UNIVERSIDADE BETA – UM PROJETO DE EMPRESA-CIDADÃ NO BRASIL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102410181549


                     Dalpicolo, André Christian 1


Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar a Universidade Beta como um projeto de empresa-cidadã no Brasil. Para tanto, faz-se necessário desenvolver uma linha de raciocínio que se desdobrará em três capítulos, sendo que a primeiro deles revelará o aparecimento da cidadania empresarial a partir da crise do interesse universal keynesiano. Como se sabe, a gênese deste último ocorreu logo após o término da Grande Depressão e representou a intervenção direta do Estado na economia. Já o segundo capítulo detalhará a história da Universidade Beta no Brasil, além do déficit primário R$ 150.000,00 registrado por essa Universidade em 2016. Para que isso aconteça, será essencial descrever a crise que assolou a economia brasileira em 2015, sendo que o resultado disso foi a redução do PIB em 6,9%. Já o terceiro e último capítulo especificará o projeto da diretoria da Universidade Beta de transformar a mesma numa empresa-cidadã, uma vez que tal transformação poderá gerar um superávit primário de R$ 20.000,00.

Palavras-chave:  Universidade Beta, déficit primário, empresa-cidadã,  superávit primário.

Abstract: The objective of this work is to present the University Beta as a citizen company project in Brazil. Therefore, it is necessary to develop a stream of thought that will be split up into three chapters, and the first of them will reveal the appearing of the corporate citizenship since the crisis of the Keynesian universal interest. It is known that the genesis of the latter occurred right after the end of The Great Depression and represented the direct intervention of the State in the economy. As for the second chapter, it will detail the history of University Beta in Brazil, as well as the R$ 150.000,00 primary deficit registered by this University in 2016. For this to happen, it will be essential to describe the crisis that hit the Brazilian economy in 2015, since its result was the reduction of 6,9% in the GDP. Finally, the third and last chapter will specify the project of the University Beta board of directors to turn it into a citizen company, since this change may generate a primary surplus of R$ 20.000,00.

Keywords: University Beta, primary deficit, citizen company, primary surplus.

1.Introdução

Antes de tudo, deve-se assinalar que o ano fiscal brasileiro de 2015 apresentou um saldo negativo de R$ 111, 24 bilhões de reais nas contas públicas: “Em 2015, as contas públicas apresentaram um déficit primário de R$ 111,24 bilhões, ou 1,88% do Produto Interno Bruto (PIB). Até então, o pior resultado para um ano fechado havia sido registrado em 2014 (-R$ 32,53 bilhões, ou 0,57% do PIB) (MARTELLO, 2016, p.1).

Convém observar que a consequência imediata desse saldo negativo foi o congelamento do repasse de verbas públicas para a educação no orçamento de 2016, uma vez que o governo federal desejava equilibrar as contas públicas para o próximo exercício fiscal. De saída, esse congelamento provocou a redução dos recursos destinados às pesquisas científicas das universidades públicas, além da redução de alguns fundos referentes às despesas operacionais dessas universidades.

Além disso, esse congelamento também provocou o fim da carência de um ano e meio para que o aluno universitário comece a pagar o Programa de Financiamento Estudantil (FIES), bem como ainda provocou a restrição do acesso a novos contratos desse Programa. O resultado dessas ações foi catastrófico para as universidades particulares, pois motivou a estagnação do número de matrículas no comparativo entre 2015 e 2016: “O ensino superior brasileiro estagnou em 2016. O volume de alunos matriculados em faculdades e universidades do país foi praticamente o mesmo do ano anterior […] No ano passado, o país registrou 8,05 milhões de alunos em curso de nível superior contra 8,03 milhões em 2015” (SALDAÑA; BOLDRINI, 2017, p. 1).

1.1 Questão fundamental do tema

Em face disso, surge a seguinte questão: de que forma a Universidade Beta poderá superar a atual estagnação referente ao número de matrículas? A nosso ver, ela conseguirá realizar tal feito caso se transforme numa empresa-cidadã, ou seja, numa entidade que invista em projetos sociais, pois estabelecerá uma imagem positiva junto aos seus clientes (antigos, atuais e futuros alunos).

O esquema deste artigo encontra-se dividido em três itens.

No primeiro item, será descrito inicialmente o conceito de interesse social segundo o pensador escocês Adam Smith, já que tal conceito fundamenta o bem-estar social. Em seguida, será apresentada a crítica do economista inglês J.M. Keynes em relação à noção de interesse social smithiana, uma vez que a mesma não conduz a satisfação plena da objetividade material da condição humana devido à possibilidade da equação MPS [1] > MPC [2] .

Por fim, será detalhado o surgimento da cidadania empresarial no Brasil através da ressalva realizada pelo monetarista Milton Friedman em relação ao conceito de interesse universal keynesiano, sendo que tal ressalva provocou a crise mundial do Welfare State [3].

