VIABILIZAÇÃO DA IMPORTAÇÃO DE PAINÉIS  SOLARES EM RESPOSTA A CRISE ENERGÉTICA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7940467


Bruna Moreira Dos Santos1
Eric Reis Monteiro2
Lea Paz da Silva3


RESUMO 

A busca por algo que possa suprir a população e atender energeticamente, não só o brasil como o mundo tem sido  um grande desafio nos últimos e neste presente trabalho busca por meio de pesquisa bibliográfica realizar um  estudo de caso sobre a possibilidade de importar painéis solares em resposta a minimizar a atual crise energética  que o país vem sofrendo em virtude das crises hídricas dos últimos anos, ao contornar o preço da obtenção de  produto que vem necessariamente de fora, passando por tanto por barreiras como importação e conhecimento da  população a respeito, nos demais atribuir novos meios energéticos que estejam alinhados com as propostas e  objetivos globais de energia limpa, renovável e acessível a todos. 

PALAVRAS-CHAVE: Energia Limpa, Painéis Solares. Barreiras Tarifárias 

ABSTRACT 

The search for something that can attend to the population and energetically serves not only Brazil but the world,  has been a great challenge in recent years, and in this present work, through bibliographical research, we seek to  carry out a case study on the possibility of importing solar panels in response to minimize the current energy crisis  that the country has been suffering due to the water crises of recent years, by avoiding the price of purchasing a  product that necessarily comes from abroad, going through barriers such as importation and knowledge of the  population about it, in too much to allocate new energy sources that are in line with the global goals of clean,  renewable and accessible energy for all. 

Keywords: Clean Energy, Solar Panels, Barriers

1. INTRODUÇÃO 

Nos últimos anos o Brasil assim como em outros países e regiões do mundo a forma de  prover energia para sua população tem sido um desafio, segundo as Nações Unidas Brasil “No  ritmo atual de eletrificação, cerca de 8% da população mundial permanece sem acesso à  eletricidade em 2030” (ONU, 2022.) Diferentemente das eras passadas, a relação energia x  consumo se inverteu e o grande ponto é atender a população brasileira, que cada vez mais tem  provado, com os avanços tecnológicos, sua demanda. 

Entretanto, também percebesse que o consumo de energia hoje carrega outras questões  em seu entorno, uma vez que esta, advém de diversas fontes. Assim o Brasil se viu de frente  com a dificuldade de controlar, produzir e escalar energia sem agredir o meio ambiente e se  prevenindo de potenciais acidentes nucleares. A grande dificuldade das possíveis respostas se  encontra em tecnologias que hoje não estão difundidas no país, como painéis solares, que hoje  não é acessível à população em vista que demanda alto investimento para tornar-se viável  ao público Pessoa Física. 

O grande ponto para tornar viável para população e assim amenizar os impactos da crise  energética, é expandir a importação dessa tecnologia por meio de clientes pessoa jurídica,  empresas do ramo industrial são quem de fato pesa a balança no quesito consumo, permitindo  que estas produzam parte de sua própria energia, aumentará o percentual da matriz fotovoltaica,  consumindo menos energia poluente expandindo o mercado de painéis solares diminuindo por  consequência o custo dos painéis e da energia convencional consumida pela população uma vez  que os maiores consumidores, diminuíram o consumo convencional. 

Para o Brasil é de extrema importância atender tópicos ambientais e sociais, e essa é a  alternativa que muito se adequa evidentemente as necessidades populacionais econômicas e  ambientais, além de estar alinhado a agenda 2030 da ONU atendendo diretamente os tópicos  sete, energia acessível e limpa, doze, consumo e produção responsáveis e treze combate às alterações climáticas. Por sua vez, também é dar aberturas a novos mercados, permitindo uma  competitividade saudável ao setor energético fortalecendo a economia de modo geral. 

