UMA BREVE ABORDAGEM DO USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE FÍSICA EM AMBIENTE EDUCACIONAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10684691


Glauber Moraes Silva
Adinelson Machado Silva
Lucas Anderson de Lima Araújo
Ubaldo Nahum Ferreira Filho
Luciano Freitas Ramos
Rodrigo Araújo Pereira
Fabrício Augusto dos Santos Rodrigues


RESUMO: No presente trabalho discute-se sobre o uso das tecnologias da informação e comunicação no processo de ensino e aprendizagem de física em ambiente escolar devido a sua grande importância em sala de aula. O estudo possui como objetivo geral descrever a importância do uso das tecnologias da informação e comunicação no processo de ensino e aprendizagem de física em ambiente escolar e como objetivos específicos: abordar o uso das tecnologias da informação e comunicação no processo de ensino e aprendizagem de física em sala de aula; mostrar o embasamento legal da utilização desses recursos tecnológicos em sala; descrever os pontos da discussão sobre a utilização do atual currículo com a utilização das TIC’s no processo de ensino e aprendizagem do aluno. O estudo possui como fundamentos metodológicos a abordagem de uma pesquisa bibliográfica baseada em autores especializados no assunto estudado, onde buscou-se a solução e esclarecimentos na literatura existente e trabalhos acadêmicos publicados em anais de eventos e periódicos. O presente estudo visa contribuir para que os profissionais da educação e discentes dos cursos de graduação de licenciatura em especial o curso de física, conheçam a importância da utilização das tecnologias de informação e comunicação no processo de ensino e aprendizagem de física.

Palavraschave: tecnologia da informação e comunicação. ensino e aprendizagem. currículo. física.

ABSTRACT: This work discusses the use of information and communication technologies in the process of teaching and learning physics in a school environment due to its great importance in the classroom. The study has as a general objective to describe the importance of using information and communication technologies in the teaching and learning process of physics in a school environment and as specific objectives: to address the use of information and communication technologies in the teaching and learning process of physics in the classroom; show the legal basis for the use of these technological resources in the classroom; describe the points of discussion about the use of the current curriculum with the use of ICTs in the student’s teaching and learning process. The study has as methodological foundations the approach of a bibliographical research based on authors specialized in the subject studied, where the solution and clarifications were sought in the existing literature and academic works published in annals of events and periodicals. This study aims to help education professionals and students of undergraduate courses, especially the physics course, to know the importance of using information and communication technologies in the teaching and learning process of physics.

Keywords: information and communication technology. teaching and learning. Curriculum. physics.

INTRODUÇÃO

 No presente trabalho discute-se sobre o uso das tecnologias da informação e comunicação no processo de ensino e aprendizagem de física em ambiente escolar devido a sua grande importância em sala de aula e por se tratar de um assunto amplamente discutido pela comunidade acadêmica e cientifica na atualidade.

As discussões sobre a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s) no decorrer do processo de ensino e aprendizagem em física, no ensino básico, fundamental e principalmente no ensino médio, tem sido tema de inúmeros estudos nestes últimos anos. Observa-se no dia a dia do aluno em sala de aula, com o decorrer dos processos de construção de conhecimentos, tornam-se apropriados à utilização adequada das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) para fins educativos, considerando que estas tecnologias apresentam-se como uma nova barreira a ser superada pelo corpo docente da escola, onde a principal preocupação se encontra na identificação do estudante universitário com o objeto de estudo.

Há uma certa convergência nas pesquisas dos principais periódicos do país e debates nos encontros envolvendo docentes, pesquisadores e autores referente a utilização das TIC’s no processo de ensino e aprendizagem de física em sala de aula, onde a forma como vem sendo apresentada nos livros, revistas, artigos e consequentemente em sala de aula, está distanciada e distorcida do seu real propósito, conforme iremos observar no decorrer do presente estudo.