Já no segundo item, será detalhada a história da Universidade Beta no Brasil, além da crise que assolou tal instituição no ano de 2016. Para tanto, será fundamental retomar o tema da redução drástica do PIB brasileiro que ocorreu no último trimestre de 2015, uma vez que tal redução explica o déficit primário de aproximadamente R$ 100.000,00 registrado pela Universidade em seu balancete de 31/12/2016.

Enfim, no terceiro e último item, será especificado o projeto da Universidade Beta de se transformar numa empresa-cidadã, já que isso poderá gerar um superávit primário de R$ 15.000,00 no ano de 2017. Para que isso aconteça, será essencial detalhar inicialmente as duas propostas concebidas pela gestão da Universidade Beta para suplantar o déficit primário de R$ 100.000,00 verificado no final de 2016. Depois disso, será primordial especificar a escolha da Universidade Beta que reside na promoção do bem-estar social da comunidade que está ao seu redor, além da melhoria da sua imagem junto ao mercado educacional brasileiro.

Fizemos traduções próprias das obras consultadas nas línguas francesa e inglesa.

2. Resultados e Discussões

O objetivo incial deste item é dissertar sobre a noção de cidadania empresarial que surgiu no Brasil após a crise do Welfare-State tupiniquim (ocorrida na década de 80 do século passado). Para tanto, faz-se necessário remontar inicialmente ao conceito de interesse social descrito por Adam Smith no célebre livro The wealth of nations.

2.1 A crise do interesse universal keynesiano e o surgimento da cidadania empresarial

Antes de qualquer coisa, deve-se esclarecer que o pensamento smithiano opera a aliança entre a economia política e a filosofia moral, já que deseja compreender a totalidade da condição humana. Prova disso verifica-se nas influências exercidas pelos filósofos Francis Hutcheson [4], Jean-Jacques Rousseau  e David Hume sobre esse pensamento.

Diante do exposto, surge imediatamente a seguinte questão: qual é o atributo essencial do homem segundo Adam Smith? De certo modo, pode-se dizer que esse atributo é o amor-próprio, ou seja, o sentimento de apego excessivo que o ser humano possui em relação à sua própria objetividade material: “Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que nós esperamos nosso jantar, mas da consideração de seu próprio interesse [amor-próprio]” (SMITH, 2007, p. 9).

Por conseguinte, não é errôneo inferir que o propósito fundamental da condição humana é conservar essa objetividade a qualquer custo, uma vez que somente assim conseguirá alcançar o estágio de uma subjetividade plenamente satisfeita, realizada e feliz.

Mas de que maneira o homem poderá atingir esse propósito? De acordo com o pensamento smithiano, ele poderá atingi-lo caso realize um dispêndio de energia na confecção de um produto manufaturado, visto que assim consumirá o fruto desse trabalho [5].

No limiar da História, o ser humano buscava apenas a conservação mínima da sua objetividade material, dado que não desejava possuir a natureza. Por esta razão, não tinha uma enorme sofisticação na produção de uma mercadoria, consumindo-a praticamente na sua forma original (caça e extração de frutos e sementes).

Contudo, essa situação se modificou drasticamente logo após o término do estado de natureza [6], porque a condição humana começou a procurar a conservação máxima da sua objetividade material devido à descoberta do prazer da posse do meio natural. Destarte, ela implementou inicialmente algumas técnicas refinadas na confecção de um produto manufaturado, pois acreditava que isso geraria um excedente na produção. E gerou.

Após isto, o homem comercializou esse excedente no mercado de bens e serviços e, dessa forma, atingiu a conservação máxima da sua objetividade material, uma vez que obteve a chance de consumir outras mercadorias além daquela que produzia.

Em face do exposto, surge imediatamente a seguinte questão: será que o ser humano conseguiu alcançar totalmente seu propósito fundamental, já que obteve a conservação máxima da sua objetividade material? De acordo com Adam Smith, a resposta é não, porque sempre há o perigo de uma crise futura de superprodução de excedentes devido à hiperespecialização do trabalho.

Para evitá-lo, faz-se necessário que vários homens produzam o mesmo tipo de excedente no mercado de bens e serviços, pois, dessa forma, entrarão em competição entre si. De certo modo,pode- se dizer que tal competição gerará, no futuro, uma diminuição no ímpeto desses homens de produzirem indefinidamente, já que terão receio de não comercializar a totalidade dos seus produtos.

Ora, tal diminuição provoca a aparição do interesse social smithiano, ou melhor, do bem-estar social, uma vez que detalha o equilíbrio entre a oferta e a demanda: “A busca do auto-interesse (amor próprio), restrita pela competitividade, tende, assim, a produzir o bem estar social, a produção máxima e o crescimento da economia” (BRUE & GRANT, 2016, p. 74).

