SÍNDROME NEFRÓTICA DESENCADEADA NA GESTAÇÃO COM DIAGNÓSTICO TARDIO DE GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL (GESF): RELATO DE CASO

NEPHROTIC SYNDROME TRIGGERED DURING PREGNANCY WITH LATE DIAGNOSIS OF FOCAL SEGMENTAL GLOMERULOSCLEROSIS (FSGS): CASE REPORT

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202511220658


César Brasileiro Bezerra Pereira1
Natalia Correa Vieira Melo2


Resumo

A síndrome nefrótica é caracterizada por proteinúria intensa, hipoalbuminemia, edema e alterações metabólicas decorrentes de disfunção glomerular, podendo apresentar origem primária ou secundária a diversas doenças sistêmicas. Durante a gestação, a proteinúria significativa pode mimetizar quadros de pré-eclâmpsia, exigindo diferenciação diagnóstica cuidadosa, sobretudo em pacientes sem hipertensão arterial ou disfunção renal. Este estudo descreve a evolução clínica, os achados diagnósticos e o manejo de uma gestante de 27 anos, primigesta, que apresentou edema importante e proteinúria maciça no terceiro trimestre, com função renal preservada e ausência de hipertensão, o que possibilitou investigação precoce de glomerulopatia primária. Durante o seguimento, observou-se piora progressiva da função renal e manutenção da proteinúria no pós-parto, levando à realização de biópsia renal que confirmou padrão de Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (GESF) não específica, com fibrose intersticial discreta, compatível com fase inicial da doença. O manejo incluiu uso de prednisona e, posteriormente, ciclosporina, promovendo remissão da proteinúria, redução do edema e estabilização da função renal, evidenciando o caráter imunomediado da lesão podocitária. O relato ressalta a importância do reconhecimento precoce de sinais clínicos prévios, como anemia, artralgias e anasarca, que podem indicar manifestação inicial de glomerulopatia, bem como a relevância da diferenciação entre síndrome nefrótica gestacional e pré-eclâmpsia para otimizar condutas terapêuticas. Além disso, demonstra desafios estruturais em regiões com acesso limitado a nefrologia especializada, reforçando a necessidade de protocolos ágeis para investigação de gestantes com proteinúria expressiva sem hipertensão. Em conclusão, o caso evidencia que diagnóstico oportuno, tratamento imunossupressor adequado e acompanhamento multidisciplinar são fundamentais para prevenir progressão para doença renal crônica e garantir melhores desfechos maternos, consolidando a importância da integração entre obstetras e nefrologistas no manejo de glomerulopatias primárias durante e após a gestação.

Palavras-chave: Síndrome nefrótica. Glomerulonefrite. Gravidez. Doença renal crônica.Glomeruloesclerose segmentar e focal.

1 INTRODUÇÃO

A Síndrome Nefrótica (SN) corresponde a um conjunto de manifestações clínicas decorrentes de proteinúria intensa, que leva à redução dos níveis séricos de albumina e, consequentemente, ao desenvolvimento de edema, hiperlipidemia e outras alterações sistêmicas. Essa condição resulta de uma disfunção na permeabilidade da membrana basal glomerular, comprometendo o mecanismo de filtração renal. A alteração pode ter origem primária, quando o problema está diretamente no rim, ou secundária a diversas doenças, como diabetes mellitus, lúpus eritematoso sistêmico, neoplasias, infecções congênitas ou até mesmo uso de determinados medicamentos, todos capazes de provocar lesão glomerular e aumento da perda urinária de proteínas (Hill et al., 2016; Tapia; Bashir, 2023).

No período gestacional, sobretudo no terceiro trimestre, a presença de proteinúria intensa também pode ocorrer como manifestação de pré-eclâmpsia. Entretanto, a proteinúria nefrótica pode surgir de forma isolada, sem hipertensão ou disfunção renal, indicando a possibilidade de glomerulopatia primária. Nesses casos, a gestação tende a amplificar a proteinúria preexistente, embora, na ausência de hipertensão grave e deterioração da função renal, os desfechos maternos e fetais sejam geralmente favoráveis (Torres et al., 2025; Gomes, 2021).

