REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202505042028
Elzana Kátia Lima Mattos Ferreira1
Robson Aldrin Lima Mattos2
RESUMO
Este artigo analisa a influência das mídias digitais no processo de aprendizagem de estudantes de graduação em Pedagogia, com base em estudos recentes publicados entre 2022 e 2025. A pesquisa evidencia que, quando integradas de forma crítica e planejada, as mídias digitais potencializam o desenvolvimento cognitivo, crítico e formativo dos futuros pedagogos. Aborda as competências digitais na formação docente e o conceito de transformação digital na educação. Destacam-se benefícios como o fortalecimento da autonomia discente, a diversificação das práticas pedagógicas e a ampliação das possibilidades de construção do conhecimento, além dos desafios relacionados à formação docente e à infraestrutura tecnológica.
Palavras-chave: Mídias digitais. Aprendizagem. Pedagogia. Educação superior.
ABSTRACT
This article analyzes the influence of digital media on the learning process of undergraduate Pedagogy students, based on recent studies published between 2022 and 2025. The research shows that, when integrated in a critical and planned manner, digital media enhance the cognitive, critical and formative development of future pedagogues. It addresses digital competencies in teacher training and the concept of digital transformation in education. Benefits such as strengthening student autonomy, diversifying pedagogical practices and expanding the possibilities for knowledge construction stand out, in addition to the challenges related to teacher training and technological infrastructure.
Keywords: Digital media. Learning. Pedagogy. Higher education.
INTRODUÇÃO
Com o avanço das tecnologias digitais, novas práticas educativas foram implementadas no ensino superior. A transformação digital tem impactado significativamente cursos como o de Pedagogia, reformulando métodos tradicionais e proporcionando novas formas de interação e aprendizado (HANČ et al., 2023). Estudos recentes apontam que a incorporação de mídias digitais no processo de ensino-aprendizagem pode promover maior engajamento, autonomia e desenvolvimento de competências essenciais para o exercício da docência na contemporaneidade. A transformação digital tem remodelado profundamente os cenários educacionais contemporâneos, impulsionada pela emergência de novas tecnologias e pelas exigências de uma sociedade cada vez mais conectada e dinâmica.
A pandemia da COVID-19 (2020–2022) acelerou a adoção de tecnologias digitais no ensino superior, revelando tanto suas potencialidades quanto suas limitações (PÉREZ-JUÁREZ et al., 2024). Em resposta, universidades e instituições de ensino passaram a investir em plataformas virtuais de aprendizagem, ferramentas colaborativas, metodologias ativas e projetos de inovação pedagógica.
No âmbito do ensino superior, em especial nos cursos de licenciatura em Pedagogia, a incorporação das mídias digitais ao processo educativo configura-se não apenas como tendência, mas como necessidade para a formação de profissionais capazes de atuar criticamente frente aos desafios do século XXI.
No contexto específico da formação em Pedagogia, torna-se essencial refletir sobre como as tecnologias digitais podem contribuir para o desenvolvimento das competências profissionais dos futuros docentes, favorecendo a construção de saberes pedagógicos mais flexíveis, criativos e alinhados às necessidades dos estudantes.
Este artigo tem como objetivo analisar o impacto das mídias digitais na formação de pedagogos, investigando práticas educativas inovadoras, desafios enfrentados e perspectivas futuras. Para isso, fundamenta-se em uma revisão sistemática da literatura recente (2022– 2025) e na análise de estudos de caso de universidades brasileiras e internacionais.
1. MÍDIAS DIGITAIS
As mídias digitais abrangem uma variedade de recursos, como vídeos, podcasts, plataformas de ensino, redes sociais e ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), que têm modificado o cenário educacional ao promover novas formas de interação e construção do conhecimento.
1.1 Mídias Digitais e Conceito de Transformação Digital na Educação
Segundo Stroparo et al. (2024), a digitalização no ensino superior tem o potencial de redefinir práticas pedagógicas, promovendo novas formas de ensino. A pesquisa destaca que a incorporação de tecnologias no ambiente educacional pode aumentar a motivação e o engajamento dos estudantes, embora também apresente desafios relacionados à formação docente e à infraestrutura tecnológica .
Além disso, a produção de mídias digitais pelos próprios estudantes tem se mostrado uma prática eficaz para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e colaborativas. Bezerra et al. (2024) analisaram os processos de aprendizagem que ocorrem em atividades de produção de mídias digitais no ensino superior e concluíram que essa prática aumenta a interatividade e a colaboração, enriquecendo o ambiente de aprendizagem e colaborando com o desempenho no mundo do trabalho .