Entretanto, tal interesse social somente permanecerá no mercado de bens e serviços caso a entidade com poder soberano para governar a totalidade dos homens – o Estado – não interfira no funcionamento desse mercado controlando a oferta e a procura. Do contrário, o Estado poderá gerar inflação ou até formação de monopólio em determinado setor da economia: “Essa harmonia de interesses significa que a intromissão do governo na economia é desnecessária e indesejável. De acordo com Smith, os governos são esbanjadores, corruptos e ineficientes” (BLUE & GRANT, 2016,  p. 74).

Decerto, alguém pode indagar o seguinte: será que Adam Smith tem razão quando defende que o homem consegue alcançar a conservação máxima da sua objetividade material? De acordo com o economista inglês John Manyard Keynes, a resposta é não, pois o ser humano é determinado pela lei psicológica intitulada “propensão marginal a poupar” (MPS).

Para entender essa propensão, é preciso retomar o momento da História onde a condição humana implementou técnicas sofisticadas na confecção de um produto manufaturado, e o resultado disso foi a criação de um excedente. Como se sabe, este último foi comercializado no mercado de bens e serviços e gerou uma determinada quantidade de dinheiro.

Segundo o pensamento keynesiano, a totalidade desse dinheiro não é transformada necessariamente em novas mercadorias, uma vez que o homem pode entesourar parte dessa totalidade. Ora, se essa parte atingir um determinado percentual poderá fundamentar tanto uma redução drástica da demanda quanto uma maximização da oferta de excedentes. De certo modo, foi isso que ocorreu no Crash da Bolsa de Valores de 1929: “A produção parecia exceder o consumo à medida que a renda e a poupança cresciam e não havia mais invenções, como a máquina a vapor, para estimular novos investimentos de capital (…) Tal observação sobre a estagnação secular da economia foi fundamental para a crise de 1929” (BRUE & GRANT; 2016, p. 456). O gráfico a seguir a relação entre a totalidade do dinheiro obtida através da venda de mercadorias e a propensão marginal a poupar:

                            Gráfico 1 – Função Consumo de J.M. Keynes

Fonte:  Site Portal da Sabedoria – Macroeconomia. Disponível em http://macrojp.blogspot.com/2014/08/modelo- keynesiano-simples-funcao.html. Acesso em:20.08.2018.

Em face do exposto, surge imediatamente a seguinte questão: de que maneira se pode evitar que a “propensão marginal a poupar” atinja um patamar alarmante? De acordo com J.M. Keynes, a única forma de evitar tal situação é aquela que assinala o predomínio da “propensão marginal a consumir” sobre a “propensão marginal a poupar” (MPC > MPS), uma vez que esse predomínio impedirá o descompasso entre a oferta e a demanda agregadas.

Mas de que modo o Estado poderá fundamentar o referido predomínio? Ainda de acordo com a ideologia keynesiana, ele poderá realizar tal feito caso reduza os tributos e a taxa de juros, além de expandir a política creditícia e os investimentos sociais, já que dessa forma estimulará o incremento da demanda agregada. Convém observar que o resultado desse estímulo é o aumento da compra de bens de capital, visto que os produtores possuirão a expectativa de obter maiores lucros.

Nota-se, portanto, que a preocupação estatal de promover o predomínio da MPC sobre a MPS fundamenta a aparição do interesse universal keynesiano, ou melhor, do bem-estar social. De certo modo, pode-se dizer que tal preocupação assinala o fracasso do laissez-faire smithiano, uma vez que este último conduz à supremacia da MPS sobre a MPC, ao invés de estabelecer o equilíbrio entre a oferta e a demanda agregadas: “A crença em um mercado ‘que não erra’ não passa de uma metafísica como todas as outras [para Keynes]. Por isso, a liberdade natural não existe, contrato perpétuo é ficção, não há ‘mão invisível’ que garanta a coincidência entre somatório dos ótimos individuais e ótimo social” (FONSECA, 2010, p. 431).

Decerto, alguém pode indagar o seguinte: será que o Estado é mesmo capaz de produzir a supremacia da “propensão marginal a consumir” sobre a “propensão marginal a poupar” (MPC > MPS)? Segundo o economista americano Milton Friedman, a resposta é não, porque as ações macroeconômicas indicadas por Keynes não fundamentam, ao menos em curto prazo, um incremento significativo da demanda agregada.

De certo modo, isso acontece porque a condição humana não realiza um aumento substancial do seu consumo em função de estímulos de curto prazo, mas sim a partir de estímulos de longo prazo que gerarão um incremento em sua renda: “Em outras palavras, o consumo não responde a cada mudança de renda provocada por alterações nos gastos com investimento ou do governo; ele responde somente a alterações de renda que as pessoas consideram permanentes ou duradouras” (BRUE, GRANT; 2016, pp. 534-535).

