VIOLENCIA EN LA ESCUELA ESTATAL BENTA SOLART, EN EL 1º AÑO DE LA ESCUELA SECUNDARIA,TURNO DE LA MAÑANA, 2019/2020, MUNICIPIO DE MARAÃ-AMBRASIL
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202501061507
José Domingos Correa da Silva1
Jacimara Oliveira da Silva Pessoa2
RESUMO
No presente estudo apresento o trabalho de pesquisa realizado na escola estadual Benta Solart, Maraã, Amazonas, Brasil, no período de 2019/2020. O estudo apresenta as diversas formas de violências que ocorrem no espaço escolar e aponta as suas causas e consequências. Para a efetivação do trabalho fez-se um estudo prévio dos autores referenciados e, aplicou-se questionários aos estudantes, aos professores e aos gestores . A metodologia utilizada no desenvolvimento da pesquisa apresenta uma análise quali-quantitativa. A pergunta central foi: quais fatores contribuíram para a violência entre os alunos do 1º ano turma 01, do Ensino Médio da escola Estadual Benta Solart, em Maraã-Am, Brasil, em 2019/2020? As perguntas específicas: Quais os problemas que são desencadeados e que afetam o processo educativo com a violência escolar entre os alunos do 1º ano, turma 01 o Ensino Médio da Benta Solart? Que tipo de violência ocorre na escola no 1º ano, turma 01 do Ensino Médio da Escola Estadual Benta Solart?
Palavras-chave: violência na escola. fatores. consequências.
ABSTRACT
In this study I present the research work carried out at the state school Benta Solart, Maraã, Amazonas, Brazil, in the period 2019/2020. The study presents the different forms of violence that occur in the school space and points out its causes and consequences. For the accomplishment of the work, a previous study of the referenced authors was carried out and questionnaires were applied to students, teachers and managers. The methodology used in the development of the research presents a qualitative-quantitative analysis. The central question was: what factors contributed to violence among 1st year students, class 01, of high school at Benta Solart State School, in Maraã-Am, Brazil, in 2019/2020? The specific questions: What are the problems that are triggered and that affect the educational process with school violence among students of the 1st year, class 01 of Benta Solart High School? What kind of violence occurs at school in the 1st year, class 01 of High School at Escola Estadual Benta Solart?
Keywords: violence at School factors consequences.
INTRODUÇÃO
A violência escolar é uma realidade e um dos maiores desafios da sociedade contemporânea, tanto no Brasil, quanto em outros países do mundo. Ela vem ganhando cada vez mais espaço no meio escolar e suas consequências são devastadoras e imprevisíveis, visto que ela brota sem aviso aparente e transforma o cotidiano da sociedade de um modo geral.
Neste trabalho apresenta-se o resultado da pesquisa feita na Escola Estadual Benta Solart, na cidade Maraã, Estado do Amazonas, em 2019/2020, com os alunos do 1º ano, turma 01 do Ensino Médio, cujo objetivo principal foi determinar quais fatores contribuíram para a ocorrência de atos e ações de violência escolar na escola pesquisada.
No estudo são apresentados os problemas desencadeados pela violência escolar e que causam danos aos estudantes, à sociedade, aos professores, aos pais, ao processo educacional, à formação acadêmica e humana. Ele apresenta também o índice de aproveitamento dos alunos nos últimos nove anos e o percentual de violência ocorrida na escola em anos anteriores.
Apresenta, ainda, os tipos de violências que ocorrem no ambiente da escola pesquisada, o resultado da presente pesquisa feito pelo pesquisador e sugestões de ações que a escola pode pôr em prática para lidar com o problema da indisciplina e da violência escolar.
Alguns autores concordam que para combater um problema é preciso conhecê-lo. Neste sentido, Waiselfisz (2011 apud Esquierro, 2011, 10. ), “[…] diz que conhecer ou reconhecer os problemas e sua magnitude é um passo imprescindível para agir no sentido de equacioná-lo”.
As causas da violência nos traz a certeza de que é preciso tratar o assunto com maior empenho visto que as afirmações empíricas tais como: a violência está relacionada a ignorância, a falta de cultura, a pobreza ou a miséria, a desigualdade social e a sociedade capitalista não são parâmetros pelos quais deva-se considerar como únicas variáveis de radicação da violência escolar.
A natureza humana recebe, ao longo da vida, estímulos diversos e como a Terceira Lei de Newton (Princípio da Ação e Reação) diz que: “ para toda força de ação existe uma força de reação que possui o mesmo módulo e direção, mas em sentido contrário” ( http://www.educamaisbrasil.com.br, 2019). Assim sendo, é necessário ir mais longe para não perder a oportunidade de conhecer as reais causas da violência escolar e compartilhar de considerações preconceituosas que fazem prejulgamento e conclusões precipitadas.
