REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202411172052
Guilherme Rosales De Jesus
Orientadora: Profª. Dra. Melina Yasuoka
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo relatar o tratamento de uma ferida em membro de equino por meio de métodos alternativos, com ênfase em sua eficácia e impactos no processo de cicatrização. A ferida foi causada por trauma acidental durante passeio e, apesar do tratamento convencional inicial, foi adicionado o uso de barbatimão na ferida.
A abordagem terapêutica incluiu o uso de tratamentos alternativos, como fitoterápicos específicos para acelerar o processo de regeneração tecidual. O uso de plantas medicinais como Stryphnodendron barbadetiman, por exemplo, demonstrou benefícios por suas propriedades como anti-inflamatório e antimicrobianas, redução da inflamação e no aumento da vascularização local, minimizando o risco de infecções.
A monitorização clínica, associada à análise da evolução da ferida, indicou um progresso significativo na recuperação do membro, com redução do tempo de cicatrização em comparação com tratamentos convencionais isolados. Observou-se ainda menor formação de tecido cicatricial excessivo, o que contribuiu para a preservação da funcionalidade do membro afetado.
Conclui-se que os métodos alternativos, quando aplicados de forma integrativa e acompanhados por profissionais especializados, podem ser uma opção viável e eficaz no tratamento de feridas em equinos, representando um avanço significativo nas práticas veterinárias contemporâneas.
Palavras-chave: cicatrização. equinos. tratamento alternativos.
ABSTRACT
The aim of this study is to report the treatment of a wound on an equine limb using alternative methods, with an emphasis on their efficacy and impact on the healing process. The wound was caused by accidental trauma during a walk, and despite the initial conventional treatment, the use of barbatimão was added to the wound.
The therapeutic approach included the use of alternative treatments, such as specific phytotherapeutic agents to accelerate tissue regeneration. The use of medicinal plants such as Stryphnodendron barbadetiman, for example, showed benefits due to their anti-inflammatory and antimicrobial properties, reduction of inflammation, and increased local vascularization, minimizing the risk of infections.
Clinical monitoring, combined with the analysis of the wound’s progression, indicated significant improvement in the recovery of the limb, with a reduction in healing time compared to isolated conventional treatments. It was also observed that excessive scar tissue formation was minimized, which contributed to the preservation of the functionality of the affected limb.
It is concluded that alternative methods, when applied in an integrative manner and under the supervision of specialized professionals, can be a viable and effective option for treating wounds in equines, representing a significant advancement in contemporary veterinary practices.
Keywords: healing, equines, alternative treatments.
1. INTRODUÇÃO
Os equinos, por serem animais de esporte e lazer, são naturalmente predispostos a lesões e feridas cutâneas, muitas vezes de origem traumática. Sua natureza ativa e ágil, combinada com reações imprevisíveis, torna-os vulneráveis a acidentes e lesões. Quando não tratadas adequadamente, essas feridas podem levar a complicações graves, afetando não apenas o bem-estar do animal, mas também sua performance e qualidade de vida (Smith et al., 2020). Essas lesões podem resultar de uma ampla gama de fatores, incluindo quedas, colisões com objetos, práticas inadequadas de manejo e até interações com outros animais (Jones, 2019).
As feridas nos equinos são geralmente o resultado de traumas teciduais e podem se apresentar de diferentes formas, desde lesões acidentais, como cortes e lacerações, até feridas causadas por procedimentos cirúrgicos, como incisões planejadas. Independentemente da origem, é fundamental que essas lesões sejam classificadas corretamente para garantir o tratamento adequado e eficaz (Silva & Ferreira, 2021). A classificação das feridas deve levar em consideração diversos aspectos, como a extensão da lesão, o grau de contaminação, a quantidade de tecido comprometido e a presença ou não de infecção (Cox & Muller, 2019). Cada tipo de ferida possui um tempo de cicatrização específico, e o entendimento desses aspectos ajuda a definir o melhor protocolo terapêutico a ser seguido (Blackwell, 2018).
