USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR: AVANÇOS E DESAFIOS

USE OF INFORMATION AND COMMUNICATION TECHNOLOGIES IN HIGHER EDUCATION: ADVANCES AND CHALLENGES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501181525


Gabriel Vinícius Reis de Queiroz1
Jéssica Nayara Gondim dos Santos2
Ricardo Sérgio Chucre Rocha Junior2
Lee Bezerra Falcão3
Eunice Lara dos Santos Cunha4
Kélia das Graças de Paiva Macias Nakai5
Soly Guedes de Oliveira6
Janne de Jesus Bugarim Martins7
Sabrina Fontes Domingues8
Felipe Gomes Pereira9
Tatiane Bahia do Vale Silva10


RESUMO: Com a crescente adoção das Tecnologias da Informação e Comunicação em diversos setores, as instituições de ensino superior estão trabalhando para se adaptar a essa nova situação e permanecer em sintonia com as novidades. A implementação das Tecnologias da Informação e Comunicação deve ser encarada como uma oportunidade para aprimorar o aprendizado dos estudantes, fundamentada em análises críticas que ultrapassam a simples adição de novas ferramentas educacionais. Desse modo, o objetivo deste estudo foi identificar na literatura contribuições para discutir os avanços e desafios que permeiam o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no ensino superior. Os dados foram extraídos das plataformas SCIELO, BVS e Google Acadêmico, com o uso dos termos “Tecnologias da Informação e Comunicação”, “Ensino Superior”, “Docência”, “Instituições de Ensino Superior” e “Aprendizagem”. Um total de 532 trabalhos foram reunidos inicialmente e  seis publicações foram selecionadas para integrar a amostra desta revisão. Observou-se que as inovações tecnológicas têm suscitado discussões e pesquisas sobre seu impacto nas práticas educacionais e na promoção de novas maneiras de aprender. Constatou-se avanços importantes na educação universitária por meio da implementação das tecnologias da informação e identifica os desafios essenciais para o uso efetivo desses recursos, abrangendo aspectos estruturais e a capacitação de estudantes e educadores. O estudo revelou que as tecnologias de Informação e Comunicação fazem parte da rotina das pessoas, e sua utilização transformou de maneira significativa a cultura social, favorecendo a continuidade do ensino em momentos de pandemia, como ocorreu na Covid-19.

Palavras-chave: Tecnologias da Informação e Comunicação, Ensino Superior, Aprendizagem, Revisão Narrativa.

ABSTRACT: With the increasing adoption of Information and Communication Technologies in various sectors, higher education institutions are working to adapt to this new situation and stay in tune with the latest developments. The implementation of Information and Communication Technologies should be seen as an opportunity to improve student learning, based on critical analyses that go beyond the simple addition of new educational tools. Thus, the objective of this study was to identify contributions in the literature to discuss the advances and challenges that permeate the use of Information and Communication Technologies in higher education. The data were extracted from the SCIELO, BVS and Google Scholar platforms, using the terms “Information and Communication Technologies”, “Higher Education”, “Teaching”, “Higher Education Institutions” and “Learning”. A total of 532 papers were initially gathered and six publications were selected to integrate the sample of this review. It was observed that technological innovations have sparked discussions and research on their impact on educational practices and on the promotion of new ways of learning. Significant advances in higher education were noted through the implementation of information technologies and identified the essential challenges for the effective use of these resources, covering structural aspects and the training of students and educators. The study revealed that Information and Communication Technologies are part of people’s routines, and their use has significantly transformed social culture, favoring the continuity of education during pandemics, as occurred during Covid-19.

Key Words: Information and Communication Technologies, Higher Education, Learning, Narrative Review.

Introdução

Atualmente, a sociedade encontra-se envolvida em um intenso processo de globalização, que impacta especialmente as novas gerações e estimula o avanço tecnológico, principalmente nos campos da informação e da comunicação.  O acesso à informação ocorre de maneira rápida, online e em tempo real (Lima; Araújo.; 2021). O conhecimento pode ser encontrado através de ferramentas de busca eletrônicas. Com apenas um clique em uma palavra-chave, é possível que um sistema localize conteúdos disponíveis sobre o assunto (Arruda, 2020).