Com a introdução de mídias digitais, o ensino superior passou por profundas mudanças. Ferramentas como o Moodle, o SMILE, o Perusall, além de plataformas como WhatsApp e Google Docs, alteraram a dinâmica das aulas, favorecendo uma aprendizagem mais colaborativa e personalizada (REBOUÇAS et al., 2024).
A transformação digital na educação refere-se à integração estratégica de tecnologias digitais nos processos de ensino, aprendizagem e gestão educacional, promovendo mudanças culturais, organizacionais e pedagógicas profundas (HANČ et al., 2023). Essa transformação vai além da mera digitalização de conteúdos: implica ressignificar práticas pedagógicas e fomentar novas formas de interação, produção e compartilhamento de conhecimento.
Segundo Monteiro e Cruz (2024), a transformação digital no ensino superior não se resume à adoção de ferramentas, mas envolve a construção de ecossistemas de aprendizagem digitais que favoreçam a autonomia, a colaboração e a inovação pedagógica.
No curso de Pedagogia, essa transformação adquire particular relevância, pois os futuros docentes precisam ser formados para utilizar criticamente as tecnologias, compreendendo seus impactos sociais, culturais e éticos.
1.2 Competências Digitais na Formação Docente
O contato constante com mídias digitais desenvolve habilidades tecnológicas e competências como colaboração, pensamento crítico e autonomia (REBOUÇAS et al., 2024). A formação de professores requer o desenvolvimento de competências digitais que vão além do simples uso de ferramentas tecnológicas. Minuzi et al. (2023) propuseram um modelo pedagógico para a construção de competências digitais docentes, focando no desenvolvimento de materiais educacionais digitais no ensino superior. O estudo destaca a importância de uma formação que integre aspectos pedagógicos e tecnológicos, preparando os futuros professores para os desafios da educação contemporânea. A formação de competências digitais docentes é considerada um dos pilares da educação contemporânea. De acordo com o Quadro Europeu para Competência Digital de Educadores (DigCompEdu) adaptado para o contexto brasileiro (BRASIL, 2024), essas competências abrangem desde o uso básico de tecnologias até a criação de ambientes digitais inovadores e inclusivos.Nesse sentido, a formação inicial e continuada de professores precisa incluir experiências práticas com mídias digitais, projetos colaborativos, desenvolvimento de materiais digitais e reflexão crítica sobre a inclusão digital. Minuzi et al. (2023) propõem que a formação digital dos professores de Pedagogia deve contemplar três dimensões principais:
- Competência Técnica: Uso eficaz de ferramentas digitais.
- Competência Pedagógica: Planejamento de práticas educativas inovadoras.
- Competência Ética: Reflexão crítica sobre os impactos das tecnologias na educação.
Nesse sentido, a formação inicial e continuada de professores precisa incluir experiências práticas com mídias digitais, projetos colaborativos, desenvolvimento de materiais digitais e reflexão crítica sobre a inclusão digital.
1.3 Mídias Digitais e Tecnologias Emergentes na Educação Superior
A explosão de novas tecnologias tem reconfigurado o ambiente educacional. Recursos como realidade aumentada, inteligência artificial generativa (como ChatGPT e Bard), plataformas adaptativas de aprendizagem e gamificação estão cada vez mais presentes nos cursos superiores (SILVA; LOPES, 2025).
Ferramentas como o Moodle, o SMILE (Stanford Mobile Inquiry-based Learning Environment) e o Perusall têm sido amplamente adotadas para promover a aprendizagem ativa e colaborativa (STANFORD UNIVERSITY, 2023).
Além disso, a produção de mídias digitais pelos estudantes — como podcasts, vídeos e blogs educativos — não apenas diversifica os formatos de expressão, mas também desenvolve habilidades críticas e criativas fundamentais para a prática docente.
2. METODOLOGIA
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de natureza qualitativa e exploratória, fundamentada em uma revisão bibliográfica sistemática de literatura recente, publicada entre 2022 e 2025, em periódicos indexados nas bases Scopus, Web of Science e SciELO. A revisão focou em identificar, analisar e sintetizar evidências empíricas sobre o impacto da transformação digital no ensino superior de Pedagogia, com especial atenção às seguintes dimensões:
- Diversificação das práticas pedagógicas;
- Desenvolvimento de competências digitais;
- Fortalecimento da aprendizagem colaborativa;
- Desafios e limitações da integração tecnológica.
Além da revisão teórica, realizou-se análise documental de projetos de inovação pedagógica de universidades brasileiras (USP, UFMS, UFMG) e internacionais (Stanford University, Harvard University). A metodologia visou construir uma visão crítica e atualizada sobre o estado da arte da transformação digital no ensino de Pedagogia, subsidiando reflexões para práticas futuras.
