SAÚDE MENTAL DE PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) E O PERFIL PROFISSIONAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202509051416


CRUZ, Neide da Graça1
NETO, Zeno Germano de Souza2
PEREIRA, Raquel Acácio3
RIBEIRO, Wannessa Rolim4
SILVA, Gessica Bruna Damasceno5
SILVA, Marcilene da6
SILVA, Natália Nunes Rodrigues7


Resumo

O presente artigo tem como objetivo discutir a saúde mental de adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e sua inserção no mercado de trabalho, analisando desafios enfrentados e estratégias de inclusão. A pesquisa utilizou metodologia intervencionista, com entrevistas, palestras e ações de divulgação em ambientes acadêmicos e profissionais. Os resultados apontam dificuldades de socialização, preconceito e barreiras estruturais, mas também evidenciam a importância de políticas públicas, apoio familiar e práticas inclusivas para promoção da saúde mental e participação social. Conclui-se que a efetiva inclusão de pessoas adultas com TEA depende de ações interdisciplinares e de mudanças culturais no ambiente de trabalho.

Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista; Saúde Mental; Mercado de Trabalho; Inclusão.

Abstract

This article aims to discuss the mental health of adults with Autism Spectrum Disorder (ASD) and their insertion in the labor market, analyzing challenges and inclusion strategies. The research used an interventionist methodology, with interviews, lectures, and dissemination actions in academic and professional environments. The results indicate difficulties in socialization, prejudice, and structural barriers, but also highlight the importance of public policies, family support, and inclusive practices to promote mental health and social participation. It is concluded that the effective inclusion of adults with ASD depends on interdisciplinary actions and cultural changes in the workplace.

Keywords: Autism Spectrum Disorder; Mental Health; Labor Market; Inclusion.

Introdução

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por dificuldades na interação social, comunicação e presença de comportamentos restritivos e repetitivos (APA, 2014). Embora o diagnóstico seja geralmente realizado na infância, muitos indivíduos recebem o diagnóstico tardiamente, o que pode impactar significativamente sua trajetória acadêmica, profissional e de saúde mental. A literatura aponta que a inclusão de pessoas com TEA no mercado de trabalho ainda enfrenta obstáculos, como preconceito, falta de preparo institucional e barreiras estruturais (Talarico, Pereira & Goyos, 2019). Este artigo busca analisar a saúde mental de adultos com TEA no contexto acadêmico e laboral, destacando desafios e possibilidades de inclusão.

Metodologia

O estudo utilizou uma abordagem intervencionista, por meio de revisão bibliográfica e atividades práticas com entrevistas, palestras e rodas de conversa em diferentes instituições sociais, como clínicas, supermercados e o Tribunal de Justiça de Rondônia. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com adultos diagnosticados com TEA, buscando compreender suas experiências acadêmicas e profissionais. Além disso, foram promovidas ações informativas em redes sociais com o objetivo de disseminar conhecimento sobre inclusão e saúde mental de pessoas com TEA.

Resultados e Discussão

Os resultados das entrevistas revelaram que adultos com TEA enfrentam dificuldades de socialização e preconceito, mas reconhecem o apoio familiar como fundamental para seu desenvolvimento acadêmico e profissional. O relato de indivíduos diagnosticados tardiamente evidencia que o diagnóstico funciona como um processo de autocompreensão e libertação, auxiliando no enfrentamento de barreiras sociais e emocionais. As palestras e rodas de conversa realizadas em diferentes ambientes mostraram que há grande desconhecimento sobre o TEA em adultos, mas também abertura para aprendizagem e adaptação. As ações educativas contribuíram para sensibilizar profissionais e familiares quanto à importância da inclusão. A discussão fundamenta-se nas legislações brasileiras, como a Lei 12.764/12 e a Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/15), que garantem direitos às pessoas autistas e reforçam a necessidade de práticas inclusivas no mercado de trabalho.

Conclusão

Conclui-se que a inclusão de adultos com TEA no mercado de trabalho ainda é um desafio, exigindo não apenas políticas públicas e legislações, mas também mudanças culturais nas instituições e empresas. O diagnóstico tardio pode trazer limitações, mas também possibilita autocompreensão e acesso a direitos. A atuação interdisciplinar, associada ao apoio familiar e a práticas inclusivas no ambiente profissional, mostra-se essencial para promoção da saúde mental e garantia de autonomia. Sugere-se a continuidade de pesquisas que investiguem estratégias de inclusão eficazes e que ampliem a discussão sobre autismo adulto na sociedade.

Referências

American Psychiatric Association. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Artmed.

Baptista, C. R., & Bosa, C. (2002). Autismo e desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed.

Talarico, M. V. T. S., Pereira, A. C. S., & Goyos, A. C. N. (2019). A inclusão no mercado de trabalho de adultos com Transtorno do Espectro Autismo: uma revisão bibliográfica. Revista Educação Especial, 32, 1-19.

Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.

Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.


1Faculdade Católica de Rondônia, neiderafael.cruz@gmail.com
2Faculdade Católica de Rondônia, zeno.souza@fcr.edu.br
3Faculdade Católica de Rondônia, raquelacacio294@gmail.com
4Faculdade Católica de Rondônia, wahrolim@gmail.com
5Faculdade Católica de Rondônia, gessicadamasceno90@gmail.com
6Faculdade Católica de Rondônia, marcilenepsicologa@outlook.com
7Faculdade Católica de Rondônia, nataliaunir@gmail.com