REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202511181138
Carla Regina Ribeiro; Cadma da Silva Pereira; Cristhiane Taimara Haito; Eliane Gabriel de Lima Negraes; Denise Cristina Vargas Albuquerque; Daniela Falcão Nobre; Rafaela Rodrigues Gomes Alencar; Jessica Ribeiro Martins Lanis; Marcela Cristina Borges dos Santos; Márcia Viana Carlos Cardoso do Canto
RESUMO
O transporte neonatal pode ser definido como o ato de deslocar um recém-nascido de um local ou instituição para outro centro de atendimento, a fim de possibilitar a prestação de um nível de cuidados e/ou tipo de serviço que não está disponível na primeira instituição. Embora o termo transporte neonatal tipicamente descreva transferências inter-hospitalares de recém-nascidos de alto risco para instituições de nível terciário a fim de possibilitar a prestação de cuidados mais sofisticados, os princípios relativos ao transporte neonatal são igualmente importantes para a transferência intra-hospitalar do recém-nascido da sala de parto para o berçário de cuidados especiais, e também para o transporte de recém-nascidos de instituições de nível terciário de volta para seus hospitais de referência ou, às vezes, para casa. O ideal seria que o feto nascesse e fosse tratado em hospitais devidamente equipados e com funcionários adequados para seu cuidado. Sendo assim, fetos de alto risco só deveriam nascer em instituições de nível terciário. fetais.
Palavras-chave: Transporte aéreo neonatal, transporte neonatal, transporte aéreo de crianças.
ABSTRACT
Neonatal transport can be defined as the act of moving a newborn from one location or institution to another care center, in order to enable the provision of a level of care and/or type of service that is not available in the first institution. Although the term neonatal transport typically describes interhospital transfers of high-risk newborns to tertiary-level institutions to enable the provision of more sophisticated care, the principles relating to neonatal transport are equally important for the intra-hospital transfer of the newborn from the delivery room to the special care nursery, and also for the transport of newborns from tertiary-level institutions back to their referring hospital or, sometimes, home. Ideally, the fetus would be born and treated in hospitals that are properly equipped and have adequate staff to care for them. Therefore, high-risk fetuses should only be born in tertiary institutions. fetal.
Keywords: Neonatal air transport, neonatal transport, air transport of children.
Introdução.
O transporte neonatal pode ser definido como o ato de deslocar um recém-nascido de um local ou instituição para outro centro de atendimento, a fim de possibilitar a prestação de um nível de cuidados e/ou tipo de serviço que não está disponível na primeira instituição. Embora o termo transporte neonatal tipicamente descreva transferências inter-hospitalares de recém-nascidos de alto risco para instituições de nível terciário a fim de possibilitar a prestação de cuidados mais sofisticados, os princípios relativos ao transporte neonatal são igualmente importantes para a transferência intra-hospitalar do recém-nascido da sala de parto para o berçário de cuidados especiais, e também para o transporte de recém-nascidos de instituições de nível terciário de volta para seus hospitais de referência ou, às vezes, para casa. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
“O ideal seria que o feto nascesse e fosse tratado em hospitais devidamente equipados e com funcionários adequados para seu cuidado. Sendo assim, fetos de alto risco só deveriam nascer em instituições de nível terciário. Cautela especial com a anamnese pode identificar condições maternas e fetais que sugerem a necessidade de realizar o parto em hospital capaz de fornecer o nível apropriado de cuidado. Nesses casos, é preferível transportar a gestante antes do parto do que deixar que um feto de alto risco nasça em um ambiente não preparado para cuidar dele. Infelizmente, nem todos os fetos de alto risco são identificados com antecedência, nascendo em instituições que não atendem às suas necessidades. Nesse caso, é essencial entrar em contato imediato com a instituição de nível terciário para possibilitar um envolvimento precoce e oportuno dos especialistas no cuidado do recém-nascido”. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233) (negrito nosso)