De acordo com estudos, a primeira etapa no tratamento de qualquer ferimento é a classificação detalhada da lesão. Feridas podem ser classificadas como limpas, limpas contaminadas, contaminadas ou sujas/infectadas, sendo que cada uma dessas classificações exige um tipo de abordagem terapêutica distinta (Jones & Lucas, 2020). Feridas limpas são aquelas que não apresentam sinais de infecção e têm baixa probabilidade de contaminação, enquanto feridas contaminadas ou sujas exigem intervenções rigorosas para evitar a proliferação de microorganismos patogênicos (Cox & Muller, 2019).
A alta atividade dos equinos, aliada à sua natureza imprevisível, contribui para que acidentes, principalmente envolvendo membros e extremidades, sejam comuns. As lesões cutâneas em equinos frequentemente ocorrem em regiões de fácil acesso a objetos externos ou durante práticas de manejo inadequadas (Simons, 2021). Além disso, o estresse e o esforço físico também podem aumentar a suscetibilidade a lesões, uma vez que os músculos e tecidos conjuntivos dos animais ficam mais tensionados e propensos a rupturas (Pereira, 2020).
Uma tendência crescente no manejo de lesões em equinos tem sido o uso de alternativas mais acessíveis e naturais no tratamento de feridas. O uso de fitoterápicos e outros produtos naturais, como ervas e substâncias de origem vegetal, tem se mostrado uma opção viável e de baixo custo para muitos criadores e profissionais da área veterinária (Smith & Dixon, 2022). Os fitoterápicos, por sua vez, possuem propriedades cicatrizantes, anti-inflamatórias e antimicrobianas, podendo ser uma boa alternativa ao uso de medicamentos convencionais, especialmente em locais onde o acesso a tratamentos mais caros é limitado (Blackwell, 2018).
A utilização de tratamentos fitoterápicos pode ser vista com ceticismo por alguns médicos veterinários, uma vez que, embora esses produtos possam apresentar bons resultados, a falta de evidências científicas robustas sobre sua eficácia em determinados contextos ainda é um ponto de debate (Silva & Ferreira, 2021). No entanto, a popularidade dessas alternativas é crescente, pois, além de serem de fácil acesso e custo reduzido, apresentam um baixo risco de efeitos colaterais, o que as torna atraentes para criadores de equinos, especialmente em áreas rurais (Jones, 2019).
A literatura recente aponta que os fitoterápicos mais comuns no tratamento de feridas em equinos incluem plantas como a arnica, o aloe vera e o calêndula, que possuem propriedades conhecidas de aceleração da cicatrização e redução da inflamação (Simons, 2021). A utilização desses produtos, quando bem orientada, pode contribuir para a redução do tempo de recuperação e evitar complicações como infecções secundárias (Pereira, 2020).
Este estudo tem como objetivo relatar a evolução do tratamento de uma ferida em um equino, apresentando uma análise detalhada das diferentes opções terapêuticas, com ênfase no uso de alternativas naturais e fitoterápicas. Através da revisão bibliográfica, busca-se apresentar um panorama atual sobre o manejo de feridas em equinos, destacando as vantagens, limitações e potencial dessas terapias no tratamento de lesões cutâneas, além de fornecer diretrizes práticas para veterinários e criadores que buscam opções mais acessíveis e eficazes (Smith & Lucas, 2022). A partir dessa análise, será possível compreender melhor as vantagens do uso de tratamentos alternativos no contexto veterinário, bem como contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos equinos, promovendo um processo de cicatrização mais rápido e com menos complicações (Ribeiro, 2021). A implementação de tais tratamentos pode também refletir em um manejo mais sustentável e menos dependente de medicamentos convencionais, o que, por sua vez, pode ajudar a reduzir os custos gerais para os criadores e profissionais da área (Silva & Ferreira, 2021).
2. MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi redigido com base em uma pesquisa aprofundada realizada em plataformas digitais renomadas, como Biblioteca Virtual em Medicina Veterinária e Zootecnia e National Center for Biotechnology Information (NCBI/Pubmed), base de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo), e Google Acadêmico. Para a elaboração deste estudo, foram selecionados artigos científicos pertinentes ao tema dos tratamentos alternativos em feridas de equinos, com ênfase nos últimos dez anos. Esses artigos foram escolhidos devido à sua relevância e ao fato de apresentarem dados atualizados sobre métodos terapêuticos inovadores e comprovados para o manejo de lesões cutâneas em equinos (Jones & Lucas, 2020; Silva & Ferreira, 2021). A pesquisa digital forneceu uma base sólida para o desenvolvimento do estudo, evidenciando a evolução dos tratamentos para feridas equinas, especialmente em relação ao uso de terapias naturais e alternativas.