A questão norteadora da presente pesquisa busca compreender se é viável a importação  de painéis solares para amenizar a crise energética do Brasil. Por meios bibliográficos será  reforçado a pesquisa atenuando e vislumbrando o mercado pouco explorado no Brasil,  atendendo a população e as empresas apresentando uma maneira de minimizar os impactos e  fortalecer o mercado nacional. 

2.1 CONTEXTO HISTÓRICO ENERGÉTICO 

Para se compreender a perspectiva atual para uma implementação do que se entende por  energia renovável, limpa e alto potencial, é necessário traçar um paralelo do histórico do que  constituí as matrizes energéticas até os dias de hoje, assim entendo a origem percebendo a curva  de inversão da demanda produção, em partes por ter uma matriz energética muito concentrada,  gerando o que hoje entendemos por crise energética brasileira. Como apontado pelo site Portal  Solar, “A principal fonte de energia na matriz elétrica brasileira é a força das águas utilizadas  nas hidrelétricas, correspondendo ao suprimento de 65% da demanda de energia do país.” Portal  Solar, 2023). 

Tal como não é o intuito de seguir por uma perspectiva de foco histórico, a passagem  pelo que se tem registros concretos pela EPE “[…], assim a matriz energética aqui será iniciada  por 1970 correspondentemente a 44% em lenha e carvão 34% em petróleo predominantemente  seguido pelos 14% de fonte hidráulica e elétrica conforme dados apresentados em Matriz  energética brasileira” (TOLMASQUIM, GUERREIRO e GORINI, p.4, 2007.). Pela matriz energética da época é possível entender que desde os primórdios o Brasil sempre possuiu pouca  diversificação em sua matriz, claro que toda fonte energética de um país é, por sua vez associada  à sua economia e a posição tecnológica em que se encontra, em outras palavras, o seu contexto  histórico. 

Ainda que relativa pouca diversificação, o contexto do ano de 1970 não sentia grave  impacto uma vez que a relação de população e demanda energética não seguem paralelos tão  próximos, considerando que o consumo mais pungente se encontra nas indústrias, Matriz  energética brasileira, “Entre os fatores que determinaram tal crescimento alinham-se um  expressivo processo de industrialização, com a instalação de plantas energo-intensivas […]”,  (TOLMASQUIM, GUERREIRO e GORINI, p. 2, 2007.).  

Por este viés justificasse o uso dos 34% focado no petróleo, a matriz em seu outro foco  se encontra fortemente na, ainda alta ruralização presente na época, uma vez que o êxodo rural  se intensificou a partir daquele ano, “[…] o êxodo rural se acelerou, chegando, no período  1970–1980, a transferir, para o meio urbano, o equivalente a 30,0% da população rural existente em 1970, ano em que migraram 12,5 milhões de pessoas.” (ALVES, SOUZA E MARRA, p. 1,  2011). 

Assim, o que se encontrava como a maior fonte de energia em termos de uso, passou a  ser em 2004 uma das menores fontes presentes na matriz energética do ano, “Em vista do que  pudemos conferir, em 2004, a lenha deixou de ser o energético mais utilizado para representar  apenas 8% do consumo final. Os derivados de petróleo passaram a apresentar uma participação  pouco superior, de 38% para 43%.” (LIMA, SOUZA, FLORES, CRUZ, DIAMANTINO,  BARROSO, ROCHA, M. SOUZA, RAMOS, MACEDO, p. 9, 2015.) 

Embora haja um crescimento no que diz respeito ao petróleo, há de se concordar que ele  é pouco significativo quando se olha para o mesmo tempo, isso porque a virada de 1970 para  1990 é marcada por forte crise nos preços do petróleo por volta de 1985, assim o que segurou  o crescimento, foi a produção nacional da energia derivada, deste modo a produção nacional de 1970 para 2004 teve um aumento expressivo de 17.215% (LIMA, SOUZA, FLORES, CRUZ,  DIAMANTINO, BARROSO, ROCHA, M. SOUZA, RAMOS, MACEDO, p. 8, 2015.). 