Iremos discutir brevemente sobre as TIC’s no processo de ensino e aprendizagem de física como recursos didáticos, a fim de facilitar a compreensão do aluno a respeito do ensino de física em sala de aula. Neste enfoque, buscar-se-á responder a seguinte problemática: Abordar a utilização das tecnologias da informação e comunicação como recursos didáticos facilitam o processo de ensino e aprendizagem de física em sala de aula?

O estudo possui como objetivo geral descrever a importância do uso das TIC’s no processo de ensino e aprendizagem de física em ambiente escolar, a partir do ponto de vista dos principais autores da área de física, mostrando assim, quais os benefícios diretos e indiretos com a utilização destas tecnologias como recursos didáticos para a aprendizagem do aluno. Como objetivos específicos: mostrar o embasamento legal da utilização desses recursos tecnológicos em sala; descrever os pontos da discussão sobre a utilização do atual currículo com a utilização das TIC’s no processo de ensino e aprendizagem do aluno.

O estudo possui como justificativa, contribuir para que as dificuldades encontradas pelos estudantes e professores durante a utilização das TIC’s no processo de ensino e aprendizagem de física em ambiente escolar sejam superadas, e que este trabalho possa vir a direcionar estudantes e professores a possíveis caminhos de superação.

METODOLOGIA

O estudo possui como fundamentos metodológicos a abordagem de uma pesquisa bibliográfica, não estruturada, baseada em autores especializados no assunto estudado, onde buscou-se a solução e esclarecimentos na literatura existente e trabalhos acadêmicos publicados em anais de eventos e periódicos, com isso, contribuindo para uma melhor compreensão da importância da utilização das TIC’s pelo corpo docente em ambiente escolar, a fim de facilitar o processo de ensino e aprendizagem do educando em sala de aula.

 Segundo Fachin (2006, p. 119): “A pesquisa bibliográfica é, por excelência, uma fonte inesgotável de informações, pois auxilia na atividade e contribui para o conhecimento cultural em todas as formas do saber”.

Trivinos (2012, p. 110) afirma que: “a maioria dos estudos que se realizam no campo Ciências Humanas e Sociais é de natureza descritiva e que exigem do pesquisador uma série de informações sobre o que se deseja pesquisar”.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para Levy (1999), na perspectiva de estudiosos sobre tecnologias educacionais em sala de aula, as TIC’s devem ser utilizadas como recursos metodológicos, a fim de agregar e facilitar o processo de ensino em ambiente educacional. Para dar conta dessa inserção no cenário educacional é solicitado aos professores novos saberes e competências para lidar criticamente com as TIC’s em seu dia a dia docente.

O teórico Kenski (2001) argumenta e defende ser necessário ao docente conhecer o computador, os suportes midiáticos e todas as possibilidades educacionais e interativas para aproveitá-las nas mais variadas situações de ensino-aprendizagem e nas mais diferentes realidades educacionais. Com isso, o professor ganha mais uma responsabilidade, tornando-se a assim o encarregado de uma grande responsabilidade – a de utilizar as TIC como recurso para construir e difundir conhecimentos em sua prática docente.

Já Coll & Monereo (2010) afirmam que os mais diversos recursos tecnológicos associados à capacidade de representar e transmitir informação, denominados tecnologias da informação e comunicação, e têm sido amplamente utilizados em diversos âmbitos de atividades humanas e com isso adentrando-se nas práticas educacionais e em seus mais diversos níveis de ensino.

É notório o professor, nos tempos atuais, se deparar com o estudante em uma realidade totalmente diferente da sua, onde o aluno moderno está totalmente imerso nos mais diversos recursos tecnológicos que a sociedade moderna oferece, muito diferente do passado do docente, no qual não existia o computador.  Observa-se que em muitos casos o computador não faz parte do cotidiano no ambiente escolar, porém, faz parte da realidade dos estudantes da escola em que atua.

Como forma de dinamizar e melhor o processo de ensino e aprendizagem em ambiente escolar, destacam-se as legislações e parâmetros curriculares que tratam e inserem de forma legal a utilização dessas TIC’s dentro das salas de aulas.

