Interdependência.

INTRODUÇÃO

No processo de aprendizagem é fundamental que os alunos consigam conhecer e reconhecer sua identidade sociocultural, observando essa necessidade  foi planejada uma sequência didática para sanar as dificuldades existentes. Planejamos uma aula onde em sala mesmo eles pudessem conhecer um pouco do município em que vivemos, seus costumes, dialetos, a economia e os recursos naturais que o próprio oferece. Além disso, também a parte da natureza e degradação do ambiente em questão a criação de uma Usina Hidrelétrica que faz parte diretamente em nossas vidas. 

As atividades foram pensadas em uma sequência didática onde poderiam abranger as disciplinas de Língua Portuguesa, História, Geografia, Ciências, Artes. Pois se trata de um vídeo do Globo Repórter que fala sobre todo o município de Presidente Figueiredo, todas as atividades serão voltadas para ele.

Ressaltando que é de fundamental importância que as aulas de Práticas Sociais de Linguagem Oral e Escrita despertaram em mim enquanto professora a necessidade de trabalhar a cultura e costumes local da nossa comunidade.

INFORMAÇÃO SOBRE A ATIVIDADE

O presente trabalho do Curso de pós-graduação Saberes e Práticas Língua Portuguesa e Matemática- UEA, tem como objetivo relatar algumas experiências de aulas em uma turma do ensino fundamental 1.

Seu objetivo principal é desenvolver a habilidade de usar a Língua Portuguesa falada e escrita em diversos momentos do cotidiano, permitindo a interação social e cultural no ambiente em que vivem, Vygotsky afirma que o desenvolvimento da linguagem implica o desenvolvimento do pensamento, pois pelas palavras o pensamento ganha existência. Para o desenvolvimento e aplicação da sequência didática que fora desenvolvida no período de 25/08/2023 a 29/09/2023 com a participação de 15 alunos do 3º ano da Escola Municipal São Miguel localizada na AM 240km 50 no município de Presidente Figueiredo- amazonas. 

Foi utilizado o vídeo do globo repórter sobre ‘Reportagem sobre a Usina Hidrelétrica de Balbina’ com a contextualização do município em que vivem com suas riquezas naturais e turísticas, assim também relatando a degradação e extinção de algumas espécies de plantas e animais, que nós enquanto população local contribui em ambos os momentos. O foco das atividades foi voltado diretamente após esse vídeo. 

Os alunos vivenciaram de forma participativa as atividades de Língua Portuguesa que foram pensadas e feitas interdisciplinar com outras disciplinas curriculares, pois fizeram questionamentos em si próprio a respeito das necessidades da comunidade depois de toda degradação e criação do lago de Balbina. Pensaram sobre o antes e depois, criaram desenhos do local e o que eles esperavam para o futuro das espécies de plantas, animais e a comunidade escolar como um todo. Nesse meio foram avaliados por participação, criação e desempenho coletivo.  Nesse sentido, segundo Paulo Freire a educação rural, deve ser uma ferramenta de transformação social que promova a igualdade e valorize a cultura local. 

Além disso, ele defende o direito de cada pessoa de sonhar e buscar realizar seus sonhos através da educação.  Foram utilizados vídeos e recursos regionais que fazem parte da vida de cada criança daquela comunidade, assim a consolidação sociocultural dos saberes linguísticos ocorreu de forma educativa e informativa. 

Após todas as dinâmicas para o conhecimento e identificação das falas, costumes, a interação social e cultural da comunidade eles compreenderam que as diversas formas de escrita e fala usadas no cotidiano são tipos de variações linguísticas de tal localidade.

A constituição da linguagem é um fenômeno extremamente complexo e sofisticado, que envolve a cognição humana, as interações sociais, a constituição das identidades particulares e comunitárias. BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: edições Loyola, 1999. BAGNO, Marcos.

RESULTADOS ALCANÇADOS 

Os objetivos elencados para essas atividades foram alcançados com êxito pela maioria, a apresentação de vídeos foi entusiasmante pois alguns conhecem o lago de Balbina e a hidrelétrica, outros sabem que vivem na comunidade São Miguel km 50, e todos souberam responder que o município é Presidente Figueiredo, 3 alunos tiveram dificuldades em concluir as atividades individuais do segundo momento em que a criação do texto exigiu a conscientização da escrita e exigiu autonomia deles. Porém eles foram os primeiros a relatar oralmente sobre a importância deles nas questões abordadas na sala de aula. No momento de reflexão sobre preservação todos ficaram em silêncio e em seguida leram seus textos e falaram sobre a importância da preservação.

No 3º momento todos participaram, pois, a parte prática para eles é super empolgante. Construir um lugar que alguns conheceram por meio de vídeo e terem recordações recentes estimula a imaginação deles.

CONCLUSÃO

A crença que a função da escola é transmitir o saber socialmente construído hoje está sendo revisto. Não se trata de superar o direito de todo ser humano ao saber socialmente construído, a cultura de vida, a herança cultural. Trata de que isso passou a ser um slogan, que precisa ser mais trabalhado, mais pesquisado. Até onde os saberes escolares são saberes construídos ou apenas parte e até filtram esse saber construído? Até onde há seletividade dessa construção? Até onde, em nome do direito aos saberes escolares, negamos os saberes construídos? Até onde são saberes mais mortos do que vivos? (Arroyo.2006; p.111).

Em questão ao aprendizado, trejeitos, falas e manias locais, a educação se concretiza no cotidiano. Conhecer o lugar onde vivem, sua cultura faz com que a criança se reconheça como parte de tal comunidade. A sequência proposta neste trabalho cumpriu o que foi planejado.

Despertar o quem eu sou? e o que eu quero para o meu futuro? é enriquecedor no processo de aprendizado e como a aula foi ocorrendo e despertando esses questionamentos foi fundamental para que todas as atividades propostas fossem realizadas com sucesso.

REFERÊNCIAS

https://www.abnt.org.br/

http://www.cee.am.gov.br/wp-content/uploads/2021/08/rca-ensino-fundamental-i.pdf

https://www.gepec.ufscar.br/publicacoes/educacao-no-campo/a-concepcaoo-de-educacao-do-campo-no-cenario-das.pdf

https://photos.google.com/search/tra/photo/af1qipngvkb9tdxcs7o5b_snkbovnw

https://www.fabricadossonhos.net/post/educa%C3%A7%C3%A3o-rural-direito-de-sonhar-e-paulo-freire?