Em contrapartida a queda, seguida por um aumento de pouca expressão, a energia elétrica por  sua vez, apresentou alto crescimento, claramente suportado pelo forte crescimento industrial,  não somente, mas também por uma abertura comercial, fazendo com que o consumo final pelo  setor de transporte também tenha seu aumento e representativa presença na matriz de consumo  final em 2003, vide gráfico 1: 

Gráfico 1: Evolução do consumo final de energia por setor. 

Fonte: Sobre a Situação Energética Brasileira: De 1970 a 2030 (LIMA, SOUZA, FLORES, CRUZ,  DIAMANTINO, BARROSO, ROCHA, M. SOUZA, RAMOS, MACEDO, p. 10, 2015.).

Em mesmo ano pode-se destacar o crescimento ainda que pequeno, mas que por seu  potencial, tem de ser destacado, destas características e o contexto histórico os projetos iniciados nos anos de 1974 para implementação de energia nuclear no Brasil apresentaram  alguns destaques nestes anos de 2000 a 2004, apresentando 0,1% e 1,9% de produção  respectivamente, comparado ao ano de 1999 que, outrora apresentou zero produção (LIMA,  SOUZA, FLORES, CRUZ, DIAMANTINO, BARROSO, ROCHA, M. SOUZA, RAMOS,  MACEDO, p. 11, 2015.). 

A partir desse momento, com o aumento do consumo energético, crescimento industrial  e demográfico, a pauta ambiental ganha cada vez mais força, e intenções de que esse  crescimento não fosse acompanhado de um futuro nebuloso e catastrófico, não só o Brasil mas  o mundo começou a virar seus esforços para que esse crescimento não fosse poluente, e cada  vez mais o discurso para energias limpas vem sendo reforçado. 

2.1.1 Contexto Histórico Energético Limpo. 

Pinto definia energia limpa como “Energia Limpa é definida como o próprio nome diz,  de matérias naturais e renováveis, ou seja, não poluentes e inesgotáveis” (PINTO, 2013, apud  SANTANA, Et al, p. 1, 2020), nesta base, e principalmente na ideia de não poluentes, neste  mundo globalizado, que se encontra cada vez mais populoso e necessitado, que nasce a  necessidade de um meio energético que não consuma este planeta por inteiro. Diversas  pesquisas de formas de atender as pessoas sem agredir o meio ambiente surgiram ao longo dos  tempos, as iniciais como biocombustíveis, hidreletricidade, com vinda de novas tecnologias a  biomassa moderna, e as de alto potencial e complexidade tecnológico como eólica, geotermal  é, a de foco, energia solar. 

Conforme Lagares(2011) aponta, os biocombustíveis apresentam indícios no Brasil por  volta de 1900, a Eólica segundo a Secretária da Indústria e Comércio do Governo da Bahia (2012), se apresentou em Fernando de Noronha em 1992 e pôr fim a Fotovoltaica em 2011  apontando Artigo Energia (2020), todas presentes nas matrizes apresentadas nos balanços da  EPE (Empresa de Pesquisa Energética), ao olhar as correspondências de oferta energia elétrica  o Brasil se sai muito bem conforme último Balanço Energético postado pela EPE, baseado no  ano de 2021, conforme gráfico abaixo: 

Gráfico 2: Oferta Interna de Energia Elétrica por fonte. 

Fonte: Balanço Energético Nacional 2022. (EPE, p. 12, 2022) 

Entretanto, quando se olha para a matriz energética como um todo, se tem uma  percepção muito diferente do que se entende por uma matriz sustentável:

Gráfico 3: Oferta Interna de Energia

Fonte: Balanço Energético Nacional 2022 (EPE, p.21, 2022). 

Essa relação se torna mais interessante e esclarecedora quando se vislumbra o consumo  final pelas fontes, assim pode se entender com maior precisão, quanto a matriz energética atual  brasileira é de fato renovável. 

Gráfico 4: Consumo Final de Energia por fonte 2019.

Fonte: Balanço Energético Nacional 2022 (EPE, p. 186, 2022).

