REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10783923
Victor Mayrink Braga Silva Lima¹
Bianca Mirian Garcia Martins Castro¹
Carlos Alberto Aragão Adler Neto¹
Sara Olinta Cordeiro Nogueira Ferreira¹
Ana Beatriz Oliveira Sousa Martins¹
José Ribamar Carvalho Branco Neto¹
Juliana Siqueira de Sousa²
Laura Belchior Vilas Novas ³
Lara Rocha Duarte⁴
Kedson Mateus da Silva Milhomem Melo⁵
Resumo
Objetivos: Realizar uma análise acerca do manejo no que concerne à Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE),assim como os avanços tecnológicos que envolvem a mesma e as perspectivas no que tange ao futuro do manejo da comorbidade. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada a partir da busca por publicações científicas indexadas nas bases de dados: MEDLINE via PubMed, Cocrahne, Lilacs e SciELO. Os seguintes descritores foram utilizados: Doença do refluxo gastroesofágico; Desenvolvimento tecnológico; Tratamento. Ao final das buscas, 10 publicações atenderam aos critérios de inclusão e exclusão propostos, sendo elegíveis para o estudo. Resultados: Diante dos achados extraídos dos estudos selecionados, percebeu-se que os tratamentos preconizados para a DRGE possuem limitações, sendo um desafio em relação a esse tratamento, o alto custo dos medicamentos de maior efetividade, assim, avanços tecnológicos como o uso de terapias com Tratamentos manipulativos osteopáticos, podendo oferecer contribuições importantes para enfrentar as repercussões dessa doença, que tem sido considerada cada vez mais presente na sociedade. Conclusão: Este estudo permitiu refletir sobre a necessidade de garantir tratamentos efetivos para o indivíduo com DRGE, promovendo melhora na qualidade de vida e maior sobrevida, utilizando para tal novos medicamentos e novas tecnologias. o apoio médico e uma relação médico paciente efetiva se faz eficaz, assim como o estabelecimento de terapêuticas de acordo com a necessidade de cada paciente.
Palavras-chave: Doença do Refluxo Gastroesofágico, avanços tecnológicos, tratamento.
Summary
Objectives:To carry out an analysis of the management with regard to Gastroesophageal Reflux Disease (GERD), as well as the technological advances that involve it and the perspectives regarding the future of the management of the comorbidity. Methodology:This is a review integrative literature search, carried out by searching for scientific publications indexed in the databases: MEDLINE via PubMed, Cocrahne, Lilacs and SciELO. The following descriptors were used: Gastroesophageal reflux disease; Technological development; Treatment. At the end of the searches, 10 publications met the proposed inclusion and exclusion criteria, being eligible for the study. Results: Given the findings extracted from the selected studies, it should be noted that the treatments recommended for GERD have limitations, being a challenge in relation to to this treatment, the high cost of more effective medications, as well as technological advances such as the use of therapies with osteopathic manipulative treatments, which can offer important contributions to face the repercussions of this disease, which has been considered increasingly present in society. Conclusion: This study brought reflections on the need to guarantee effective treatments for individuals with GERD, promoting improved quality of life and greater survival, using new medications and new technologies for such purposes. medical support and an effective medical-patient relationship are effective, as is the establishment of therapies according to each patient’s needs.
Keywords: Gastroesophageal Reflux, technological advances, treatment.
1 Introdução
A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é uma condição médica crônica que afeta milhões de pessoas globalmente, provocando sintomas como pirose, tosse, regurgitação ácida e desconforto torácico. Essa doença ocorre quando o ácido gástrico e o conteúdo do estômago fluem para o esôfago devido ao enfraquecimento ou disfunção do esfíncter esofágico inferior (Lipham et al., 2015).Aproximadamente metade de todos os adultos relataram sintomas de refluxo em algum momento da vida, o que torna esse distúrbio digestivo uma das condições mais comuns vistas em ambulatórios (Yadlapati & Delay, 2019).