Entre as glomerulopatias primárias, a Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (GESF) destaca-se como uma das causas mais prevalentes de síndrome nefrótica em adultos. Sua fisiopatologia é caracterizada por lesão e perda de podócitos, levando à proteinúria persistente e podendo evoluir progressivamente para doença renal crônica. Apesar de sua relevância clínica, os desdobramentos da GESF durante a gestação permanecem pouco documentados, e os casos publicados são escassos, o que limita a definição de condutas padronizadas nesse contexto.

No cenário obstétrico, a diferenciação entre síndrome nefrótica gestacional, pré-eclâmpsia e manifestação de GESF é essencial, uma vez que o manejo terapêutico, a monitorização e o aconselhamento reprodutivo dependem diretamente de um diagnóstico preciso. A influência da síndrome nefrótica na evolução da gestação, especialmente na ausência de hipertensão significativa ou disfunção renal, ainda não está completamente esclarecida. Contudo, há registros de que mulheres com síndrome nefrótica isolada apresentam, com frequência, evolução gestacional favorável. Esse perfil, entretanto, permanece pouco explorado na literatura, reforçando a necessidade de estudos que detalhem a trajetória clínica dessas gestantes e subsidiem práticas assistenciais mais qualificadas (Fakhouri et al., 2023; Castro et al., 2016).

Estudos retrospectivos, como o de Castro et al. (2017), reforçam essa necessidade ao demonstrarem que a biópsia renal, embora exija cautela durante a gestação, pode ser decisiva para o manejo em casos de suspeita de glomerulopatia primária. No estudo, a maioria das gestantes submetidas ao procedimento teve sua conduta terapêutica modificada com base nos achados histopatológicos, incluindo diagnósticos de GESF, com boa evolução materno-fetal e baixa taxa de complicações, evidenciando o impacto da confirmação etiológica na tomada de decisão.

Diante desse cenário, a investigação da síndrome nefrótica na gestação, especialmente quando há suspeita de GESF, adquire relevância central. A apresentação clínica pode mimetizar condições obstétricas comuns, como pré-eclâmpsia, e a literatura permanece limitada quanto a casos que envolvem mulheres jovens, sem comorbidades prévias e com função renal preservada. Assim, estudos dessa natureza tornam-se ferramentas essenciais para aprimorar a diferenciação diagnóstica, orientar o manejo terapêutico e subsidiar a elaboração de protocolos mais seguros e eficientes.

A sistematização dessas experiências fortalece o cuidado baseado em evidências, qualifica a prática clínica e contribui para a condução adequada de gestantes com suspeita ou cofirmação de GESF, especialmente em contextos com recursos assistenciais limitados. Portanto, o presente estudo tem como objetivo descrever a evolução clínica, os achados diagnósticos e o manejo de uma gestante com síndrome nefrótica, posteriormente diagnosticada com GESF.

2 METODOLOGIA

Trata-se de um relato de caso clínico, desenvolvido a partir da análise retrospectiva do prontuário médico, exames laboratoriais e registros evolutivos de uma paciente acompanhada em dois serviços públicos de saúde do estado de Pernambuco. Para preservar a confidencialidade institucional, os nomes completos das unidades foram omitidos e substituídos por descrições genéricas.

A coleta dos dados compreendeu todo o percurso assistencial da paciente, desde a primeira admissão hospitalar em julho de 2022, passando pelo período gestacional, pós-parto, consultas ambulatoriais, até a conclusão diagnóstica e seguimento terapêutico em novembro de 2023. As informações foram organizadas de forma cronológica, permitindo reconstruir a evolução clínica e os principais achados que subsidiaram a condução diagnóstica e terapêutica.

