AUTISM SPECTRUM DISORDER: A REVIEW FOCUSING ON SKILLS REHABILITATION AND SOCIAL INCLUSION
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7879367
Marla Suellen Botelho¹
Kátia Regina Almeida de Souza¹
Aressa Naisa Furlan Fontana²
Enzo José Silva Vilela Marques³
Fernanda Souto Nezzo¹
Gabriela Marques Pimenta¹
Leticia Morais Silva¹
Maria Zilda Pereira Urias de Brito¹
Matheus Pereira Rosa³
Murilo Hernesto Menezes²
Nadine Geha de Deus¹
Nayara Cristine Pereira Goffi³
Pabulo Polizelli¹
Phabola Souza de Carvalho²
Sóya Lélia Lins de Vasconcelos¹
Vitor Souza Carvalho²
RESUMO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) se configura em um conjunto de alterações globais que giram em torno das Funções Executivas, como a cognição em geral e das Habilidades Sociais, como a capacidade comunicativa. Os efeitos do Transtorno afetam diretamente o poder interativo entre o paciente e o ambiente onde está inserido, o que acarreta danos diretos na construção social da criança e adolescente com TEA. É sobre esse empecilho gerado pela condição do Transtorno, que se torna fundamental a intervenção precoce com métodos que auxiliam no ensinamento, modelagem e controle das funções executivas e habilidade social ora deficitária. A família em soma á profissionais especializados com métodos específicos, tornam-se os interventores para uma melhor qualidade de vida a essas crianças e adolescentes diagnosticados com TEA. Evidenciar a perspectivas dos pais de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista quanto as habilidades sociais e a inclusão. Configura-se em pesquisa de campo de caráter quantitativo e exploratório, a ter como suporte uma mídia social para coletagem amplificada de amostras para pesquisa. O suporte oferecido pelo Google Forms será a base de construção do questionário, que será transmitido para uma população direcionada, sendo esta, pais ou responsáveis de crianças ou adolescente com Transtorno do Espectro Autista. As bases de dados LILACS, PUBMED, MEDLINE, SCIELO, foram as entidades de buscar para construção da base teoria da literatura presente neste estudo, o que reforça e auxilia na no alcance dos objetivos pré-estabelecidos.
Palavras-Chave: TEA, Habilidades Sociais, Funções Executivas.
ABSTRACT
Autism Spectrum Disorder (ASD) is configured in a set of global changes that revolve around Executive Functions, such as cognition in general, and Social Skills, such as communicative ability. The effects of the Disorder directly affect the interactive power between the patient and the environment where they are inserted, which causes direct damage to the social construction of children and adolescents with ASD. It is about this obstacle generated by the condition of the Disorder, which becomes fundamental to early intervention with methods that help in teaching, modeling and control of executive functions and social skills that are sometimes deficient. The family, in addition to specialized professionals with specific methods, become the intervenors for a better quality of life for these children and adolescents diagnosed with ASD. Evidencing the perspectives of parents of children and adolescents with Autistic Spectrum Disorder regarding social skills and inclusion. It is configured in field research of a quantitative and exploratory character, to be supported by social media for amplified collection of samples for research. The support offered by Google Forms will be the basis for building the questionnaire, which will be transmitted to a targeted population, namely, parents or guardians of children or adolescents with Autistic Spectrum Disorder. The LILACS, PUBMED, MEDLINE, SCIELO databases were the entities to search for the construction of the literature theory base present in this study, which reinforces and helps in achieving the pre-established objectives.
Keywords: TEA, Social Skills, Executive Functions.