Evidenciando uma problemática de caráter global, tendo em vista o aumento dos índices de acometimento pela comorbidade, em termos epidemiológicos, algo que pode ser atestado com a análise de sua prevalência, estimada em torno de 27% na América do Norte, 23% na América do Sul e aproximadamente 25% na Europa (Gyayli & Fass, 2018; Mousa & Hassan, 2017).Estudos epidemiológicos sugerem que o refluxo gastroesofágico ocorre em aproximadamente 50% dos lactentes com menos de 2 meses de idade, 60 a 70% dos lactentes de 3 a 4 meses de idade e 5% dos lactentes aos 12 meses de idade. A relação homem-mulher é de aproximadamente 2:1 (Ferguson,2018).
O fenômeno de envelhecimento populacional, que inicialmente ocorreu nos países desenvolvidos, atualmente vem sendo cada vez mais percebido nos países em desenvolvimento. Segundo a Organização das Nações Unidas (2017), até 2050, a Ásia, a América Latina, o Caribe e a Oceania terão mais de 18% de sua população com mais de 65 anos. De acordo com O IBGE em dados coletados no ano de 2017,houve aumento de 18% na população com mais de 60 anos, considerando análise de 5 anos de dados, corroborando com os dados citados pela ONU (Lima,2023).Diante disso o consequente aumento da incidência da DRGE globalmente é notado.
Os fatores de risco para DRGE incluem, principalmente, idade avançada, alto índice de massa corporal (IMC), tabagismo, ansiedade, depressão e sedentarismo (Katzka & Kahrilas, 2020). Hábitos alimentares também são preponderantes e podem contribuir para o refluxo, o que inclui alimentação rica em gorduras, bem como em grande quantidade, sem rotina de horários para a realização. Assim, alguns fatores como a utilização de drogas a exemplo do tabaco, bloqueadores de cálcio e antidepressivos tricíclicos podem exacerbar os sintomas da DRGE (De Santiago et al., 2021).
Hodiernamente, tratamento com medicações para inibir a acidez estomacal são preponderantes, como os Inibidores da bomba de prótons (IBP), em associação com medidas não farmacológicas, acompanhamento nutricional e atividade física apresentam-se como o tratamento de primeira linha, com alta eficácia, para o manejo da doença. Entretanto, nem todos os pacientes portadores de DRGE ao estabelecerem tratamento, obtém melhora significativa, sendo assim, necessário o estabelecimento de novas pesquisas a fim de estabelecer protocolos de tratamentos mais eficazes a fim de minorar as intempéries geradas pela não eficácia dos tratamentos vigentes.
2 Metodologia
Trata-se de um estudo caracterizado como uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL), que possibilita a identificação, síntese e a realização de uma análise ampla na literatura acerca de uma temática específica (Silva et al.,2020). Dessa forma, foram utilizadas seis etapas para sua elaboração: (1) delimitação do tema e construção da pergunta norteadora da pesquisa; (2) levantamento das publicações nas bases de dados escolhidas; (3) classificação e análise das informações achadas em cada estudo ; (4) análise crítica das pesquisas selecionadas; (5) descrição dos resultados encontrados e (6) inclusão, análise crítica dos achados e síntese da revisão da literatura.
Assim sendo, a presente RIL tem como pergunta norteadora: “Quais são os desafios presentes no tratamento da DRGE e a influência dos avanços no que concerne ao tratamento da comorbidade a fim de proporcionar maior qualidade de vida?” Em seguida, para a construção deste estudo, foram utilizadas as seguintes bases de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE via PubMed), Cochrane, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO). Para complementar a busca utilizou-se o periódico Research, Society and Development; portais de Órgãos Governamentais (Diário Oficial da União do Brasil e Ministério da Saúde do Brasil );portais de Serviços de Saúde (World Health Organization, Fundação Oswaldo Cruz e GlobalMed).
Os estudos foram localizados a partir da busca avançada, realizada entre os meses de Novembro de 2023 e Fevereiro de 2024, sendo utilizados filtros em três idiomas (português, inglês e espanhol) e com datas de publicações entre os anos de 2020 a 2024. A escolha desse recorte temporal dos últimos 4 anos, se deu pela atualidade da temática, com artigos que contemplassem as palavras-chave: Doença do refluxo gastroesofágico, avanços tecnológicos e tratamento. Deste modo, foram incluídas publicações que englobasse a DRGE, bem como à correlacionando com situações de tratamentos promissores e desafios relacionados aos tratamentos já estabelecidos.