As questões referentes à problemática da violência na escola, apresentadas neste estudo têm base nas pesquisas feitas pelo autor na escola Estadual Benta Solart, como já mencionado e nas pesquisas anteriores de vários autores, sobre o tema, o conceito e os tipos de violências que ocorrem na escola, na sociedade e suas consequências e também as implicações para a vida em sociedade, para a família, para a saúde física, mental e emocional dos envolvidos em situações onde os conflitos e os atos de violência são frequentes.
PERCEPÇÃO DO PROBLEMA
A violência escolar recorrente nas escolas brasileiras traz preocupações é com ela toda problemática de ordem social, econômica, educacional. Apesar de todo esforço e estudos realizados no sentido de compreender suas causas, ela continua atormentando a sociedade por toda parte e em Maraã, Amazonas, a situação não é diferente. Volta e meia o problema surge com características diversas e modalidades diferentes, parece mesmo uma questão grave e mutante o que a torna um problema ainda mais sério.
Nos últimos anos a crescente violência escolar tem sido objeto de discussão entre educadores de todo o Brasil, que se preocupam com o problema que vem mutilando o processo educativo nas escolas de todo o país. Não se pode mais procrastinar a decisão de se buscar a compreensão da proliferação da violência nas escolas, e, no caso específico, na Escola Estadual Benta Solart, em Maraa-Am, Brasil.
Por sua natureza dinâmica, na maioria das vezes imprevisíveis e incompreensível a violência nos desafia a descobrir os fatores que contribuem para o advento e proliferação de atos e ações de violência na Escola Estadual Benta Solart, o que nos levou realizarmos uma pesquisa no sentido de compreender a gênese do problema e a partir de então, propor, de forma clara, ações eficazes de combate ao problema em estudo, isto é, a violência entre os alunos do 1º ano, turma 01 do Ensino Médio da Escola Estadual Benta Solart, em Maraã – Am, Brasil, em 2019/ 2020.
Então, buscou-se, através de estudos anteriores, conhecer os conceitos dados a atos ou ações de violência o que facilitaria uma maior compreensão dos atos ditos violentos.
Esquierro (2011, p.12), cita o Relatório da Organização Mundial da Saúde que conceitua a violência como:
Uso intencional da força física ou o poder, real ou por ameaça, contra a pessoa mesma, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou comunidade que passa resultar em ou alta probabilidade de resultar em morte, lesão, dano psicológico, problemas de desenvolvimento ou privação.
Entende-se que a escola não é um espaço homogêneo por sua natureza sociável. A heterogeneidade social é necessária para o desenvolvimento do ser humano que necessita aprender dentro dos princípios preestabelecidos pela sociedade da qual faz parte que, de certa forma, introduz suas regras de maneiras diferentes e, daí a necessidade da compreensão dos fatores sociais que contribuem para a ocorrência e a radicação da violência escolar em suas diversas modalidades e características. Nesta perspectiva, como já mencionado, fez-se um estudo no intuito de buscar respostas de forma segura para as perguntas que perduram entre a comunidade escolar.
A escola tem papel primordial na transformação do ser humano, tanto nas estruturas sociais quanto na formação acadêmica e humana, sem deixar de considerar o papel da família, que agrega valores e atitudes, o que poderá mudar o cenário da violência escolar.
MARCO TEÓRICO
Os problemas que são desencadeados e que afetam o processo educativo com a violência escolar.
A violência escolar é um problema social em expansão e que ocorre dentro dos quatro pontos cardeais, sem agendamento e alheia às boas práticas sociais, às regras de convivência, às hierarquias. Ela segue como uma avalanche desestabilizando estruturas sociológicas e institucionais.
Na educação ela traz a descrença e a desvalorização dos pilares institucionais, desmotivação das pessoas, dos professores, a agressividade generalizada dentro e fora da escola, abaixa o rendimento escolar e enfraquece as relações sociais.
Apesar de ser um problema social recorrente, o que se tem feito não é suficiente e pouco tem efetivamente mudado com relação à diminuição dos casos e ou ações violentas no meio escolar.
Vilma Medina, Diretora de Guia Infantil (2018), afirma que “o conflito e a violência sempre existiram e sempre existirão, principalmente, na escola, que é um ambiente social em que os jovens estão aprendendo a conviver com as diferenças e a viver em sociedade”.
Vilma (2018) levanta uma questão importante quando diz que “o que tem intrigado a todos é que esse aumento da violência veio junto com a ampliação dos direitos dos cidadãos e com o Estatuto da Criança e Adolescente”. Essa é uma questão que não devemos desprezar. E que “No meu ponto de vista, o Estatuto prioriza os direitos em detrimento dos deveres.”
As considerações de Vilma são pertinentes e uma oportunidade para se discutir a forma
como as escolas podem lidar com a violência no meio escolar e com suas variáveis que são inúmeras.
