TEORIAS ATUAIS DA EDUCAÇÃO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7679163


Maria de Fátima Silveira Medeiros1


Resumo:

As teorias da educação com o tempo foram sendo atualizadas, mas muitos autores ao invés de retirar e/ou modificá-las foram apenas adicionando debates e questões mais atuais, visto que as principais correntes teóricas continuaram as mesmas. Com isso as teorias de Skinner, Construtivismo, Significativa, Construcionismo, Pedagogia da Autonomia e a Construtivista de Piaget foram sendo ampliadas, de modo que somariam e dariam mais ênfase nas mesmas. 

Palavras-chaves: teorias; educação; autores.

Abstract:

The theories of education over time were being updated, but many authors instead of reducing or modifying them were just adding debates and more current issues, since the main currents remained the same. With this, Skinner’s theories, Constructivism, Meaning, Constructionism, Pedagogy of Autonomy and Piaget’s Constructivist were expanded, so that they would deepen and give more emphasis to them.

Keywords: theories; education; authors.

Introdução

O presente artigo baseia-se nas teorias da educação na atualidade, mas não podemos deixar de citar nomes que fizeram história na educação como Skinner (1950), Vygotsky (1894), Piaget (1975) entre outros que muito contribuíram, para que a educação fosse vista com outros olhos, podendo dizer “olhos de incluir” e não segregar ou excluir.

Também, antes de qualquer teoria ou tendências temos que falar um pouco do conceito de didática e da educação e como ela está situada no contexto atual.

Além desses pensadores e educadores, também não posso deixar de citar Johann Heinrich Pestalozzi (1797), que acreditava que o ser humano nasce bom e é formado pelo ambiente no qual vive, sendo que o ideal seria tornar esse ambiente o mais próximo da condição natural, para que o caráter do indivíduo fosse formado ou desenvolvesse positivamente.

Também a teoria da educação tem suas tendências pedagógicas. Sendo que José Carlos Libânio (1990) as classificou em dois grupos: pedagogia liberal – teorias não críticas, ou seja, a escola prepara os alunos para o desempenho de papéis pré-definidos socialmente e, pedagogia progressistas – teorias críticas, ou seja, entendem a educação como um processo sócio-político.

Após essa introdução sobre o que será baseado neste artigo, apresentarei as seis principais teorias da educação e nas considerações finais será apresentado o quanto essas teorias se atualizaram com o passar dos tempos e/ou o que foi integrado a elas, para que as mesmas possam ser utilizadas nos tempos atuais.

Conceito de Didática e a Educação no contexto atual

A noção de didática, através do passar dos tempos, teve seu conceito definido por vários teóricos, mas não mudou muito na atualidade. O termo vem do grego, podendo ser traduzido como arte ou técnica de ensinar, fazer aprender, instruir. 

Inicio por esse conceito, pois para saber educar com teorias e tendências, precisa-se saber que tipo de educação queremos para os nossos alunos e, como fazê-los aprender e fazer com que levem esse aprendizado para a sua vida profissionais e, também, como sujeitos sociais. 

Como Comenius (2006) que define didática como a arte de ensinar tudo a todos, sendo que o mesmo sentido, para muitos professores, nos dias de hoje, ainda é usado, principalmente, para indivíduos que tenham algum problema de deficiência.

Já a educação, primeira fase, inicia com a chegada dos Jesuítas, por volta de 1549, onde a educação era ensinada de forma formal, sendo que nesta fase a educação utilizada era especialmente para a culturação e para catequizar os índios e os negros, também servia para instruir os descentes dos colonizadores. Mas, os Jesuítas, com seu plano de instrução, se preocupavam mais com a catequização do que com a educação propriamente dita.

Eles utilizavam o Ratio Studiorum, cuja ideologia era a formação do homem universal, humanista e cristão e, apresenta pressupostos que ficavam em instrumentos e regras metodológicas, compreendendo o estudo, denominado de privado, no qual o professor prescrevia o método de estudo, conteúdo e horário. Com isso, as aulas eram ministradas de forma expositiva, ou seja, a lição dos alunos era arguida de forma oral, repetindo o que seu mestre expunha durante a aula.