II. Indicações
Deve-se considerar transporte inter-hospitalar se os recursos médicos ou funcionários necessários ao atendimento de um recém-nascido de alto risco não estiverem disponíveis no hospital que atualmente presta os cuidados. Como o parto de feto de alto risco nem sempre pode ser previsto, todas as instituições que atendem gestantes e recém-nascidos devem assegurar-se de que os funcionários que atendem os recém-nascidos (ou que atuam no período neonatal imediato) são proficientes na reanimação e na estabilização neonatal básica. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Após a estabilização inicial, a transferência para o centro neonatal regional de nível terciário deve ser acelerada. A equipe médica do centro que encaminha o recém-nascido deve contatar o serviço de transporte afiliado à unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) para providenciar a transferência e discutir um plano de manejo que otimize o atendimento ao recém-nascido antes da chegada da equipe de transporte ao hospital que faz o encaminhamento. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Os critérios para transferência neonatal dependem da capacidade funcional do hospital que faz o encaminhamento, conforme definido pela declaração de políticas da American Academy of Pediatrics sobre os níveis de cuidado neonatal e conforme ditado pelas diretrizes de saúde pública locais e estaduais. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
As condições que exigem a transferência para um centro de cuidados intensivos neonatais incluem:
Prematuridade e/ou peso ao nascer inferior a 1.500 g Idade gestacional inferior a 32 semanas Angústia respiratória com necessidade de suporte ventilatório (pressão positiva contínua nas vias respiratórias [CPAP], ventilação mecânica) Insuficiência respiratória hipóxica ou hipertensão pulmonar persistente Cardiopatia congênita ou arritmias cardíacas que demandam cuidados cardíacos específicos Anomalias congênitas e/ou erros inatos do metabolismo Lesão hipóxico-isquêmica grave Crises convulsivas Outras condições que demandam parecer do neonatologista e possível transferência:
Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
- Hiperbilirrubinemia grave que exija exsanguineotransfusão
- Filho de mulher diabética
- Restrição do crescimento intrauterino grave
- Peso ao nascer entre 1.500 e 2.000 g e idade gestacional entre 32 e 36 semanas
- Procedimentos indisponíveis no hospital que faz o encaminhamento (cirurgia, oxigenação por membrana extracorpórea [OMEC] etc.).
III. Organização dos serviços de transporte
Todos os hospitais com serviços de maternidade estabelecidos e serviços de assistência neonatal de nível primário ou secundário devem ter acordos com centros perinatais regionais que delineiam critérios para consultas perinatais e transferência neonatal.
A equipe de transporte da UTIN regional deve ter um diretor médico designado. A equipe de transporte deve seguir orientações práticas detalhadas em protocolos e procedimentos de fácil acesso, mantidos por escrito, e que deverão ser revisados periodicamente. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Equipes de transporte.
Equipes de transporte qualificadas devem ser compostas por funcionários com experiência em cuidados intensivos pediátricos/neonatais e treinamento nas necessidades de lactentes e crianças durante o transporte. Tais funcionários devem participar do transporte destes pacientes com frequência suficiente para manter seus conhecimentos atualizados.
Essas equipes consistem tipicamente em uma combinação de pelo menos duas ou três pessoas treinadas, e podem incluir uma ou mais das seguintes opções: enfermeira, profissionais de enfermagem neonatal, fisioterapeutas e médicos. Residentes de pediatria e colegas de subespecialidades podem integrar o componente médico de algumas equipes. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
“As competências da equipe de transporte devem ser avaliadas periodicamente, e as habilidades e o treinamento situacional devem fazer parte da rotina de educação continuada. Cada equipe de transporte deve ser supervisionada por um médico oficial responsável, que pode ser o neonatologista assistente. O médico responsável deve estar prontamente disponível para consulta por telefone, a fim de auxiliar no manejo do recém-nascido durante o transporte”. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233).
