MENTAL HEALTH, PHYSICAL INACTIVITY, AND QUALITY OF SLEEP IN HIGH-RISK DIABETICS AND HYPERTENSIVE PATIENTS
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11448205
Robson Bonoto Teixeira1; Paulo Roberto dos Santos Amorim2; Yuri de Lucas Xavier Martins3; João Carlos Bouzas Marins4; Luciana Moreira Lima5.
RESUMO
Objetivo: Identificar e correlacionar sintomas de depressão e de ansiedade com o nível de atividade física, de variáveis antropométricas e da qualidade do sono em portadores de Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e/ou de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), com alto risco de doenças cardiovasculares. Método: Estudo transversal com 120 pacientes com média de idade de 61±10 anos, sendo 78 mulheres e 42 homens, atendidos no Centro Estadual de Assistência Especializada – CEAE, do município de Viçosa, Minas Gerais. Foram utilizados o Inventário de Ansiedade de Beck (IAB), Inventário de Depressão de Beck (IDB) e o Self-Reporting Questionnaire, o pedômetro, variáveis antropométricas e para a avaliação da qualidade do sono foi utilizado o Questionário de Pittsburgh (PSQI-BR). Resultados: O IDB mostrou maior traço de depressão nas mulheres (p=0,001). Constatou-se também alta inatividade física e pior qualidade do sono entre as mulheres (p=0,023). Ademais, houve correlação do IDB com a qualidade do sono nas mulheres (p=0,002) e do IAB com as variáveis antropométricas nos homens. Conclusão: Observou-se que a sintomatologia de depressão foi maior nas mulheres, assim como a pior qualidade de sono. Tanto homens quanto mulheres apresentaram comportamento sedentário, risco cardiovascular e excesso de gordura.
Palavras-chave: Depressão; Ansiedade; Hipertensão; Diabetes.
ABSTRACT
Objective: To identify and correlate symptoms of depression and anxiety with the level of physical activity, anthropometric variables, and sleep quality in patients with type 2 diabetes mellitus (DM2) and/or systemic arterial hypertension (SAH), at high risk of cardiovascular diseases. Method: A cross-sectional study with 120 patients with a mean age of 61±10 years, 78 women and 42 men, attended at the State Center for Specialized Assistance – CEAE, in the city of Viçosa, Minas Gerais. The Beck Anxiety Inventory (BAI), the Beck Depression Inventory (BDI), the Self-Reporting Questionnaire, the pedometer, and anthropometric variables were used, and the Pittsburgh Questionnaire (PSQI-BR) was used to assess sleep quality). Results: The BDI showed a greater trace of depression in women (p=0.001). There was also high physical inactivity and worse sleep quality among women (p=0.023). Furthermore, there was a correlation between the BDI and the quality of sleep in women (p=0.002) and between the BAI and the anthropometric variables in men. Conclusion: It was observed that the symptoms of depression were greater in women, as well as the worst quality of sleep. Both men and women presented sedentary behavior, cardiovascular risk, and excess fat.
Keywords: Depression; Anxiety; Hypertension; Diabetes.
INTRODUÇÃO
O estilo de vida contemporâneo marcado por baixos níveis de atividade física, elevados níveis de sedentarismo e alimentação inadequada traz consigo o aumento de doenças metabólicas(1,2). Assim, mais de um bilhão de pessoas no mundo apresentam hipertensão arterial sistêmica (HAS)(3), sendo que 30% da população brasileira é avaliada como hipertensa(2). Quanto aos portadores de diabetes mellitus tipo 2 (DM2), estima-se que pelo menos 11 milhões de brasileiros sofram dessa comorbidade, o que representa aproximadamente 6% da população. Calcula-se que, em 2030, cerca de 366 milhões de pessoas no mundo se tornarão diabéticas(1).
Muitos portadores de HAS e DM2 apresentam sintomas referentes a doenças psiquiátricas, como a depressão e ansiedade(4). Isso porque, nessas pessoas, o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal costuma estar desregulado, culminando em grande ativação das adrenais e elevação do cortisol sérico. Este hormônio está envolvido na liberação de adrenalina em situações de estresse, agravando as desordens mentais, e promovendo alterações metabólicas que aumentam a pressão arterial e a resistência à insulina(4). Ademais, a presença desses transtornos mentais está associada a poucos cuidados com a saúde e o uso de medicações que podem favorecer o aumento de massa corporal. Somados, esses fatores constroem um ciclo que gera coexistência de desordens metabólicas e psíquicas(4,5).