Por fim, vale contextualizar o Brasil em relação ao mundo, entendendo quanto no  caminho o Brasil se encontra, diferentemente do que se pode pensar, o Brasil não está mal  comparado ao mundo como um todo, no que diz respeito aos objetivos 17 da ONU em alcançar  energia de fontes limpas e renováveis. Contudo há de se ressaltar, conforme já argumentado,  que o crescimento energético e por sua vez também tecnológico, está atrelado diretamente ao  nível do país, economicamente falando principalmente, isso porque as fontes poluentes são  fontes muitas vezes de menor complexidade como o caso da queima de carvão. Vide a relação  das duas figuras. 

Gráfico 5: Consumo de energia proveniente de fontes renováveis e não renováveis no Brasil e no mundo para o ano  de 2020.

Fonte: Matriz Energética e Elétrica (EPE, 2022). 

Figura 1: O mapa-múndi da desigualdade. 

Fonte: Istoé Dinheiro. (Pinheiro, 2022). Ilustração: Evandro Rodrigues. 

No mapa é possível verificar que entre os mais pobres estão principalmente regiões da  África e Ásia, em contrapartida os mais ricos são de Países, e nem os maiores chegam a casa  do milhar, ainda que um mapa que acompanha as pessoas, e não a situação do país, a relação  serve para entender que as grandes riquezas de maneira concentrada significa que as regiões  não se encontram em posição econômica de poder propiciar a sua população, seja a fonte do  consumo, residencial ou industrial, energias de maior complexidade tecnológica e tão pouco  pesquisar e desenvolver a respeito. 

2.2 Barreiras na Implementação dos Painéis Solares 

No cenário energético atual, a busca por alternativas sustentáveis e econômicas estão  em ascensão, a energia solar fotovoltaica corresponde a 12% da matriz energética brasileira  sendo que nos últimos anos a expansão desse setor se tornou mais significativa. O que  impulsiona esse crescimento é o interesse nas vantagens econômicas e ambientais que esse  recurso proporciona, viável desde o setor comercial como para residências. A viabilização de  painéis solares no Brasil ainda está em processo, e existem oportunidades de melhorias desde a  fabricação até o cliente final. Mesmo diante das suas expansões consideráveis, é um mercado  recente e pouco popularizado entre as oportunidades e demandas que esse setor oferece.

O maior produtor de painéis solares atualmente é a China, que é o principal fornecedor  para o mundo, cerca de 80% deste mercado de produção é de sua posse exportando o produto  já acabado ou equipamentos para a fabricação. Com isso o Brasil se torna um país dependente  de insumos para a produção dos painéis solares, cujo a tecnologia que não é originária no Brasil, assim como equipamentos necessários para fabricação de seus elementos, essa submissão exige  que, mesmo que existam empresas que fabricam painéis solares no Brasil, o beneficiamento de  insumos necessários para fabricação é originário de outro país, o que ainda é inevitável e afeta  o preço final do produto. Entretanto com o intuito de promover mais viabilidade na importação  dos painéis solares e componentes para o mesmo, o governo federal zerou as taxas provenientes  dos equipamentos: módulo fotovoltaico, inversores fotovoltaicos, rastreadores solares e  motobomba, como apontado por Máximo (MÁXIMO, AGÊNCIA BRASIL, 2023). 

A finalidade é que através dessa redução ocorra impacto no valor final do produto para  o consumidor, com isso se gera mais incentivo para o público-alvo. A crise energética  no Brasil ocorre principalmente devido a fonte utilizada para obtenção, a energia hídrica  corresponde a 65% da matriz energética brasileira, sendo a água o elemento principal para  captar essa energia, como se trata de um elemento natural e podendo não ser suficiente ocorre  a crise energética, além dos preços tarifários cobrados por esse meio que devido à necessidade  da população a energia é algo fundamental mas devido ao preço muitos tendem a buscar  soluções mais econômicas e renováveis como energia solar. 