Tipos de equipes de transporte:
As equipes de transporte da unidade, compostas por funcionários envolvidos nos cuidados rotineiros ao recém-nascido na UTIN (enfermeiros, fisioterapeutas, profissionais de enfermagem neonatal etc.), são montadas quando é recebido um pedido de transporte. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Quando poucos recém-nascidos são transportados para a UTI neonatal, esse tipo de arranjo de pessoal pode ser mais custo-efetivo; no entanto, esse arranjo não tem a experiência e a perícia de uma equipe dedicada exclusivamente ao transporte Equipes dedicadas exclusivamente ao transporte são formadas por funcionários da UTIN especificamente selecionados para o transporte de recém-nascidos para o hospital e de volta para a unidade encaminhadora. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
“Esses funcionários não são atribuídos a pacientes específicos, embora possam ajudar a equipe da UTIN quando não estiverem envolvidos em atividades de transporte. É necessário haver um grande volume de transportes para justificar uma equipe dedicada exclusivamente ao transporte, que deve consistir em funcionários suficientes para atendimento em tempo integral. Esse arranjo de pessoal possibilita que os funcionários se dediquem a manter suas habilidades para o transporte seguro e eficiente dos pacientes”. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233).
Os modos de transporte incluem a ambulância e aeronaves de asa fixa (avião) e rotativa (helicóptero). O tipo de veículo escolhido dependerá das necessidades específicas de cada programa, como a distância de transporte prevista, a agudeza da condição do paciente e a área geográfica a ser coberta pelo veículo. Alguns hospitais adquirem, mantêm e asseguram seus próprios veículos, enquanto outros contratam estabelecimentos comerciais que alugam veículos capazes de acomodar o transporte de uma incubadora e dos equipamentos apropriados. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Embora o tipo de veículo escolhido para o transporte varie de acordo com as necessidades específicas do programa, os veículos escolhidos têm de ser equipados para estar de acordo com normas que garantam a segurança e a eficiência do transporte. Os veículos devem cumprir todas as diretrizes municipais, estaduais e federais para ambulâncias de transporte aéreo e/ou terrestre. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233).
O veículo deve ser grande o suficiente para possibilitar que, quando necessário, a equipe de transporte avalie e trate adequadamente os pacientes no trajeto para o hospital que o receberá. Devem ainda ser equipados com suprimento adequado de energia elétrica, gases medicinais (com capacidade de reserva, em caso de avaria) e sistemas de comunicação. Todos os equipamentos e macas devem estar devidamente fixados. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Cada modo de transporte – terrestre, asa fixa e asa rotativa – tem vantagens e desvantagens.
“O transporte terrestre ou por aeronave de asa rotativa tem a vantagem de uma resposta rápida, com serviço de transporte do paciente de um hospital para outro a uma distância de 160 a 240 km ou menos em cada trajeto, embora um serviço de asa rotativa seja mais caro. O transporte com aeronave de asa fixa é aconselhável para cobrir distâncias maiores (acima de 240 km cada trajeto), é moderadamente caro de operar e exige um aeroporto para pouso e uma ambulância em cada extremidade do voo para transportar o paciente entre o avião e o hospital”. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233).
Equipamentos.
A equipe deve levar consigo todos os equipamentos, medicamentos e outros insumos que possam ser necessários para estabilizar a criança no hospital que faz o encaminhamento. As equipes devem usar listas de verificação, antes da partida, para garantir que não foram esquecidos suprimentos e equipamentos vitais. Embalagens especialmente concebidas para o transporte neonatal estão disponíveis comercialmente. Tais embalagens ou outros recipientes devem ser abastecidos pelos membros da equipe de transporte, o que garante que eles saberão onde encontrar prontamente os itens necessários. Para o transporte aéreo, deve-se documentar o peso das embalagens estocadas. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Questões legais.
Nos EUA, o processo de transporte neonatal pode levantar questões legais, que variam entre os estados da federação. As equipes de transporte devem rever periodicamente todos os procedimentos de rotina e os formulários de documentação com a assessoria jurídica de seu hospital para garantir a conformidade com a mudança nas leis que regem o transporte de crianças e familiares acompanhantes (se houver). A equipe deve ter meios de entrar em contato por telefone com a assessoria jurídica adequada do hospital, quando necessário. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
É necessária cobertura de seguro por imperícia para todos os membros da equipe. O hospital de nível terciário deve decidir se o transporte é considerado uma atividade externa ou interna prolongada, o que pode afetar a cobertura necessária.