Além da revisão bibliográfica, a pesquisa foi complementada por um estudo de caso, que envolveu a observação direta do tratamento de uma ferida em um equino. As informações obtidas a partir da literatura científica foram cuidadosamente analisadas e, em seguida, acompanhadas de forma prática a campo, por meio de anamnese detalhada e registro fotográfico da evolução da lesão. Esse acompanhamento clínico incluiu uma análise minuciosa do estado da ferida, considerando sua classificação inicial, os cuidados realizados e os métodos utilizados no tratamento, observando criteriosamente a evolução e tempo do estágio da ferida.
O protocolo terapêutico adotado para o tratamento da ferida foi o tratamento defendido por Cox & Muller (2019). Além disso, foi instituída a administração de amicacina, um antibiótico defendido por Pereira (2020). Para o controle da dor e a redução da inflamação, foi utilizado o anti-inflamatório Equipalazone, que ajudou a proporcionar maior conforto ao animal e a acelerar o processo de recuperação (Blackwell, 2018).
O acompanhamento da evolução da ferida foi realizado por meio de registros fotográficos periódicos, o que permitiu documentar de forma clara e objetiva as melhorias observadas no local da lesão. A comparação das imagens ao longo do tempo possibilitou avaliar de maneira mais precisa a eficácia dos tratamentos aplicados (Jones & Lucas, 2020). Após três meses de tratamento, observou-se uma significativa melhora no quadro clínico do animal, com a cicatrização quase completa da ferida, e a ausência de sinais de infecção ou complicações adicionais.Com base nos resultados satisfatórios obtidos, e fechamento completo da ferida, o equino foi considerado apto a suas atividades naturais, como passeios e interações habituais.
Este estudo também permite refletir sobre a importância da utilização de tratamentos alternativos no manejo de feridas em equinos, especialmente no contexto de cuidados a campo. A associação de métodos tradicionais, como o uso de bandagens e antibióticos, com alternativas mais acessíveis e eficazes, pode proporcionar uma recuperação mais rápida e menos invasiva, minimizando os riscos de complicações e melhorando a qualidade de vida do animal defendido por Simons, (2021) e Ribeiro (2021). Além disso, tratamentos alternativos, como os fitoterápicos, têm se mostrado eficazes no controle de inflamações e aceleração da inflamação, sendo eles: Açúcar, Barbatimão e Óleo de copaíba. Trazendo assim baixo custo, e melhor acesso às regiões de recursos veterinários limitados.
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Tratamento de feridas em equinos
O uso de antissépticos, antibióticos e anti-inflamatórios é amplamente recomendado no manejo de feridas em equinos, pois esses agentes ajudam na prevenção de infecções e no controle da dor e inflamação, fundamentais para uma recuperação rápida (McCauley & Pippin, 2015; Baxter et al., 2018).
3.2 Tratamentos fitoterapicos/naturais em feridas de equinos
O interesse por fitoterápicos na medicina veterinária tem crescido devido à eficácia desses tratamentos e ao seu perfil de segurança, especialmente quando comparados aos tratamentos convencionais. Vários estudos indicam que os fitoterápicos podem ser alternativas eficazes e de baixo custo no tratamento de feridas em equinos, com benefícios adicionais, como a redução da dor e inflamação (Gonçalves et al., 2020; Silva & Almeida, 2019).
3.3 Açúcar
As substâncias que contém açúcar em sua composição, como mel, melaço e xarope, apresentam grande potencial para o crescimento tecidual (RIBEIRO et al., 2019). Esse produto apresenta melhora na fibroplasia e reepitelização, possivelmente devido sua ação de atrair macrófagos sobre o local da lesão, assim como absorver umidade local e diminuir chances de infecção bacteriana (Seid;Birhan; 2019).
Observa-se que Reis et al. (2020) investigou sobre o uso do açúcar granulado no tratamento de feridas equinas, O tratamento com açúcar é simples e pode ser realizado duas vezes ao dia. Após a aplicação, recomenda-se a remoção do produto com água corrente para evitar acúmulo (Barro et al., 2015).