Mas no decorrer dos anos, os Jesuítas foram expulsos e a educação escolar, que já era escassa, quase desapareceu. Assim, com a expulsão dos Jesuítas, inicia a segunda fase da educação no Brasil que perdura, com algumas alterações ou atualizações até os dias de hoje.

Sendo que já nesta fase encontramos um modelo didático que não se alterou, já não se tinha mais a ênfase na doutrina cristã e a mesma foi denominada de Pedagogia Tradicional Leiga.

A Pedagogia Tradicional Leiga tinha como autor Herbart (1989) e o relacionamento professor-aluno era hierárquico e autoritário, ou seja, o professor era o centro do processo de aprendizagem e o aluno era um ser receptivo (recebia o ensinamento) e era passivo (não questionava muito).

Tanto professor quanto aluno eram separados e não se comunicavam entre si, devido a esse fato surgiu um movimento que diferia dessa pedagogia e dessa educação tradicional.

Esse fato que surgiu era promovido pelo movimento Escolanovista e surgiu do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, onde se destaca John Dewey (1932), sendo um dos educadores mais influentes do século XX.

A partir desse momento surgem os escolanovistas que defendiam os princípios democráticos e o direito de todos à educação. Com o tempo, a escola nova perde força e espaço para a pedagogia ou educação tecnicista. 

Nessas fases aprendemos que, mesmo não sendo neutros, os métodos e técnicas de ensino sempre servirão para o propósito que desejamos que é que “o como ensinar é tão importante quanto o para quem ensinar”.

Após essa explanação sobre a didática e o educar nos tempos atuais é que vamos percebendo que tudo está atrelado, integrado e agregado e, para que o ensino se torne o melhor possível, temos que ser sabedores de suas teorias e tendências, para melhor realizar o nosso fazer. Então a seguir comentarei sobre as teorias educativas.

As principais teorias da Educação

As teorias da educação estão baseadas em estudos e norteiam algumas vertentes de como alguns educadores pensam, por isso, a seguir apresentarei as seis teorias principais da educação. 

1. Teoria da aprendizagem de Skinner

Em seu livro “Are theories of learning necessary? Psychological Review” (Teorias de aprendizado são necessárias? Revisão Psicológica), Skinner (1950) afirma que o ser humano resulta de uma série de combinações. Dentre elas, estão a combinação da herança genética e das experiências adquiridas ao longo da vida. Para ele, o que mais contribui para a educação não são os estímulos que são feitos no processo de aprendizagem, mas, sim, os estímulos que reforçam este processo. Ou seja, a memorização é entendida como essencial nesta teoria da educação.

2. Teoria do Construtivismo 

Criada por Bruner (1968) em seu livro “The process of education” (O processo de educação), a teoria do construtivismo é muito ligada ao desenvolvimento da criança. Nesta teoria o autor enfatiza o processo da descoberta como foco da aprendizagem. Ou seja, neste caso, o aluno não é apenas um espectador passivo, mas sim, possui uma participação ativa. Todo este processo acontece por meio de desafios que impulsionam o interesse do aluno pela aprendizagem.

3. Teoria da aprendizagem significativa

Esta teoria, criada por David Ausubel (1963), acredita na aquisição e retenção de conhecimentos de forma significativa para o indivíduo. Ou seja, o professor deve apresentar sentido na hora de passar o conteúdo ao aluno. Dessa forma, o processo de aprendizagem se torna mais eficaz, poupando tempo e otimizando recursos. Quando o aluno consegue ver sentido prático no que está aprendendo, a memorização é inevitável.

4. Teoria do Construcionismo

Em seu livro “Mindstorms-Children, computers and powerful ideas” (Tempestades mentais – crianças, computadores e ideias poderosas), Seymour Papert (1980) apontou a teoria do construcionismo. Esta teoria é baseada em dois sentidos de construção do conhecimento. Dessa forma, ele acredita que as pessoas aprendem enquanto constroem ativamente novos conhecimentos. Ou seja, vale mais o processo de construção do que a aprendizagem pré-definida.