O procedimento metodológico seguiu as seguintes etapas:
- Definição dos critérios de inclusão: artigos publicados entre 2022 e 2025, abordando diretamente a educação superior, pedagogia e mídias digitais.
- Seleção de estudos: leitura de títulos, resumos e palavras-chave para triagem inicial; posterior leitura integral dos estudos selecionados.
- Extração e análise de dados: categorização dos principais resultados e impactos identificados.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
As mídias digitais têm promovido uma transformação significativa nas práticas pedagógicas dos cursos de Pedagogia, rompendo com modelos tradicionais de transmissão de conhecimento e proporcionando novas práticas pedagógicas.
3.1 Diversificação das Práticas Pedagógicas
De acordo com Moura e Silva (2022), a utilização de metodologias ativas — como Sala de Aula Invertida, Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) e gamificação — torna o processo de ensino-aprendizagem mais dinâmico, colaborativo e centrado no aluno.
Quadro 1 – Comparação entre Práticas Tradicionais e Práticas Digitais Ativas

Plataformas como o Moodle, o SMILE e o Perusall permitem a personalização do ensino, oferecendo trilhas de aprendizagem adaptativas e fomentando a autonomia discente (STANFORD UNIVERSITY, 2023).
3.2 Desenvolvimento de Competências Digitais
O uso intensivo de mídias digitais no ensino de Pedagogia favorece o desenvolvimento de competências técnicas, pedagógicas e éticas necessárias para o trabalho docente contemporâneo.
Minuzi et al. (2023) propõem um modelo de formação baseado em três eixos principais:
- Conhecimento tecnológico: domínio de ferramentas digitais.
- Conhecimento pedagógico: adequação metodológica das tecnologias.
- Conhecimento crítico: análise ética e social do uso das mídias.
Quadro 2 – Eixos de Desenvolvimento de Competências Digitais

A formação inicial de pedagogos precisa incorporar de maneira sistemática atividades práticas que envolvam a criação e avaliação de materiais digitais.
3.3 Fortalecimento da Aprendizagem Colaborativa
As mídias digitais têm se revelado aliadas valiosas na promoção da aprendizagem colaborativa, aspecto fundamental para o desenvolvimento de competências como comunicação, cooperação e resolução de problemas. Ao serem integradas ao processo educativo, essas tecnologias ampliam as possibilidades de interação entre os participantes, permitindo que cada estudante compartilhe saberes e experiências em prol de um objetivo comum. Essa forma de aprendizagem colaborativa fortalece não apenas o aprendizado cognitivo, mas também os aspectos socioemocionais e profissionais, ao fomentar ambientes que valorizam o diálogo, a construção conjunta de soluções e a vivência de práticas sociais significativas. Dessa forma, contribuem para um aprendizado mais profundo, integrado e com maior sentido para os envolvidos.
Figura 1 – Ciclo da Aprendizagem Colaborativa Digital

Bezerra et al. (2024) destacam que ambientes virtuais, como fóruns de discussão, wikis e projetos em grupo, estimulam o diálogo, a negociação de significados e a construção coletiva de conhecimentos. A formação contínua é essencial para preparar os docentes para o uso eficiente das tecnologias digitais (USP, 2024). A capacitação dos professores é condição indispensável para o sucesso da inovação pedagógica. Programas de formação devem:
- Sensibilizar sobre os benefícios pedagógicos das mídias digitais.
- Capacitar tecnicamente para o uso de plataformas como Moodle, Perusall, SMILE e ferramentas de M-Learning.
- Fomentar uma mudança de mentalidade, enfatizando o papel do professor como mediador e facilitador do aprendizado ativo.
Grandes centros como a Universidade de Stanford e a Universidade de São Paulo (USP) já implementam programas de certificação e oficinas práticas para garantir essa formação continuada.
O uso de plataformas como Google Docs e Perusall no curso de Pedagogia permite que os alunos desenvolvam habilidades para a atuação em equipes multidisciplinares, uma competência cada vez mais exigida no mercado educacional contemporâneo.
3.4 Desafios e Limitações
Embora as vantagens sejam evidentes, persistem desafios importantes:
- Desigualdade de acesso: muitos estudantes não dispõem de infraestrutura tecnológica adequada (PÉREZ-JUÁREZ et al., 2024).
- Formação docente insuficiente: nem todos os professores possuem competências digitais consolidadas (RUTKOWSKI et al., 2023).
- Distrações digitais: o uso inadequado de tecnologias pode comprometer a atenção e a concentração dos estudantes.