Com a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de dezembro de 1996, o ensino médio adquiriu contorno, pelo menos no texto legal, que vão além de um simples estágio propedêutico, diante disto, temos:

Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades:

I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III – a compreensão dos fundamentos científicos-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

A lei estabelece diretrizes para o currículo a ser praticado:

Art. 36. O currículo do ensino médio observará (…) as seguintes diretrizes:

I – destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência e das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;

II – adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes;

§ 1º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre:

I – domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna;

II – conhecimento das formas contemporâneas de linguagem; (Brasil, 1996, p. 18-19).

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica indicam, no entanto, que esses saberes e competências devem ser garantidos na formação dos professores, tanto inicial quanto continuada, onde se lê “[…] o professor deve ser capaz de fazer uso de recursos da tecnologia da informação e da comunicação de forma a aumentar as possibilidades de aprendizagem dos alunos.” (Brasil, 2002, p. 43).

O professor nessa realidade, no uso das TIC’s, desempenha um papel de relevância no ensino dentro de sala de aula, contudo, esses profissionais da educação precisam estar preparados para o bom manuseio e uso dessas ferramentas computacionais dentro de sala, com isso, tem-se que:

para se chegar neste patamar no qual os docentes tenham saberes tecnológicos, é necessário ultrapassar desafios, dentre eles: a formação ou a atualização dos profissionais, aumentar o nível de alfabetização digital no país, qualificar minimamente novos profissionais de nível técnico e superior, aumentar significativamente a formação de especialistas nas novas tecnologias em todos os níveis de todas as áreas nas novas tecnologias, fazer uso em grande escala das novas tecnologias de informação e comunicação em ensino a distância. (Takahashi, 2000, p. 53 e 54).

O corpo atual corpo docente das escolas possuem carências no uso das TIC’s no ensino dentro de sala, onde esses professores precisam ter a sensibilidade de buscarem se atualizar sobre o uso dessas ferramentas computacionais, dessa forma, favorecendo, facilitando e dinamizando as aulas em ambiente escolares.

Um dos grandes desafios que os professores brasileiros enfrentam está na necessidade de saber lidar pedagogicamente com alunos e situações extremas: dos alunos que já possuem conhecimentos avançados e pleno as últimas inovações tecnológicas aos que encontram em plena exclusão tecnológica: das instituições de ensino equipadas com as mais modernas tecnologias digitais aos espaços educacionais precários e com recursos mínimos para o exercício da função docente. O desafio maior, no entanto, ainda se encontra na própria formação profissional para se enfrentar esses tantos e outros problemas (Kenski, 2012, p. 103).

Dessa forma, criando no aluno um maior interesse pelo que está sendo explanado em aula, e potencializando a aprendizagem da maior quantidade de alunos possíveis, contornando assim, velhos problemas no decorrer do ensino dessas ciências.

“Para o ensino […] meramente propedêutico atual, disciplinas científicas como a Física, têm omitido os desenvolvimentos realizados durante o século XX e tratam de maneira enciclopédica […] os conteúdos tradicionais (Brasil, 1999, p.209).

Um outro dispositivo legal melhor se entendido sobre o processo de espaço a poderosas e inovadoras ferramenta para o processo de ensino e aprendizagem de aula, têm-se a confecção dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, tendo a sua versão mais recente disponibilizada no site do MEC, onde data-se do ano 2000. Nesse documento, no item que discute o papel da educação na sociedade tecnológica, se lê:

Não se pode mais postergar a intervenção no Ensino Médio, de moro a garantir a superação de uma escola que, ao invés de se colocar como elemento central de desenvolvimento dos cidadãos, contribui para a sua exclusão. Uma escola que pretende formar por meio da imposição de modelos, de exercícios de memorização, da fragmentação do conhecimento, da ignorância dos instrumentos mais avançados de acesso ao conhecimento e da comunicação (PCN – Parte 1,2000, p.12).