Ora, se o Estado não promove a supremacia da MPC sobre a MPS, então somente é capaz de fomentar o déficit público quando interfere diretamente na economia. Aliás, esse déficit estabelece o contrário do bem-estar social, ou seja, a desigualdade social entre os homens, porque obriga o Estado a elevar tanto a taxa de juros quanto a carga tributária para minimizar os impactos do rombo fiscal: “Assinala-se que a expansão dos gastos sociais do Estado faz-se tendencialmente em condições de desequilíbrio orçamentário, provocando déficits públicos recorrentes, que penalizam a atividade produtiva e provocam inflação e desemprego” (DRAIBI; HENRIQUE, 1987, p.8).

De certa forma, tem-se de assinalar que o referido déficit foi o responsável pelo endividamento do Estado brasileiro na década de 80, sendo que o resultado disso foi a impossibilidade de fomentar a totalidade do bem-estar social. Por conseguinte, não é inexato assinalar que o déficit público fundamentou a crise do Welfare State brasileiro, pois fez crescer a dívida pública em relação ao PIB. Veja- se tal crescimento no gráfico abaixo:

               Gráfico 2 – Evolução da Dívida Pública no Brasil – Período 1980 a 2015

Fonte:        Site        Terraço        Econômico.        Disponível        em                     http://terracoeconomico.com.br/evolucao-da-divida- publica-brasileira-desde-1978-um-grafico-para-voce-refletir. Acesso em: 01.09.2018.

Diante disso, surge imediatamente a seguinte questão: quem fomentou a totalidade do bem-estar social brasileiro após a década de 80? Para responder a essa questão, é necessário examinar a noção do Estado de pacto social desenvolvida pelo sociólogo alemão Claus Offe.

De saída, deve-se assinalar que essa noção não defende o Estado não interventor da economia smithiano, já que tal Estado promove o desequilíbrio entre a oferta e a demanda agregadas devido à realização da equação MPS > MPC. Assim, tal noção desqualifica o laissez-faire defendido por Adam Smith, pois este fomenta a concentração de renda, ao invés do bem-estar social: “Com a apologia do mercado, o Segundo Setor [Iniciativa privada] mostrou a sua verdadeira face: o seu ímpeto de concentrador de renda, o favorecimento das elites, a promoção da desigualdade e a exclusão social” (OFFE, apud NETO; FROES; 2002, p. 2).

Além disso, a noção offiniana do Estado de pacto social também não defende o Welfare State keynesiano, visto que o mesmo fundamenta o endividamento excessivo do Estado devido à incidência de sucessivos déficits públicos. Desse modo, ela desqualifica a interferência exagerada do Estado na economia, pois tal interferência aprofundará a desigualdade social entre os homens, ao invés de suplantá-la.

Percebe-se, portanto, que a noção offiniana do Estado de pacto social destaca a importância de uma intervenção moderada do Estado na economia, visto que somente assim poderá estabelecer- se o legítimo bem-estar social. Para tanto, é preciso inicialmente que o Estado eleja estrategicamente as áreas sociais em que investirá num determinado país, pois dessa forma não se tornará ineficiente.

Após isto, o Estado deverá operar uma aliança com a iniciativa privada para a realização desse investimento, dado que é uma obrigação dessa mesma contribuir para a promoção do bem-estar social.

Destarte, ele promoverá o aparecimento da cidadania empresarial, pois estimulará as corporações empresariais a buscarem outros objetivos além da maximização do lucro, tais como os desenvolvimentos sociais e econômicos das comunidades às quais pertencem.

Em face do exposto, pode-se dizer que tanto o Estado quanto a iniciativa privada fomentaram a totalidade do bem-estar social brasileiro após a década de 80, sendo que a primeira ação conjunta ocorreu no ano de 1993 com a criação da campanha Ação da Cidadania pelo sociólogo Herbert José de Souza. Vale frisar que o objetivo dessa campanha era arrecadar fundos junto a sociedade e a iniciativa privada para lutar contra a fome e a miséria no Brasil. Ademais, ela também buscava minimizar o desemprego no país através da redemocratização da terra.

2.2 O diagnóstico financeiro da Universidade Beta no ano de 2016

O propósito deste item é detalhar o déficit primário de R$ 100.000,00 que a Universidade Beta registrou no balancete de 31/12/2016. Para tanto, faz-se necessário relatar inicialmente a história dessa Universidade no Brasil, além da crise que assolou nossa economia no último trimestre de 2015.

De antemão, é preciso informar que o maior sonho do filósofo Oswaldo Jardim era fundar uma Universidade que aliasse o conhecimento técnico à formação humanística. Por esta razão, ele a criou com a missão de contribuir para o desenvolvimento do senso crítico e da cidadania do seu discente: “A nossa missão é contribuir para o desenvolvimento da educação em nossa sociedade, proporcionando aos alunos elevado senso crítico e de cidadania e, atuando com excelência em todas as áreas, mantendo um Projeto Acadêmico de alto nível” (ACCORSI, não consta a data, p. 1).