Apesar dos benefícios, a integração das mídias digitais no ensino superior enfrenta desafios significativos. Um dos principais obstáculos é a desigualdade de acesso à tecnologia, que pode limitar o pleno aproveitamento dessas ferramentas por parte de alguns estudantes. Além disso, o uso inadequado das mídias digitais, sem um planejamento pedagógico adequado, pode resultar em práticas superficiais ou descontextualizadas. Rutkowski et al. (2023) analisaram a formação docente na modalidade EaD e destacaram os desafios enfrentados por facilitadores virtuais, como o engajamento dos alunos e a necessidade de práticas de ensino que possibilitem o desenvolvimento da escrita acadêmica de autoria dos graduandos .
Outro desafio é o risco de distrações digitais. Pérez-Juárez et al. (2024) investigaram as distrações digitais do ponto de vista de estudantes do ensino superior e concluíram que essas distrações têm um impacto significativo no desempenho acadêmico, especialmente em atividades práticas. Os autores sugerem que os professores implementem estratégias para aumentar a conscientização dos alunos sobre os efeitos negativos das distrações digitais e desenvolvam habilidades de autocontrole.
Apesar dos avanços, persistem desafios como desigualdade de acesso às tecnologias, dificuldades na capacitação docente e resistência cultural a novas metodologias (MOURA; SILVA, 2022).A superação desses desafios requer políticas institucionais robustas de inclusão digital, programas de formação docente contínua e estratégias pedagógicas inovadoras que envolvam o uso consciente das tecnologias.
4. ESTRATÉGIAS PARA A INTEGRAÇÃO CRÍTICA DAS TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA
A integração crítica das mídias digitais no ensino de Pedagogia demanda planejamento estratégico, formação contínua e apoio institucional consistente. As práticas devem estar alinhadas com a promoção da autonomia, da colaboração e da reflexão crítica dos futuros pedagogos.
4.1 Formação Docente Contínua e Multidimensional
A formação de professores deve ir além do domínio técnico das ferramentas digitais. Ela precisa abarcar dimensões pedagógicas, sociais e éticas do uso das tecnologias. Conforme Rebouças et al. (2024), programas de formação docente devem:
- Desenvolver a alfabetização digital crítica, capacitando professores a avaliar a adequação e os impactos das tecnologias;
- Fomentar a competência para o design de experiências de aprendizagem digitais inovadoras;
- Incentivar a reflexão ética sobre o uso de dados, privacidade e direitos autorais em ambientes digitais.
Quadro 3 – Componentes de uma Formação Docente Eficaz para a Era Digital

4.2 Integração Gradual e Contextualizada
A adoção das tecnologias deve ser gradual e contextualizada às necessidades e possibilidades de cada instituição e perfil discente.
Sugere-se iniciar com a utilização de tecnologias como apoio às aulas presenciais (atividades online complementares), avançando progressivamente para modelos híbridos ou integralmente digitais conforme a maturidade tecnológica dos atores envolvidos. Segundo Hanč et al. (2023), uma transição escalonada favorece a aceitação e a adaptação dos estudantes e professores às novas dinâmicas.
Quadro 4 – Etapas Sugeridas para a Integração de Tecnologias

4.3 Desenvolvimento de Autonomia Discente
Ferramentas como Perusall, SMILE e Google Docs propiciam práticas que estimulam a autonomia dos alunos, fundamentais para a formação de futuros pedagogos críticos e criativos. É essencial que as estratégias pedagógicas:
- Incentivem o protagonismo do estudante na construção do conhecimento;
- Promovam a autoavaliação e a metacognição;
- Estimulem práticas colaborativas e de coautoria.
Como defendem Pérez-Juárez et al. (2024), práticas que favorecem a autorregulação da aprendizagem são chave para minimizar os efeitos negativos das distrações digitais. Ferramentas como o Perusall e o SMILE promovem a autonomia discente, desenvolvendo responsabilidade e organização no aprendizado (STANFORD UNIVERSITY, 2023). A aprendizagem digital requer que o aluno assuma um papel mais ativo e autônomo. Para isso:
- Devem ser promovidas práticas de autoavaliação, organização de projetos colaborativos e estímulo ao protagonismo estudantil.
- Ferramentas como Perusall e Google Docs colaboram para desenvolver essas competências, ao favorecer o trabalho em grupo, a negociação de significados e a construção coletiva do conhecimento.