A necessidade de adaptação às demandas sociais requer uma transformação na educação, que busque abordagens inovadoras além do espaço físico das escolas. A diversidade de fontes de informação, como publicações impressas, redes sociais, internet e telecomunicações, impulsiona a formação de novas redes e estruturas sociais que desafiam o modelo educacional tradicionalmente centralizado (Pereira et al.; 2016). É imprescindível proporcionar às novas gerações uma perspectiva diversificada, que reformule a forma de ensinar, aprender e interagir, favorecendo o surgimento de uma cultura popular moderna e suas diversas modalidades educativas que a cercam (Martinsi, 2008).

Com o aumento da utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação em várias áreas, as Instituições de Ensino Superior (IES) estão se esforçando para se adequar a essa nova realidade e manter seus cursos atualizados com as tecnologias essenciais (Almeida, 2003). Entretanto, o avanço do processo de Ensino-Aprendizagem nas IES não ocorre na mesma velocidade das inovações tecnológicas. Os alunos apresentam maior habilidade em lidar com as tecnologias emergentes, enquanto parte do corpo docente ainda demonstra relutância em incorporar em suas práticas as tecnologias (Lima; Araújo.; 2021).

Várias metodologias tradicionais de ensino já estão superadas, especialmente aquelas que prevalecem no formato expositivo, onde o professor é considerado a principal fonte de conhecimento e o aluno, apenas um receptor que memoriza informações para avaliações (Moran, 2013). Nesse contexto, as Instituições de Ensino têm um papel fundamental no processo de mudança, desenvolvendo estruturas e métodos pedagógicos que unam, de forma crítica, uma variedade de linguagens, formas de comunicação e tecnologias. A adoção das Tecnologias da Informação e Comunicação deve ser vista como uma chance de enriquecer o aprendizado dos alunos, baseada em discussões críticas que vão além da mera introdução de novos recursos de ensino (Tedesco, 2004).

As Tecnologias da Informação e Comunicação podem funcionar como instrumentos importantes no setor educacional, sem substituir os educadores. O processo de aprendizagem não se origina de uma tecnologia específica, mas da integração de habilidades e competências que permitem ao professor ensinar de maneira eficaz (Marinho, 2002). Para se ajustar ao novo modelo de comunicação do saber, o educador deve ver a tecnologia como uma ferramenta para o aprendizado, adotando a posição de guia e parceiro do aluno na construção do conhecimento. É essencial que o professor esteja em sintonia com esse novo cenário, já que a competência abrange a capacidade de utilizar várias fontes cognitivas para enfrentar diferentes situações (Pereira et al.; 2016).

É fundamental incorporar as Tecnologias da Informação e Comunicação na capacitação dos educadores, visando aprimorar a qualidade do ensino e, dessa forma, incentivar a independência dos professores para exercerem sua prática pedagógica com o auxílio das tecnologias educacionais (Lima; Araújo.; 2021). Dessa forma, surgiu-se a motivação em explorar essa temática para aprofundar nossa compreensão sobre a importância da incorporação das tecnologias de informação e comunicação na educação. Pensando que as tecnologias tornam as aulas mais dinâmicas e proporcionam aos alunos a oportunidade de adquirir conhecimentos de forma autônoma e relevante.

Assim, fundamenta-se este estudo pela pertinência da função do docente na aplicação das Tecnologias da Informação e Comunicação, em especial no ensino superior, considerando essencial para estimular a motivação e viabilizar os processos de ensino e aprendizagem. Desse modo, o objetivo deste estudo foi identificar na literatura contribuições para discutir os avanços e desafios que permeiam o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no ensino superior.

Materiais e métodos

Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, enfocando as pesquisas realizadas sobre o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação no ensino superior. Esse tipo de pesquisa permite apresentar e debater a situação atual de um determinado assunto, sem empregar critérios sistemáticos e rigorosos para a busca de artigos e sem buscar esgotar todas as fontes de informação ou utilizar métodos de pesquisa avançados (Cavalcante; Oliveira.; 2020).

O estudo foi conduzido utilizando os termos encontrados nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) para criar uma estratégia de busca simples. A coleta dos estudos ocorreu por meio de pesquisa online nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Google Acadêmico.

Os artigos foram selecionados para a elaboração da revisão da literatura por meio de uma comparação detalhada das informações fornecidas, com o objetivo de destacar debates importantes que se relacionam com o tema em discussão. A coleta de dados foi efetuada nos meses de outubro e novembro de 2024, utilizando os descritores “Tecnologias da Informação e Comunicação”, “Ensino Superior”, “Docência”, “Instituições de Ensino Superior” e “Aprendizagem”.