A maior ou pelo menos uma das maiores preocupações é a forma como a violência tem se manifestado provocando os efeitos devastadores à sociedade, à classe estudantil, aos professores, educadores e também aos pais. Mas, a violência na escola não é um fenômeno recente e não é praticada só pelos alunos. Não faz muito tempo em que a palmatória era um instrumento que fazia parte dos equipamentos de “ensino” usado pelos professores, não como métodos pedagógicos eficazes, mas sim como instrumento de “tortura escolar”.
Muitos de nós ainda chegamos a ver professores castigarem os alunos, com a conivência dos pais, das autoridades e da sociedade. Tudo parecia certo, o professor era o “dono da verdade” e os pais homologaram essas “verdades”. Na grande maioria das vezes por pura ignorância e em outras por acomodação.
O tempo foi passando e a palmatoria foi abolida da escola e da vida dos estudantes. Mas, a violência também mudou e, agora, muitas vezes dissimulada e “silenciosa”, continua no meio escolar. Ela se manifesta não mais pela palmatória, mas sim pelas palavras, gestos, olhares, atos e ações ou até mesmo por falta delas, isso quando se trata das questões relacionadas ao professor.
Hoje, debruçando-nos sobre as informações recentes, nota-se uma mudança radical no comportamento no meio escolar, pois a violência ganha ares de inversão entre os atores envolvidos no processo educativo, onde os professores passaram a sofrer agressões de seus alunos, dentro e fora da sala de aula.
Um caso recente que ilustra bem o que se comentou acima foi o que aconteceu em agosto de 2017, com a professora Marcia Friggi, que foi agredida fisicamente por um de seus alunos.
Em uma reportagem Por Luiza Tenente e Vanessa Fajardo, G 1 diz que “ dados mais recentes da OCDE colocam o Brasil com o pior índice no mundo”.
O documento ainda fala de uma pesquisa de 2015, feita pelo Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) que apontou que 44% dos docentes que atuavam no estado disseram já ter sofrido algum tipo de agressão. Entre as agressões que 84% dos professores afirmam já ter presenciado, 74% falam em agressão verbal, 60% em bullying, 53% em vandalismo e 52% em agressão física.
A realidade é preocupante, pois acompanhada da violência escolar, como já dito, vem os problemas gravíssimos não só para o processo educativo via escola. Não se pode dissociar as relações sociais e familiares do processo de formação do cidadão, isso porque regras de convivência são importantes em quaisquer grupos sociais, mas não se pode fazer prejulgamento a este respeito sem primeiro descobrir os reais motivos da violência no meio escolar.
Nos dias atuais, com a polarização política e social no mundo inteiro instalaram-se o medo e a insegurança entre as pessoas. Silva, (2010, p. 15), no ensaio sobre Ética, Indisciplina & Violência nas Escolas afirma que:
“As pessoas vivem com medo e se mostram impotentes diante do quadro atual de violência, corrupção e falência generalizada das instituições sociais [ …] A cultura em voga leva os indivíduos a uma atitude de indiferença em relação às leis, normas e regras de garantia de convívio social ou de indecisão quanto às que devem seguir ”.
As afirmações de Silva são confirmadas e sentidas diariamente no Brasil. Não é fácil lidar com as relações sociais onde o medo está presente e é alimentado pela impunidade e pelas relações que são judicializadas dando maior importância para os alunos, num claro desequilíbrio das relações entre as partes.
A violência desconstrói argumentos e estruturas sociais. Neste sentido Schilling em A sociedade da Insegurança e a Violência na Escola (2014, p. 38) diz que “ a violência quebra os discursos que estavam prontos, arranjados, arrumados e instaura um questionamento profundo daquilo que era considerado normal”.
Toda estrutura abalada pela violência coloca-nos diante de uma dura realidade, pois como se trata de uma ação humana que não atende as regras de convivência não se sabe muito bem quando e onde ela aparecerá e assim não temos como bloqueá-la, efetivamente, antes que aconteça sem que incorra em intromissão aos direitos individuais.
Schilling (2014) cita ainda um poema de Paul Celan, onde diz que o silêncio provocado pela violência dificulta em representar a catástrofe.
No âmbito escolar a violência recebe um combustível perigoso quando: a escola passa a silenciar-se, quando age com superpoder, quando considera natural um ato ou outro, como sendo um ato “isolado”, quando não age para transformar o agressor e o agredido para a convivência social harmônica.
Na escola silenciada pela violência é comum tratar os atos violentos com reprimendas que vão da suspensão, a advertência e até a expulsão dos envolvidos, isso porque é mais fácil suspender ou expulsar um aluno do que educá-lo. Não é fácil lidar com isso e o silêncio da escola contribui para a radicação da violência escolar e isso tem sido discutido por especialistas de todo Brasil.