Nos EUA, a regulação do transportador varia de estado para estado e pode entrar em conflito com os objetivos do transporte. Por exemplo, alguns estados exigem que a ambulância pare no local de um acidente não atendido para prestar ajuda até que uma segunda ambulância chegue. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Equipamento da equipe de transporte:
Incubadora de transporte equipada com ventilador mecânico e monitores de frequência cardíaca, pressões vasculares, saturação de oxigênio e temperatura Aparelho de aspiração, Equipamento de administração de óxido nítrico, Bombas de infusão, Colchão preenchido com gel, Adaptadores para conectar em tomadas de alimentação do hospital e do veículo, Equipamentos de vias respiratórias, Bolsa de fluxo inflável com manômetro, Laringoscópios com lâminas 00, 0 e 1, Pinça de Magill Detectores de CO2, Bandeja de material para inserção de drenos torácicos e cateteres vasculares, Estetoscópio, Tanques de oxigênio, ar comprimido e óxido nítrico, Fonte de energia elétrica, calor e luz. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Suprimentos utilizados pelas equipes de transporte:
Cânulas para vias respiratórias, Compressas com álcool, Placas para imobilização do braço, Baterias, Benzoína, Cotonetes com iodo-povidona, Frascos para hemocultura, Braçadeira de esfigmomanômetro, Agulhas com butterfly: calibres 23 e 25, Drenos torácicos: 10 e 12 F e conectores, Tiras reagentes, Prancheta com formulários de dados de transporte, formulários de permissão, anotações de evolução e folheto para os pais, Tubos de cultura, Tubos endotraqueais: 2,5, 3, 3,5 e 4 mm, Máscaras faciais para recém-nascidos a termo e pré-termo, Tubos de alimentação: 5 e 8 F, Compressas de gaze, Luvas, estéreis e de procedimentos, Válvulas de Heimlich, Tubo intravenoso, Cateteres intravenosos: calibres 22 e 24,
Pinça de Kelly, Pomada lubrificante, Eletrodos de monitoramento e transdutores, Agulhas: calibres 18, 20 e 26, Tubo de oxigênio, Cateteres duplo J, Tubo nasogástrico, sonda de Replogle, Lâminas de bisturi nº 11, Aventais estéreis, Válvula luer para acesso IV, Estilete, Cateteres de aspiração: 6, 8 e 10 F e fitas, Material de sutura (fio de seda 3 a 0, 4 a 0, na agulha curva), Seringas: 1, 3, 10, 50 mℓ, Fita adesiva, Conectores T, Termômetro, Tubos para amostras de sangue, Cateteres umbilicais: 3,5 e 5 F (duplo lúmen), Bolsas de coleta de urina, Gaze vaselinada. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Fármacos usados no transporte:
Adenosina, Albumina a 5 %, Ampicilina, Atropina, Cálcio, Gliconato de cálcio, Dexametasona, Glicose a 50 %, Soro glicosado a 10 %, Difenil-hidantoína, Digoxina, Dobutamina, Dopamina, Epinefrina, Pomada oftálmica de eritromicina, Fentanila, Furosemida, Gentamicina, Heparina, Lidocaína, Midazolam, Morfina, Naloxona, Soro fisiológico, Pancurônio, Fenobarbital, Cloreto de potássio, Prostaglandina E1 (refrigerada), Bicarbonato de sódio, Água estéril para injeção, Solução oral de sacarose, Vitamina K1. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
IV. Responsabilidades do hospital que faz o encaminhamento Identificar a instituição de nível terciário apropriada para a transferência.
Veja-se, que para a realização de um transporte, sendo de tão alta complexidade, que rigorosamente as equipes devem estar sempre sintonizadas, para inclusive ambas se resguardarem, e para que tudo saia dentro dos protocolos, vejamos:
Se antes do nascimento se souber que o feto será transferido para uma instituição de atenção terciária (p. ex., feto com cardiopatia cianótica congênita), os pais e a instituição de nível terciária apropriada podem ser preparados para a transferência. A notificação imediata do hospital que receberá o recém-nascido propicia a implantação oportuna da equipe de transporte e a verificação da disponibilidade dos serviços necessários. Qualquer risco de doenças transmissíveis apresentado pelo paciente deve ser informado à instituição de nível terciário, ainda no momento do pedido de transferência. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233).
Documentação.