No início, a Universidade Beta possuía apenas quatro cursos de tecnologia: TADS, Gestão Financeira, RH e Logística. Contudo, esse cenário modificou-se em janeiro de 2010 com a entrada de novos cursos de bacharelado e licenciatura (Administração, Ciências Contábeis, Pedagogia, Letras e Matemática).

Com isso, ela se tornou uma das maiores universidades da região do ABC, já que contava com mais de 3.000 alunos nos seus 8 cursos de graduações. Por este motivo, acabou adquirindo um prédio comercial na Avenida Lucas Nogueira Garcez, número 452 (centro de São Bernardo do Campo). No dia 25/09/2011, atendendo a exigência legal de implantação do Instituto Superior de Educação, a Universidade Beta teve o seu novo regulamento aprovado pela Portaria Ministerial n° 3.215, publicada no Diário Oficial de 20/09/2011.

Em termos financeiros-contábeis, ela encerrou o ano de 2015 com um superávit primário de R$ 5.000,00 (apontado no balancete de 31 de dezembro do referido ano).

De antemão, deve-se ilustrar que o termo diagnóstico representa um processo que fomenta a coleta e a análise de determinados dados com o objetivo de detectar algum problema estrutural num grupo social ou numa organização produtiva: “O diagnóstico é um instrumento que visa levantar alguns aspectos da empresa, sendo que sua principal meta é identificar, através de questionamentos objetivos, uma determinada dificuldade interna da organização” (VAS, 2017, p.22).

Mas por que a Universidade Beta necessita realizar um diagnóstico do ano de 2016? Dito de maneira breve, é porque apresentou neste período um déficit global de aproximadamente R$ 100.000,00. Para tanto, é preciso que ela examine inicialmente a situação macroeconômica do Brasil no ano anterior (2015) ao referido déficit e em seguida estude a matriz intitulada BCG (Boston Consulting Group), pois dessa forma compreenderá as razões do seu prejuízo econômico em 2016.

De acordo com o professor de economia José Luis Oriero, o PIB brasileiro no último trimestre de 2015 apresentou uma queda de 5,82% em relação ao último trimestre de 2014: “Na comparação entre o 1° trimestre de 2014 e o 1° trimestre de 2015 ocorre uma redução de 5,88 p.p (…) Nos trimestres subsequentes a queda do nível de atividade se aprofunda, fazendo com que o PIB se contrai em 5,82% no último trimestre de 2015” (ORIERO, 2017, p. 78).

Em face disso, alguém pode arguir o seguinte: por que o PIB brasileiro teve uma queda tão acentuada no último trimestre de 2015 em relação ao último trimestre de 2014? Dito de maneira breve, foi porque ocorreu uma redução drástica do nível de investimento da formação bruta de capital fixo (FBFK), sendo que tal redução provocou, no fim das contas, a recessão econômica no Brasil.

Gráfico 3 – Taxa de crescimento da formação bruta de capital fixo no Brasil – período 2001 a 2015

Fonte: Site Análise Macro. Disponível em https://analisemacro.com.br/economia/macroeconometria/como-os- desembolsos-do-bndes-e-a-taxa-de-investimento-se-relacionam/. Acesso em: 21.08.2018.

Ademais, pode-se dizer que tanto a desvalorização cambial do real quanto o reajuste de 50% da tarifa de energia elétrica contribuíram para a queda vertiginosa do PIB em 2015. De certo modo, isso acontece porque tais ações fundamentaram a elevação da inflação e a consequente perda da renda real do trabalhador. Ainda de acordo com José Luis Oriero, tal perda chegou a 6,9% no comparativo entre os trimestres finais de 2014 e 2015, sendo que o resultado dessa perda foi a forte contração nos gastos de consumo das famílias: “A aceleração das inflação resultou numa forte queda da renda real por trabalhador. A taxa de crescimento da renda real por trabalhador se reduziu de 0,7 % no 4° trimestre para -6,90% no 4 ° trimestre de 2015. Essa queda da renda real por trabalhador foi um dos fatores que explica a forte contração dos gastos de consumo das famílias (ORIERO, 2017, p. 80).

Em face disso, surge imediatamente a questão: qual foi o impacto da redução de 6,9% da renda real do trabalhador no número de matrículas da Universidade Beta em 2015? De acordo com uma estudo realizado pelo Instituto de Estatística da FEA-Beta, o impacto foi negativo, já que a instituição teve uma redução de aproximadamente 5,5% na totalidade das matrículas no comparativo entre os anos de 2014 e de 2015.

   Gráfico 4 – Número de matrículas da Universidade Beta no período 2012 -2015

Fonte:  Instituto de Estatística da FEA- Beta

Diante desse péssimo cenário, a Universidade Beta desejou inicialmente reduzir os seus custos operacionais para o segundo semestre de 2016, pois acreditava que dessa forma responderia a nova exigência do mercado educacional brasileiro. Destarte, chegou a cogitar as demissões tanto de professores quanto de funcionários da área administrativa, já que tal ação reduziria a folha mensal de salários.