As afirmações de Silva, já citadas anteriormente neste trabalho, trazem a lume a necessidade de considerar a violência como sendo um dos males da atual sociedade que vive uma cultura onde quase tudo é “ proibido proibir” e se mostra despreparada para o convívio e sem um norte definido, produzindo-se assim uma sociedade decadente.
A cultura segundo definições no Grande Dicionário Larousse Cultural é:
“conjunto de fenômenos materiais e ideológicos que caracterizam um grupo étnico ou uma nação, uma civilização, em oposição a um outro grupo ou uma outra nação […] num grupo social, conjunto de sinais característicos do comportamento de um camada social – linguagem, gestos, vestimenta, etc – que a diferenciam do outra”. (Larousse Cultural, 1999, p.283).
A cultura de massa é complexa, midiática e recheada de regras, costumes e leis que trazem consigo a necessidade de interpretações e que na maioria das vezes, se mal interpretadas, polarizam as relações, fator bem evidente na atualidade. Aqui o devir social provocado pela complexidade cultural leva a um dilema que de um lado estão os valores introduzidos pela mídia e de outro a vida real com suas diferenças e características próprias.
Para Silva, (2010, p. 16) “os pais não sabem mais como educar, pois, se consideram ultrapassados os valores transmitidos pela tradição, também se veem indecisos quanto às qualidades éticas a serem empregadas na educação de sua prole”.
Ao observarmos o comportamento social na atualidade percebe-se que as regras e “valores morais públicos” sofrem constantes modificações mudando a concepção de valores, isto é, o que servia como base para a vida em sociedade está sendo substituída por novas concepções de uma sociedade plural, onde a” estética e o status” são valiosos.
A violência na escola está cada vez mais acentuada e é imperativo que se construa uma nova realidade escolar e social de forma que as modificações na forma de se considerar a importância dada a certos valores morais não seja visto como regras impostas e sujeitas a obrigatoriedade para o bem social, e sim, como valores sociais importantes.
Neste sentido faz-se necessário atuar de forma eficiente e descobrir os problemas desencadeados e que afetam o processo educativo, compreender as razões pelas quais as pessoas se agridem física, mental, social, étnica e economicamente, entre outras.
Ao estudar trabalhos anteriores constatou-se que muitos foram os trabalhos de pesquisas desenvolvidas no sentido de resolver o problema, e com eles muitas causas detectadas. Mas, mesmo assim, a violência parece mesmo uma questão complexa e não para de crescer e se diversificar, apesar dos trabalhos já realizados no sentido de resolvê-la.
A preocupação com a violência escolar nos submete a uma constante pedagógica na busca de soluções para a resolução do problema na Escola Estadual Benta Solar, para isso elaboramos um projeto de pesquisa com o tema “A Violência na Escola Estadual Benta Solart”.
Nesta perspectiva, considerando o atual contexto e as ações propostas, buscou-se, durante a realização das nossas pesquisas bibliográficas, detectar os males provocados pela violência escolar e dentre eles estão: a fuga do aluno da escola, a falta de interesse, baixo rendimento escolar, repetência e o risco de vida.
Em seu artigo ” a educação integral e os valores da não violência”, Revista Pátio, Rafael Yus ( 2002, p. 17) destaca:
“Nas escolas, a violência crescente diminui as oportunidades de aprendizagem e, às vezes, ameaça a segurança ou a vida. Os resultados acadêmicos baixam quando os estudantes preocupados com as ameaças deixam de ir às escolas, mudam de escola ou são suspensos por atos violentos”.
A Diretora do guiainfantil.com (2018), Vilma Medina, em http://br.guiainfantil.com, fala sobre as consequências da violência escolar, que “são muitas e profundas, como: baixa autoestima, atitudes passivas, transtornos emocionais, problemas psicossomáticos, depressão, ansiedade, pensamento suicida”, entre outros.
Acima se falou da violência escolar em momentos distintos, um em que o professor era o centro ou o ator principal do processo educativo e outro, atual, em que o aluno assume o papel do sujeito central no processo educativo. De maneira análoga diz-se que muitas vezes os professores são os maiores responsáveis pela violência contra os alunos.
Muitos diriam que isso não é verdade. Mas, você já parou para pensar nos seus atos durante as aulas? Como você considera as opiniões dos seus alunos? Você tem dado especial atenção a todos de forma igual?
Na prática pedagógica quase sempre não policiamos nossos atos e atitudes e cometemos a violência contra nossos alunos.