O uso de açúcar em feridas promove a formação de tecido de granulação e acelera o processo cicatricial. Estudos demonstraram que o açúcar pode ajudar na modulação da resposta inflamatória, estimulando a atividade dos macrófagos e favorecendo a regeneração tecidual (Xavier et al., 2022).
Conforme menciona Xavier (2022) as feridas tratadas com o açúcar aceleram o processo cicatricial,conforme um estudo realizado por Almeida et al. (2020), no qual 195g de açúcar foram utilizados em 100mL de água e demonstraram eficácia contra o Staphylococcus aureus. Essas características tornam esse bioproduto uma opção promissora para auxiliar no processo de cicatrização de feridas.
3.4 Barbatimão
O barbatimão conhecido Stryphnodendron barbadetiman,por suas propriedades comoanti inflamatório, o barbatimão se destaca por suas propriedades antimicrobianas como cita Hernandes et al (2010).
O barbatimão é rico em taninos, que são compostos fenólicos com propriedades adstringentes. Esses taninos precipitam proteínas nos tecidos lesados, formando uma camada protetora que favorece a cicatrização ao reduzir a permeabilidade e a exsudação da ferida (Martins et al., 2003). Estudos demonstram que o uso tópico do extrato de barbatimão pode acelerar o processo cicatricial em feridas equinas. Um relato de caso descreveu o tratamento de uma ferida proliferativa em um equino, onde o extrato de barbatimão foi utilizado como terapia complementar. Os resultados mostraram que a lesão regrediu totalmente sem recidivas, evidenciando a eficácia do fitoterápico na cicatrização (Paganela et al., 2014).
O extrato de barbatimão (Stryphnodendron barbadetiman) é usualmente preparado por meio da infusão da casca em água quente, um método simples, porém eficaz, para extrair os compostos 13 bioativos da planta. A solução resultante pode ser aplicada diretamente sobre a ferida, criando um ambiente favorável à cicatrização devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas. Estudos apontam que os taninos, compostos principais do barbatimão, têm a capacidade de acelerar o processo de regeneração tecidual, reduzindo a inflamação local e prevenindo infecções bacterianas (Barros et al., 2015; Oliveira & Souza, 2019).
A pomada de barbatimão também é utilizada, combinando o extrato com outros ingredientes para melhorar a hidratação e proteção da pele durante o processo cicatricial (Univittá, 2020). Em estudos comparativos, o barbatimão demonstrou eficácia superior em relação a outros fitoterápicos, como calêndula e babosa, no tratamento de feridas cutâneas em equinos (Argentino et al., 2017). A utilização do barbatimão não apenas promoveu uma cicatrização mais rápida, mas também reduziu a formação de tecido de granulação exuberante.
3.5 Óleo de copaiba
O óleo de copaiba tem sido muito utlizado na medicina veterinária por sua ação anti inflamatória, analgésica, e antimicrobiana, sua capacidade é citada nos estudos defendido por Pereira et al (2019) onde cita: “Estudos indicam que o óleo de copaíba tem atividade contra diversos patógenos, incluindo bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, além de fungos”.
O óleo de copaíba também tem demonstrado propriedades que favorecem a regeneração do tecido e a cicatrização de feridas. A resina de copaíba estimula a formação de tecido de granulação, acelera a epitelização e melhora a vascularização no local da ferida (Menezes et al., 2021).
O óleo pode ser aplicado diretamente sobre a ferida após uma limpeza adequada da área afetada. Em alguns casos, ele pode ser diluído com um óleo carreador, como o óleo de coco ou de amêndoas, para facilitar a aplicação e garantir que a substância atinja a área desejada de maneira mais eficaz (G1, 2020).
Estudos recentes mostram que o óleo de copaíba tem sido cada vez mais incorporado em protocolos terapêuticos, com evidências crescentes de sua eficácia. Em uma revisão sobre terapias alternativas no tratamento de feridas em equinos, Pereira et al. (2019) destacaram o óleo de copaíba como uma alternativa promissora devido às suas propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e regenerativas.
A escolha do óleo de copaiba como método terapêutico se justifica, pois, de acordo com Pereira (2019) o óleo de copaiba traz benefícios à cicatrização de feridas em equinos, atuando na ação anti inflamatória, e sendo benéfica em relação aos fungos e bactérias.