Para buscar os estudos científicos correspondentes aos objetivos desta RIL, foram utilizados os seguintes termos de pesquisa:(“Gastroesophageal Reflux”) AND (“thecnologies”) AND (“treatment”) Os descritores foram selecionados de acordo com os Descritores em Ciências da Saúde(DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH/PubMed). Todos foram combinados entre si por operadores: AND e OR. Ressalta-se que a busca de todos os descritores foi especificada por “Title/Abstract”.
Foram considerados elegíveis os artigos completos disponíveis nas bases de dados definidas; com período de publicação entre 2020 a 2024; nos idiomas português, inglês e espanhol; informações complementar utilizando-se periódico Research, Society and Development, portais de Órgãos Governamentais, de Serviços de Saúde e de Conselhos de Classe, como supracitados anteriormente que atendessem a pergunta norteadora. Foram excluídos manuscritos que não respeitaram o objetivo do estudo e a pergunta norteadora; assim como os resultantes de publicações entre os anos inferiores a 2020 e que estivessem na literatura cinzenta (publicações não catalogadas em formato impresso e eletrônico).
Utilizou-se o gestor de referências bibliográficas Mendeley versão 2.61.0, como ferramenta para auxiliar na seleção dos estudos e na condução da RIL.Na primeira etapa, um autor independente (VML e BMG) realizou a leitura e avaliação dos títulos e resumos dos artigos selecionados nas bases de dados, em conformidade com os critérios de inclusão/exclusão pré-definidos anteriormente, elegeram os artigos para leitura na íntegra. Não havendo quaisquer divergências entre os revisores sobre a inclusão dos manuscritos, ambos concordando com quais estudos atendiam os elementos necessários para responder à pergunta norteadora deste estudo.
3 Resultados e Discussão
A busca resultou na distribuição que se segue entre as publicações encontradas em cada base de dados: MEDLINE via PubMed (n=3873), Cocrhane (n=43), Lilacs (n=29), SciELO (n=4072) e Sites de órgãos governamentais e serviços de saúde (n=2),totalizando 8019 publicações. Em seguida, foram analisadas as publicações (n=326), depois excluídos os manuscritos duplicados pelo título e resumo (n=20).Posteriormente, a leitura na íntegra de cada título e resumo com emprego dos critérios de inclusão (n=126). Após a leitura e avaliação final dos estudos, foram selecionados 10 manuscritos incluídos nessa RIL. Para sistematizar o processo de seleção dos artigos optou-se pela metodologia Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta Analyses(PRISMA) (Moheret et al.,2009).As etapas deste processo estão descritas na forma de um fluxograma (Figura 1).
Figura 1. Fluxograma PRISMA de seleção dos estudos que constituíram a amostra.
Fonte:Autoria própria
Na Figura 2, é apresentado um gráfico dos artigos apresentados de acordo com a organização para análise de dados, obtendo-se as seguintes publicações selecionadas na base de dados empregadas na discussão do estudo: MEDLINE via PubMed (n=2), Cochrane (n=1), Lilacs (n=1) e SciELO (n=7), totalizando 10 publicações.
Figura 2.Distribuição dos estudos selecionados de acordo com as publicações elegidas na base de dados e porta eletrônico.
Fonte: Autoria própria
As discussões apresentadas no decorrer deste estudo foram distribuídas no Quadro 1,de acordo com a autoria, o tipo de estudo, bem como o objeto de estudo e os resultados e conclusões dos trabalhos. Ademais, os textos eleitos foram em seguida, submetidos à análise do conteúdo dos mesmos de maneira crítica.