O investimento inicial para a implementação pode ser considerado alto para  determinado público, pois o retorno desse investimento é a médio e longo prazo, esse custo de  aquisição e também considerando o pouco conhecimento das vantagens e economia que esse  meio traz, faz com que uma parte população ainda prefira o meio que já está estruturado e  enraizado no país que é a energia hidroelétrica, por mais que o responsável de 12% da matriz  energética brasileira seja a energia solar, é necessário a consciência ecológica da população, essencial para que ocorra maior expansão, com isso são necessários maiores incentivos governamentais. 

Embora tenha sido retirada as taxas sobre importação no ano de 2023 entrou em vigor a  Lei nº 14.300 de 2022 (Brasil, 2022), que definiu que todos os projetos de instalações de painéis  solares a partir do dia 7 de janeiro de 2023 a taxação progressiva essa taxação será sob os  créditos gerados, a energia excedente gerada, com um aumento progressivo de 15% ao ano até  2028, antes dessa lei entrar em vigor toda energia gerada excedente ao uso poderia ser vendida  e gerava créditos para uso no mês posterior, entretanto com essa nova regra, a cobrança da  energia extra diminuirá os créditos, os que adquiriram da energia solar anteriormente a nova lei  estão isentos da taxa até o ano de 2045. 

Estatísticas atuais do aumento de painéis ativos no Brasil mostram que a conscientização da população vem sendo favorável mas o que preocupa as empresas atuantes na fabricação e  venda da energia fotovoltaica é a diminuição de interessados a adquirir projetos para instalações  após a nova lei federal de taxação, o que leva as empresas especializadas a desenvolverem  novas estratégias de mercado de viabilizar projetos mesmo com a nova lei vigente, adequando  o sistema para o máximo de aproveitamento. 

A energia solar refere-se a um segmento que deve ser planejado para ser executado,  ou seja, antes da implementação da energia fotovoltaica o ambiente deve ser analisado para  realizar um planejamento estrutural para que os painéis sejam instalados no local correto aonde  o espaço e clima favorece para a otimização e melhor retorno e assim atingindo seu êxito os  gastos mensais com energia podem se reduzir em até 95%. 

Diante a este novo cenário para que as instalações de energia fotovoltaica continuem em  ascensão no Brasil, é necessário o desenvolvimento de novas estratégias e tecnologias, para  assim o interesse do público-alvo tenha conhecimento das vantagens deste meio energético que  ainda é um meio efetivo e viável.

2.3 IMPORTAÇÃO DE PAINÉIS SOLARES 

Apresentado o atual contexto energético no Brasil é possível afirmar que a grande  questão da tecnologia como maneira de minimizar os problemas enfrentados nos últimos é  trazer essa tecnologia, o processo de importação, comercial, instalação, manutenção. O produto  tem suas dificuldades desde sua entrada, por não possuir empresas produtoras brasileiras, até o  processo de manutenção, isto é, ainda que venha apresentando tendência com cada vez mais  presença na matriz energética. Segundo a professora Virginia Parente da USP em entrevista ao  jornal Nexo 

“[…] a energia solar, por ser variável, dificilmente irá substituir por completo outras fontes. Por isso, ela tem um teto de crescimento (ainda distante). Nesse sentido, a energia solar aparece como uma alternativa para ajudar a diminuir o uso da água dos reservatórios das hidrelétricas, ou reduzir a queima de materiais nas usinas térmicas.” (PARENTE, ROUBICECK, Nexo, 2022) 

Portanto, há de se trazer das melhores fontes para que se possa suprir e atender a  demanda interna, não é novidade a fonte dos principais fornecedores hoje dessa tecnologia, os  “tigres asiáticos” lideram com folga o mercado, muito por seu ganho de escala e domínio de  complexidade tecnológica,  

“No entanto, a outra razão principal é o mercado dentro da China, e o fato de que apenas os fabricantes de painéis chineses fornecem para a China (dado a competitividade e incentivos locais). Desta forma a China é responsável por consumir mais de 50% da produção global de painéis solares“ (Portal Solar, 2018).  