5. Pedagogia da autonomia

Paulo Freire, em seu livro “Pedagogy of the Oppressed” (Pedagogia do Oprimido) (1974), explica a pedagogia da liberdade e critica o ensino tradicional. Nesta teoria, o foco principal é que os conhecimentos sejam compartilhados de forma mútua. Ou seja, professores e alunos aprendem uns com os outros. O professor então, deixa de ser detentor e passa a ser mediador do conhecimento, possibilitando que o aluno faça suas próprias análises e conclusões.

6. Teorias da educação Construtivista de Piaget

Jean Piaget, aborda a teoria construtivista em seu livro “The Child ‘s Conception of the World” (A concepção infantil do mundo) (1975). Esta teoria aborda bastante o conceito de estrutura cognitiva. São exploradas quatro estruturas do cognitivo primário: sensório-motor, pré-operações, operações concretas e operações formais. O papel do professor no desenvolvimento dessas estruturas é de facilitador do conhecimento, dessa forma, a criança deve ter todo o suporte necessário para experimentar e adquirir conhecimentos sem interferências externas.

Piaget, com esta teoria, afirma que a aprendizagem antecede o desenvolvimento, sendo que são quatro fases de desenvolvimento da criança, tais como sensório motor (0 a 2 anos); pré-operatório (2 a 6 anos); operatório concreto (7 a 12 anos) e operatório formal (a partir dos 12 anos).

Essas teorias foram marcadas por algumas atualizações devido ao passar dos anos e a forma de verem a educação e sua ensinância irem se modificando.

Sendo que essas atualizações não transformam nem distanciaram muito do que os teóricos de antigamente publicaram, só deram continuidade e reafirmaram que muitas dessas teorias são diferenciadas e que contribuem para a formação de professores pensantes e que os mesmo podem ensinar de modos diversos.

Mas, para alguns professores essas atualizações os deixam muito temerosos, pois muitos desconhecem os rumos que dará a sua formação com todas essas mudanças que, atualmente, estão ocorrendo. Pois com a pandemia, houve muitas modificações na vida das pessoas e, muitos, ainda, estavam no tempo do quadro e giz e tiveram que se ressignificar e se transportar para as tecnologias.

Contudo, as teorias da educação, como já citado na introdução, vem acompanhada de suas tendências pedagógicas.

A seguir apresentarei de forma resumida os diferentes tipos de tendências pedagógicas, que são divididas em progressiva e em liberal.

Tendência Pedagógica Progressiva

As tendências pedagógicas progressivas surgem para fazer crítica à sociedade de classes e à contribuição da escola liberal para a manutenção do status quo. Segundo Libâneo (1995), é uma pedagogia que partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação.

Esta pedagogia investiga não só transformar as relações de ensino-aprendizagem, mas a transformação da própria sociedade capitalista. Esta tendência se divide em progressista, libertadora, libertária e crítico-social dos conteúdos. A seguir comentarei sucintamente cada uma delas.

1. Tendência Progressista Libertadora

Na tendência Progressista Libertadora o papel da escola é não formal, pois a educação deve conscientizar para mudança, sendo os temas geradores utilizados como conteúdos de ensino, pois o que importa nesta tendência é o despertar de uma nova relação com a experiência vivida, com isso o método utilizado é o de diálogo, nesta tendência cito Paulo Freire, um dos mais conhecidos do mundo.

Também, conhecida como pedagogia Freiriana, que dizia que conhecer é apreender o mundo e isso não pode ser feito solitariamente, pois ninguém conhece sozinho, as pessoas se educam coletivamente.

2. Tendência Progressista Libertária 

Nesta tendência o papel da escola é exercido pela democracia, fazendo com que os alunos levem essa democracia para as instituições externas, sendo que os conteúdos de ensino as disciplinas estarão ao dispor do aluno, contudo não haverá exigências, pois nessa tendência o que mais importa é sua participação crítica, com isso o método de ensino será a base da vivência em grupo, sem nenhuma hierarquia, faz quem assim o desejar. 

Destaco como autores desta tendência Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) e Mikhail Bakunin (1814-1876).