Quadro 1. Referências distribuídas pelos tipos de estudo e objetos de estudo
Autor/Ano | Tipo de estudo | Objetivo do Estudo | Resultados/Conclusão |
Pinheiro, 2023 | Estudo qualitativo | Este artigo evidencia as abordagens cirúrgicas no tratamento da DRGE, com foco na fundoplicatura laparoscópica, esfincteroplastia endoscópica e cirurgia de refluxo endoscópico. | As abordagens cirúrgicas para a DRGE representam uma variedade de opções com benefícios específicos para diferentes pacientes. A fundoplicatura laparoscópica continua sendo uma técnica confiável e eficaz, enquanto os dispositivos de esfincteroplastia endoscópica oferecem uma alternativa menos invasiva com resultados promissores. A cirurgia de refluxo endoscópico, embora ainda necessitando de mais evidências de longo prazo, é uma opção que pode atrair pacientes que buscam uma recuperação mais rápida. |
Da Silva, 2022 | Estudo qualitativo | Avaliar novas evidências para o tratamento da DRGE, documentadas por meio de estudos clínicos e randomizados. | A partir do presente estudo, é notória a constante busca por novas evidências que possibilitem a terapêutica efetiva da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Em especial às condições de refluxo refratárias ao uso de inibidores de bomba de prótons (IBP) e à doença do refluxo não erosiva (NERD), novas intervenções são alvos de efetividade para o tratamento. No campo cirúrgico, tanto a cirurgia endoscópica para DRGE refratária ao IBP quanto a fundoplicatura endoscópica obtiveram bons resultados no contexto analisado. |
De Oliveira Rodrigues, 2023 | Estudo qualitativo | Reunir evidências para constatar a segurança do tratamento medicamentoso para DRGE em crianças. | O tratamento com IBP e até mesmo o uso off-label de metoclopramida podem ser benéficos como terapia anti refluxo na população pediátrica. |
Coelho, 2023 | Estudo qualitativo | Abordar quais são algumas das principais opções para o manejo não farmacológico de pacientes com a DRGE, principalmente em pacientes refratários ao tratamento farmacológico. | A compreensão do paciente sobre o sua enfermidade estar cem por cento afiliado ao sucesso do tratamento, onde os hábitos de vida como já evidenciado que é extremamente importante em todas as fases da moléstia. |
De Oliveira, 2024 | Estudo qualitativo | Abordar de forma ampla a DRGE abrangente sobre fisiopatologia, diagnóstico, mudanças no estilo de vida e tratamento medicamentoso. | A abordagem da DRGE envolve uma compreensão profunda da fisiopatologia, diagnóstico preciso e implementação de mudanças no estilo de vida, além do tratamento medicamentoso quando necessário. A integração desses elementos proporciona um manejo abrangente e eficaz para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com DRGE. |
Ferreira, 2022 | Estudo qualitativo | Analisar e verificar a efetividade do tratamento não farmacológico na abordagem inicial da DRGE. | Pacientes que realizam todas as mudanças no estilo de vida tendem a utilizar menos inibidor de bomba de prótons. No entanto, novos trabalhos precisam ser realizados para confirmar tais achados. |
Rezende, 2023 | Estudo qualitativo | Avaliar se o Esomeprazol e o lansoprazol são mais eficazes e toleráveis que o Omeprazol já incorporado ao SUS para o tratamento de Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) em adultos. | O esomeprazol era mais eficaz para cicatrização da lesão nos casos de esofagite erosiva, prevenção da mucosa do esôfago, maior controle de ácido no tratamento de curto prazo (4 e 8 semanas) de esomeprazol 40mg e tratamento de longo prazo (6 meses) de esomeprazol 20mg. A taxa de resposta no alívio dos sintomas, o esomeprazol 20mg e 40mg apresentou ser mais eficaz, especialmente, na azia e dor epigástrica. Quanto ao perfil de segurança, não houve diferença significativa entre as taxas de eventos adversos, todos medicamentos eram parecidos entre si. |
Ramos, 2023 | Estudo qualitativo | Identificar as medicações para tratamento manipulativo osteopático (TMO) na DRGE na população adulta. | O efeito do tratamento manipulativo osteopático (TMO) demonstrou benefício no controle de sintomas em todos os seis artigos. Sendo assim, apesar dos poucos estudos disponíveis sobre TMO em adultos com DRGE demonstrarem algum benefício no controle dos sintomas, a presente revisão de escopo considera que não há estudos de qualidade suficientes para a prática baseada em evidência. |
Coelho, 2022 | Estudo qualitativo | Sintetizar a problemática da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) e suas repercussões clínicas extra-esofágicas na otorrinolaringologia. | É muito importante para o médico entender que a DRGE gera sintomas otorrinolaringológicos importantes e que impactam diretamente na qualidade de vida do paciente, e que devem ser levados em conta na sua terapêutica para que esta seja efetiva. |
Navarro, 2023 | Estudo qualitativo | Analisar de que forma a nutrição pode interferir na sintomatologia da DRGE. | Observou-se melhoras nos sintomas da DRGE após aplicação da dieta mediterrânea e de uma dieta sem glúten (para celíacos). Em contrapartida, a sintomatologia foi agravada após a ingestão de carboidratos simples, refeições com alta carga glicêmica, alimentos ácidos e cítricos e parte da dieta rica em FODMAP (Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides and Polyols). |
Fonte: Autoria Própria.