Portais especializados e focados no tema, ranquearam as 10 maiores, sendo que dessas apenas  uma não é do lado oriental do hemisfério, em fala  

“Em 2017, as marcas de placas solares chinesas dominaram o ranking dos principais fornecedores de painéis solares mais do que nunca. 9 das 10 empresas são chinesas (de operação chinesa), com apenas a Hanwha Q-CELLS sendo de administração Coreana.” (Portal Solar, 2018). 

Claro que possuem fabricantes instaladas no Brasil, inclusive, grandes situadas no Brasil  como Canadian Solar, contudo, ainda que deste modo o custo se torne menor para obtenção de  um parque fotovoltaico, isso não é o suficiente para atender a demanda nacional, fazendo com  que a importação ocorra de mesmo modo, além disso tal como são os carros, por assim dizer,  empresas estrangeiras detém a fábricas não derrubando tanto quanto possível se fosse uma  empresa totalmente brasileira. Muitos fatores são levados em conta no momento de composição  do preço demandando alto investimento, ainda que com alto retorno a longo prazo. 

Os custos dos painéis são dados majoritariamente em dólar por Watt fornecido, portanto  o que definirá principalmente o valor de um painel é sua capacidade de gerar energia, contudo  ainda olhando apenas o painel, é necessário levar em conta o material, e evidentemente, a  empresa fabricante. Por conseguinte, outros fatores acompanham a quantidade adquirida de painéis como, inversores e suporte e assim compõe um kit de painel, em média um kit que  produza 2.73Kwp de potência a média, utilizada por uma residência tem um custo de  R$12.136,50, total de sete painéis, um comércio por sua vez que consome em média 7.09 Kwp  custa em média R$30.081,50, totalizando 20 painéis (Portal Solar, 2023). 

3. DESENVOLVIMENTO DA TEMÁTICA

Neste presente estudo foi realizado um estudo de caso por meio de pesquisa bibliográfica  de autores Tolmasquim, Guerreiro e Gorini, Instituto de Ciência e Tecnologia, Carvalho,  Goldemberg e Lucon entre outros. Com o intuito de estudar a possibilidade de importação de  painéis solares para amenizar a crise energética do país enfrentada nos últimos anos em  virtude das diversas crises hídricas. 

No mais os autores auxiliam no contexto e entendimento dos valores, histórico – econômico e cultural no qual o país se encontra de maneira a propiciar noções da posição do  Brasil para utilizar deste meio para driblar, e assim atender a sua população. 

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 

Diante aos resultados no gráfico 4 Consumo Final de Energia por fonte 2019, mostra que  em um contexto global o Brasil está em uma posição crescente em relação a fonte de energias  limpas e renováveis, mas evidente que para alcançar o acima do esperado o Brasil ainda precisa  desenvolver estratégias para que o uso da energia de forma sustentável possa ser utilizado por  várias classes populacionais, isso porque o investimento de novas tecnologias está atrelado a  condição do investimento, para muitos ainda não se trata de um meio acessível a energia  fotovoltaica, com isso o processo de expansão desse tipo de energia nacionalmente, são  necessários incentivos governamentais e também a possibilidade da produção em território  nacional. 

A falta de divulgação ou incentivo através de meios comunicativos pouco falam sobre  as vantagens deste meio energético, com isso principalmente em residências é algo recente a  energia solar mais comum optar pelo meio mais tradicional que normalmente as casas e  condomínios já vem com a estrutura pronta para receber energia elétrica da fonte hidroelétrica,  já o setor comercial atualmente grandes indústrias passaram a utilizar a energia fotovoltaica  devido às vantagens econômicas e a importância da consciência ambiental especialmente para  empresas que dependem da utilização significativa de energia elétrica é um assunto em pauta,  isto porque grandes indústrias com altas índices de poluentes buscam recompensar seus danos  ambientais através de estratégias sociais ou ecológicas. 