4. RELATO DE CASO
Neste caso, relata-se o caso de um equino, fêmea, com treze anos de idade, em um passeio com o tutor, apresentou um trauma e ferida cutânea na articulação do joelho esquerdo (carpo), em instantes o animal apresentou claudicação, e após 3 dias foi solicitado visita veterinária para inspeção da ferida.
Ao exame físico o equino apresentava edema no membro torácico esquerdo na região do rádio , claudicação ao se locomover e extravasamento do líquido sinovial. A temperatura retal, frequência cardíaca e respiratória se encontravam dentro da normalidade para a espécie. Realizou-se imediatamente administração de soro vitaminado para hidratação, administração de anti-inflamatório equipalazone sete ml por via intravenosa e aplicação de dezoito ml de antimicrobiano a base de Amicacina com amplo espectro de ação. Realizou-se no local da ferida limpeza com água e sabão, clorexidine e adição de bandagem. Na figura 1 temos as fotos do D0: dia do ocorrido, D2: antes do atendimento veterinário e D3: com medicação e bandagem.
Figura 1- Imagens da ferida no membro torácico esquerdo do equino antes e após a bandagem nos dias 0,2 e 3.
Fonte: Arquivo pessoal, 2022.
Figura 2- Ferida no membro torácico esquerdo do equino aberta para higienização e troca de bandagem no dia 10.
Fonte: Arquivo pessoal,2022.
Conforme observado na figura 2, a imagem D10 ilustra a evolução da ferida após dez dias de tratamento, com o uso de anti-inflamatório por três dias e aplicação de pomada de amicacina. A lesão apresenta-se com sinais de hipergranulação. Foi realizada a higiene local e a troca da bandagem.
Figura 3- Ferida no membro torácico esquerdo do equino aberta após quinze dias, Realizado higienização e troca de bandagem.
Fonte: Arquivo pessoal, 2022.
Conforme observado na figura 3, a imagem D15 revela a ferida com uma coloração menos intensa de secreção sanguinolenta. O uso do anti-inflamatório Equipalazone foi interrompido. Foi realizada apenas a troca da bandagem e a limpeza da lesão com solução de barbatimão.
Figura 4- Ferida com quarenta e cinco dias após ocorrido.
Fonte: Arquivo pessoal, 2022.
Conforme observado na figura 4, a imagem D45 demonstra a ferida quarenta e cinco dias após o acidente. Foi realizada a limpeza da região, com troca de bandagem a cada cinco dias, além da aplicação de pomada de barbatimão no local da lesão.
Figura 5- A imagem abaixo ilustra a ferida no membro torácico esquerdo do equino após setenta e oito dias após acidente.
Fonte: Arquivo pessoal, 2022.
Na figura 5, temos o membro do equino após setenta e oito dias, e sendo realizada a higienização adequada da ferida. O equino não apresentava mais claudicação, o edema havia diminuído significativamente e a lesão estava sem secreção sanguinolenta, com coloração menos intensa e em processo de cicatrização.
Figura 6- Equino após noventa dias com alta veterinária.
Fonte: Arquivo pessoal, 2022.
De acordo com a imagem apresentada anteriormente, após noventa dias de tratamento, com o uso de bandagens e medicamentos já finalizados, foi orientado ao proprietário (tutor) que o animal poderia retornar às suas atividades habituais, porém, com restrição de esforços físicos intensos.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreender os tipos de feridas é essencial para avaliação da evolução e definição de um tratamento adequado, prevenindo complicações e agindo de forma eficaz.
A revisão demonstra que os produtos naturais têm grande eficácia no tratamento de feridas cutâneas nos equinos, assim agindo de forma anti-inflamatória, antimicrobianos e antibaoxidantes. Assim trazendo de forma nutricional à pele e bordas de feridas.
Essas terapias auxiliam na aceleração da cicatrização, promove resposta inflamatória controlada, estimulam regeneração tecidual e o melhor bem estar ao equino.
A aplicação de forma otimizada promove a aceleração da cicatrização, promovendo recuperação dos animais, facilitando seu retorno às atividades esportivas de forma saudável. Os estudos revisados sugerem que terapias integrativas são uma opção promissora no tratamento de feridas em equinos.
6. REFERÊNCIAS
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