Em relação aos critérios de seleção, foram considerados os estudos que abordam questões relevantes para a pesquisa, indexados nos últimos cinco anos e redigidos em português ou inglês. Foram descartados os estudos duplicados e aqueles que, apesar de conterem os termos selecionados, não apresentaram conteúdo significativo para o estudo

Após a coleta de dados, conduziu-se a análise e foi imprescindível organizar os artigos através de uma leitura preliminar, que permitiu identificar, nos resultados de cada documento, expressões e termos relacionados aos elementos de interesse. Procurou-se identificar os elementos significativos que constituem o conjunto da pesquisa, atentando para a ocorrência desses elementos e agrupando-os em categorias para a discussão.

Resultados

          A partir das buscas realizadas identificou-se 532 artigos nas bases de dados. Após uma análise detalhada de títulos, resumos e textos na íntegra, foram eleitos como amostra dessa revisão seis estudos. Uma visão abrangente dos artigos examinados foi elaborada, criando um quadro sinóptico com os dados: autor, ano de publicação, objetivo e principais achados (Quadro 1).

Quadro 1. Quadro sinóptico dos estudos selecionados para a amostra.

Autor/AnoObjetivoPrincipais achados
Oliveira, J. P. de; et al. (2024).Compreender, através de um desenho metodológico qualitativo e exploratório de matérias jornalísticas, a abordagem das principais ferramentas utilizadas no ensino remoto durante a pandemia e seus desafios para o ensino superior.As Tecnologias da Informação e Comunicação funcionaram como recursos auxiliadores, proporcionando maior flexibilidade, adaptabilidade e dinamismo ao sistema de ensino, o que possibilitou a manutenção do processo educativo. Apesar de a implementação dessas tecnologias ter introduzido novas e significativas oportunidades para as práticas de ensino, sua incorporação ainda enfrenta vários obstáculos, como a formação dos professores, a resistência das equipes de educação às transformações, as características estruturais das instituições de ensino e a necessidade de engajamento dos alunos.
Clael, S.; et al. (2024).Verificar o conhecimento dos professores de instituições de ensino superior públicas e privadas do Brasil a respeito das Tecnologias da Informação e Comunicação.De modo geral, constatou-se que os professores apresentaram um bom entendimento sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação. Não foi identificada uma relação entre a idade dos educadores e seu conhecimento sobre essas ferramentas (p > 0,05), e não houve diferença significativa no nível de conhecimento sobre tecnologias entre professores de escolas públicas e privadas (p > 0,05).
Guilherme, A.; Garbin, F. G. B.; Carvajal, C. A. R. (2024).Refletir sobre as possibilidades e desafios que as TIC oferecem aos processos educacionais, considerando a rápida transposição das aulas presenciais para online, com o objetivo de identificar propostas para futuras pesquisas no âmbito do ensino superior.No que se refere às possibilidades identificadas, existem maneiras de comunicação e interação que podem acontecer em qualquer momento e lugar, além de promover uma maior independência do aluno em relação ao seu aprendizado. Assim, surgem chances como a inovação nas estratégias de ensino por meio da utilização de ferramentas tecnológicas digitais e a expansão do acesso ao saber.
Galvão, M. C. B.; et al. (2021).Investigar a incorporação das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no processo de ensino-aprendizagem por professores, graduandos e pós-graduandos em Enfermagem, de instituições de ensino públicas e privadas brasileiras, antes e durante a pandemia.A maioria dos participantes (57,8%) mostrou preferência pelo ensino presencial. Diversos participantes mencionaram desafios ligados à ausência de formação para utilizar as tecnologias da informação e comunicação, ao acesso à internet e à disponibilidade de dispositivos. Essas barreiras exigem a implementação de políticas públicas e iniciativas direcionadas das instituições educacionais e da sociedade para serem superadas.
Portugal, A. M. P. M.; Enes, E. N. S. (2021).Examinar os desafios e as oportunidades que a utilização das tecnologias da informação e comunicação e novas tecnologias da informação e comunicação carreiam ao Ensino Superior.A adoção de tecnologias faz com que o espaço de aprendizado se torne não apenas mais inspirador, mas também, de maneira crucial, uma ferramenta que oferece aos estudantes formas inovadoras de gerenciar e disseminar o saber na profissão que desejam, alinhando-se às necessidades do mercado em relação ao novo profissional.
Gorgens, P. R. C.; Andrade, P. C. R. (2020).Investigar os fatores que determinam uso das tecnologias da informação e comunicação por professores da Faculdade de Medicina de Diamantina (FAMED) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).A presença de uma familiaridade anterior dos futuros educadores com as tecnologias, antes de iniciarem sua trajetória profissional no ensino, é um elemento crucial para que as atividades propostas se alinhem melhor com as demandas do curso. A motivação individual, a percepção de receber suporte da instituição e as particularidades do professor são os fatores mais significativos observados que influenciam a utilização intensificada das tecnologias da informação e comunicação na educação.