1. INTRODUÇÃO
Onzi e De Figueiredo (2015) apud Oliveira (2009) “autos” significa a “próprio” e “ismo” refere-se a uma orientação interna, pessoa, uma pessoa fechada dentro de si. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou simplesmente Autismo, configura-se como um Transtorno do neurodesenvolvimento a partir de duas entidades características, uma do ponto de vista comportamental restritiva e repetitiva e outra do ponto de vista comunicativo e interativo social, inicializado ainda nas primeiras fases da infância, com evolução gradual e crônica (MS, 2014). O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais edição 5 (DSM-5), elege como critérios clássicos para diagnóstico do TEA, o comprometimento qualitativo relativos á comunicação e interatividade social e padrões de comportamento (APA, 2014).
O transtorno de Espectro Autista apresenta subcategorias, e o grau de comprometimento pode enquadra-se em diferentes etiologias que apresentam graus de gravidade variados. (ONZI e DE FIGUEIREDO, 2015 apub GADIA, 2006). De forma chamativa, os casos de Transtorno do Espectro Autista vêm aumentando nas últimas décadas em torno do mundo (ONZI e DE FIGUEIREDO, 2015 apub SCHECHTER; GRETHER, 2008). Baio (2012) e López Méndez & Costa Cabanillas, (2015) foram precisos em estimar que cerca de 1% da população se apresenta com TEA, e em contínua elevação. Hsu, Ching, Lin e Lin (2012), apresentam forte hipótese que esse aumento se da pelas mudanças de critérios e aprimoramentos nos métodos diagnósticos.
Ocorre uma decadência na expressão das habilidades ligadas à cognição, como; reconhecimento das emoções e teoria da mente, a gerar um rendimento de interação social de baixa intensidade, comprometendo o caráter interpessoal do paciente com Espectro Autista (MARANHÃO e PIRES, 2017 apub SASSON, NOWLIN e PINKHAM, 2012). Bosa e Zanon (2016) declaram que a linguagem, funções executivas e a teoria da mente, apresentam inteira associação com o processo de relação social, sendo essas entidades danificadas no portado de TEA. Uma das características que imprimem direta definição de TEA é a dificuldade que os acometidos apresentam em desenvolver habilidades sociais e comunicação, sendo estes muito limitados. O processamento da linguagem não literal, ou seja, expressões de duplo sentido, ironias, metáforas, são comprometidas (MARCH-MIGUEZ et al., 2018 apub Rundblad e Annaz, 2010). Há uma evidente dificuldade em interpretar expressões faciais, gestou e tons de voz, em soma a isso, o contato visual torna-se um desafio (MARCH-MIGUEZ et al., 2018 apub SPENCE, 2003).
As crianças com espectro autista, desde os anos iniciais de vida, aparentam uma escassa necessidade de carinho, ausente imitação da fala ou gestos, não apontar ou mostrar objetos para as pessoas em volta, e contato visual comprometido. Normalmente, tais crianças pegam um objeto que lhe interessou, mas não o compartilha socialmente. (MARANHÃO e PIRES, 2017 apub BOSA, 2009; GILLET, 2015; GROSSMAN, CARTER e VOLKMAR, 1997).
Para melhor compreensão das características visualizadas em pacientes com TEA, o conceito de Funções Executivas se torna fundamental. As Funções Executivas (FE’s) se configuram em um conjugado de processos de natureza cognitiva e metacognitiva que viabilizam a regulação comportamental diante daquilo que o ambiente expõe e o processamento mental das informações colhidas do meio (DIAS, GOMES, REPPOLD et al., 2015). Barros e Hazin (2013) relatam que as FE’s apresentam trajetórias de desenvolvimento diversificadas e com plena maturação aos 20 anos.