3. Tendência Progressista Crítico-Social dos Conteúdos 

Nesta tendência o papel da escola se dá através da difusão de conteúdos vivos e concretos, garantindo assim a todos e todas um bom ensino, sendo que os conteúdos de ensino são os culturais universais incorporados pela humanidade, que devem ser assimilados e não reinventados, pois o que importa nesta tendência é eles não serem fechados para a realidade social, com isso a metodologia de ensino ficará subordinada aos conteúdos, favorecendo a correspondência dos conteúdos com os interesses dos alunos, para que isso seja alcançado esse método não pode estar atrelado nem no dogmatismo dos métodos tradicionais, nem na descoberta.

Destaco como autores desta tendência José C. Libâneo, Carlos R. J. Cury e Guiomar N. de Mello.

Tendência Pedagógica Liberal

A tendência pedagógica liberal não questiona os fundamentos da sociedade de classes (capitalista), por isso pretende o desenvolvimento de aptidões   individuais que preparam as pessoas para o desempenho de papéis sociais.

Nesta tendência, os indivíduos têm que aprender a se ajustar, conforme as normas vigentes e aos valores da sociedade capitalista.

Também, não consideram as desigualdades de condições, mesmo que algumas tendências falam sobre a igualdade de oportunidades.

Destaco como autores destas tendências Piaget, Montessori, Skinner, Anísio Teixeira, Dewey, entre outros.

Essa tendência se divide em tradicional, renovada progressista, renovada não diretiva (escola nova) e tecnicista. A seguir comentarei sucintamente cada uma delas.

1. Tendência Tradicional

Na tendência tradicional (Demerval Saviani), o papel da escola versa na preparação moral e intelectual, sendo seu compromisso com a cultura, não com problemas sociais, com isso os “menos capazes” devem procurar o ensino profissionalizante, sendo que os conteúdos de ensino são os conhecimentos e valores morais legados pelas gerações adultas, pois são separados da experiência e da realidade social, com isso o método de ensino é pela demonstração e exposição verbal, dando ênfase em exercícios e repetições de conceitos e fórmula, priorizam a memorização. 

2. Tendência Renovada Progressista

Já na tendência Renovada Progressista (Montessori, Piaget) o papel da escola se dará através da adequação das necessidades individuais ao meio social, devendo retratar o quanto possível a vida, fazendo com que o aluno se eduque num processo de construção e reconstrução do objeto, sendo que os conteúdos de ensino serão determinados a partir dos interesses, necessidades e experiências dos alunos, dando mais valor aos processos mentais dos que aos conteúdos, com isso a metodologia de ensino será aprender fazendo, com tentativas experimentais, pesquisas, descobertas, realizando solução de problemas através de trabalhos em grupos.

3. Tendência Renovada Não Diretiva (Escola Nova)

Na Tendência Renovada Não Diretiva, também conhecida como Escola Nova (Anísio Teixeira, Dewey),  o papel da escola deve ser pela formação de atitudes, preocupando-se mais com os problemas psicológicos dos que os pedagógicos e sociais, pois deve-se buscar o autodesenvolvimento e a realização conteúdo, sendo que os conteúdos de ensino  versará no processo e não na transmissão de conteúdos, porque cada um deve buscar por si mesmo os conhecimentos, com isso a metodologia de ensino usuais serão dispensados e o professor  deve desenvolver um estilo próprio e, ainda, ajudar a organização dos seus alunos.

4. Tendência Tecnicista

Por fim, na Tendência Tecnicista (Skinner),  o papel da escola será o de modelar o comportamento humano, ensinando habilidades, atitudes e conhecimentos, para que os indivíduos se integrem na máquina do sistema social; a escola deve criar indivíduos competentes, sendo que os conteúdos de ensino serão as informações  e princípios científicos observáveis e mensuráveis, eliminando qualquer tipo de subjetividade, com isso a metodologia de ensino será através de técnica de controle das condições ambientais pela aplicação sistemática de princípios científicos.

Após os relatos das tendências que foram criadas junto com as teorias, comentarei sobre alguns teóricos/pensadores que muitos contribuíram, para que a educação atingisse a todos os indivíduos, conforme a Declaração de Salamanca.