Não foram utilizados dados capazes de permitir identificação direta ou indireta da paciente. Todas as informações foram tratadas de forma sigilosa, garantindo anonimato e confidencialidade, conforme preconizado para relatos de caso que não envolvem intervenção e não permitem reconhecimento da pessoa, dispensando submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa, conforme Resolução CNS nº 510/2016 (Brasil, 2016).

3 RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 27 anos, natural de Terra Nova-PE, professora, primigesta, com gestação de 33 semanas e sem antecedentes patológicos prévios, procurou atendimento na emergência de um hospital público localizado no município de Salgueiro, Sertão pernambucano, no dia 11 de julho de 2022. Apresentava edema importante em membros inferiores e espumúria. Foi iniciada investigação diagnóstica para síndrome hipertensiva específica da gestação, sendo realizados exames laboratoriais e avaliação obstétrica completa.

Em 11 de julho de 2022, os exames laboratoriais evidenciaram creatinina 0,73 mg/dL, ureia 22 mg/dL e proteinúria de 24 horas de 7.676 mg/24h (volume de 1.050 mL).
Em 27 de julho de 2022, realizada ultrassonografia de rins e vias urinárias, onde demonstrou relação córtico-medular preservada e leve dilatação do sistema pielocalicinal, sem fator obstrutivo aparente.

A paciente apresentava boa função renal e proteinúria em nível nefrótico (>3.500 mg/24h). Foi internada em agosto de 2022 com edema importante e proteinúria maciça, sem outras queixas. Durante a internação, manteve pressão arterial normal (110×60 mmHg), sem febre ou dor, diurese presente e edema generalizado (+++/4). Os sinais vitais e a ectoscopia não sugeriam pré-eclâmpsia.

Exames da internação em 19 de agosto de 2022: hemoglobina 12,8 g/dL; hematócrito 38,4%; leucócitos 13.070/mm³; plaquetas 444.000/mm³; glicemia 82 mg/dL; TGO 29 U/L; TGP 20 U/L; colesterol total 408 mg/dL (HDL 101, LDL 236, VLDL 70); triglicerídeos 352 mg/dL; DHL 437 U/L; ureia 8 mg/dL; creatinina 0,79 mg/dL; albumina 2,4 g/dL; proteinúria de 24h 13.202 mg (volume 2.300 mL); ; PCR 5,1; VSH 20; VIT-D 11; TSH 2,87; T4L 0,88. Sorologias para HIV, hepatites B e C e sífilis foram não reagentes; FAN e anti-DNA negativos.

O quadro clínico era compatível com síndrome nefrótica, caracterizada por hipoalbuminemia, proteinúria severa e edema generalizado. Hipótese de pré-eclâmpsia foi descartada. Diante da suspeita de glomerulopatia em atividade iniciada durante a gestação, foi iniciada terapêutica com corticosteroide, heparina e reposição de vitamina D, além de acompanhamento da função renal e da proteinúria.

Após alta hospitalar, a paciente manteve seguimento ambulatorial no. Na primeira consulta, observou-se piora da função renal, elevação dos níveis pressóricos e aumento do edema, com ganho ponderal de 1 kg a cada 48 horas. Optou-se pela interrupção da gestação em setembro de 2022.

Em novembro de 2022, a paciente retornou ao ambulatório apresentando edema moderado em membros inferiores, dor à inspiração profunda e crepitação bibasal. Pressão arterial 140×80 mmHg, frequência cardíaca 60 bpm, peso 85,6 kg. Relatou melhora do edema após o parto, porém, após 15 dias, houve recidiva do edema, elevação pressórica e retorno da espumúria.

Durante a avaliação, referiu que em dezembro de 2021 havia sido internada com anemia severa, poliartralgia e anasarca, necessitando transfusão sanguínea, com melhora espontânea e interrupção da investigação.

Exames de 26 de outubro de 2022: hemoglobina 10,8 g/dL; hematócrito 32%; ureia 16 mg/dL; creatinina 1,56 mg/dL; NA 137; K 3,6; CA 7,9clearance de creatinina 45 mL/min; albumina 2,32 g/dL; proteinúria de 24h 10.509 mg.