Essa compreensão mais encorpada sobre a TEA associada ás FE’s, trás os conceitos de componentes “quente” e “frio”. O Componente quente da Função Executiva se relaciona às funções emocionais e motivacionais. O componente frio da Função Executiva relaciona-se a situações que não demandam respostas emocionais significativas (DIAS, GOMES, REPPOLD et al., 2015)
Observa-se então déficit sobre o aprendizado e expressão das habilidades sociais, assim como a Função Executiva prejudicada. Dado isso, é crucial a tentativa do ensinamento da criança com TEA, a detectar, diferenciar e reagir especificamente aos estímulos sociais mais básicos, a exemplo; olha para o próximo, interpretar regras e obedecer a instruções estabelecidas
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 As Funções Executivas e as Habilidades Sociais no Indivíduo Autista
O adolescente com Transtorno do Espectro apresenta um conjunto de manifestações clínicas específicas que o caracteriza dentro do Espectro Autista. Estes cursam com deficiência nas habilidades ligadas à cognição, como o reconhecimento básico das expressões e emoções. Isso torna o adolescente em uma posição complicada em termos de inserção social (MARANHÃO; PIRES, 2017).
O Conceito de Funções Executivas (FE’s) expresso por Hanna-Pladdy (2007) é um leque de habilidades de natureza cognitiva, circunstanciais para realizar ações e atividades que dependem do ato de planejar e monitorar o comportamento intencional relativo a uma meta ou demanda externa (LEÓN et al., 2013 apud HANNA-PLADDY 2007). A Adaptação indivíduo-ambiente se tornam possível através das Funções Executivas, dessa forma, estas se tornam indispensáveis para o direcionamento e controle das Habilidades Intelectuais, sociais e emocionais (LEÓN et al., 2013 apud LEZAK, 2004).
As FE’s se expressão inicialmente ainda no primeiro ano de vida e encorpam maior evolução entre 6 e 8 anos, em continuidade na adolescência e fase inicial da vida adulta. Ao delongo desse período diversas habilidades se desenvolvem, com definições e organização diferentes de acordo com os pesquisadores específicos da área (LEÓN et al., 2013 apud DIAMOND et al., 2007)
A Literatura a partir de pesquisas recentes, dividem as Funções Executivas em Básica, que esta diretamente relacionada com a flexibilidade da cognição, controle das inibições (autocontrole e autorregulação) e memória de trabalho. A parte complexa se relaciona com a resolutividade de problemas, o raciocínio e a capacidade de planejar (LEÓN ET AL., 2013 APUD DIAMOND; LEE, 2011). Crianças e adolescentes autistas apresentam falhas de relacionamento interpessoal, o que demonstra desvios no desenvolvimento das Funções Executivas ao delongo do crescimento (DIAS; GOMES; REPPOLD et al., 2015).
Uma marca importante que auxilia na identificação de adolescentes com TEA é a ausência ou redução significativa da brincadeira simbólica, que remete afeto direto das Funções Executivas nos planos da flexibilidade cognitiva e memória ocupacional (MARANHÃO e PIRES, 2017 apub WING, GOULD, GILLBERG, 2011).
Além dos acometimentos das Funções Executivas, se tem como outro déficit o desenvolvimento das Habilidades Sociais. As Habilidades Sociais se configuram em um conjunto de diversas classes de comportamentos sociais que estão presentes no indivíduo, que facilita e contribuem para efetivar as interações pessoa-ambiente (DEL PRETTE & DEL PRETTE, 2001). No TEA, os comportamentos básicos para proporcionar de forma efetiva o processo de socialização estão ausentes, como exemplo; contato visual direto, comunicação, obediência ás regras sócias, ou mesmo habilidades básicas necessárias para as atividades do cotidiano, isso dificulta a convivência social.
2.2 Intervenção sobre as Habilidades Sociais como fator de Inclusão
Existem autores que afirmam que o planejamento das intervenções do indivíduo autista deve ser pautado segundo a sua faz de vida. Por exemplo, o foco da terapêutica de crianças seria a fala, linguagem e interações social e em adolescentes seria grupos de habilidades sociais, terapia ocupacional e sexualidade.