Diante dos estudos analisados foram listados importantes medidas não farmacológicas que se mostraram eficientes no manejo da Doença do refluxo gastroesofágico, dentre elas é possível listar a mudança dos hábitos alimentares, tendo em vista que um dos fatores de risco para a comorbidade é a obesidade, e esta está correlacionada em grande parte dos casos com o alto consumo de alimentos ricos em açúcares e gorduras, agravando os sintomas da comorbidade, por conseguinte. Assim, é possível notar a melhora dos sintomas dos pacientes com a adesão de dietas ricas em proteínas e com baixa presença de carboidratos e açúcares, como citado por (LANGELA et al., 2018)‘‘Após a aderência de uma dieta mediterrânea típica com adição de alimentos ácidos, após algumas semanas quase todos os indivíduos relataram melhora na sintomatologia de refluxo gastroesofágico’’.
Além disso, a relação médico paciente se faz muito importante tendo em vista que a adesão do tratamento, seja este farmacológico ou não depende da confiança que o paciente detém sobre o profissional de saúde ao qual está propondo o seu tratamento. A compreensão do paciente sobre o sua enfermidade estar cem por cento afiliado ao sucesso do tratamento, onde os hábitos de vida como já evidenciado que é extremamente importante em todas as fases da moléstia (Coelho,2023).
Por conseguinte, a utilização de medidas farmacológicas para o tratamento, sobretudo dos Inibidores da bomba de de prótons é a medida mais aceita hodiernamente, tanto em quadros de DRGE erosiva como em quadros de DRGE não erosiva, estando entes classificados como leves ou moderados. Entretanto, é importante salientar que a mudanças de estilo de vida, sobretudo relacionadas a alimentação e atividades físicas, diminui o tempo de resposta às medicações sendo assim importantes no manejo da comorbidade.
Logo, dentre os medicamentos que englobam a classe farmacológica dos IBP’s o Esomeprazol em comparação ao Omeprazol se mostrou mais efetivo no tratamento da DRGE, entretanto o segundo é mais utilizado no Brasil pela sua disponibilidade no SUS e o menor custo.
Ademais, em casos em que há maior refratariedade, medidas cirúrgicas podem ser realizadas, A fundoplicatura laparoscópica continua sendo uma técnica confiável e eficaz, enquanto os dispositivos de esfincteroplastia endoscópica oferecem uma alternativa menos invasiva com resultados promissores (Pinheiro,2023).
Desse modo, é importante salientar que apesar de a Doença do refluxo gastroesofágico possuir tratamentos já estabelecidos, estes possuem múltiplos efeitos adversos e sua ação pode ser insuficiente em alguns indivíduos acometidos pela comorbidade como é citado por Pinheiro,2023 “Embora a DRGE possa ser tratada inicialmente com medicamentos antiácidos, muitos pacientes continuam a sofrer de sintomas persistentes, o que pode levar à busca por abordagens cirúrgicas para o tratamento”, assim, novas opções de tratamento se fazem importantes a fim de facilitar o manejo da doença, dentre estas opções uma importante a ser citada é a utilização do os tratamentos manipulativos osteopáticos (TMO),o mesmo demonstrou benefício no controle de sintomas em múltiplos estudos, sendo entretanto necessário que mais estudos sejam realizados para a realização da prescrição do mesmo na prática médica.