Contudo, ela optou por consultar a matriz BCG antes de realizar tais demissões devido à capacidade dessa matriz de indicar a taxa de crescimento do mercado educacional na região do grande ABC (Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul).

Como se sabe, a matriz BCG é uma análise gráfica desenvolvida pelo empresário americano Bruce Handersen na década de 70 cujo objetivo é detalhar a participação de um produto no mercado, bem como sua taxa de crescimento no mesmo.

   Figura 1 – Modelo de Matriz BCG

Fonte: Site Treasy Planejamento e Controladoria – Disponível em: https://www.treasy.com.br/blog/matriz-bcg/. Acesso em :22.08.2018.

Antes de tudo, deve-se informar que a matriz BCG é composta pelos seguintes fatores:

  1. Um quadrante de quatro partes
  2. Na primeira parte, a figura da estrela revela uma alta participação de um determinado produto no mercado, bem como sua alta taxa de crescimento.
  3. Na segunda parte, a figura do questionamento especifica a baixa participação de um produto no mercado, bem como sua alta de crescimento.
  4. Na terceira parte, a figura da vaca leiteira detalha a alta participação de um produto no mercado, bem como sua baixa taxa de crescimento
  5. Na quarta parte, a figura do abacaxi desvela a baixa participação de um produto no mercado, bem como sua baixa taxa de crescimento.

Após tal consulta, a Universidade Beta descobriu que se situa no quadrante do questionamento, já que possui uma baixa participação no mercado educacional do ABC, apesar do mesmo ter uma alta possibilidade de crescimento. Diante disso, ela resolveu cancelar as demissões projetadas anteriormente.

2.3 A gênese da Universidade Beta como empresa-cidadã

O objetivo deste item é descrever a gênese da Universidade Beta como empresa-cidadã após a crise financeira que assolou esta instituição no ano de 2016. Para tanto, é preciso especificar as duas propostas de soluções gerenciais possíveis para o déficit de R$ 100.000,00 que foi registrado no Balancete de 31/12/2016.

2.3.1 Proposta de Solução n° 1 – Vantagem competitiva – Redução de custos

Antes de tudo, deve-se assinalar que o único caminho viável para a Universidade Beta suplantar o referido déficit é a consolidação de uma vantagem competitiva em relação às suas concorrentes, posto que somente assim aumentará substancialmente o número de matrículas.

Mas, de que forma isso é possível? De acordo com GHEMAWAT (2006, p. 25), existem basicamente duas formas de vantagens competitivas: a) redução de custos; b) criação de um diferencial de qualidade. Diante disso, a Universidade Beta optou inicialmente por realizar um estudo sobre as possíveis fontes de redução de custos, pois acreditava que assim estimularia a entrada de novos alunos através da diminuição dos valores da matrícula e da mensalidade.

De antemão, a Universidade Beta descobriu que pagava salários aos docentes acima daqueles pagos pelas demais Universidades da região do Grande ABC, porque tal força de trabalho tinha uma sólida formação acadêmica, além de muito tempo na instituição. O gráfico a seguir revela tal situação:

Gráfico 5 – Média dos salários dos docentes – Universidades Beta, Alfa, Gama e Ypsilone – Ano de 2016

Fonte: Instituto de Estatística da FEA- Beta

Em face do exposto, a Universidade Beta propôs a substituição dos professores com mais de cinco anos de instituição por outros docentes, visando a diminuição de 40% da folha salarial mensal. Ou seja, tal diminuição faria a Universidade reduzir sua folha de pagamento de aproximadamente R$ 160.000,00 para R$ 95.000,00.

Ademais, também propôs a transformação de algumas disciplinas presenciais para disciplinas EAD, tais como Gestão da Educação Não-Escolar, Economia e Mercado, Democracia e Cidadania e Diversidade e Multiculturalismo. Com isso, a Universidade Beta economizaria algo em torno de R$ 30.000,00, visto que poderia colocar mais alunos nas salas virtuais.

Destarte, a Universidade Beta praticamente eliminaria seu déficit primário de R$ 100.000,00, já que economizaria R$ 95.000,00. Contudo, o objetivo da mesma não é simplesmente excluir tal déficit, mas sim produzir um superávit primário de R$ 15.000,00. Para tanto, propôs uma redução de R$ 20.000,00 nos seus custos operacionais.

Entretanto, é mister reconhecer que tais propostas podem acarretar na perda da qualidade de ensino da Universidade Beta, visto que a substituição de docentes nunca é uma tarefa fácil devido a mudança na metodologia de trabalho. De acordo com Salazar et al (2009, p.13), o processo de redução de custos não deve fomentar a queda da qualidade de um serviço, pois do contrário diminuirá a procura pelo mesmo.

2.3.2 Proposta de Solução n° 2 – Vantagem competitiva – Criação de um diferencial de qualidade

Depois de realizar o estudo sobre as possíveis fontes de redução de custos, cabe a Universidade Beta procurar algum fator que a diferencie das demais Universidades da região do ABC. Por esta razão, edificou um pesquisa de mercado com seus alunos para encontrar esse fator.