A inatividade física é um componente que necessita de atenção quando se trata da saúde integral, pois, em níveis elevados pode intensificar os sintomas da hipertensão e do diabetes, dificultando o controle e contribuindo para retroalimentação desse quadro(6,7). Por outro lado, um estilo de vida ativo apresenta benefícios para a saúde física e mental(6), devido ao seu papel regulador de neurotransmissores, como dopamina e serotonina, e na diminuição do cortisol sérico, muito envolvidos na fisiopatologia dos transtornos mentais. Além disso, o exercício físico atua em vias metabólicas de modo a auxiliar na regulação do metabolismo da glicose e aumentar a sensibilidade à insulina(7).
É fundamental avaliar o risco cardiovascular, a composição corporal e a qualidade do sono(8),fortemente associados aos transtornos mentais, haja vista que há relações comportamentais e fisiopatológicas entre essas doenças(4,9,10). Essa detecção pode possibilitar intervenções que melhorem o prognóstico e a qualidade de vida, permitindo mudanças que aumentem a eficácia da abordagem terapêutica desses indivíduos(5,9).
O levantamento e a identificação das condições da saúde mental, do nível de atividade física, do risco cardiovascular e da qualidade do sono de hipertensos e diabéticos se tornam fundamentais, em função da coexistência dessas comorbidades, para um efetivo tratamento. Deste modo, o presente estudo teve como objetivo, identificar sintomas de depressão e de ansiedade em homens e mulheres, portadores de DM2 e/ou de HAS, em situação de risco, correlacionando-os com o nível de atividade física diária, o risco cardiovascular, os índices de gordura corporal e visceral, além da qualidade do sono.
MÉTODO
Desenho do estudo
Este é um estudo de caráter descritivo e transversal, realizado através de parceria da Universidade Federal de Viçosa e o Centro Estadual de Assistência Especializada (CEAE). O estudo foi realizado nas dependências do CEAE, que corresponde a um centro de saúde de atenção secundária, com intuito de registrar e monitorar pacientes hipertensos resistentes e/ou diabéticos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em situação de risco, com atendimento multiprofissional, de acordo com a Resolução Estadual n° 2.606, de 7 de dezembro de 2010.
Em relação aos hipertensos, são atendidos os pacientes com hipertensão resistente, ou seja, pacientes que fazem uso combinado de medicamentos anti-hipertensivos de pelo menos três classes diferentes, sendo um diurético e, mesmo assim a pressão arterial permanece acima dos níveis ótimos(11). Já os diabéticos atendidos pelo CEAE devem apresentar hemoglobina glicada (HbA1c) igual ou maior que 9%.
Participantes
O recrutamento dos voluntários iniciou-se através de contato pessoal e verbal no próprio CEAE, no qual o pesquisador informava todos os objetivos e procedimentos metodológicos do estudo. Após as devidas informações sobre o estudo e o aceite por parte dos voluntários, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi assinado. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (CAAE n° 33979214.3.0000.5153), atendendo a Resolução CNS 466/12 da legislação brasileira.
Como critérios de inclusão para o voluntariado, foram utilizados: ser paciente do CEAE, ser residente na cidade de Viçosa, Minas Gerais, e estar disponível no horário e nas datas pré-determinadas. Já os critérios de exclusão foram: amputação de membros, uso de próteses, cadeirantes, uso de qualquer tipo de amparo para deslocamento, limitação de movimento articular, diabetes do tipo 1 e falta de entendimento do uso do pedômetro. A partir disso, o tamanho amostral foi calculado no programa StatCalc do software Epi InfoTM, versão 7.2.0.1 (Georgia, Estados Unidos). O cálculo do tamanho amostral considerou nível de confiança de 95%, prevalência de 50% em relação às variáveis analisadas e erro máximo admissível de 5%. O resultado apresentado para o tamanho da amostra foi de 120 indivíduos.
Participaram do estudo, 120 voluntários, sendo 78 mulheres com média de idade de 60 anos e 42 homens com média de idade de 64 anos. Desses participantes, 84 apresentaram DM2+HAS, 20 apenas DM2 e 16 apenas HAS.
Procedimentos
A amostragem foi composta devido a um contato verbal realizado na sala de espera do CEAE, momento, em que foram expostos todos os procedimentos e objetivos do estudo. Obtendo-se o aceite do voluntário em participar, foi o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Após a assinatura do TCLE, foi cedido o pedômetro Digi-Walker® (modelo CW-700, Yamax Corporation, Tokyo, Japão), para avaliação do nível de atividade física, com o intuito de aproveitar o primeiro contato com o paciente. Este equipamento teve como finalidade, verificar o nível de atividade física cotidiana, através do número de passos diários por oito dias consecutivos. Para classificação do nível de atividade física, optou-se pela proposta de Tudor Locke et al. (2008)(12). O procedimento de utilização pode ser verificado no estudo de Teixeira et al. (2020)(13).