4 Conclusão
No presente estudo, foram sistematizados conhecimentos sobre o manejo da DRGE, as intempéries a serem contornadas referentes ao tratamento da mesma e estratégias de enfrentamento, assim como as novas estratégias de combate à comorbidade, expondo a perspectiva da doença.
Em suma, as novas tecnologias como uso de terapias com TMO, podem oferecer importantes contribuições para o enfrentamento da repercussões dessa doença, que vem sendo considerada cada vez mais presente na sociedade, tornando-se uma comorbidade de alto impacto para a saúde pública nacional assim como para a comunidade internacional. Observa-se que as dificuldades ressaltadas por este estudo foram principalmente, limitações quanto à disponibilidade pelo alto custo de medicações de alta efetividade por parte da população, apesar de serem medicações de fácil utilização, possuem má adesão ,estão associados a poucos efeitos colaterais.
Diante disso, tratamentos não farmacológicos, com medidas como mudanças de hábitos alimentares, e realização de atividades físicas se apresentam como medidas importantes para o manejo da comorbidade. Apesar de o uso de terapêuticas farmacológicas em casos de Doença do refluxo gastroesofágico não erosiva ser indispensável, com o uso de IBPS como primeira linha de escolha, havendo como medicamentos pertencentes a classe o Esomeprazol que possui maior eficácia de tratamento em comparação ao Omeprazol,para tratamento nestes indivíduos, apesar de estes possuírem limitações quanto ao uso.
Procedimentos cirúrgicos podem ser realizados em caso de DRGE úlcerada com rescindiva dos sintomas, na qual o tratamento farmacológico associado a mudanças nos hábitos de vida não se fazem efetivas. A fundoplicatura laparoscópica apresenta-se como a técnica cirúrgica mais utilizada.
Diante dos fatos expostos, estes indivíduos devem receber atenção especial nos cuidados da DRGE, pois encontram-se em situação de vulnerabilidade, no qual esses sintomas e podem ser aumentados ou minorados através da adesão ou não ao tratamento, sendo as novas alternativas para tal importantes ao diminuírem os impactos para os portadores de doença. Finalmente, salienta-se, que estas ações quando adotadas associadas às novas tecnologias, podem ajudar trazer grandes benefícios à população, reduzindo consideravelmente os problemas relacionados ao tratamento da comorbidade, além de atuar na prevenção de efeitos colaterais e melhorar a aceitação ao tratamento da doença. Vale ressaltar que, embora a o tratamento da Doença do refluxo gastroesofágico imponha desafios adicionais à atuação dos profissionais da área da saúde no Brasil e no mundo, tendo em vista as suas limitações, ela também colabora com o tratamento a qualidade de vida de milhares de indivíduos, sendo fundamental a manutenção de pesquisas acerca da temática, instituindo gradualmente melhores intervenções para o manejo de pacientes com DRGE.
Referências
LIPHAM, J.C., TAIGANIDES, P.A., LOUIE, B.E., … & DUNN, D. Safety analysis of first 1000 patients treated with magnetic sphincter augmentation for gastroesophageal reflux disease. Diseases of the Esophagus, 28(4), 305-311.
Yadlapati, R., & DeLay, K. (2019). Proton pump inhibitor–refractory gastroesophageal reflux disease. Medical Clinics, 103(1), 15-27.
Gyawali, C. P., & Fass, R. (2018). Management of gastroesophageal reflux disease. Gastroenterology, 154(2), 302-318.
Ferguson,T.D. , Gastroesophageal Reflux: Regurgitation in the Infant Population. Crit Care Nurs Clin North Am. 2018 Mar;30(1):167-177. doi: 10.1016/j.cnc.2017.10.015.
IBGE. (2020). Pesquisa nacional de saúde: 2019: percepção do estado de saúde, estilos de vida, doenças crônicas e saúde bucal: Brasil e grandes regiões / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento.