Todo conhecimento é socialmente comprometido e não há conhecimento que possa ser aprendido e recriado se não se parte das preocupações que as pessoas detêm. O distanciamento entre os conteúdos programáticos e a experiência dos alunos certamente responde pelo desinteresse e até mesmo pela deserção que constatamos em nossas escolas. Conhecimentos selecionados a priori tendem a se perpetuar nos rituais escolares, sem passar pela crítica e reflexão dos docentes, tornando-se, desta forma, um acervo de conhecimentos quase sempre esquecidos ou que não se consegue aplicar, por se desconhecer suas relações com o real (PCN – Parte 1, 2000, p. 22).

De modo geral, os PCN’s propõem um ensino sintonizado com os objetivos gerais e as diretrizes da LDB, com ênfase na interdisciplinaridade e no relacionamento entre ensino, ciência e tecnologia.

Em acordo com a LBD, a respeito da interdisciplinaridade, pode-se destacar o papel das TIC’s, onde devido aos avanços tecnológicos nos últimos anos, as disciplinas junto com as ferramentas computacionais tendem a oferecer uma maior interdisciplinaridade de forma mais efetiva e dinâmica no processo de ensino e aprendizagem dentro das escola, onde o computador ganha cada vez mais destaque nesse processo.

Conforme Johnson (2001, p. 24):

Os seres humanos pensam através de palavras, conceitos, imagens, sons, associações. Um computador que nada faça além de manipular sequências de zeros e uns não passa de uma máquina de somar excepcionalmente ineficiente. Para que a mágica da revolução digital ocorra, um computador deve também representar-se a si mesmo ao usuário, numa linguagem que este compreenda.

Durante o percurso do processo de ensino e aprendizagem, os estudantes irão confrontar-se com inúmeras dificuldades de aprendizagem no decorrer do ensino de física e outras áreas do saber, no entanto, na área das ciências mostram que as dificuldades estão mais presentes nas áreas de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias.

Os alunos sentem uma grande dificuldade em compreender conteúdos matemáticos e físicos. Logo, o docente tem suma importância na transmissão e na construção do conhecimento; a família deve acompanhar o processo de formação dos filhos; a escola deve oferecer estrutura e recursos didáticos necessários para promover uma aprendizagem duradoura aos seus alunos, estes são pressupostos que acreditamos que estão relacionados com as dificuldades de aprendizagem.

“[…] as competências maiores de um aluno no campo da Física estavam relacionadas à resolução de problemas numéricos em que a dificuldade não estava centrada no conceito Físico e, sim, nas relações matemáticas exigidas, nas operações efetuadas e na criatividade em desenvolver expressões algébricas para atingir resultados. Estas competências, ao serem desenvolvidas, propiciavam a criação de uma mentalidade pragmática em relação à Ciência […] Além disso, a simples manipulação de equações sem o questionar/dialogar com a teoria Física associada não abre espaço para discussões mais elaboradas, não oportuniza o exercício da argumentação. Pelo contrário, em nome de uma suposta essencialidade de se aprender certas coisas, que na maioria servem apenas para brutalizar o aluno e, se possível, imbecilizar o futuro adulto, não abrem espaço para o essencial na educação (D’ambrósio, 1994, p.14)”.

Sob esses olhares, observa-se uma clara inter-relação entre o ensino de física nas escolas com dificuldades do cotidiano dos alunos a qual estão inseridos, com isso, onde o simples ato se ensinar física nas escolas, de forma não contextualizada, visando a solução de problemas não relacionados com o dia a dia, acaba por tornar o futuro do aluno mais dificultoso, devido como o processo de ensino e aprendizagem do aluno em sala de aula ocorreu.

“O processo ensino-aprendizagem de Física vincula-se diretamente ao campo das estruturas cognitivas dos indivíduos, a aprendizagem cognitiva.  Neste sentido, discutir o processo escolarizado do ensino de Física requer uma identificação com as teorias cognitivas de aprendizagem, como forma de discutir os mecanismos que favorecem a compreensão dos conceitos e fenômenos físicos. Diversas são as teorias que têm sido propostas como forma de subsidiar o ensino nestes últimos anos, porém algumas podem ser vinculadas diretamente ao ensino de Física” (Rosa; Rosa, 2005, p. 9).