Uma das características que definem o TEA é a dificuldade que possuem em expressar suas habilidades sociais e comunicação, o que os tornam limitados da interatividade social. As intervenções são objetivadas para que os indivíduos com Transtorno do Espectro Autista tenha a capacidade de aperfeiçoar suas Habilidades Sociais, a partir de orientações de como reagir a determinadas circunstâncias sociais, a partir disso, modelar suas forma de aprendizagem.
Existem inúmeros métodos de intervenção que apresentam como propósito básico, auxiliar no desenvolvimento das Habilidades Sociais dos indivíduos com TEA, a focar diretamente nas deficiências mais exaltadas. Segundo March-Miguez (2018) apud Mulas et al (2010) as intervenções de maior valor conhecidas são o Programa de Análise do Comportamento Aplicada Lovaas desenvolvida em 1987. Esta se configura em uma intervenção com abordagem precoce, que utiliza técnicas de alta intensidade com o processo do reforço, aprendizagem discriminativa e desmame gradativo dos estímulos básicos de apoio, até o indivíduo desenvolver uma autonomia das Habilidades Sociais ora defasadas por sua condição de base. Há também o Método TEACCH – Tratamento e Educação para Crianças com Autismo e outras dificuldades de comunicação, criada na década de 70, sendo caracterizado com um método clínico e psicoeducativo que visa proporcionar a criança e adolescente com TEA uma organização de seu espaço tempo. Dekker et al (2014) afirma também métodos mais atuais como, a intervenção familiar no processo de adaptação do adolescente com TEA e sua inserção social e o uso de tecnologias.
Cada adolescente com TEA apresenta suas características específicas, capazes de interagir com os meios externos de forma própria, o que torna inviável a formulação de uma estratégia de intervenção eficiente a todos os indivíduos, sendo necessárias várias estratégias intervencionistas que irá adequar-se a um paciente (MARCH-MIGUEZ, 2018 apud DE LA IGLESIA; PARRA, 2008)
2.3 Inclusão Escolar com papel integrador precoce ao indivíduo com TEA
Em termos legais e com respaldo na Legislação Brasileira, a chamada “educação especial” se refere a um método educativo escolar ofertado essencialmente na rede regular de ensino, para estudantes com alguma deficiência, Transtorno Global de Desenvolvimento e Altas Habilidades ou Superdotação, com a flexibilidade dos serviços apoiarem de forma especializada as peculiaridades de todos os indivíduos que se enquadra dentro das características pautadas em Lei. O método visa de forma transversal repassar a estratégia de inclusão para todos os níveis de ensino, fundamental para melhor forma de incluir todos ao sistema educacional (MACEDO et al., 2014)
Sobre o processo de inclusão no Brasil, o Governo Federal realizou a iniciativa de criar condições que facilitem o acesso de todos aos recursos pedagógicos de aprendizado. Em soma, também foi facilitado ferramentas de apoio aos profissionais para com o processo da inclusão escolar junto ao processo de organização do processo de aprendizagem com total foco na valorização das diferenças entre os indivíduos, no intuito de abarcar as necessidades de educação dos alunos. Essas Políticas iniciais foram os primeiros passos para formação especializada de profissionais educadores de crianças com deficiência, sendo que os programas nessa linha de atuação incentivam a coparticipação familiar no processo de desenvolvimento escolar da criança (BRASIL, 2013). Existem três pilares legais que fundamentam a inclusão da criança com Autismo no ambiente escolar, sendo o primeiro a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que inclui o indivíduo com TEA como alvo da educação especial (BRASIL, 2008b), o segundo a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista reforça o incentivo à formação e capacitação de profissionais especializados para realização das atividades com alunos que apresentam TEA (BRASIL, 2012) e o terceiro, Nota Técnica n. 24, divulgada pelo Ministério de Educação, onde apresenta orientações para os sistemas de ensino na efetivação de ações para a inclusão da pessoa com TEA (BRASIL, 2012).