Elaboração própria (2025)

Discussão

A educação se dá em diversos contextos e está presente em toda a sociedade, abrangendo desde o núcleo familiar até a comunidade, com diferentes maneiras de ser adquirida (Clael et al.; 2024). Este estudo aborda a educação com professores, a prática em instituições de ensino, ambientes de aprendizagem e abordagens pedagógicas, além da incorporação de tecnologias e inovações na área da informação e comunicação no processo de ensino e aprendizado.

Na área educacional, as novidades tecnológicas têm gerado debates e investigações acerca de sua influência nas metodologias de ensino e na facilitação de novas formas de aprendizado (Oliveira et al.; 2024; Galvão et al.; 2021). Diversas obras foram lançadas, demonstrando que as Tecnologias da Informação e Comunicação são um suporte significativo para a atuação dos educadores, além de se mostrarem como instrumentos essenciais para atender às principais necessidades de ensino e aprendizado dos estudantes (Clael et al.; 2024).

Entretanto, até o começo da segunda década dos anos 2000, a aplicação das Tecnologias da Informação e Comunicação nas práticas educacionais era incomum em diversas situações, restringindo-se a contextos específicos. Essa realidade começou a mudar em função das circunstâncias, principalmente com a imposição do isolamento social causada pela pandemia do novo coronavírus, no início de 2020 (Portugal; Enes.; 2021).

Com a nova realidade que se estabelecia na educação no Brasil, as instituições de ensino superior foram pressionadas a implementar abordagens pedagógicas fundamentadas em tecnologias para garantir a continuidade das aulas e a aprendizagem dos estudantes, respeitando as diretrizes de isolamento social e as medidas de prevenção à Covid-19 (Guilherme; Garbin; Carvajal.; 2024). O período pandêmico acelerou e intensificou o uso dos meios digitais na educação e trouxe alguns desafios de implementação tanto para o acesso digital dos alunos quanto para as adaptações e adequações impostas aos professores neste novo cenário (Galvão et al.; 2021). 

Dessa forma, a adoção de tecnologias, que a princípio parecia uma solução prática para viabilizar as atividades educacionais nas salas de aula, rapidamente se deparou com diversos desafios desde o começo: a oferta de suporte tecnológico aos estudantes para que pudessem se engajar nas atividades online; a elaboração de diretrizes e procedimentos; a capacitação dos educadores e a superação da resistência a inovações; o acesso dos alunos a esses equipamentos – além da necessidade de desmistificar a ideia de que todos têm acesso à internet atualmente; e o apoio financeiro do governo para assegurar que todos tenham a chance de usar essas tecnologias (Gorgens; Andrade.; 2020).

A crise resultante da pandemia de Covid-19 tornou evidente a necessidade de considerar diversos fatores que influenciam a criação de novos conhecimentos. Deficiências estruturais em várias instituições de ensino, somadas às condições insuficientes nas habitações de professores e alunos, impactam negativamente os processos de aprendizado (Oliveira et al.; 2024). Um estudo indicou que, de acordo com os relatos dos educadores, a modificação das infraestruturas para incluir tecnologias nas abordagens pedagógicas acontece de forma abrupta, com poucos recursos e sem o apoio adequado para os diversos participantes (Galvão et al.; 2021).

Observou-se que os educadores tendem a empregar tecnologias que oferecem uma experiência de uso superior, um design atrativo e acessibilidade sem custos, o que pode incentivar a utilização das tecnologias pelos alunos fora do ambiente escolar. Contudo, é conhecido que os alunos fazem uso limitado dessas tecnologias fora da sala de aula, dedicando a maior parte desse tempo à navegação em redes sociais. Estudo constatou que independente da instituição de ensino superior for pública ou privada, os docentes apresentaram bom domínio sobre a utilização das tecnologias da informação e comunicação (Clael et al.; 2024).