Educadores que contribuíram na história da educação

a) Lev Vygotsky 

Vygotsky (1984) é o teórico da ensinança como um processo social, sendo que ressalta o papel da escola no desenvolvimento mental da criança, com isso enfatizava o papel da linguagem e do processo histórico social no desenvolvimento do indivíduo, pois a aquisição de conhecimento pela interação do sujeito com o meio era vista como uma questão central.

Segundo, Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo do aluno se dá por meio da interação social, ou seja, a sua interação com outros indivíduos e com o meio, conforme já citado acima, mas reforçando a sua ideia. Para substancialidade, no mínimo duas pessoas devem estar envolvidas ativamente trocando experiência e ideias.

Com isso, sua teoria aponta que a criança nasce com funções psicológicas elementares e que com o aprendizado da cultura e as experiências adquiridas, essas funções tornam-se funções psicológicas superiores, que são o comportamento consciente, a ação proposital, capacidade de planejamento e pensamento abstrato, ou seja, a criança nasce inserida em um meio social (família) e nele estabelece suas primeiras relações com a linguagem a partir da interação com os outros, sendo que no dia a dia, isso acontece espontaneamente durante o processo de uso da linguagem.

Esses pensamentos estão pautados em três pilares básicos que são: as funções psicológicas têm um suporte biológico, pois são produtos da atividade cerebral, ou seja, o cérebro é um sistema aberto, pois é mutável; o funcionamento psicológico tem como base as relações sociais, dentro de um contexto histórico, ou seja, o funcionamento psicológico tem como base as relações sociais.

Foi um educador formado em psicologia que muito contribuiu para a educação nos moldes de hoje, pois, hoje em dia, estas fases são de muita importância para a formação do desenvolvimento da criança durante a sua vida escolar.

b) Maria Montessori

Maria Montessori (1949) desenvolveu uma metodologia de ensino onde o mesmo é fundamentado na observação e, isso dá suporte ao desenvolvimento infantil de forma especialmente eficaz.

Esses estudos com alto grau de confiabilidade, vem sendo desenvolvido desde 2007, para verificar essa eficácia.

Com isso, esse estudo parte da observação do comportamento da criança em ambientes estruturados e não estruturados, com a objetividade de ajudar em seu desenvolvimento integral e profundo.

Método de ensino elogiado por muitos teóricos da atualidade, inclusive Gabriel García Márquez que diz “que não creio que haja um método melhor que o montessoriano para sensibilizar as crianças sobre as belezas do mundo e para despertar as curiosidades para os segredos da vida”.

Ela nunca definiu um conjunto de princípios para a pedagogia que desenvolveu, sendo que a mesma fez listagem de características como das salas, dos materiais, dos professores e das crianças, mas não de princípios pedagógicos, pois a lista que segue tem fins didáticos.

Com a metodologia de observação, percebeu que a criança era capaz de aprender sozinha, ou seja, se auto educar, afirmando que a criança aprende muitas coisas sozinhas (falar, andar, comer, pegar, reconhecer vozes e aparências, receber e fazer carinho) e, se ela puder contar com o contexto adequado, pode desenvolver quase tudo de forma independente e livre. Ou seja, esse método é de confiar na criança.

Outro viés, neste método é a educação cósmica em que a criança ao ter uma visão do mundo passa a desenvolver um senso crítico de gratidão e união para com tudo o que há no mundo e percebe a ordem que existe na natureza e no universo.

Por fim, a educação como ciência, metodologia baseada em crenças e experiências individuais. Esse método Montessori faz uma abordagem pedagógica que dá às crianças a chance de atingirem um excelente desempenho acadêmico e ao mesmo tempo, usufruírem de um grande prazer, enquanto estão na escola, inclusive e especialmente durante tarefas acadêmicas desafiadoras.