Nesta perspectiva a socióloga e professora Rosely Sayao, Revista Nova Escola, (2002, p. 40) em seu artigo “ violência: uma via de mão dupla” afirma que:
“De maneira similar, os professores, tão logo o assunto violência é colocada em pauta, as se apresenta em atribuí-la à indisciplina dos alunos, às drogas, aos chamados ”maus elementos”, a família etc., mas no exercício de seu trabalho também praticam um tipo de violência inconsciente e dissimulada”. Por exemplo, […]. A maioria de nossos alunos vêm de famílias desestruturadas: pais separados, irmãos de pais diferentes, crianças criadas apenas pelos avós, pais desconhecidos ou ignorados, etc.
Essa afirmação mostra um preconceito e um prejulgamento que ocorrem do professor contra o aluno. Não é a situação civil, classe social, naturalidade e situação econômica que devem servir de justificativa para que o professor emita juízos de valores, mascare sua frustração e incompetência; para que uma pessoa seja julgada ou que um conceito seja elaborado.
O que o professor deve ter em mente é que as diferenças sociais devem ser trabalhadas como parte integrante da formação humana e que a sociedade necessita constantemente ser reestruturada e que nestes casos o caminho que nos parece mais adequado é a socialização do aluno; a busca de meios para integrá-lo à comunidade escolar e inseri-lo na sociedade, ao invés de violentá-lo, com conclusões equivocadas e perversas.
Situações assim em que há um prejulgamento é comum nas escolas brasileiras e exigem a preparação do professor para aplicação de forma eficiente, dos conhecimentos que adquiriu e procurar trabalhar a inserção, a socialização e fazer com que os alunos busquem a compreensão
e a importância das diferenças tão primordiais para o processo ensino-aprendizagem do qual eles são parte integrante.
As razões da violência
A violência não tem um antídoto capaz de lhe reduzir a insignificância enquanto processo prejudicial à sociedade de um modo geral. Quaisquer que sejam as considerações a respeito das causas da violência escolar, ainda não se aplicaram um único processo que levasse à extinção de atos, ações e atitudes violentas.
Mauricio da silva (1997), em seu artigo Violência nas Escolas, caos na sociedade, cita Michel Foucault, que trata das Instituições Penais a partir dos séculos XVII e XVIII, referindo-se ao esquadrinhamento disciplinar da sociedade, contribuiu enormemente para o avanço da teoria da violência, ao elucidar a política de coerção, de dominação, por meio de vigilância e punição sobre o intelecto, sobre a vontade, sobre as disposições e sobre as paixões dos indivíduos.
Muito embora as contribuições de Foucault sejam significativas, uma coisa é interessante salientar: as teorias têm sido importantes, mas a violência escolar não tem dado trégua e a cada dia avança em todas as esferas sociais deixando suas marcas.
A busca incessante no sentido de compreender a gênese da violência passa por julgamentos e conclusões que consideram sistemas políticos, condições socioeconômicas, familiares, consumismo, capitalismo, cultura, relações de poder, dentre outras situações. Porém, poucos têm buscado respostas em uma linha de pesquisa fundamentada no psíquico humano.
Áurea Maria Guimarães, apud Mauricio Silva (1997) em sua obra “Vigilância, Punição e Depredação Escolar”, editada pela Papirus Editora em 1988, apresenta-nos também considerável contribuição para a teoria da Violência Escolar e aponta o fato de a escola funcionar como prisão, esquecendo-se da tarefa de educar o cidadão. Aponta a crise da educação, que é evidenciada no Brasil; e com base na obra de Foucault denuncia os regulamentos rígidos e opressivos que levam os alunos à evasão escolar e a uma crescente depredação da escola.
As considerações feitas pela autora são vivenciadas rotineiramente nas escolas que são: o vandalismo sofrido pelos prédios escolares, dentre os quais estão as pichações, depredações, destruição de equipamentos. Em resposta a este vandalismo vem, como reação por parte da instituição, a vigilância, a construção e ampliação de muros e do serviço de segurança, intensificação de rondas policiais, etc.
Não se pode associar as pichações, depredações e as mazelas da violência escolar, única e exclusivamente a situações econômicas e sociais.
Neste sentido, Áurea Maria Guimarães, ( apud Mauricio Silva, 1997 ) ao descrever a depredação de um prédio escolar, traz a narrativa da associação da pobreza à periculosidade do bairro onde escola está inserida; onde há uma relação tácita entre depredação-marginalidade-pobreza.
É importante enfatizar que a autora ( apud Mauricio Silva,1997), afirma com base na obra de Michel Foucault “Vigiar e Punir”, que a depredação não gira em função da pobreza do bairro, mas, gira em torno do rigor punitivo desencadeado pela escola.
Nas narrativas de Áurea Maria Guimaraes, apud Mauricio Silva, (1997) é “imperativo” as semelhanças entre os processos de vigilância e punição descritos por Foucault com relação ao século XIX e os que ocorrem nas escolas de hoje.
Nas escolas da atualidade imperam as normas de controle tanto dos alunos quanto dos professores, sem que isso tenha resultados favoráveis à diminuição dos casos de violência.