Os funcionários do hospital que faz o encaminhamento devem preencher os formulários administrativos necessários para a transferência, que incluem o termo de consentimento informado dos pais. Um resumo para transferência deve documentar os cuidados prestados ao recém-nascido no hospital que faz o encaminhamento. O médico do hospital que faz o encaminhamento geralmente continua sendo o médico responsável até que o paciente deixe esse hospital com a equipe de transporte. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
V. Responsabilidades da equipe de transporte
Ao receber o pedido inicial para a transferência, a equipe de transporte deve obter um resumo suficientemente detalhado do médico que faz o encaminhamento para decidir qual a composição apropriada da equipe e os equipamentos necessários. Essa comunicação é facilitada por uma lista de verificação com os acrônimos SAAR (Situação, Aspectos gerais, Avaliação, Recomendação) ou ISAARP (Introdução, Situação, Aspectos gerais, Avaliação, Recomendação, Perguntas). Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
“O médico oficial responsável ou o neonatologista assistente devem discutir a condição do paciente, os problemas esperados e os potenciais tratamentos com os membros da equipe antes da partida. As recomendações para o manejo (com foco na estabilização respiratória, cardiovascular e metabólica) devem ser comunicadas aos funcionários do hospital que faz o encaminhamento para a sua implementação antes da chegada da equipe de transporte. As intervenções relacionadas com o manejo das vias respiratórias e o acesso vascular devem ser específicas, e todas as recomendações devem ser documentadas”. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233).
Após a chegada na UTI do hospital que faz o encaminhamento, os membros da equipe de transporte devem se apresentar de modo claro e educado aos funcionários do hospital e familiares. Devem usar identificação adequada, com fotografia. O médico que fez o encaminhamento e o médico principal devem ser identificados e seus nomes registrados. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
A transferência de informações do paciente deve ser clara e deve haver acordo sobre quando a equipe de transporte assume a responsabilidade pelo manejo. O uso de listas de verificação para a comunicação (ver V.A.) diminui a probabilidade de omissão de itens importantes durante a transferência de informações. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
A equipe deve ser objetiva em sua avaliação e estabilização e trabalhar colaborativamente com os funcionários do hospital que faz o encaminhamento os quais devem ser incluídos nas seções do cuidado, quando apropriado.
Os pais devem ter a oportunidade de ver seu recém-nascido antes de a equipe deixar o hospital que faz o encaminhamento. Durante a reunião com a família, a equipe deve obter sua assinatura no termo de consentimento informado para a transferência e outros procedimentos previstos (incluindo transfusão de sangue, se indicado), bem como a revisão da política da equipe a respeito da permanência dos pais com o recém-nascido durante o transporte. As equipes de transporte devem receber, por escrito, as políticas em relação à presença dos pais durante o transporte terrestre ou aéreo. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Após a conclusão do transporte, a equipe deve ligar para os funcionários do hospital que fez o encaminhamento com uma revisão pertinente da condição do paciente e de como ele tolerou o transporte para a instituição de nível terciário. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
As equipes de transporte devem considerar um programa de treinamento ativo de aprimoramento para a equipe do hospital que faz o encaminhamento, que poderia incluir conferências, apresentações internas e revisões de casos clínicos. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
VI. Tratamento clínico antes do transporte
O tratamento clínico do recém-nascido que será transportado para a instituição de nível terciário pode ser otimizado enquanto a equipe de transporte está a caminho do hospital que faz o encaminhamento. Uma vez que a equipe está organizada, o neonatologista responsável pode discutir recomendações para o cuidado com a equipe do hospital que faz o encaminhamento. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Os pontos a seguir devem ser abordados pela equipe do hospital que faz o encaminhamento:
Estabelecer e manter um ambiente termoneutro, Garantir oxigenação e ventilação adequadas, Corrigir os déficits circulatórios e otimizar a pressão arterial com agentes inotrópicos, se necessário, Garantir que a concentração de glicose no sangue é adequada, Obter um acesso venoso umbilical, se indicado, Obter um acesso arterial umbilical, se indicado, Coletar material para as culturas apropriadas e administrar as primeiras doses de antibióticos, se indicado Colocar tubo nasogástrico e descomprimir o estômago, Obter dos pais a assinatura no termo de consentimento informado para o transporte, Obter cópias dos prontuários obstétrico e neonatal para a equipe de transporte, Obter cópias dos exames radiográficos e exames aplicáveis para a equipe de transporte, Preparar os pais para o transporte de seu recém-nascido e dar-lhes um tempo para ficarem com seu filho. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
VII. Transporte de volta para o hospital que faz o encaminhamento.
Se o recém-nascido estiver estabilizado, a maioria das viagens de regresso não tem intercorrências. A observação contínua direta do recém-nascido é uma das modalidades de monitoramento mais importantes.