A escola torna-se um ambiente que gere estímulo à criança com TEA, onde esta pode alargar o seu contexto de interação social e facilitar no desenvolvimento das Habilidades Sociais danificadas por sua condição. Logo, a escola se torna personagem que auxiliará na modelagem de interações interpessoal mais evidente, uma forma de adquirir habilidades de linguagem, de interatividade, de treino para interpretar emoções, expressões, ironias e metáforas daqueles em sua volta. Profissionais de diversas áreas discorrem sobre a importância da inclusão escolar à criança com TEA e sua ajuda na promoção da inserção social (LEMOS et al.,2016).
Para viabilizar o processo de inclusão da criança com TEA no ambiente escolar, esta deve sustentar e apoiar o profissional educador ao decorrer do processo, não que este não passe por frustrações ou sinta-se incapaz da realização do trabalho (CABRAL; MARIN, 2017 apud CASTRO, 2005). Nessa vertente o manejo em incluir crianças com TEA abre alas para diversas discussões sobre as melhores condutas e escolhas para enquadra a criança e ambientá-la junto às demais. Para isso, o educador deve apresentar habilidades para reconhecimento dos sinais que predizem que a criança apresenta TEA, para assim construir uma aula didática que facilite o aprendizado e inclusão (CABRAL; MARIN, 2017 apud FERRAIOLI; HARRIS, 2011).
2.4 A Importância do Diagnóstico e Reabilitação
As alterações iniciais expressadas pela criança com TEA são percebidas primeiramente pelos pais, sendo estes observadores de ocorrências fora da normalidade em comparação com outras crianças. Configura-se em um momento de incertezas e buscas por respostas. A partir do momento em que os pais de deparam com o diagnóstico de confirmação do filho com TEA, são fundamentais a estimulação deles na percepção que são personagens importantes para buscar algo a ser feito diante da realidade. (ONZI; DE FIGUEIREDO GOMES, 2015 apud SCHULMAN, 2002).
Sobre as manifestações clínicas do TEA, ocorre um leque de variedades, o que torna sua apresentação heterogênea. A expressão do Transtorno pode refletir em indivíduos mais atentos, outros mais, inteligentes, outros mais interativos (ONZI; DE FIGUEIREDO GOMES, 2015 apud FERREIRA, 2009).
Os pais como personagens importantes na percepção primeiras do comportamento do filho, podem ainda, tornar-se barreira para o diagnóstico e intervenções precoces, dado os sentimentos embaralhados sobre a realidade observada o que gera uma lentidão na busca de ajuda profissional (SCHMIDT, 2013). O Choro, a busca por um culpado, e a negação da doença do filho, é visualizado em muitos pais (ONZI; DE FIGUEIREDO GOMES, 2015 apud ARDORE; CORTEZ; REGEN, 2001). Atores fazem uma comparação entre a notícia recebida pelos pais do diagnóstico de TEA no filho com o luto (ONZI; DE FIGUEIREDO GOMES, 2015 apud OPPENHEIM et al., 2009).
Existem escassos métodos para avaliação diagnóstica do TEA, apesar de vasta literatura de estudos. Não é uma condição facilmente diagnosticada com marcadores biológicos a partir de interpretações laboratoriais e sim um transtorno que requer minuciosa avaliação psicológica e comportamental. A literatura enfatiza muito a interação familiar com a criança portadora do transtorno, sendo assim, um fator a ser destacada é a maneira como a informação do diagnóstico será repassada aos pais. Torna-se uma ação importante e complexa, mas necessária para criar um laço de confiabilidade entre a criança e o pais, e tornar o processo da comunicação do diagnóstico com menor estresse e menores chances de trauma (BOSA; SEMENSATO, 2013). Nessa vertente, é crucial essa ligação familiar frente a realidade, o que minimizar os danos psicológicos, auxilia na modelagem das Habilidades Sociais e Funções Executoras a partir da busca de mecanismos e auxílios profissionais, que estabelecem métodos facilitadores para alcançar o objetivo principal, que é estabelecer uma melhor qualidade de vida à criança e fornecer vias para lhe dar com suas limitações e desenvolvê-las socialmente, com melhor comunicação, linguagem e tomada de decisões de forma autônoma.