As regras e normas de controle não são e nunca foram instrumentos aceitos pacificamente pela sociedade e isso às vezes gera tensões e consequentemente punições.
Então, pode-se compreender que as razões da violência são muitas e a escola pode ser uma delas, visto que burocracia institucional deve funcionar em harmonia e equilíbrio para obter êxito nas funções que lhes são atribuídas, o que muitas vezes não ocorre.
É importante que se tenha em mente que toda ação provoca uma reação. Se a escola não cumprir sua função de educar com cuidado e eficiência sem viés de autoritarismo os resultados serão catastróficos. Então, deve-se procurar descobrir as reais razões pelas quais os estudantes praticam a violência levando-se em conta todas as características do processo educativo oferecido pela escola, tendo-se o cuidado de não sair atribuindo atos de violência descontextualizados e sem o conhecimento prévio das reais causas.
Neste sentido, YVES DE LA TAILLE, Revista Pátio, (2002), em seu artigo “dimensões psicológicas da violência” diz que: “sem analisar as razões da violência, corre-se o risco de reduzir uma educação (…) a discursos pacifistas bem intencionados, com os quais todo mundo concorda, mas cuja inspiração ninguém segue”.
Acrescentamos a esse pensamento a necessidade de uma reflexão das nossas práticas educativas. Sem essa reflexão e sem o conhecimento de si mesmo, o professor não terá condições de proceder a uma boa análise e então poderá se perder diante do processo educativo.
Como podemos saber as razões da violência se não nos conhecermos? Se não conhecermos os alunos? Se não levarmos em consideração a comunidade onde o aluno está inserido? Nossa pretensão é que o aluno aprenda o que realmente é interessante para ele, para sua vida social, pessoal e profissional.
Paulo Freire (1996) enfatiza que é importante o professor conhecer seu aluno, seu habitat; seu modo de vida; seu conhecimento e leitura de mundo. Dessa forma o professor pode sistematizar todas as ações educativas conforme o contexto no qual o aluno está inserido.
Embora esta frase pareça desgastada, a escola ainda é considerada como o lugar de produção e efetivação do conhecimento; uma promotora da cidadania e como tal deve oferecer as condições necessárias para o desenvolvimento cultural e social do cidadão.
Não podemos impor ao aluno, a disciplina segundo a vontade do professor ou da escola, sem levar em conta as […] ‘relações de afetividade entre os alunos, o espaço e seu conhecimento, pois isso poderá resultar em uma violência banal BANAVANTE et al. (1994).
MARCO METODOLÓGICO
– Desenho da investigação
– Sequencial
MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho de pesquisa sobre a violência na escola é extremamente difícil de ser realizado, tendo em vista as questões complexas que envolvem o assunto e que muitas vezes parecem fugir ao alcance dos envolvidos. Então, preocupados e sabendo da complexidade que permeia a temática apresentamos o tema para a coleta de dados e procuramos inicialmente fazer um debate informal com os alunos que já tinham se envolvido em algum ato de violência, sem que eles se sentissem ameaçados, discriminados ou perseguidos.
Enfatizamos que isto foi feito respeitando-se os direitos sociais individuais e coletivos para que todos se sentissem protegidos dos seus potenciais agressores.
Explicamos a todos a importância da pesquisa para as relações sociais, educacionais, afetivas e funcionais entre os alunos, professores, comunidade e escola. Após esse contato inicial pedimos autorização e procedemos ao termo de consentimento para a aplicação do questionário nº 1, constituído de 19 perguntas relacionadas às hipóteses propostas e aos objetivos traçados no projeto de pesquisa.
Durante os meses de maio e junho de 2020, os trabalhos foram desenvolvidos da seguinte forma:
a) Primeiramente apresentamos o tema à equipe de gestores e coordenadores da escola pesquisada e pedimos o consentimento, para a realização da pesquisa na dita escola conforme termo em anexo. Pedimos ainda, a participação da equipe nas informações administrativas para a coleta de dados, por meio do questionário nº 2, constituído de 12 perguntas.
b) Fizemos levantamento de todos os alunos do 1º ano do Ensino Médio, da turma 1, matutina, que constitui a população a ser pesquisada, de forma integral, tendo-se o cuidado de não direcionar a pesquisas apenas aqueles ou aquelas que tinham sofrido, praticado ou se envolvido em algum ato ou ações violentas durante o período letivo no ano ( 2019), registrando-se tudo no diário de campo;
c) No segundo momento realizamos as observações; conversamos de maneira informal com os alunos e em seguida aplicamos o questionário que foi respondido de forma voluntária pela turma pesquisada e então, passamos anotar de forma fidedigna as informações prestadas por eles.
d) No terceiro momento aplicamos o questionário nº 3, anexos, destinados aos professores que atuam na escola Estadual Benta Solart e que integram a equipe que ministrou aulas na turma de 1º ano do Ensino Médio, pesquisada.