Montessori, foi uma psiquiatra italiana e uma das primeiras mulheres a se formarem em medicina na Itália, que veio para transformar a vida, as condições e a educação de crianças com deficiência internadas em instituições psiquiátrica, dando, assim, novas chances de um desenvolvimento mais completo e uma vida melhor para essas crianças.

c) Emília Ferreiro

Emília Ferreiro (1979), seguiu na mesma linha de Piaget, dando continuidade ao seu trabalho sobre epistemologia genética, teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança, sendo que seu campo de trabalho era a escrita.

Sendo que ela afirmava que a construção do conhecimento da leitura e da escrita tem uma lógica individual, embora aberta à interação social, na escola ou fora dela.

As crianças, também passariam por fases, de acordo com a teoria exposta, que são: pré-silábica (não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada); silábica (interpreta a letra a sua maneira, atribuindo valor de sílaba a cada uma; silábico-alfabético (mistura a lógica da fase 4 anterior com identificação de algumas sílabas e a alfabética (domina, enfim, o valor das letras e sílabas).

As ideias de Ferreiro, nos anos de 1980, causaram um grande impacto sobre a concepção que se tinha do processo de alfabetização, influenciando os Parâmetros Curriculares Nacionais.

Ferreiro é uma teórica formada em psicologia e pedagogia que acredita na individualidade, quando se construía o   conhecimento pela escrita e leitura, sendo titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico, da cidade do México, onde mora

d) John Dewey

John Dewey (1899), contribui na educação na área da filosofia da educação e da pedagogia e defendia a educação como uma constante reconstrução das experiências, de forma a dar-lhe cada vez mais sentido e a habilitar novas gerações a responder aos desafios da sociedade. Então educar era mais do que reproduzir conhecimentos.

Sendo que sempre defendeu a união da teoria com a prática e, contribui para a Andragogia no sentido da valorização da capacidade e estimulação do aluno adulto a ser um ser pensante, principalmente em discussões coletivas, quando o conhecimento flui mais facilmente e, assim, será construído.

Dewey foi um teórico formado em filosofia e pedagogia que muito contribui para educação, sendo que a teoria a qual sempre defendeu, ainda vigora nos dias de hoje como referência educacional. Em muitos lugares, ela ainda é praticada.

Os teóricos citados acima fazem parte de uma educação que perpassa através dos tempos e que no campo educacional estão em vigor em muitos aspectos, transformadas devido a temporalidade e conhecimentos adquiridos com o passar dos anos.

Considerações Finais

A educação na atualidade em alguns aspectos está igual e, de muitas maneiras seguem os educadores do passado, porém evolui, pois na atualidade a educação deve ser inclusiva, ou seja, a escola deve se adaptar para receber todos os indivíduos, pois segundo a Declaração de Salamanca a educação é para todos, pois antes disso alunos com deficiência não frequentavam a escola.

Por isso a educação não pode ficar estacionada, ela tem que estar sempre pronta e preparada para que os professores possam ajudar a atingir todas as idades e área do conhecimento, mas para isso esses professores têm que ter uma formação e até uma capacitação.

Segundo Camillo e Moralles (2018) a teoria da educação estuda a educação como instrumento de equalização social e superação da marginalidade, sendo que a sociedade é concebida como harmoniosa.

Então, essas teorias bem como suas tendências vieram para que a educação fosse igualitária e que todos os cidadãos e todas as cidadãs tivessem uma educação de qualidade não importando quais métodos que seriam utilizadas, contudo com o advento do progresso essas mesmas teorias com suas tendências foram algumas se sobressaindo em detrimento de a outra continuar sem a sua atualização.

Deste fato, surgem, então, as teorias mais modernas juntando, assim, com as tecnologias, que acredito que vieram para ficar, pois, atualmente, qualquer pessoa pode ser ensinada a longa distância, modo que não se faziam antigamente.

Por fim, as teorias foram se modificando com o passar do tempo, muitas vezes, pela modernidade que a sociedade tende a acompanhar ou, muitas vezes, pela aquisição de conhecimento que os próprios professores vieram a adquirir.

Concluo, comentando que essas teorias caminharam se atualizando para os dias de hoje e não é possível pensar nelas sem suas tendências e, que estamos aqui para aprender e ensinar.

Referências Bibliográficas 

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1Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação, Eikom University