Após a utilização do pedômetro, os pacientes retornavam ao CEAE para a entrega do mesmo, momento em que os outros procedimentos foram realizados. Inicialmente, aplicou-se o Inventário de Depressão de Beck (IDB)(14), que é um questionário psicométrico de autoavaliação. A escala é constituída de 21 itens que incluem atitudes e sintomas com intensidade que variam de 0 (zero) a 3 (três) e visam identificar a presença de indicadores depressivos, considerando várias categorias de sintomas, como: humor (tristeza, perda de interesse, choro e oscilação do humor); vegetativos ou somáticos (perda de massa corporal, perda do apetite, do sono e fadiga); cognitivos (culpa, desesperança e ideias suicidas), sociais (reclusão social e inibição); e motores (inibição e agitação)(15). Os participantes que fizeram de 0 a 9 pontos foram considerados com depressão mínima; 10 a 16, depressão leve; 17 a 29, moderada; e 30 a 63, severa(14).
Posteriormente, foi aplicado o Inventário de Ansiedade de Beck (IAB)(16), com intuito de avaliar possíveis sintomas de ansiedade, utilizando-se de uma escala de sintomas organizada em 21 itens, categorizados em nada, um pouco, moderadamente e gravemente. Nele, eram avaliados sintomas de ansiedade, como nervosismo, tremores, palpitação, medo, sensação de sufoco, desmaio, calor, dormência entre outros. Assim, foram considerados ansiedade mínima de 0 a 7 pontos; ansiedade leve de 8 a 15 ; moderada de 16 a 25 e grave de 26 a 63 pontos(16).
Por fim, foi utilizado o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20)(17), para rastreamento de transtornos mentais não-psicóticos na avaliação de sofrimento mental. O instrumento é composto por vinte questões, sendo que as respostas são binárias (sim/não), e o escore final foi obtido por adição das respostas positivas encontradas no teste. A obtenção de até seis respostas positivas levou a não suspeição de transtorno mental e, acima de sete respostas positivas, suspeição de transtorno mental em relação aos últimos trinta dias vividos pelo paciente(17). O pesquisador orientou o paciente a levar em consideração a última semana e o dia em que houve a aplicação dos instrumentos. A aplicação dos questionários foi realizada por indivíduo devidamente treinado, de forma individual, em sala reservada.
Ressalta-se, que a análise de utilização de psicofármacos nos prontuários dos pacientes foi feita, com a devida autorização da gestão do CEAE. Todos os procedimentos metodológicos foram feitos em horários, previamente marcados, de acordo com a disponibilidade dos voluntários.
Passada a aplicação dos questionários, iniciaram-se os procedimentos antropométricos. Para o rastreio do risco cardiovascular foi utilizado o Índice de Conicidade (IC)(18) e a Relação Cintura-estatura (RCE)(19). Para rastrear os níveis de gordura corporal e visceral respectivamente, foi utilizado o Índice de Adiposidade Corporal (IAC)(20) e o Body Roundness Index (BRI)(21). Os procedimentos de aplicação dessas variáveis antropométricas também podem ser observados no estudo de Teixeira et al (2020)(13).
Posteriormente, foram avaliadas a qualidade subjetiva e perturbações do sono, através do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI-BR). Este método é composto por 19 itens de autorrelato divididos em sete componentes: qualidade subjetiva do sono (C1); latência do sono (C2); duração do sono (C3); eficiência habitual do sono (C4); alterações do sono (C5); uso de medicações para o sono (C6); e disfunção diurna (C7). Além de mais cinco questões que são utilizadas apenas para a prática clínica, não fazendo parte do escore final do instrumento, pontuado em uma escala de 0 a 3. Os escores dos sete componentes são somados variando de 0 a 21: pontuações de 0 a 4 indicam boa qualidade do sono; de 5 a 10 indicam qualidade ruim; e acima de 10 pontos indicam distúrbio do sono(22). Ressalta-se que todos os instrumentos foram aplicados em um local reservado e de forma individual no próprio CEAE, por pesquisadores devidamente treinados e experientes.
Análise Estatística
Inicialmente, para caracterização da amostra foi utilizado o teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov. Tendo em vista que as variáveis, idade, IDB e IAB apresentaram comportamento de não normalidade, aplicou-se a estatística descritiva obtendo-se as medianas e intervalos interquartis, além do teste Mann-Whitney para a observação de possíveis diferenças intersexo, que também foi utilizado para comparar os valores do PSQI-BR e seus componentes entre homens e mulheres. Além disso, foi utilizado o Teste Qui-quadrado e o Teste Exato de Fisher para testar possíveis diferenças entre homens e mulheres, no que concerne à escolaridade e à observação de possível diferença nos valores de IC, RCE, BRI, IAC e do SRQ-20 quando comparado os sexos. Essas mesmas metodologias foram utilizadas para comparar os resultados encontrados no SRQ-20 de homens e de mulheres com as variáveis já mencionadas e o nível de atividade física diária. Por fim, utilizou-se a correlação de Spearman para relacionar os dados do IDB e IAB com IC, RCE, BRI, IAC, PSQI-BR e nível de atividade física diária. O nível de significância adotado para os testes foram de 5% e para analisar os dados, foi utilizado o software SPSS Statistics 20.