Tipo de Investigação
O caráter científico do presente estudo foi proposto no sentido de direcionar a pesquisa no intuito de identificar os problemas da violência na escola analisando procedimentos metodológicos de Ensino, Sociedade e currículo, no enfoque Qualiquantitativo, considerando-se a influência do problema estudado nas ações humanas. O direcionamento das investigações foi feito com base em estudos bibliográficos anteriores a respeito da violência escolar com a finalidade de conhecer os fatores que provocam atos e ações de violência de uma forma mais ampla e de forma técnica com o uso de questionário, elaborado pelo autor, que levou em conta a realidade e contexto local para que se possa analisar o tema de forma integral, com visão mais ampla do problema que é global.
MARCO ANALÍTICO
População e Amostra
Regular, no 1º ano matutino.
Na população ou universo da pesquisa de 1.161 devidamente matriculados onde aplicou-se os questionários 1, 2 e 3.
POPULAÇÃO
Em um conceito simples e direto a População é o universo ou grupo que está sendo considerado para o estudo estatístico. Não se aplica esse conceito única e exclusivamente aos seres humanos, mas sim, a todo objeto investigado.
Em 2020, a escola Estadual Benta Solart, contou com um total de 1.161 alunos matriculados, sendo 387 no Ensino Médio Regular, 549 no Ensino Médio – Mediação Tecnológica, 185 na modalidade EJA – Ensino Médio e 40 na modalidade EJA – Médio Modular – Mediação Tecnológica. A presente pesquisa foi realizada no Ensino Médio Regular, no 1º ano matutino.
Na população ou universo da pesquisa de 1.161 devidamente matriculados onde aplicou-se os questionários 1, 2 e 3.
AMOSTRA
A pesquisa foi realizada com 23 alunos devidamente matriculados na Escola Estadual Benta Solar, 10 professores, 01 gestora e 01 pedagoga, que pertencem ao quadro de servidores da escola, por se tratar de atores envolvidos diretamente no processo ensino- aprendizagem, visto que são agentes conhecedores da temática em estudo e que lidam diariamente com a realidade na sala de aula, no ambiente escolar, e na sociedade em geral.
Apresentação dos Resultados
A pesquisa realizada trouxe algumas informações importantes no universo escolar pesquisado. As informações colhidas através do questionário 1, respondido pelos alunos mostra que 56,52% dos alunos pesquisados são do sexo feminino e 43,48% são do sexo masculino, têm entre 16 e 23 anos.
As informações contidas no gráfico são uma realidade no universo estudantil brasileiro. Nos últimos anos o número de estudantes do sexo feminino tem aumentado consideravelmente.
Com relação à cor dos alunos pesquisados 70% se declararam pardos, 8% são negros, 13% disseram que são brancos e 9% não optaram por nenhuma cor ou raça. Quais fatores você atribui às causas da violência na escola?
Dos professores pesquisados 20% atribuem a violência na escola ao consumo de drogas, 40% acham que a violência escolar está relacionada a educação familiar, 10% atribuem a violência na escola as condições financeiras, desigualdade social, para 10% a violência se dá por causa do preconceito, para 20% a exclusão social é a causa da violência escolar.
Com relação aos atos de violência escolar, 28% responderam já ter sofrido algum tipo de violência na sua escola, dentre as quais estão a verbal, a simbólica e a física. Os alunos num percentual de 11% disseram já ter praticado algum tipo de violência na escola.
Quando perguntado se já havia participado ou presenciado situações e ou atos de apelidos pejorativos, exclusão de colegas, distribuição de pertences pessoais ou de materiais de colegas, ameaças e humilhações por parte dos colegas, 61% dos alunos pesquisados disseram já ter participado ou presenciado atos de apelidos pejorativos, exclusão de colegas, ameaças e humilhações por parte da turma.
ANÁLISES DE DADOS
Os dados coletados na pesquisa apresentam contribuições importantes que nos dão a ideia do quanto é difícil falar de violência, e mais especificamente da violência escolar que acontece frequentemente e de formas diferentes.
Analisando detalhadamente as informações verifica-se que a quantidade de estudantes que sofreram violência é muito grande. Seja ela simbólica ou verbal: xingamentos, apelidos pejorativos, palavrões, humilhações, a física ou a moral, danificação do patrimônio público como pichação do prédio e danificação de instalações, entre outras, a violência escolar amordaça o aluno, silencia a escola e radica problemas que crescem a cada ano.
A pesquisa mostra também que, parte dos professores não têm formação na área que atua; não professores não sabem lidar com problemas da violência na sala de aula; que as medidas de enfrentamento da problemática são a punição institucional – advertência, suspensão, transferência ou expulsão da escola.