Evidenciava-se anemia, piora da função renal, hipoalbuminemia e proteinúria maciça, compatíveis com síndrome nefrótica persistente. Foi prescrita furosemida 40 mg (2 cp 2x/dia), losartana 50 mg (2x/dia) e sinvastatina 20 mg à noite, além de encaminhamento para o ambulatório de glomerulopatias para realização de biópsia renal.

A paciente manteve acompanhamento ambulatorial até o surgimento da vaga para biópsia, sem remissão do quadro nefrótico e com função renal alterada.
Aoa resultados dos exames no dia 09 de novembro de 2022: creatinina 1,29 mg/dL; clearance de creatinina 56,7 mL/min; albumina 3,0 g/dL; UR 21; proteinúria 6.175 mg/24h (volume de 2500ml). Em17 de abril de 2023 obte-se a proteinúria de 12.695 mg/24h.

Em agosto de 2023, foi admitida em um hospital de referência de Recife para investigação secundária e realização de biópsia renal. No exame físico, encontrava-se consciente, orientada, anictérica, afebril, com edema simétrico em membros inferiores (++/4+), PA 160×100 mmHg e FC 72 bpm.

Exames de 29 de agosto de 2023: hemoglobina 12,8 g/dL; creatinina 2,19 mg/dL; ureia 55 mg/dL; albumina 4,0 g/dL; C3 158 mg/dL; C4 29 mg/dL; FAN e anti-DNA negativos; sorologias para HIV, hepatites B e C e sífilis não reagentes; proteinúria de 24h 4.688 mg. Cintilografia renal evidenciou redução global da função renal com pequena cicatriz cortical direita. Ultrassonografia mostrou sinais de cronicidade renal.

A biópsia renal, realizada em 28 de novembro de 2023, revelou 27 glomérulos, sendo 7 globalmente esclerosados, com padrão de GESF não específica, atrofia tubular e fibrose intersticial discretas (10–20%). Imunofluorescência negativa.

Foi iniciada prednisona 1 mg/kg/dia, com boa resposta clínica: redução do edema e da proteinúria. Após seis meses, evoluiu com facies cushingoide e herpes-zoster, sendo iniciado o desmame do corticoide e associada ciclosporina 100 mg 2x/dia.

A paciente apresentou melhora progressiva do quadro, desaparecimento dos edemas e normalização da proteinúria. Atualmente, encontra-se em uso de ciclosporina 75 mg 2x/dia e losartana 50 mg 2x/dia, mantendo boa função renal e proteinúria normal.

A investigação etiológica foi negativa, classificando-se a glomerulopatia como idiopática. A paciente permanece em acompanhamento nefrológico regular, com resposta terapêutica favorável.

4 DISCUSSÃO CLÍNICA

A síndrome nefrótica raramente se manifesta na gravidez e quando isso acontece impõe um desafio clínico considerável, particularmente nos casos de início precoce na gestação ou na presença de manifestações grave e exige abordagem diagnóstica cuidadosa devido à sobreposição entre alterações fisiológicas gestacionais e manifestações de doenças glomerulares (Castro et al., 2017; Verma; Patil, 2024; Gouveia et al., 2020).

De acordo com as Diretrizes de Prática Clínica da Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO), a detecção de proteinúria maciça, edema significativo e hipoalbuminemia na ausência de hipertensão arterial ou outros sinais indicativos de pré-eclâmpsia, tal como observado nesta paciente, serve como um alerta para a possibilidade de uma glomerulopatia primária (KDIGO, 2025).

Embora a pré-eclampsia também esteja associada à proteinúria ou sinais de lesão de órgão-alvo a partir da 20ª semana de gestação; a sua ausência reforça a importância da realização da investigação para identificar causas renais intrínsecas, o que decerto, direcionou precocemente a investigação para causas não hipertensivas. A evolução com proteinúria crescente e sinais de síndrome nefrótica, mesmo após o parto, reforçou o caráter independente da doença glomerular em relação ao ciclo gestacional (Marques et al., 2025).