RESULTADOS
A amostra apresentou média de idade de 61 ± 10 anos, sendo 60 ± 11 para as mulheres e 64 ± 9 para os homens, sem diferença significativa. Em relação à escolaridade, 12% dos homens e 14% das mulheres são analfabetos (p=0,740). Enquanto 31% dos homens apresentaram de 0 a 3 anos de estudo, contra 33% das mulheres (p=0,791). Os homens com 4 a 8 anos de estudo corresponderam a 43% da amostra, já as mulheres, 45% (p=841). Por fim, 14% dos homens e 8% das mulheres tinham 8 ou mais anos de escolaridade (p=0,999).
Quanto ao nível de atividade física diária, observou-se que mais da metade da amostra total foi classificada como sedentária, com média de 2.548 passos. A classificação de sedentários e pouco ativos (média de 6.114 passos) juntas, correspondem a 84% da amostra e apenas 6% foram classificados como ativos (11.492) e muito ativos (14.342), não ocorrendo diferença significativa entre as categorias. O mesmo ocorreu quando os dados foram divididos entre os sexos, como pode ser observado na figura 1.
Figura 1: Classificação do nível de atividade física diária de homens e mulheres atendidos pelo CEAE, de acordo com o número de passos.
Quando analisada a saúde mental dos pacientes, observou-se que as mulheres apresentaram pontuação no IDB condizente à classificação de depressão moderada, enquanto os homens foram classificados com depressão leve, observando, dessa forma, diferença estatística significativa entre esses valores. Quanto à ansiedade, as mulheres e os homens foram apontados com ansiedade leve, segundo o IAB, não ocorrendo diferença significativa. Além disso, cerca de um terço dos homens e mulheres podem possuir algum tipo de transtorno mental segundo o SRQ-20, como pode ser observado na tabela 1. Ainda, foi observado a partir da análise dos prontuários que 68% da amostra fazia uso de algum tipo de psicofármaco, sendo 86% das mulheres e 37% dos homens. Os medicamentos mais documentados foram o Clonazepam e a Fluoxetina. Considerando as mulheres que faziam uso de psicofármacos, constatou-se uma média de 21 pontos no IDB, o que representa traço de depressão moderada, já os homens obtiveram uma média de 11 pontos, classificada na pesquisa como depressão leve. No IAB, ambos os sexos apresentaram média de 18 pontos, mostrando traços de ansiedade moderada. Dentre eles, oito mulheres e cinco homens, que usavam depressivos e/ou ansiolíticos, foram rastreados com suspeição de transtorno mental pelo SRQ-20.
Tabela 1: Parâmetros do estado psicológico dos pacientes hipertensos e diabéticos divididos entre homens e mulheres, atendidos no CEAE.
Em relação aos resultados encontrados através das variáveis antropométricas, 83% dos homens e 92% das mulheres apresentaram risco cardiovascular rastreado pela IC sem diferença significativa entre eles (p=0,216). A RCE também rastreou quase que a totalidade de homens (98%) e mulheres (99%), que igualmente apresentaram risco cardiovascular elevado, sem diferença significativa (p=0,579). Já o preditor BRI certificou a probabilidade de que 93% dos homens e 46% das mulheres, com diferença significativa (p=0,004), tenham excesso de gordura corporal e visceral. Finalmente, o IAC demonstrou a possibilidade de que 19% dos homens e 69% das mulheres, também com diferença estatística (p=0,001), estejam com excesso de gordura corporal.
De acordo com o PSQI-BR não foi observada diferença significativa nos itens C1 (p=0,089), C2 (p=0241), C3 (p=0276), C4 (p=0,606), C6 (p=0,506) entre os sexos. Entretanto, os itens C5 e C7 demonstraram a possibilidade das mulheres, participantes deste estudo, terem maiores alterações do sono (p=0,019) e disfunção diurna de sono (p=0,004) que os homens. Considerando a pontuação total do PSQI-BR, as mulheres apresentaram uma qualidade subjetiva de sono pior do que a dos homens (p=0,023): constatou-se que 69% das mulheres apresentaram qualidade ruim ou distúrbio do sono, contra 54% dos homens. De forma total, 63% da amostra apresentou sono com distúrbio ou ruim.
Observou-se, ainda, correlação positiva entre os indícios de sintomas depressivos e a qualidade subjetiva do sono nas mulheres. Já nos homens, percebeu-se correlação positiva entre os sintomas detectados pelo IAB e os preditores de risco cardiovascular IC e RCE, além de correlação de excesso de gordura visceral, prenunciada pelo BRI. Todos os dados se encontram na tabela 2.