O diagnóstico fechado de forma precoce somado a aplicabilidade das intervenções também de forma precoce nas crianças com TEA, é um fator determinante e modificador do prognóstico, o que abarca uma maior velocidade no desenvolvimento da linguagem, maior facilidade na adaptação e interatividade social. A partir dessas intervenções mais antecipadas, gera maiores probabilidades na inclusão da criança nos diferentes ambientes sociais (ONZI; DE FIGUEIREDO GOMES, 2015 apud ARAÚJO; SCHWARTZAMAN, 2011.
3. METODOLOGIA
O atual estudo se constitui como uma Revisão de Literatura, com caráter descritivo. A estratégia de identificação e seleção dos estudos foi por busca na base de dados MEDLINE, PUBMED, LILACS e Google School. Os critérios de inclusão pré-determinados para compilar o referencial teórico são 1) Artigos que se alinhavam ao eixo temático proposto 2) Artigos em outros idiomas além do Português, como Inglês e Espanhol 3) Artigo com datação mínima de 2012. Entre os critérios de exclusão: 1) Artigos que discorriam sobre outros tipos de transtorno além do Transtorno do Espectro Autista 2) Artigo com datação inferior a 2012 3) Artigos com especificidade como crianças autistas com comorbidades. Os pesquisadores estavam sujeitos ao estresse de elaboração, coleta e análise dos dados ao delongo do desenvolvimento da pesquisa. Os benefícios sobrepõem qualquer risco, visto que, visa à evidenciação da importância em relatar da inclusão da criança e adolescente com TEA no leito social e buscar motivação nos leitores em participar como personagens deste processo de inserção social tão importante para a população que apresenta TEA. Afastando qualquer interesse pessoal ou financeiro relativos aos dados coletados, afirmando o puro interesse científico para avaliar características de prevalência pré-estabelecidas de acordo com os objetivos pautados na pesquisa
4. ONSIDERAÇÕES FINAIS
O Transtorno do Espectro Autista se transmuta em uma condição além de tudo social. O processo social de inserção dessa população se converte em desafio, dado que, a desinformação sobre o Autismo, o preconceito enraizado e a insegurança ou medo de se relacionar com um indivíduo autista ainda se faz presente. Nessa atmosfera, olhar para as habilidades sociais deficitárias de um adolescente com TEA e tornar-se o personagem de ensinamento dessas habilidades dispersas e desorganizadas, se torna um passo grandioso para proporcionar a inclusão social da pessoa autista.
Um dos fundamentos básicos da Declaração universal dos Direitos Humanos é “Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a Lei”. Independente do estado psicológico ou patológico, se deve respeitar, acolher e inserir as pessoas para o âmbito social. Em virtude da dificuldade das próprias limitações do adolescente com TEA e de sua aceitação completa nas instituições sociais como exemplo típico da Escola, não há uma justificativa humanizada mais pertinente do que buscar métodos de inclusão, aceitação, ensino de habilidades sociais, treino das funções executivas, com objetivo de modelar o indivíduo Autista a portar-se de forma mais interpessoal, interativa e responsiva, a fim de quebrar o tabu social de que autista não tem capacidade relacional, sendo que na verdade todo ser humano independente da circunstância tem capacidade de adaptação mesmo diante de limitações internas.
Focar no aprendizado das habilidades sociais, com intuito de inserção social do adolescente autista, portanto, se configura na proposta magna para construção do presente Projeto de Pesquisa, sendo que, requer esforço e motivação, dado as dificuldades encontradas dentro de uma sociedade ainda com pensamentos arcaicos e preconceituosos, mas sempre acreditando que o ser humano é capaz de aceitar o “diferente”.
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