LIMA,Victor Mayrink Braga Silva , Bianca Mirian Garcia Martins Castro, Ana Alice de Araújo Scherer, Lais Mendes Lago, Leticia Bastos De Sousa, Antônio Frivaldo Marinho Neto, Francilene Nunes Oliveira de Melo, Ana Júlia da Cruz Morais, Sindy Maria Menezes Dourado, & Antônio Silva Machado. (2023). TRATAMENTOS PARA DOENÇA DE PARKINSON, DESAFIOS, AVANÇOS TECNOLÓGICOS E PERSPECTIVAS. Revistaft, 27(122), 04. https://doi.org/10.5281/zenodo.7996204.
Katzka, D. A., & Kahrilas, P. J. (2020). Advances in the diagnosis and management of gastroesophageal reflux disease. Bmj, 371(23), 3786.
De Santiago, E. R., Albéniz, E., Estremera-Arevalo, F., Sanchez-Vegazo, C. T., & Lorenzo-Zúñiga, V. (2021). Endoscopic anti-reflux therapy for gastroesophageal reflux disease. World Journal of Gastroenterology, 27(39), 6601.
Silva, C. C., Savian, C. M., Prevedello, B. P., Zamberlan, C., Dalpian, D. M., & Santos, B. Z. dos. (2020). Access and use of dental services by pregnant women: An integrative literature review. Ciência e Saúde Coletiva, 25(3), 827–835. doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232020253.01192018.
PINHEIRO, Greice Mara Barbosa et al. Abordagens Cirúrgicas no Tratamento da Doença do Refluxo Gastroesofágico: Discutindo as últimas inovações e eficácia dos procedimentos cirúrgicos para tratar a DRGE. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, v. 5, n. 5, p. 6499-6509, 2023.
DA SILVA, Andrew Pereira et al. Novas evidências no tratamento da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE): uma revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 11, n. 11, p. e237111133548-e237111133548, 2022.
DE OLIVEIRA RODRIGUES, Estela et al. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO PARA DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE) EM PACIENTES PEDIÁTRICOS. RECIMA21-Revista Científica Multidisciplinar-ISSN 2675-6218, v. 4, n. 1, p. e412633-e412633, 2023.
COELHO, Luciano Ribeiro; GOMES, Matheus Henrique Garcia. Doença do refluxo gastroesofágico: condutas para pacientes refratários ao tratamento clínico. 2023.
DE OLIVEIRA, Luana Trindade Sousa et al. Doença do refluxo gastroesofágico-uma revisão abrangente sobre fisiopatologia, diagnóstico, mudanças no estilo de vida e tratamento medicamentoso. Brazilian Journal of Health Review, v. 7, n. 1, p. 5487-5497, 2024.
FERREIRA, Felipe Bertollo et al. Efetividade do tratamento não farmacológico na abordagem da doença do Refluxo Gastroesofágico: Effectiveness of non-pharmacological treatment in addressing Gastroesophageal Reflux disease. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 7, p. 54227-54237, 2022.
REZENDE, Keyti Cristine Alves Damas; LIMA, Edmila Lucas; NASCIMENTO, Laís Cardoso. Eficácia e segurança do esomeprazol e lansoprazol comparados ao omeprazol para o tratamento de doença do refluxo gastroesofágico em adultos revisão rápida. 2023.
RAMOS, Carolinne Küll Leão et al. TRATAMENTO MANIPULATIVO OSTEOPÁTICO NA DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO: UMA REVISÃO DE ESCOPO. Revista Presença, v. 9, n. 20, p. 116-130, 2023.
COELHO, Jemima Ferreira et al. Repercussões extra-esofágicas da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) sob o ponto de vista da otorrinolaringologia. Revista Eletrônica Acervo Científico, v. 41, p. e9379-e9379, 2022.
NAVARRO, Laís Nanci Pereira et al. Impactos nutricionais na doença do refluxo gastroesofágico: uma revisão integrativa. Scire Salutis, v. 13, n. 1, p. 108-115, 2023.
1Acadêmicos de Medicina Universidade Ceuma – Imperatriz-MA
2Acadêmica de Medicina Universidade Ceuma Campus Renascença – São Luís-MA
3Acadêmica de Medicina Universidade Nove de Julho – São Paulo-SP
4Acadêmica de Medicina Afya Faculdade de Ciências Médicas – Ipatinga-MG
5Médico pela Universidade Ceuma – Imperatriz-MA