Tabela 2: Correlações entre os aspectos mentais e demais variáveis em mulheres e homens atendidos no CEAE.
Por fim, quando relacionados os dados apresentados pelo SRQ-20 com as mulheres, não foram observadas diferenças significativas com o PSQI-BR (p=0,394), BRI (p=0,907), IAC (p=0,601), RCE (p=0419), IC (p=0,063) e atividade física diária (p=0,938). O mesmo ocorrendo com os homens: PSQI-BR (p=0,530), BRI (p=0,397), IAC (p=0,550), RCE (p=0,748), IC (p=0,828) e atividade física diária (p=0,391).
DISCUSSÃO
Os achados mais importantes deste estudo compreendem a identificação de maior acometimento de sintomas de depressão nas mulheres em comparação com os homens, segundo o instrumento de rastreio utilizado (Tabela 1). Observou-se, também, elevado risco cardiovascular e excesso de gordura visceral nos homens e gordura corporal nas mulheres, com diferenças intersexo nessas duas últimas variáveis. Da mesma forma, verificou-se elevado comportamento sedentário em ambos os sexos. E ainda, pior qualidade de sono subjetiva nas mulheres, segundo o PSQI-BR, ocorrendo correlação positiva com os traços de depressão. Já nos homens suspeita-se haver relação entre a qualidade subjetiva do sono e risco cardiovascular, assim como, excesso de gordura visceral.
No primeiro momento, verificou-se que o fator, atividade física diária pode interferir diretamente na composição corporal e no tratamento de doenças crônicas não transmissíveis e transtornos mentais. Constatou-se que apenas 6% da amostra pesquisada é ativa fisicamente, segundo a contagem de passos feita pelo pedômetro (mais de 10.000 passos diários), sem diferença entre os sexos. Esses achados são críticos, uma vez que a atividade física pode conferir efeitos que auxiliariam bastante as pessoas que não possuem boa saúde mental, por meio dos efeitos neuroplásticos, otimizando os níveis de neurotransmissores, beta-endorfinas, fatores neurotróficos, entre outros(23). Além disso, a atividade física atua na regulação dos processos que abrangem a neurogênese, no controle do estresse e na defesa antioxidante(24). O estudo de Lade et al., (2016)(25), realizado também no CEAE, observou média de 7.050 passos diários em diabéticos sem neuropatia e 4.663 com neuropatia, consolidando a ideia de que os pacientes atendidos nesta Instituição, possuem baixo nível de atividade física diária, o que pode se refletir em dificuldades no tratamento da doença de base, assim como, nas doenças mentais.
Além de demonstrar a importância da atividade física diária para esses pacientes, considera-se interessante realizar e oportunizar sessões de exercício físico sistematizado a esse público. O exercício físico é uma subcategoria da atividade física, caracterizado por esforços planejados e estruturados(26). Estudo prévio desenvolvido por nosso grupo(27), concluiu que uma intervenção de doze semanas com exercícios aeróbicos e resistidos foi capaz de melhorar os quadros depressivos, ansiosos e de transtornos mentais não psicóticos em pacientes com HAS e DM2. Já é consensual na literatura científica os benefícios do exercício físico na saúde mental de pessoas com ou sem transtornos mentais(6,7). Contudo, apesar destas evidências científicas, ainda é encontrada enorme fragilidade na estruturação de políticas públicas que envolvam o estímulo e a estrutura de oferta de exercício físico para as populações mais fragilizadas, como no presente estudo.
A grande prevalência de sintomas depressivos e ansiosos pode se relacionar à condição de base dos pacientes (HAS e DM2). De acordo com Duric et al, (2016)(28), o portador de doença crônica sistêmica exibe maior predisposição a estresse psicológico. Neste fenômeno, está envolvida a maior ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, no qual há estímulo à produção do hormônio liberador de corticotrofina (CRH) ao nível hipotalâmico com subsequente produção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela adeno-hipófise e, finalmente, de cortisol pelas adrenais. Com isso, de modo crônico, há aumento do cortisol sérico, catecolaminas e do nível de citocinas pró-inflamatórias, mas, neste caso, com mecanismo pouco claro. Como consequência, esse cortisol apresentará efeitos prejudiciais tanto para a saúde mental, quanto para a saúde cardiovascular, piorando a condição de base pelo aumento da resistência à insulina e pelas complicações cardiovasculares(29).
Outro achado que merece grande atenção por parte das autoridades e dos profissionais da saúde refere-se aos níveis de depressão mais elevados nas mulheres em relação aos homens. Estudos demonstram que as mulheres possuem 1,7 vezes mais chances de desenvolver esse transtorno psiquiátrico do que os homens30. Estima-se, porém, que cerca de apenas 50% das mulheres com depressão tenham recebido algum tratamento médico(29). A explicação para esse fenômeno é ainda incerta, mas observam-se diferenças nos níveis de vários biomarcadores entre homens e mulheres e, entre estas, variam mais ainda conforme estado hormonal, muitos desses associados às doenças mentais(31). Ademais, a desigualdade de gênero faz com que a mulher seja suscetível a mais estressores, dada à violência doméstica e à desigualdade salarial(32).