No início dessa pesquisa, detectou que a maior parte dos seus discentes desejava que a Universidade Beta se transformasse numa empresa-cidadã. De certo modo, isso acontece porque eles acreditamque a função de uma instituição de ensino superior não é somente capacitar alguém para o mercado de trabalho, mas sim de promover o bem-estar social. Veja o gráfico a seguir:

Gráfico 6 – Pesquisa de mercado com os alunos da Universidade Beta (em %)

 

Fonte: Instituto de Estatística da FEA- Beta

Mas, de que maneira a Universidade Beta poderá se transformar em empresa-cidadã? Antes de tudo, ela motivará essa transformação contribuindo na formação da identidade cultural do seu discente, pois dessa forma o transformará em cidadão crítico. Logo, é uma tarefa da Universidade Beta incluir aulas de humanidade em todos os seus cursos, tais como a filosofia, a sociologia, as artes e a antropologia, já que assim estimulará a reflexão do seu aluno em torno da condição existencial do Universo.

Ademais, a Universidade Beta também motivará essa transformação caso promova o aprofundamento do juízo estético-reflexivo da comunidade que está ao seu redor, contribuindo assim para a identidade cultural dessa comunidade. Destarte, cabe-lhe edificar ações culturais que despertem o senso crítico do grupo social que a circunda, tais como peças de teatro, saraus, musicais e oficinas de pintura.

Por fim, a Universidade Beta também fomentará sua transformação em empresa-cidadã caso minimize as desigualdades sociais no Brasil. Para que isso aconteça, necessita-se que ela invista em projetos filantrópicos que objetivam o bem-estar do próximo, tais como a Ação da Cidadania, A Educaçãodo Futuro, Palhaços do Futuro, etc. De acordo com Ashley et al (2005, p.37), o resultado desse investimento é a melhoria da imagem da Universidade Beta perante os universitários da região do ABC, visto que se trata de uma instituição de ensino particular que não busca somente otimizar seus lucros.

Quadro 1 – Propostas adotadas

Teoria / Conceito TeóricoSituação diagnosticadaProposta
Redução de CustosVantagem competitivaDemissão dos professores com mais de 5 anos de economia (expectativa de economia de R$ 65.000,00)
Redução de CustosVantagem competitivaTransformação de algumas disciplinas presenciais para EAD (expectativa de economia de R$ 30.000,00)
Redução de CustosVantagem competitivaRedução de despesas operacionais (expectativa de economia de R$ 20.000,00)
Criação de um diferencial de qualidadeVantagem competitivaIncluir disciplinas de humanidades em todos os seus cursos (incremento de R$ 40.000,00 nas receitas)
Criação de um diferencial de qualidadeVantagem competitivaEdificar ações culturais para a comunidade que está ao seu redor (incremento de R$ 45.000,00 na receita)

2.4 A Universidade-Beta como empresa-cidadã

O intento deste último item é apresentar o projeto da Universidade Beta de se transformar numa empresa-cidadã. Para que isso ocorra, necessita-se inicialmente detalhar os planos de ações das duas propostas gerenciais descritas no capítulo anterior, já que somente assim as mesmas se tornarão inteligíveis. Em seguida, é preciso demonstrar as razões pelas quais a Universidade Beta optou pela Proposta de Solução número 2 – Vantagem Competitiva – Criação de um diferencial de qualidade.

2.4.1  Os planos de ações da Universidade Beta

De acordo com o administrador Rômulo Campos, o plano de ação representa um instrumento da gestão que permite o acompanhamento de uma série de atividades: “Longe de ser um To Do List, o Plano de Ação é uma ferramenta de gestão que permite o acompanhamento e o avanço de uma série de atividades. Por meio dele é possível verificar o status de uma atividade, bem como o responsável pela mesma” (CAMPOS; não consta a data, p. 1).

Diante disso, nota-se a importância de se expor os planos de ações das duas propostas gerenciais descritas no capítulo 3, uma vez que somente assim as mesma se tornarão plenamente inteligíveis devido ao acompanhamento de todas as suas etapas. Destarte, começaremos pelo plano de ação da Proposta de Solução n° 1 – Vantagem competitiva – Redução de custos:

Quadro 2 – Proposta A – Vantagem competitiva – Redução de Custos Objetivo: Reduzir os custos em R$ 115.000,00

Ação DetalhadaPrazo para finalização / implementaçãoResponsável (área/indivíduo)
Demissão dos professores com mais de 5 anos de casa (Redução de R$ 65.000,00)2 Meses (Janeiro e Fevereiro de 2017)Recursos humanos – Responsável: Sra. Rita
Transformações de algumas disciplinas presenciais para EAD (Redução de R$ 30.000,00)3 Meses (Janeiro a Março/2017)Diretoria e Tecnologia – Responsáveis: Sr. André e Sr. Jorge
Redução de despesas operacionais (Redução de R$ 20.000,00)6 meses (Janeiro a Junho/2017)Diretoria, Tecnologia, Administrativo e Pedagógico Vários responsáveis