“O benefício de manipular o paciente e mensurar os sinais vitais tem de ser avaliado em relação à possibilidade de extubação acidental ou perda térmica consequentes à abertura da incubadora de transporte. Em caso de deterioração clínica inesperada, a equipe de transporte precisa entrar em contato com o médico oficial responsável ou neonatologista, via telefone celular ou rádio, para discutir a condição do paciente e/ou plano de cuidados. Sirenes de ambulância e luzes piscando são usadas em raras circunstâncias, pois isso aumenta o risco de causar acidentes e não mostrou economizar tempo nem reduzir a taxa de mortalidade”. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233).
VIII. Chegada à UTIN
A equipe deve fornecer aos cuidadores da UTIN um resumo sucinto e completo da condição clínica do recém-nascido, além de cópias do prontuário do paciente e exames radiográficos do hospital que faz o encaminhamento. O uso de um roteiro padronizado de transmissão de informações garantirá que informações relevantes não sejam inadvertidamente omitidas. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Um membro da equipe deve telefonar para os pais para que eles saibam que seu filho chegou em segurança.
Um membro da equipe deve telefonar para os médicos solicitantes e responsáveis para informá-los do estado do paciente e para dizer que ligarão posteriormente com mais informações.
A documentação relevante relacionada com o transporte deve ser preenchida e uma cópia adicionada ao prontuário do paciente.
Todos os fármacos utilizados no transporte devem ser imediatamente repostos e todos os equipamentos devem ser verificados e preparados para transportes subsequentes. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Se ocorreu algum incidente inesperado durante o transporte, deve-se preencher a documentação apropriada e o diretor médico da equipe de transporte deve ser notificado para possibilitar uma investigação adequada e uma reunião de avaliação (debriefing). Rotineiramente, devem ser realizadas atividades de garantia da qualidade. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
IX. Condições específicas e manejo Recém-nascidos pré-termo com síndrome de angústia respiratória do recém-nascido
(SARRN) que não responderam à aplicação antecipada de pressão positiva contínua nas vias respiratórias se beneficiam da administração de surfactante. Após consulta com o médico responsável, a equipe de transporte deve administrar surfactante e esperar pelo menos 30 minutos antes de passar o recém-nascido para a incubadora de transporte. O desmame da ventilação, antes do início do transporte, minimizará a probabilidade de extravasamento de ar e hipocarbia no caminho. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233).
Insuficiência respiratória hipóxica e hipertensão pulmonar.
O manejo deve se concentrar em garantir o recrutamento pulmonar ideal por meio de estratégias ventilatórias e administração de surfactante, além de suporte da função cardíaca e da pressão arterial. As equipes de transporte devem estar preparadas para administrar óxido nítrico, por via inalatória, no hospital que faz o encaminhamento e durante o transporte. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Doença cardíaca. De modo ideal, um cardiologista da instituição de nível terciário deve estar disponível para fazer recomendações sobre os cuidados necessários antes e durante o transporte do recém-nascido. Quando existe a suspeita de cardiopatia congênita dependente do canal arterial, a infusão de prostaglandina E1 (PGE1) pode ser iniciada antes do transporte. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233).
Apneia, febre e hipotensão são efeitos colaterais comuns da PGE1. A intubação endotraqueal geralmente é justificada para o transporte do recém-nascido que precisa de infusão de PGE1.
Condições cirúrgicas. Deve-se dar atenção especial a recém-nascidos sendo transportados por via aérea.