4.4 Apoio Institucional e Infraestrutura Adequada
O apoio institucional é indispensável para o sucesso da transformação digital. As universidades precisam investir em:
- Infraestrutura tecnológica moderna (laboratórios, internet de alta velocidade, licenças de software);
- Políticas de inclusão digital (empréstimo de equipamentos, bolsas de acesso à internet); • Núcleos de inovação pedagógica que auxiliem na implementação de práticas digitais. Sem esses investimentos, o risco de aprofundamento das desigualdades educacionais é significativo, como alerta Moura e Silva (2022).
O investimento institucional em infraestrutura e suporte técnico é crucial para a transição (HANČ et al., 2023). A instituição deve oferecer suporte técnico e psicológico aos envolvidos, no intuito de:
- Garantir acesso a laboratórios de informática, redes Wi-Fi robustas e suporte técnico permanente.
- Criar núcleos de inovação pedagógica que assessorem professores na implementação de práticas digitais.
- Estimular políticas internas de reconhecimento e incentivo à inovação didática.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A transformação digital no ensino de Pedagogia representa uma oportunidade histórica para reconfigurar práticas educativas, tornando-as mais dinâmicas, inclusivas, colaborativas e alinhadas às necessidades do século XXI.
A análise dos estudos revisados evidencia que a integração crítica das mídias digitais potencializa a autonomia, o pensamento crítico e as competências digitais dos futuros pedagogos; diversificar metodologias de ensino-aprendizagem, aproximando a formação acadêmica das demandas contemporâneas, além de estimular práticas de aprendizagem colaborativa e autorregulada.
Entretanto, para que essas potencialidades sejam plenamente realizadas, são necessárias ações coordenadas em múltiplos níveis:
- Investimento em formação docente contínua e multidimensional;
- Promoção de políticas institucionais de inclusão digital;
- Desenvolvimento de estratégias pedagógicas inovadoras que coloquem o estudante no centro do processo formativo.
A transformação digital, portanto, não se reduz à adoção de ferramentas tecnológicas: ela implica repensar a educação em sua totalidade, articulando tecnologia, pedagogia e compromisso social. Preparar futuros pedagogos para atuar criticamente nesse cenário é, mais do que uma necessidade, uma responsabilidade ética.
Assim, investir em uma formação inicial que promova o domínio consciente e criativo das mídias digitais é apostar na construção de uma educação mais justa, democrática e transformadora.
REFERÊNCIAS
BEZERRA, T. A. et al. Produção de Mídias Digitais no Ensino Superior: Impactos na Aprendizagem e no Trabalho Colaborativo. Revista Educação e Cultura Contemporânea, v. 21, n. 55, p. 289-308, 2024.
HANČ, J. et al. The Digital Transition in Education: Experiences and Outcomes. Journal of Educational Technology, v. 5, n. 2, p. 23-40, 2023.
MINUZI, J. A. et al. Formação de Competências Digitais para Docentes no Ensino Superior. Educação e Tecnologia, v. 19, p. 45-65, 2023.
MOURA, R. S.; SILVA, P. A. Educação Digital: Desafios no Ensino Superior. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, v. 27, p. 1-19, 2022.
PÉREZ-JUÁREZ, M. et al. Digital Distractions and Academic Performance in Higher Education. Computers & Education, v. 210, p. 104802, 2024.
REBOUÇAS, A. L. et al. Integração de Tecnologias no Ensino Superior: Desafios e Caminhos. Educação & Tecnologia, v. 12, p. 45-63, 2024.
RUTKOWSKI, A. F. et al. Virtual Facilitation Challenges: Building Academic Writing in Distance Higher Education. Distance Education, v. 44, n. 1, p. 70-89, 2023.
STANFORD UNIVERSITY. SMILE: Stanford Mobile Inquiry-based Learning Environment. Stanford: Stanford School of Education, 2023. Disponível em: https://smile.stanford.edu. Acesso em: 15 abr. 2025.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Projeto de Inovação Pedagógica Digital. São Paulo, 2024. Disponível em: https://usp.br/inovacao. Acesso em: 10 abr. 2025.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL. Projetos em M-Learning: WhatsApp e Telegram na Educação. Campo Grande, 2023.
1Doutora em Línguas e Culturas pela Universidade de Extremadura, Integrante do Grupo de pesquisa GPLLIN, diretório de grupos lattes http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhorh/0004179714, Docente/UESB, (https://orcid.org/0000- 0002-7434-7790); e-mail: elzana.mattos@uesb.edu.br
2Doutor em Educação Matemática pela PUCSP, Integrante do Grupo de pesquisa GPLLIN, diretório de grupos lattes http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhorh/0032714530, Docente/UNEB-UESB, (https://orcid.org/0000-0002-5074- 1320); e-mail: rmattos@uesb.edu.br