A GESF é uma das principais glomerulopatias primárias responsáveis por síndrome nefrótica em adultos jovens. O quadro clínico da paciente com proteinúria persistente, recidiva de edema e posterior instalação de hipertensão é compatível com a evolução dessa condição, especialmente em formas idiopáticas. A ausência de autoanticorpos e de sorologias reativas contribuiu para descartar causas secundárias (Wang; Greenbaum, 2019).

Durante a gestação, a síndrome nefrótica aumenta o risco de tromboembolismo, prematuridade e desfechos maternos adversos. Nesse contexto, a adoção de heparina profilática e corticoterapia está em consonância com protocolos vigentes, que recomendam medidas para controle da atividade inflamatória glomerular, prevenção de trombose e estabilização da função renal (Torres et al., 2025).

A confirmação diagnóstica por biópsia renal, a qual foi realizada no pós-parto devido às contraindicações relativas durante a gestação demonstrou padrão de GESF não específica, com graus leves de fibrose intersticial, achado compatível com a fase inicial ou intermediária da doença. A resposta favorável à prednisona e, posteriormente, à ciclosporina, reforça o caráter imunomediado da lesão podocitária e está alinhada às recomendações terapêuticas para GESF primária (Petros et al., 2025; Torres et al., 2025).

O caso evidencia a importância da realização precoce da biópsia renal em gestantes com proteinúria maciça sem hipertensão, uma vez que atrasos podem levar à progressão da lesão renal e retardar o início de terapias imunossupressoras eficazes. Também demonstra as dificuldades estruturais em regiões menos assistidas por nefrologia especializada, o que pode ter contribuído para a evolução prolongada da síndrome nefrótica (Petros et al.,2025).

A história prévia de anemia severa, edema e artralgias sugere que a paciente poderia apresentar sinais iniciais de glomerulopatia meses antes da gestação, reforçando a necessidade de valorização de sintomas sistêmicos prévios. Diante disso, este caso destaca a importância de diferenciar corretamente pré-eclâmpsia de glomerulopatias primárias, de garantir acesso a avaliação nefrológica especializada e de iniciar tratamento imunossupressor adequado para evitar progressão renal e obter desfechos favoráveis.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente relato evidencia a complexidade do manejo da síndrome nefrótica na gestação e a importância de avaliação clínica criteriosa diante de quadros que podem mimetizar pré-eclâmpsia. A paciente apresentou proteinúria maciça, hipoalbuminemia e edema significativo, porém sem hipertensão arterial, o que possibilitou a investigação precoce de glomerulopatia primária, posteriormente confirmada como GESF por biópsia renal no pós-parto. Sintomas prévios à gestação, como anemia, artralgias e anasarca, possivelmente representavam manifestações iniciais da doença, evidenciando a necessidade de atenção a sinais sistêmicos de comprometimento renal em mulheres jovens.

Apesar do atraso diagnóstico e do início tardio do tratamento, a intervenção com prednisona e ciclosporina resultou em melhora clínica relevante, com remissão da proteinúria, redução do edema e estabilização da função renal. Este caso reforça a importância de diagnóstico oportuno, manejo imunossupressor adequado e acompanhamento multidisciplinar, contribuindo para melhores desfechos maternos e prevenção da progressão para doença renal crônica, mesmo em contextos com limitações estruturais.

REFERÊNCIAS

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1 Médico Residente em Nefrologia pelo Hospital Regional de Taguatinga- SES-DF. Brasília- DF. e-mail: cesarmedtrab@gmail.com
2 Supervisora do programa de residência médica em Nefrologia do Hospital Regional de Taguatinga – SES-DF. Docente do Mestrado da Universidade do Distrito Federal, Escola Superior de Ciências da Saúde. Doutora em Nefrologia pela Faculdade de Medicina da USP