X. Considerações fisiológicas dos transportes aéreos Alterações da pressão barométrica.
Conforme aumenta a altitude, a pressão barométrica e a pressão parcial de oxigênio no ar diminuem, o que resulta em redução da pressão alveolar de oxigênio. Mesmo em aviões com cabines pressurizadas, como a pressão da cabine é geralmente mantida em um nível igual a 8.000 a 10.000 pés (~2.400 m a ~ 3.048 m) acima do nível do mar, pode ser necessário aumentar a FiO2 fornecida ao recém-nascido para garantir o aporte adequado de oxigênio. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
“Se recém-nascidos com doença pulmonar grave forem transportados por via respiratória, pode ser necessário pressurizar a cabine no nível do mar. Por fim, devem ser usadas estimativas de oximetria de pulso e gasometria para orientar os ajustes na FiO2 fornecida de modo a manter a saturação de oxigênio adequada”. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233.
Pressão barométrica e pressão parcial de oxigênio com o aumento da altitude.
Nível do mar 2.000 pés (~609 4.000 pés 6.000 pés 8.000 pés 10.000 pés. Nível do mar m) (~1.200 m) (~1.800 m) (~2.400 m) (~3.048 m)
Pressão barométrica (torr) 760 706 656 609 565 523, Pressão parcial em FiO2 de 0,21 (torr) 160 148 138 128 119 110 FiO2 necessária = FiO2 × PB1 / PB2 FiO2 = fração de oxigênio inspirado que o paciente está recebendo atualmente; PB1 = pressão barométrica atual; PB2 = pressão barométrica no destino. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
Expansão dos gases.
Conforme a altitude aumenta e a pressão barométrica diminui, gases retidos em espaços fechados se expandem. Isso pode resultar em um pequeno pneumotórax ou aumento da distensão gasosa no sistema digestório, causando deterioração clínica de um recém-nascido que permanecia estável ao nível do mar. Para evitar o comprometimento, o pneumotórax deve ser drenado, e descomprimir o estômago por colocação de tubo nasogástrico antes do transporte aéreo. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
XI. Simulação em transporte.
O transporte de recém-nascidos em estado crítico envolve situações de alto estresse, e em tais situações é crucial que a equipe trabalhe muito bem em conjunto para assegurar segurança ao paciente e aos membros da equipe, aumentar a eficiência e melhorar os desfechos do paciente. O treinamento baseado em simulações possibilita que as equipes pratiquem o trabalho em conjunto para melhorar as suas interações e eficiência em um ambiente seguro. Conforme, (et al. Caraciolo J. Pg.223/233)
XII. Métodos
Trata-se de uma revisão narrativa sobre os aspectos epidemiológicos, fisiopatológicos e clínicos sobre o transporte neonatal. Para tal fim, realizou-se um levantamento bibliográfico a partir da base de dados “Lillacs”, sendo incluídos os seguintes termos para direcionar a pesquisa: “transporte neonatal, neonatal e transporte aéreo, transporte aéreo de pacientes”.
Os critérios de inclusão para a seleção dos estudos, adotaram-se: (a) artigos nos idiomas português, espanhol e inglês; (b) estudos de revisão de literatura ou de revisão sistemática; (c) ano de publicação de janeiro de 2007 a novembro de 2025; (d) relevância do estudo; (e) presença dos termos ” “transporte neonatal, neonatal e transporte aéreo, transporte aéreo de pacientes”. no título e/ou resumo cientifico. Com relação aos critérios de exclusão, foram levados em consideração: (a) estudos não relacionados ao tema; (b) artigos publicados anteriormente ao ano de 2007; (c) artigos que não contemplem os demais critérios de inclusão. Assim, foram levantados trinta artigos, restando apenas dez selecionados para esta revisão de literatura após a utilização dos critérios de elegibilidade descritos.
XIII. Discussão
O profissional que atua em transporte aéreo tem por obrigação estar altamente preparado para eventual intercorrência aérea, sendo obrigatório à presença de médico neonatal altamente capacitado para tal fim, levando em consideração a alta complexidade envolvida nesse tipo de transporte, em que na maioria das vezes trata-se de pacientes em grave estado geral, que requer atenção redobrada em virtude da dinâmica envolvida no ato.
REFERÊNCIAS
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