Os resultados do presente estudo divergem dos achados de Kilkkinen et al., (2007)(33) onde avaliaram pessoas com idades entre 25 e 74 anos, não encontrando diferenças na prevalência de depressão entre os sexos. Tais resultados distintos podem ser parcialmente atribuídos à faixa etária mais ampla, bem como, diferenças culturais, sociais e de estilo de vida entre as amostras de países distintos como Brasil e Austrália. Portanto, o autoconhecimento sobre sua condição é aspecto fundamental para que mulheres busquem ajuda especializada, bem como, tais informações podem contribuir para melhorar a eficiência dos serviços de saúde para que busque acrescentar, juntamente aos seus tratamentos, mudanças de hábitos de vida, como exercícios físicos e nutrição, com a psicoterapia e a farmacoterapia.
Ademais, as mulheres apresentaram evidências de pior qualidade subjetiva do sono em relação ao sexo oposto e correlação positiva com sintomatologia da depressão. Provavelmente, esses achados possam ser explicados pelo fato de grande parte das mulheres, pertencentes ao estudo, estarem passando pela transição da menopausa. Estudos mostram que ser mulher é um fator de risco para distúrbios do sono e para alguns transtornos mentais(31,34). As mulheres parecem mais propensas a desenvolverem sintomas de insônia na meia e terceira idades, devido às grandes alterações hormonais decorrentes dessa fase da vida(35). Além disso, uma boa qualidade do sono está relacionada à manutenção da saúde mental e cognitiva, fato inverso ao encontrado no presente estudo(30). Realça-se que as mulheres procuram mais o atendimento médico, o que pode ocasionar uma subnotificação relativa ao gênero masculino, pois, sabe-se que a expectativa de vida dos homens é menor. Talvez, o imaginário social que vê o homem como menos vulnerável às doenças, faz com que eles se cuidem menos.
O PSQI-BR correlacionou-se positivamente com IC, RCE e BRI nos homens. O sono insuficiente está relacionado ao risco cardiovascular, além do aumento da obesidade, diabetes e inflamação. Poucas horas de sono relaciona-se a um aumento de 20% no desenvolvimento de hipertensão. Além disso, há relação entre uma má qualidade do sono com hipercolesterolemia e aterosclerose(36). A pressão sanguínea e frequência cardíaca mudam durante o sono, porém, o sono perturbado causa respostas cardiovasculares adversas, principalmente devido à apneia obstrutiva do sono e sua hipóxia associada à fragmentação do sono. Assim, a troca gasosa, prejudicada com hipóxia, interrompe o sono levando ao aumento da atividade simpática, o que resulta em aumento da pressão sanguínea, na liberação de citocinas pró-inflamatórias, na lipólise e piora da resistência à insulina. Isso causa um remodelamento cardíaco afetando a pré e pós-carga atrial e ventricular esquerda(37).
A amostra do presente estudo apresentou, ainda, alto risco cardiovascular com acúmulo excessivo de gordura visceral nos homens e corporal nas mulheres, além de uma correlação com o baixo nível educacional. Todas essas condições podem favorecer o progresso de transtornos mentais, uma vez que pessoas com baixo grau de escolaridade, provavelmente, terão menores recursos financeiros e sociais, o que acarreta dificuldades para lidar com problemas relacionados à saúde mental, aumentando a probabilidade de desenvolver, por exemplo, ansiedade e depressão, além da obesidade(26).
Finalmente, embora a maior parte da amostra faça uso de algum psicofármaco, percebe-se a persistência dos sintomas depressivos e ansiosos. A literatura evidencia que o uso de psicofármacos tem uma resposta incerta e, por vezes, insuficiente, não correspondendo às expectativas, tendo em vista que apenas um terço dos pacientes conseguem a remissão dos sintomas(38-40). Em muitos serviços de saúde, observa-se a prescrição inadequada desses medicamentos, somado ao fato de que muitos pacientes não toleram as medicações ou, ainda, não aderem ao tratamento(40,41). Essa baixa adesão é ainda mais crítica nos pacientes idosos e com comorbidades, como é o caso da amostra estudada, uma vez que o uso de vários medicamentos dificulta sua administração e aumenta a probabilidade de interações medicamentosas e, portanto, intolerância(41). Dessa forma, a prescrição de psicofármacos ainda se mostra como um desafio nestes casos.