Quadro 3 Proposta B– Vantagem competitiva – Criação de um diferencial de qualidade Objetivo: Aumentar as receitas em R$ 120.000,00 com a entrada de 200 novos alunos

Ação DetalhadaPrazo para finalização / implementaçãoResponsável (área/indivíduo)
Obrigatoriedade de disciplinas de humanas em todos os cursos (Aumento de receitas em R$ 40.000,00)3 Meses (Janeiro a Março de 2017)Pedagógico – Responsável: Sra. Ana
Promoção de eventos culturais cujo objetivo é despertar a identidade cultural da comunidade (Aumento de receitas de R$ 45.000,00)6 Meses (Janeiro a Junho/2017)Pedagógico, Cultural, Administrativo e Tecnológico – Vários responsáveis
Investimentos em projetos sociais filantrópicos (aumento de receitas de R$ 35.000,00)11 meses (Janeiro a Novembro/2017)Diretoria, Tecnologia, Administrativo e Pedagógico – Vários responsáveis

Considerações Finais

Como foi visto na introdução do Capítulo 4, a Universidade Beta optou pela Proposta de solução número 2 – Vantagem Competitiva – Criação de um diferencial de qualidade.

Decerto, alguém pode arguir o seguinte: por que ela fez tal opção? Antes de mais nada, porque a Universidade Beta deseja manter intacto seu quadro de docentes, além de promover um superávit primário de R$ 20.000,00. Convém observar que este último será gerado a partir do ingressos de 200 novos alunos que proporcionarão um incremento de R$ 120.00,00 nas receitas desta instituição de ensino.

Ademais, ela também consolidou essa opção porque deseja fomentar uma nova forma de cultura organizacional no Segundo Setor – iniciativa privada – baseada na promoção do bem-estar social: “É essencial considerar o Segundo Setor como algo relevante e potencialmente dinâmico e não meramente lucrativo, com um papel vital a desempenhar na luta contra a pobreza, desigualdade e exclusão social” (CARDOSO, apud NETO; FROES, 2002, p. 7).

Por fim, a Universidade Beta optou pela Proposta de solução número 2 – Vantagem Competitiva – Criação de um diferencial de qualidade devido a possibilidade de contribuir de maneira indireta para a formação de um novo conceito de Estado. Como se sabe, este último se apresentou nas últimas décadas como o Welfare State, ou melhor, como o provedor exclusivo do bem-estar social. Contudo, atualmente ele visa “realizar o exercício pleno do seu poder social, controlando os excessos do mercado e dos burocratas perdulários, além de atuar em parceria com as empresas e a sociedade civil na busca de soluções duradouras para a eliminação do déficit social” (CARDOSO, apud NETO; FROES, 2002, p. 14).

Referências Bibliográficas

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MARX, Karl. Grundisse (traduction française). Paris: Édition Antropos, 1968.


[1] Propensão marginal a poupar”, em inglês.

[2] “Propensão marginal a consumir”, em inglês.

[3] Estado de providência”, eminglês. Para conhecer mais sobre o tema, conferir o texto do professor Gosta Esping- Andersen intitulado As três economias políticas do Welfare State. SP: Revista Lua Nova, número 24, setembro de 1991.

[4] Para conhecer mais sobre esta influência, ver o artigo da professora Ângela Ganem intitulado Adam Smith e a explicação do mercado como ordem social. Rio de Janeiro: Revista Economia Contemporânea, jul-dez/2000.

[5] “Um imenso progresso foi realizado quando Adam Smith rejeitou todas as formas particulares de atividade criadorade riqueza […], para considerar o trabalho sem mais, isto é, todas as atividades semqualquer distinção.Aestauniversalidade da atividade criadora de riqueza corresponde a universalidade do objeto, o produto sem mais, e tambémo trabalho em geral” (MARX, 2007, p. 1).

[6] “O primeiro que, tendo cercado um terreno, atreveu-se a dizer: Isto é meu, e encontrou pessoas simples o suficiente para acreditar nele, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras, assassínios, quantas misérias e horrores não teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, houvesse gritado aos seus semelhantes: ‘Evitai ouvir esse impostor. Estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não é de ninguém’” (ROUSSEAU, 2011, p. 203).


[1] Doutorando em Filosofia pela PUC-PR. Mestre em Filosofia pela PUC-SP. Especialista em Filosofia pela PUC-RS. Licenciado em Filosofia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela PUC-PR. Graduado em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Coordenador e Professor dos cursos de Pedagogia e Recursos do Centro Universitário Paulisttana. E-mail: andre.dalpicolo@unipaulistana.edu.br. ORCID: https://orcid.org/0009-0002-6100-2686