Em 2019 os alunos aprovados foram 58,69%, os reprovados foram 31,71% e os que deixaram de frequentar a escola foram 9,60%. Em 2012 o índice de aprovação foi de 72,36% e em 2020 os aprovados foram 93,63%, resultados bem melhores que em 2019, ano em se propôs a realização da pesquisa. A pesquisa mostra que é necessário a escola melhorar para cumprir seu principal papel enquanto instituição de formação do ser humano em todos os aspectos.
As informações coletadas mostram que os alunos são em sua maioria de cor parda, têm entre 17 e 23 anos e que o número de mulheres matriculadas no Ensino Médio, na Escola Pesquisada, é maior que o número de homens. O que se afirma como tendência natural e pelas conquistas tão importantes do sexo feminino. A pesquisa mostrou também que 17,4% dos estudantes já usaram algum tipo de droga lícita, o que é bastante preocupante.
A pesquisa é quali-quantitativa, sendo que inicialmente tratou-se das análises bibliográficas que foram apresentadas na produção textual deste artigo, o que possibilitou um melhor conhecimento a respeito das ações e atos da violência escolar.
Nesta perspectiva, faz-se necessárias ações permanentes de políticas públicas nas esferas municipais, estaduais e federal, com disponibilização de recursos humanos e financeiros.
Os problemas causados pela violência escolar são inúmeros e isso requer um estudo minucioso da clientela da escola, da sociedade onde ela está inserida e do tipo de violência que ocorre na escola em estudo. As informações colhidas e presentes neste trabalho possibilitam que se possam reconhecer as violências que ocorrem nas escolas brasileiras e no caso específico as que ocorrem na Escola Estadual Benta Solar, pesquisada.
Durante a pesquisa ficou claro que as violências que ocorrem com mais frequência na Escola Estadual Benta Solar, ora pesquisada, são: violência física, violência verbal, violência moral e a violência simbólica, com destaque para a verbal e a moral.
Os problemas desencadeados com a violência escolar e que afetam o processo educativo entre os alunos são: medo, insegurança, isolamento do grupo escolar, problemas psicológicos e abandono escolar, dentre outros.
REFERÊNCIAS
DE LATELLE, Y. Dimensões Pedagógicas da Violência. Pátio, Rio Grande do Sul, nº 21, p.19-3, mai-jul.2003.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. 25ª. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
https://www.folhape.com.br (2021)
ESQUIERRO, Lilia Maria Cardoso; Violência na escola: o sistema de proteção escolar do governo do Estado de São Paulo e o professor mediador escolar e comunitário / Lilia Maria Cardoso Esquierro; Americana: Centro Universitário Salesiano de São Paulo, SP; 102 f., 2011.
MEDINA, Vilma; https://br.guiainfantil.com/violencia-escolar/47-consequencias-da-violencia-escolar.
html#headero.
MEDINA, Vilma; http://br.guiainfantil.com, 2018 <https://www.novaescola.org.br., 2017
Luiza Tenente e Vanessa Fajardo, <https://www.g1.globo.com., 2018
SHILLING, Flávia. A sociedade da insegurança e a violência na Escola. São Paulo: Moderna, 2004.
SHILLING, Flavia; A sociedade da insegurança e a violência na escola, 2ª ed. –São Paulo: Summus, 2010.
SHILLING, Flavia; A sociedade da insegurança e a violência na escola, 2ª ed. –São Paulo: Summus,2010.
SILVA, Nelson Pedro; Ética, Indisciplina & Violência nas Escolas. 5ª ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, p. 15 -6, 2010.
SILVA, Nelson Pedro; Ética, Indisciplina & Violência nas Escolas. 5ª ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
_____, Grande Dicionário Larousse Cultural, p. 283, São Paulo: Nova Cultural, 1999.
YUS, Rafael; Educação Integral e os valores da Não Violência. Pátio, Rio Grande do Sul, nº 21, P. 15-8. Mai-jul. 2002.
SILVA, Maurício; file:///H:/Violencia nas Escolas, Caos na Sociedade.html 1997. Acessado em 0/08/2021.
SAYÃO, R. Violência uma Via de Mão Dupla. TV. Escola, Brasília/ DF, nº 31, p. 41-1. mai. jun. 2003.
1Professor da Educação Básica – Ensinos Fundamental e Médio na Rede Estadual do Amazonas –
Licenciado em Matemática pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Mestre em Ciências da Educação- UNADES – https://orcid.org/ID:0000-0002-1494-6783
http://lattes.cnpq.br/0635586875392865
2Professora da Educação básica no município de Coari-AM. Graduada em Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal do Amazonas-UFAM. Doutora e Mestre em Ciências da Educação pela Universidade de San Lorenzo – https://orcid.org/ID:0000-0001-9353-2185 – http://lattes.cnpq.br/1004775463373932