São consideradas como limitações do estudo, o fato da investigação apresentar instrumentos utilizados para rastreio de doenças mentais, qualidade do sono, composição corporal e nível de atividade física diária, porém, não podem ser considerados como de diagnóstico definitivo. Reitera-se que outros fatores podem interferir na saúde mental, como: nutrição, ingestão de bebidas alcoólicas, nível socioeconômico, condições de trabalho e exposição à violência, todavia, que não foram analisados, o que poderia ampliar a base de análise do estudo.
CONCLUSÃO
Observaram-se traços depressivos, principalmente, em mulheres, além de alto grau de ansiedade, em ambos os sexos, o que pode dificultar o controle das doenças de base nesses pacientes. Além disso, notou-se possível má qualidade do sono, risco coronariano elevado e excesso de gordura visceral, que podem estar correlacionados com o estado de saúde mental apresentado pela amostra. Isso comprova a necessidade de intervenções, como a de exercícios físicos, para este público, pois, além destas pessoas apresentarem níveis alarmantes de inatividade física, o exercício regular pode minimizar os demais fatores que interferem na saúde mental.
REFERÊNCIAS
1. de Almeida-Pititto B, Dias ML, de Moraes ACF et al. Type 2 diabetes in Brazil: epidemiology and management. Metab Syndr Obes. 2015; 8, 17.
2. Riegel GR, Martins GB, Schimidt AG et al. Self-reported adherence to physical activity recommendations compared to the IPAQ interview in patients with hypertension. Patient Prefer Adherence. 2019; 13.
3. Zhou B, Bentham J, Di Cesare M et al. Worldwide trends in blood pressure from 1975 to 2015: a pooled analysis of 1479 population-based measurement studies with 19· 1 million participants. The Lancet. 2017; 389(10064): 37-55.
4. Lopuszanska UJ, Skorzynska-Dziduszko K, Lupa-Zatwarnicka K et al. Mental illness and metabolic syndrome-a literature review. Ann Agric Environ Med. 2014; 21(4).
5. de Groot M , Golden SH. Depression and Diabetes. Curr Diab Rep. 2014; 14 (6): 491.
6. Knapen J, Vancampfort D, Moriën Y et al. Exercise therapy improves both mental and physical health in patients with major depression. Disabil Rehabil. 2015; 37(16): 1490-1495.
7. Portugal EMM, Cevada T, Monteiro-Junior RS et al. Neuroscience of exercise: from neurobiology mechanisms to mental health. Neuropsychobiology. 2013; 68(1): 1-14.
8. Zhu X, Hu Z, Nie Y et al. The prevalence of poor sleep quality and associated risk factors among Chinese elderly adults in nursing homes: A cross-sectional study. Plos One. 2020; 15 (5): e0232834.
9. Cohen BE, Edmondson D, Kronish IM. State of the art review: depression, stress, anxiety, and cardiovascular disease. Am J Hypertens. 2015; 28(11): 1295-1302.
10. Salamat MR, Shanei A, Salamat AH et al. Anthropometric predictive equations for estimating body composition. Adv Biomed Res. 2015; 4.
11. Hameed MA, Dasgupta I. Medication adherence and treatment-resistant hypertension: a review. Drugs in context. 2019; 8.
12. Tudor-Locke C, Hatano Y, Pangrazi RP et al. Revisiting “how many steps are enough?”. Med Sci Sports Exerc 2008; 40(7): S537-S543.
13. Teixeira RB, Amorim PRS, Marins JCB, et al. Physical Inactivity is Liable to the Increased Cardiovascular Risk and Impaired Cognitive Profile. Curr Alzheimer Res.2020;17(3):1-8.
14. Aksoy H, Aksoy Ü, Karadağ Öİ et al. Depression levels in patients with hyperemesis gravidarum: a prospective case–control study. Springerplus. 2015; 4(1): 1-6.
15. Beck AT, Steer RA, Carbin MG. Psychometric properties of the Beck Depression Inventory: Twenty-five years of evaluation. Clin Psychol Rev. 1988; 8(1): 77-100.
16. Ay AA, Ulucanlar H, Ay A et al. Risk factors for perioperative anxiety in laparoscopic surgery. JSLS. 2014; 18(3).
17. Giang KB, Allebeck P, Kullgren G et al. The Vietnamese version of the Self Reporting Questionnaire 20 (SRQ-20) in detecting mental disorders in rural Vietnam: a validation study. Int J Soc Psychiatry. 2006; 52(2): 175-184.
18. Valdez R. A simple model‐based index of abdominal adiposity. J Clin Epidemiol 1991; 44: 955-956.
19. Ashwell M, Hsieh SD. Six reasons why the waist-to-height ratio is a rapid and effective global indicator for health risks of obesity and how its use could simplify the international public health message on obesity. Int J Food Sci Nutr 2005; 56(5): 303-307.