As TIC’s tornam-se de certa forma indispensável no cotidiano da vida do docente em ambiente escolar, onde essas ferramentas são uma maneira de subsidiar e dinamizar o ensino em sala, com isso, contornando as dificuldades no processo de ensino de ensino e aprendizagem de física.

No decorrer do processo de ensino e aprendizagem de física nas escolas, as TIC’s desempenham um papel de grande importância dentro das salas de onde, onde ao se utilizar essas ferramentas, podemos dizer sobre essa ótica: “…de processos interativos e cooperativos de ensino e aprendizagem, estimulando o raciocínio, novas habilidades, a criatividade o pensamento reflexivo, a autoria e a autonomia do estudante.” (Brasil, 2007, p.107).

O cognitivo do aluno, influência o processo de ensino de física do educando em sala, nesse ponto, as TIC’s no meio educacional proporcionam diferentes formas de abordagem da aula, a fim de proporcionar ao aluno formas mais participativas no ensino de física.

Dessa forma, para Kenski (2012, p. 32), “a tecnologia digital rompe com as formas narrativas circulares e repetidas da oralidade e com o encaminhamento contínuo e sequencial da escrita e se apresenta como fenômeno descontínuo, fragmentado e, ao mesmo tempo, dinâmico, aberto e veloz”.

O ensino de física nas escolas, vai além do que está sendo ensinado em sala, onde o ensino dessa disciplina, incentiva os alunos a questões relacionadas ao cotidiano, ao meio ambiente a qual estão inseridos e ao mundo onde vivem, sendo assim, ativando assim os interesses do aluno, devido a como o ensino é dado em sala de aula.

Segundo Santomé (1998, p. 229):

não existem interesses inatos, estes são consequência das situações experenciais nas quais as pessoas estão submersas. […] Isto significa que os interesses também podem ser gerados intencionalmente. […] As unidades didáticas integradas devem ser interessantes para o grupo de alunos ao qual se destinam. Portanto, será preciso selecionar cuidadosamente os tópicos que sirvam como organizadores do trabalho na sala de aula e apresentá-los de maneira atraente. O papel do professor estimulador e acrescentador de novos interesses e necessidades nos estudantes é fundamental.

Os conhecimentos de Física são importantes para o desenvolvimento dos discentes como um todo. Esta temática tem uma importância social e econômica fundamental, pois se trata de conteúdos essenciais para o desenvolvimento profissional e acadêmico dos envolvidos, uma vez que compreender a complexidade em que se encontra o mundo em dias atuais demanda entendimento prático de todas as ciências. O mercado de trabalho necessita cada vez mais de pessoas altamente qualificadas, além disso, frequentemente novos fenômenos surgem ou são descobertos pelas ciências.

As tecnologias voltadas ao ensino em sala de aula, tendo o corpo docente das escolas e universidades como principais mediadores no processo de ensino e aprendizagem do educando com a utilização dessas ferramentas são de grande importância para uma melhora do ensino nas instituições.

A inclusão digital dessas tecnologias pelos atores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem de física se torna necessário para uma melhora do aprendizado e ao mesmo tempo estimulando o aluno pelos assuntos que são abordados na disciplina de física, onde essas ferramentas através de simulações, animações e modelagens de exemplos práticos e do cotidiano, acabam por fomentar o interesse dos alunos a respeito dos temas abordados em sala de aula.

ampliando o conceito de tecnologias estaremos ampliando o conceito de inclusão digital, numa perspectiva de participação ativa, da produção de cultura e conhecimento, o que implica vontade e ação política, um amplo programa de formação continuada dos professores, visto serem estes os agentes promotores de processos educativos capazes de dar à população a oportunidade de participação na dinâmica contemporânea como sujeitos críticos, criativos, éticos, autônomos e com poder de decisão e produção. (Brito, 2006, p.16).

Com a inclusão digital, pode ser observado um maior interesse e participação do aluno por temas antes sem interesse pelo mesmo, devido a forma como o assunto era abordado em sala sem as ferramentas computacionais.

As ferramentas computacionais possuem o fator de poderem modelar exemplos do cotidiano, de forma clara, divertida e dinâmica, com isso, proporcionando em sala, uma aula mais participativa dos alunos com o tema abordado.

Com as TIC’s de forma mais imersa no processo de ensino e aprendizagem, os professores tornam-se junto com os alunos e ferramentas computacionais os atores principais no ensino de física, proporcionando uma maior participação dos alunos e aumentando o interesse por termas relacionais a física. 

Numa sociedade ancorada na circulação democrática de informações, conhecimentos e saberes, por meio das tecnologias de comunicação e informação, propõe-se a disseminação do seu uso para todos os atores envolvidos no processo educativo, com ênfase nos professores/as e estudantes, sendo necessária uma política de formação continuada para o uso das tecnologias pelos/as educadores/as (CONAE, 2010, p. 72).

CONCLUSÃO

  Atualmente, observa-se que o atual currículo em suma é defasado, onde observa-se que o aluno é exclusivamente um receptor de informações, não havendo troca de conhecimento entre aluno e professor, e o professor não instigando a criatividade e conhecimento de mundo do aluno.

Com o passar dos anos, o currículo de física mudou, adquirindo assim um caráter de diferenciação e exclusão, com isso, apenas uma minoria dos estudantes tinha condições de absorver os conteúdos ministrados em classe.

Os resultados de aprendizagem ao término dos estudos, os alunos saem com carências, e que muitas vezes o ensino é repassado de modo não contextual, o que dificulta o aprendizado dos alunos e promove desmotivação nas aulas, podendo levar o mesmo a evasão escolar.

No processo de ensino e aprendizagem de física requer uma prática experimental e inclusão das TIC’s, onde o currículo deve estar atualizado e de modo contextualizado ao cotidiano do aluno.

Observou-se nos artigos analisados um fator positivo na realidade e vivência educacional com as TIC’s, onde estes recursos tecnológicos são cada vez mais utilizados e implantados no cotidiano em sala de aula, e têm sido utilizadas com vistas ao desenvolvimento da criatividade de professores em atividade, professores em formação, estudantes universitários e alunos do ensino básico. O processo de inclusão digital dos professores e alunos é um fator determinante para o sucesso da implementação das TIC’s no processo de ensino e aprendizagem de física.

As TIC’s nos tempos atuais passam a ser uma ferramenta de suma importância, tendo em vista o seu alto poder de adaptação a realidade atual e o quão longe o ensino chega, podemos frisar o potencial das tecnologias para estimular o desenvolvimento de comportamentos criativos.

Contudo, é importante destacar que estes recursos sejam bem empregados, levando-se em consideração o contexto e os objetivos a serem atingidos. Diante do exposto, destaca-se a importância de formar e preparar os educadores para utilizarem essas ferramentas de forma intencional e correta.

A utilização das TIC’s em ambiente escolar por meio do corpo docente se torna necessário para que se tenha um melhor aproveitamento em sala no processo de ensino e aprendizagem do educando, a fim de facilitar a interação e a dinâmica em sala no ensino de física.

O ensino de física é diferente do implementado no século passado, bem como é diferente da década passada, onde o ensino se baseava na memorização de conceitos e fórmulas e meramente na resolução de exercícios, preparando o educando para a aprovação em vestibulares em todo o Brasil, sem se preocupar em saber se o aluno tinha ou não domínio do assunto abordado em sala.

O presente estudo visa contribuir para que os profissionais da educação e discentes dos cursos de graduação de licenciatura, em especial o curso de física, compreendam a importância da utilização das TIC’s no processo de ensino e aprendizagem de física, contribuindo para que o docente de física possa transmitir com facilidade os assuntos de física, e que os alunos consigam perceber a importância desta disciplina no seu cotidiano.

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