UNINDO AS PONTAS SOLTAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10801757


André Luis Hanum1


Este é um estudo feito baseando-se na literatura existente, onde é feita uma análise temporal de fatos que levam a uma suspeita da autoria de uma das  mais intrigantes obras: O Manuscrito Voynich. São apresentados dados obtidos na literatura que surpreendentemente levam a um foco claro e evidente. Como dizia Steve Jobs, é sempre importante conectar pontas. É o que foi feito.

This is a study is based on existing literature, where a temporal analysis of facts is made that leads to a suspicion of the authorship of one of the most intriguing works: The Voynich Manuscript. Data obtained from the literature are presented that surprisingly lead to a clear and evident focus. As Steve Jobs said, it is always important to connect ends. That’s what was done.

Michel de Nostradame, ou “Nostradamus”, nasceu em 1503 na França. Descendente de uma família Judia e convertida ao cristianismo. Herdou de seu avô dons de adivinhação, previsão, línguas diversas, enfim, seu avô lhe repassou desde cedo os vastos conhecimentos que tinha. Ingressou na Universidade de Avignon com 14 anos (ele era extremamente inteligente) para conseguir seu bacharelado, mas pouco mais de um ano depois, a universidade fechou suas portas por causa da peste negra. Após isso, em 1521 ele viajou por sua conta pelo interior, não se sabe para onde por oito anos pesquisando remédios à base de plantas (Figura 1).

Figura 1 – Unindo as pontas

Em 1529, depois de alguns anos trabalhando como farmacêutico (Figura 2), ele se matriculou na Universidade Montpellier onde se formou em medicina.

Figura 2 – Unindo as pontas

Após sua formatura,  ele continuou trabalhando como farmacêutico e ficou famoso por criar a “Pílula rosa” que supostamente protegia contra a peste e era feita de botões de rosa. Na verdade estes botões continham muita vitamina C, o que ajudou muitas pessoas a aumentarem sua imunidade. Em 1531 casou-se com uma mulher de nome incerto que lhe deu dois filhos, mas em 1534 sua mulher e os dois filhos morreram por causa da peste. Após isso ele viajou e quando retornou em 1545. Ele trabalhou avidamente junto aos médicos e ele mesmo sozinho contra a peste negra, sempre aconselhando as pessoas a se cuidarem, principalmente com a higiene corporal. (Figura 3).

Figura 3 – Unindo as pontas

Em 1547 ele se estabeleceu em Salon-de-Provence onde se casou com uma viúva rica chamada Anne Ponsarde que lhe deu seis filhos. Depois de outra viagem à Itália, Nostradamus começou a se afastar da medicina e ir à direção do “oculto”. Logo ele escreveu um almanaque para 1550. Ele ficou tão encorajado pelo sucesso de seu almanaque que escreveu um ou mais anualmente. Em conjunto, eles são conhecidos por conter pelo menos 6338 profecias, e também onze calendários. Foi principalmente em resposta aos almanaques que a nobreza e outras pessoas importantes de longe logo começaram a pedir horóscopos (Figura 4) e conselhos “Psíquicos”, embora ele esperasse que seus clientes fornecessem os mapas de nascimento nos quais eles seriam melhor baseados do que simplesmente calculá-los como um astrólogo profissional teria feito.

Figura 4 – Unindo as pontas

Quando obrigado a fazê-lo, com base nas tabelas publicadas do dia, frequentemente cometia erros e não ajustava os números para o local ou à hora de nascimento de seus clientes. Então começou seu projeto de escrever um livro de 1000 quadras, principalmente em francês, que constituem hoje em dia: As Profecias sem data pelas quais ele é amplamente conhecido. Sentindo-se vulnerável à oposição por motivos religiosos, ele desenvolveu um método para obscurecer seu significado usando sintaxe “virgilianizada”,  jogos de palavras e uma mistura de outras línguas, como o grego, italiano, latim e provençal. (Figura 5).

Figura 5 – Unindo as pontas

Depois de seus almanaques de 1555, que sugeriam ameaças não identificadas à família real, Catarina de Médici o chamou em Paris para explicá-las e elaborar horóscopos para seus filhos. (Figura 6).

Figura 6 – Unindo as pontas

Ele temia que fosse decapitado, mas antes de sua morte em 1566, ela o chamou para ser conselheiro real e médico em comum de seu filho, o jovem rei Carlos IX da França. Alguns relatos da vida de Nostradamus afirmam que ele tinha medo de ser perseguido por heresia pela inquisição, mas nem profecia e nem astrologia se enquadravam nessa categoria e ele só estaria em perigo se tivesse praticado magia. Os almanaques eram de longe as mais populares de suas obras e eram publicadas anualmente desde 1550 até sua morte em 1566. Nostradamus não era apenas um adivinho, curandeiro, astrólogo, médico, farmacêutico, tradutor, dentre outras profissões. Sabe-se que ele escreveu pelo menos dois livros sobre ciências médicas e um manuscrito conhecido como Orus Apollo. Também existem guardados na biblioteca municipal de Lyon mais de 2000 documentos originais relacionados a Nostradamus. Nostradamus alegou basear suas previsões publicadas na astrologia Potencial (Figura 7), sendo criticado por astrólogos profissionais da época por incompetência e por supor que sua “horoscopia comparada” ( a comparação de configurações planetárias futuras com aquelas que acompanhavam eventos passados conhecidos) poderia realmente prever o que aconteceria no futuro.

Figura 7 – Unindo as pontas

Fundamentos para unir as pontas

Manuscrito Voynich é um  manuscrito ilustrado, com 240 páginas, datado do século XV que contém um conteúdo incompreensível, ganhando a alcunha de “o livro que ninguém consegue ler”. Ao longo de sua existência registrada o mesmo foi objeto de intenso estudo por parte de muitos criptógrafos amadores e profissionais e todos falharam em decifrar uma única palavra. O manuscrito se tornou em um tema famoso da história da criptografia, contribuindo também para lhe atribuir a teoria de ser simplesmente um embuste ou uma possível fraude muito bem tramada por conter uma sequência arbitrária de símbolos. Porém, como o texto do código segue a Lei de Zipf, isso indica que o livro deve estar escrito em alguma linguagem desconhecida, ao invés de ser pura invenção.

Foi datado por carbono como sendo do começo do século XV,  mas a datação foi feita nas páginas do manuscrito, que eram de pergaminho de Vitelo, e não na escrita. A escrita pode ter sido feita depois. E há também desenho de girassóis originários da América. Portanto, a pintura só poderia ter sido feita bem depois de 1492. Há também o fato da tinta ser do século XV, mas as cores são do século XVI.

O livro ganhou o nome do livreiro polaco-estadunidense Wilfrid M. Voynich, que o comprou em 1912. O manuscrito nunca foi comprovadamente decifrado, e nenhuma das muitas hipóteses propostas ao longo dos últimos cento e doze anos foi verificada.

O volume do pergaminho é relativamente pequeno: 16 cm de largura, 22 de altura, 4 de espessura. São 122 folhas, num total de 204 páginas. Estudos consideram que o original teria 272 páginas em 17 conjuntos de 16 páginas cada. Outros falam em 116 folhas originais sendo que uma não foi encontrada.

Percebe-se, pelo desalinhamento à direita no fim das linhas, que o texto é escrito da esquerda para a direita, sem pontuação. A análise grafológica mostra uma boa fluência. No total são cerca de 170 mil caracteres, num conjunto de 20 a 30 letras que se repetem, além de cerca de 12 caracteres que aparecem apenas uma ou duas vezes. Os espaços indicam haver 35 mil palavras; os caracteres têm boa distribuição quantitativa e de posição; alguns podem se repetir (2 e 3 vezes), outros não, alguns só aparecem no início de palavras, outros só no fim; análises estatísticas (análise de frequência de letras) dão idéia de uma língua natural, européia, algo como inglês ou línguas românicas. Mas, como foi dito anteriormente, Nostradamus escrevia em códigos usando sintaxe “virgilianizada”,  jogos de palavras e uma mistura de outras línguas, como o grego, italiano, latim e provençal. (Figura 8).

Figura 8 – Unindo as pontas

Acompanha o texto uma quantidade significativa de ilustrações em cores que representam uma ampla variedade de assuntos; os desenhos permitem que se perceba a natureza do manuscrito e foram usados como pontos de referência para os criptógrafos dividirem o livro em seções, conforme a natureza das ilustrações.

Seção I (Fls. 1-66): denominada botânica, contém 113 desenhos de plantas desconhecidas.

Seção II (Fls. 67-73): denominada astronômica ou astrológica, apresenta 25 diagramas que parecem se referir a estrelas. Aí podem ser identificados alguns signos zodiacais. Neste caso ainda fica difícil haver certeza acerca do que trata realmente a seção.

– Seção III (Fls. 75-86): denominada biológica, denominação que se deve exclusivamente à presença de muitas figuras femininas, frequentemente imersas até os joelhos em estranhos vasos comunicantes contendo um fluido escuro.

Logo após essa seção vem uma mesma folha repetida seis vezes, apresentando nove medalhões com imagens de estrelas ou figuras que podem parecer células, imagens radiais de pétalas e feixes de tubos.

Seção IV (Fls. 87-102): denominada farmacológica – medicinal, por meio de imagens de ampolas e frascos de formas semelhantes às dos recipientes das farmácias antigas. Nessa seção há ainda desenhos de pequenas plantas e raízes, possivelmente ervas medicinais.

– A última seção do manuscrito Voynich tem início na folha 103 e prossegue até o fim, sem que haja nessa seção final mais nenhuma imagem, exceto estrelinhas (ou pequenas flores) ao final de alguns parágrafos.

Bem, o que se viu até agora, é uma imensa quantidade de elementos que ligam o Manuscrito Voynisch a Nostradamus.

Nostradamus não era um artista no ramo de pinturas. Seus desenhos são considerados sofríveis.

Na biblioteca municipal de Lyon, estão guardados mais de 2000 documentos originais relacionados a Nostradamus. Quando é que eles serão estudados ? Lá devem existir mais manuscritos importantes.

Finalmente, As conclusões podem ser duas:

1) O manuscrito Voynich é de autoria de Nostradamus e ele usou um vocabulário codificado  que ninguém consegue traduzir. As plantas não existiam na Europa naquela época. Foram colocadas lá apenas para ilustrar. Também elas fazem parte da criptografia de Nostradamus, seja para se proteger ou provar sua sabedoria.

2) A segunda hipótese é meio fantasiosa; Nostradamus em sua viagem de oito anos encontrou a terra oculta de Agartha. Agartha é uma terra desconhecida, situada dentro da  terra oca que possui uma civilização. Também se supõe que lá existem flora e fauna desconhecidas, e a linguagem é chamada de Vattan. Aí, nesta suposição, Nostradamus encontrou aquele reino escondido, aprendeu a língua e desenhou a flora e a fauna do lugar. Mas essa hipótese é apenas imaginável.

Referências 

1 – Wikipédia https://pt.wikipedia.org/wiki/Nostradamus

https://pt.wikipedia.org/wiki//Manuscrito_Voynich

https://pt.wikipedia.org/wiki/Agartha

https://pt.wikipedia.org.wiki/Discuss%C3%A3o:Agartha

https:PT.wikipedia.org/wiki/Terra_oca

2 – Yale University – https://collections.library.yale.edu/catalog/2002046?child

3 – History Channel – jean carlos Boyhot


1Engenheiro Metalurgista UFMG 1976 – Engenheiro Economista Fundação Dom Cabral 1982
email andre.hanum@gmail.com