20. Bergman RN, Stefanovski D, Buchanan TA et al. A Better Index of Body Adiposity. Obesity. 2011; 19(5): 1083–9.
21. Motamed N, Rabiee B, Hemasi GR et al. Body roundness index and waist-to-height ratio are strongly associated with non-alcoholic fatty liver disease: a population-based study. Hepatitis monthly. 2016; 16(9): e39575.
22. Buysse DJ, Reynolds CF 3rd, Monk TH et al. The Pittsburgh Sleep Quality Index: a new instrument for psychiatric practice and research. Psychiatry Res. 1989;28(2):193-213.
23. Phillips C. Physical activity modulates common neuroplasticity substrates in major depressive and bipolar disorder. Neural Plast. 2017.
24. Williams RL, Wood LG, Collins CE et al. Effectiveness of weight loss interventions–is there a difference between men and women: a systematic review. Obes Rev. 2014; 16(2): 171-86.
25. Lade C, Marins JC, Lima LM et al. Nível de atividade física habitual em portadores e não portadores de neuropatia diabética. RBAFS. 2016; 21(4), 324-333.
26. Kranjac AW, Nie J, Trevisan M et al. Depression and body mass index, differences by education: Evidence from a population-based study of adult women in the US Buffalo-Niagara region. Obes Res Clin Pract. 2016; 11 (1): 63-71.
27. Teixeira RB, Marins JCB, de Sá Júnior AR et al. Improved cognitive, affective and anxiety measures in patients with chronic systemic disorders following structured physical activity. Diab Vasc Dis Res. 2015; 12 (6): 445-454.
28. Duric V, Clayton S, Leong ML et al. Comorbidity factors and brain mechanisms linking chronic stress and systemic illness. Neural plast. 2016.
29. Chen CM, Lee IC, Su YY et al. The longitudinal relationship between mental health disorders and chronic disease for older adults: a population-based study. Int J Geriatr Psychiatry. 2017; 32(9): 1017-1026.
30. Farr SL, Dietz PM, Williams JR et al. Depression screening and treatment among nonpregnant women of reproductive age in the United States, 1990-2010. Prev Chronic Dis. 2011;8(6): A122.
31. Salk RH, Hyde JS, Abramson LY. Gender differences in depression in representative national samples: Meta-analyses of diagnoses and symptoms. Psychol Bull. 2017;143(8):783‐822.
32. Ramsey JM, Cooper JD, Penninx BW et al. Variation in serum biomarkers with sex and female hormonal status: implications for clinical tests. Sci Rep. 2016;6:26947.
33. Kilkkinen A, Kao‐Philpot A, O’neil A et al. Prevalence of psychological distress, anxiety and depression in rural communities in Australia. Aust J Rural Health. 2007; 15(2): 114-119.
34. Smagula SF, Stone KL, Fabio A et al. Risk factors for sleep disturbances in older adults: Evidence from prospective studies. Sleep Med Rev. 2016;25:21‐30.
35. Green MJ, Espie CA, Hunt K et al. The longitudinal course of insomnia symptoms: inequalities by sex and occupational class among two different age cohorts followed for 20 years in the west of Scotland. Sleep. 2012;35(6):815‐823.
36. Grandner MA. Sleep, Health, and Society. Sleep Med Clin. 2017;12(1):1‐22.
37. Drager LF, McEvoy RD, Barbe F et al. INCOSACT Initiative (International Collaboration of Sleep Apnea Cardiovascular Trialists). Sleep Apnea and Cardiovascular Disease: Lessons From Recent Trials and Need for Team Science. Circulation. 2017;136(19):1840‐1850.
38. MacQueen G, Santaguida P, Keshavarz H, et al. Systematic Review of Clinical Practice Guidelines for Failed Antidepressant Treatment Response in Major Depressive Disorder, Dysthymia, and Subthreshold Depression in Adults. Can J Psychiatry. 2017;62(1):11‐23.
39. Dusi N, Barlati S, Vita A et al. Brain Structural Effects of Antidepressant Treatment in Major Depression. Curr Neuropharmacol. 2015;13(4):458‐465.
40. Ijaz S, Davies P, Williams CJ et al. Psychological therapies for treatment-resistant depression in adults. Cochrane Database Syst Rev.2018; 5(5):CD010558.
41. Kok RM, Reynolds CF. Management of depression in older adults: a review. Jama. 2017; 317(20), 2114-2122.
1Doutor, Educador Físico, Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Viçosa, MG, Brasil. E-mail: bonototeixeira@yahoo.com.br
2Doutor, Educador Físico, Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Viçosa, MG, Brasil. E-mail: pramorim@ufv.br
3Doutor, Educador Físico, Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Viçosa, MG, Brasil. E-mail: yurixavier2011@gmail.com
4Doutor, Educador Físico, Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Viçosa, MG, Brasil. E-mail: jcbouzas@ufv.br
5Doutora, Farmacêutica, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, MG, Brasil – Instituto Biomédico, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: luciana.lima@unirio.br