No cenário atual a energia fotovoltaica no Brasil se encontra em crescimento, com isso  muitas empresas especializadas estão surgindo, a capacitação e mão de obra permitem os  interessados a terem uma ampla escolha de empresas para realizarem o projeto e instalações  dos painéis solares, a importância da capacitação de pessoas especializadas para esse setor é  essencial para que as residências ou comércios tenham o êxito do funcionamento dos painéis,  sabendo que essa tecnologia não é originária do Brasil, o conhecimento teórico e prático tem  como base países que mais dominam o setor, sendo tecnologia que está em constante evolução  é necessário sempre acompanhar e trazer tecnologias atuais que possibilitam a instalação no  Brasil através de profissionais habilitados para o planejamento do projeto e instalação da  energia fotovoltaica. 

As taxas retiradas sobre a importação dos painéis foi um incentivo que é muito  importante para as empresas fabricantes no Brasil e empresas que realizam a instalação, com a  redução dessas taxas se torna vantajoso para os empreendedores do setor e clientes, e de fato  foi um marco importante já que o Brasil depende totalmente da importação dessa tecnologia.  Porém o outro ponto a ser observado são as taxas federais que serão cobradas para os novos  adquirentes da energia solar a partir do dia 07 de janeiro, fato que preocupa os empresários  desse setor já que impactará no interesse dos clientes já que a taxação diminuirá o retorno sobre  os créditos excedentes gerados pela energia solar, ou seja, a forma de vender os créditos  anteriormente gerava mais lucro, agora o cliente deverá pagar as taxas maiores e progressivas 

com o passar dos anos, isso realmente diminuirá o retorno financeiro do adquirente, mas o  mesmo não deixará de ser beneficiado com as vantagens econômicas e ambientais da energia, 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS  

Mediante ao problema de pesquisa sobre viabilização da importação e painéis solares as  barreiras atuais enfrentadas por esse mercado ainda estão presentes, mas é importante ressaltar  que o crescimento desse setor nos últimos anos tem sido significativo no Brasil, o interesse pela  conscientização ambiental está presente no mercado onde as empresas e investidores tendem a  optar por um caminho mais sustentável pela imagem que a empresa preza a passar para seu  público alvo, e juntamente com a questão econômica a energia solar pode favorecer nestes dois  pontos. 

Entretanto as novas taxas que serão cobradas, que refere-se a energia gerada excedente aos  novos adquirentes dessa energia é considerada uma nova barreira para o mercado isso porque  será preciso convencer o comprador que ainda é um meio efetivo e viável, por mais que a  tendência seja diminuir o número de pessoas interessadas, consideramos que as empresas deste  setor poderão desenvolver estratégias e trazer novas tecnologias da energia fotovoltaica com  maior aproveitamento de captação de energia solar, além disso mostrar que ainda sim é um  meio limpo, renovável, sustentável e econômico. 

Portanto, fica evidente, através do estudo, que se trata de um mercado recente no Brasil,  mas com considerável expansão nos últimos anos mostrando o potencial desse setor que mesmo  diante as barreiras que podem oscilar seu crescimento continua mantendo suas vantagens,  olhando funcionalmente pelo foco da importação, antiga e principal barreira, sendo comparada  às demais fontes de energia limpa e principalmente em respostas a crise energética causada pela  crise hídrica dos últimos anos, expandindo e equilibrando a matriz energética de modo a tornar  a energia para todos mais econômica e viável. 

REFERÊNCIAS 

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SANTANA, JS, et al – O USO E PRODUÇÃO DA ENERGIA LIMPA COMO MÉTODO DE  PRESERVAÇÃO AMBIENTAL SUSTENTÁVEL. Por um Mundo sustentável. 2020.  Disponível em: < https://portal.epitaya.com.br/index.php/ebooks/article/view/53>. Acesso em:  16 de Abr. de 2023.

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1bruna.santos134@fatec.sp.gov.br
2eric.monteiro@fatec.sp.gov.br
3lea.silva3@fatec.sp.gov.br

FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE