REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10039115
Andréia Nascimento De Camargo1
Leonardo Davi Monteiro Dos Santos2
Priscila Perez Barrochello3
Raissa Martho Mazzanati4
Denise de Fatima Rodrigues5
RESUMO
A Síndrome de Veia Cava Superior (SVCS) ocorre quando há obstrução da veia cava superior. As causas mais comuns da SVCS são as malignidades, sendo o câncer de pulmão do subtipo histológico de pequenas células a segunda principal causa. Os autores descrevem um caso de síndrome de veia cava superior por carcinoma neuroendócrino de pequenas células (tipo oat cell) em uma paciente tabagista com queixa de tosse, dispneia, edema e pletora facial. O alívio dos sintomas obstrutivos representa o tratamento inicial. A radioterapia não deve ser indicada empiricamente, já que requer o diagnóstico histológico de malignidade.
Palavras-chaves: Síndrome veia cava, Diagnóstico, Radioterapia.
ABSTRACT
Superior Vena Cava Syndrome (SVCS) occurs when there is obstruction of the superior vena cava. The most common causes of SVCS are malignancies, with small cell histological subtype lung cancer being the second leading cause. The authors describe a case of superior vena cava syndrome due to small cell neuroendocrine carcinoma (oat cell type) in a smoker patient complaining of cough, dyspnea, edema and facial plethora. Relief of obstructive symptoms represents the initial treatment. Radiotherapy should not be indicated empirically, as it requires histological diagnosis of malignancy.
Keywords: Vena cava syndrome, Diagnosis, Radiotherapy.
INTRODUÇÃO
As neoplasias das glândulas adrenais são relativamente comuns em cães seniores e são normalmente tumores benignos. No entanto, a distinção entre benigno e maligno é difícil nestes casos, mesmo com biópsia da lesão, pelo que são utilizados critérios como o tamanho do nódulo e sobretudo a invasão de estruturas adjacentes como a veia cava, para classificar o tumor como maligno. Tumores com origem na medula da glândula adrenal segregam adrenalina e são denominados de feocromocitomas. As neoplasias com origem no córtex produzem esteróides, sobretudo cortisol, mas também aldosterona e hormonas sexuais.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Sintomas
Em muitos casos a presença de um nódulo na glândula adrenal é um achado sem sintomatologia associada. Noutros casos o tumor é funcional, isto é, produz em excesso um dos tipos de hormonas referidos anteriormente o que leva à demonstração de sintomatologia. Assim, no caso de excesso de produção de cortisol surgem sinais como aumento do consumo de água, aumento da produção de urina, aumento de apetite, perda de pelo, abdómen distendido (Síndrome de Cushing); no caso do Feocromocitoma, as hormonas produzidas são a adrenalina e noradrenalina e os sintomas são mais inespecíficos e dramáticos: hipertensão, arritmias e colapsos e morte súbita. Os Feocromocitomas são normalmente considerados como lesões malignas.
Diagnóstico
A ecografia é essencial para a detecção de uma lesão na glândula adrenal. Após a detecção da neoplasia adrenal é importante realizar uma urianálise e medição de pressão arterial para detecção de sinais associados à Síndrome de Cushing ou Feocromocitoma- baixa densidade urinária, hipertensão, proteinúria. Caso a história e o exame físico sejam sugestivos de uma lesão funcional, a medição seriada do cortisol sanguíneo está indicada através da realização de um teste denominado de Teste de Supressão com Dexametasona a doses Baixas. A TAC tem vindo a ganhar popularidade nos casos em que a ecografia não é conclusiva ou no planeamento de cirurgia.
Tratamento
O tratamento poderá envolver cirurgia, tratamento médico, tratamento médico combinado com cirurgia, ou apenas vigilância. A cirurgia é o tratamento mais eficaz para lesões unilaterais ou com elevado potencial de malignidade (suspeita de feocromocitoma, ou lesões grandes). No entanto, a cirurgia é complexa e possui elevados riscos anestésicos e pós-operatórios e deverá ser realizada por um cirurgião experiente e com o apoio de uma vigilância pós operatória intensiva. O tratamento médico com Trilostano é útil para controlar os sintomas associados à Síndrome de Cushing pensando-se que poderá também ter alguma utilidade no controle da neoplasia, ainda que por motivos desconhecidos. No caso dos Feocromocitomas a utilização de bloqueadores alfa pode também ajudar no controle da sintomatologia. A quimioterapia convencional não é eficaz neste tipo de neoplasias. A vigilância está indicada para lesões pequenas, não funcionais e devendo ser realizados controles periódicos para detectar qualquer crescimento rápido da massa, o que fará alterar o plano terapêutico.
Prognóstico
O prognóstico é bom para cães assintomáticos e com lesões pequenas. Massas grandes, com invasão local e Feocromocitomas possuem um prognóstico reservado.
CONCLUSÃO
O carcinoma neuroendócrino, também chamado de carcinoide intestinal, é uma neoplasia que já foi reportada em caninos, felinos, equinos e bovinos. Devido ao pequeno número de casos há sugestão de que esse neoplasma tenha um comportamento agressivo e múltiplas metástases, principalmente no fígado. Por afetar as células neuroendócrinas, esse tumor tem potencial para produzir uma gama de hormônios que variam conforme a localização do tumor. Nos casos relatados um na porção proximal do jejuno e outro na porção proximal do duodeno, havia a produção em excesso pelas células neoplásicas de, respectivamente, serotonina causando um quadro de diarreia e gastrina que levou à gastrina.
REFERÊNCIAS
Centro hospitalar Veterinário https://www.chv.pt/pt/unidades/oncologia/neoplasiaadrenal/detalhe.html. Acesso em 15 de Outubro de 2023.
RCFMC Revista cientifica 2018. https://www.chv.pt/pt/unidades/oncologia/neoplasiaadrenal/detalhe.html. Acesso em 15 de
Outubro de 2023.UFSC Patologia veterinária 2022. https://patologiaveterinaria.paginas.ufsc.br/2018/10/. Acesso em 15 de Outubro de 2023.
1Graduando do curso de Bacharel em Medicina Veterinária. Faculdade Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP), Salto, São Paulo, Brasil
2Graduando do curso de Bacharel em Medicina Veterinária. Faculdade Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP), Salto, São Paulo, Brasil
3Graduando do curso de Bacharel em Medicina Veterinária. Faculdade Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP), Salto, São Paulo, Brasil
4Graduando do curso de Bacharel em Medicina Veterinária. Faculdade Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP), Salto, São Paulo, Brasil
5Docente orientadora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP), Salto, São Paulo, Brasil