O uso das tecnologias da informação no ensino superior permite que o aluno se conecte com comunidades acadêmicas que estão afastadas fisicamente, expandindo sua rede de contatos e o conhecimento disponível. Essa dinâmica favorece um avanço rápido na compreensão e altera as maneiras como as pessoas se relacionam com o saber (Portugal; Enes.; 2021). Quanto às tecnologias de informação e comunicação mais frequentemente utilizadas, notou-se que diversas delas já eram utilizadas pelos participantes antes do surgimento da pandemia, provavelmente para auxiliar as atividades presenciais, como os ambientes virtuais de ensino.  No entanto, a demanda por comunicação e interação à distância resultou em um aumento no uso de aplicativos de videoconferência, serviços de chat e redes sociais para fins acadêmicos (Clael et al.; 2024).

Vale ressaltar que, apenas empregar tecnologias e inovações na área da educação não é suficiente para satisfazer os pilares do aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. É fundamental que os docentes tenham a formação apropriada. Tanto a formação inicial quanto a formação continuada são indispensáveis para que os professores estejam capacitados a utilizar de maneira eficaz as tecnologias e inovações em informação e comunicação durante o processo de ensino (Portugal; Enes.; 2021; Oliveira et al.; 2024).

O aspecto mais importante é como as diversas modalidades de ensino, seja online, presencial ou híbrido, utilizam essas tecnologias. Não existe um modelo perfeito, pois isso varia conforme diversos fatores desafiadores, como a formação de alunos e docentes, além das dificuldades estruturais previamente citadas. O que se sabe é que o futuro não pode ser fundamentado nas normas do passado (Guilherme; Garbin; Carvajal.; 2024). Dessa forma, os achados da pesquisa apontam para uma realidade que busca inovar o processo de ensino e aprendizagem no ensino superior no Brasil, destacando a inserção das Tecnologias da Informação e Comunicação nas metodologias de ensino.

Conclusão

A pesquisa realizada trouxe à luz que as tecnologias de Informação e Comunicação estão integradas ao dia a dia das pessoas, e seu uso alterou substancialmente a cultura social. No campo da educação, nota-se um crescimento significativo da educação a distância, impulsionado pelas plataformas digitais, um fenômeno que se tornou proeminente nas discussões durante a pandemia de Covid-19. A utilização de tecnologias no ensino superior tornou-se fundamental para que as instituições de ensino conseguissem garantir a continuidade dos processos educativos, além de exigir a implementação de medidas que já eram indispensáveis.

O estudo ressalta o significativo progresso na educação superior com a aplicação das tecnologias da informação e aponta os desafios relevantes para o uso eficiente dessas ferramentas, incluindo questões estruturais e a formação de alunos e professores. Um dos principais obstáculos é a busca por novas estratégias para a formação inicial e contínua dos educadores, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de competências no manuseio de tecnologias e de encontrar formas eficazes de incorporar esses recursos no planejamento das aulas.

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1Fisioterapeuta. Doutorando em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP).

2Fisioterapeuta pela Universidade da Amazônia (UNAMA).

3Fisioterapeuta. Mestrando em Fisioterapia Cardiorrespiratória – Escola Superior de Saúde (ESS – Porto-PT).

4Biomédica. Mestre em Cirurgia e Pesquisa Experimental pela Universidade do Estado do Pará (UEPA).

5Enfermeira. Doutora em Psicanálise pelo Instituto Oráculo de Psicanálise.

6Fisioterapeuta. Mestre em Cirurgia e Pesquisa Experimental pela Universidade do Estado do Pará (UEPA).

7Fisioterapeuta. Especialista em Fisioterapia Pélvica – Uroginecologia e Sexualidade Funcional pela Faculdade Inspirar.

8Doutora em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).

9Fisioterapeuta pelo Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU).

10Fisioterapeuta. Doutora em Epidemiologia em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).

Correspondência
G. V. R. Queiroz
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP
Av. Dr Arnaldo, 715 – Cerqueira César, São Paulo, SP
01246-904, Brasil
gabrielviniciusreis@usp.br