RÚSSIA X UCRÂNIA: ANÁLISE DOS IMPACTOS DA GUERRA NOS ESPORTES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202409241352


Alexandre Ferreira Cruz Filho,
Artur Monteiro Gonçalves,
Catarina Neves Baptista Caldas,
Lucas Becker de Moraes Rêgo


RESUMO

A abordagem sobre a guerra da Rússia e Ucrânia, analisou os efeitos do conflito entre esses países no cenário esportivo mundial, com foco nos impactos socioeconômicos sofridos pela Rússia. O estudo enfatiza as sanções esportivas impostas ao país, que resultaram na exclusão de atletas de competições internacionais, como a Copa do Mundo e a Liga dos Campeões, além da remoção de eventos esportivos do país, como o Grande Prêmio de Fórmula 1. A partir de uma abordagem qualitativa, foi possível entender todos os impactos relativo a fatores sociais e económicos e à sua inter-relação nos quais foram impostos ao país. Além disso, discutiu-se a utilização do esporte como ferramenta de soft power pela Rússia e o enfraquecimento de sua diplomacia esportiva devido às sanções impostas pela comunidade internacional. O trabalho conclui que, as sanções impostas refletem o aumento das repercussões geopolíticas no mundo do esporte, e que medidas de cooperação global podem ser a solução para mitigar os conflitos.

Palavras-chave: Guerra; Sanções esportivas; Impactos socioeconômicos; Soft power; Diplomacia esportiva.

ABSTRACT

The analysis of the Russia-Ukraine war focused on the conflict’s effects on the global sports landscape, with particular emphasis on the socio- economic impacts experienced by Russia. The study highlights the sporting sanctions imposed on the country, which led to the exclusion of its athletes from international competitions such as the World Cup and the Champions League, as well as the cancellation of major sporting events, including the Formula 1 Grand Prix. Through a qualitative approach, the research examined the interrelationship between social and economic factors and the broader implications of these sanctions on Russia. Additionally, the study explored Russia’s use of sports as a tool of soft power and the weakening of its sports diplomacy as a result of the sanctions imposed by the international community. The paper concludes that these sanctions reflect the growing geopolitical ramifications within the world of sports and suggests that enhanced global cooperation could provide a pathway to mitigating such conflicts.

Keywords: War; Sports sanctions; Socio-economic impact; Soft power; Sports diplomacy.

1 INTRODUÇÃO

A história da humanidade é marcada por guerras, que afetam o curso de uma civilização e moldam suas fronteiras, economia e sociedade. Os efeitos das guerras no mundo são diversos e variados, incluindo sociais, econômicos, políticos e ambientais. A ação humana recebe esse efeito mais rápido e devastador. Milhões de pessoas perdem suas vidas em conflitos, muitas ficam feridas ou traumatizadas, e outras milhares precisam fugir de suas casas para escapar da violência. Isso causa crises humanitárias e destruição total de cidades, tal como refugiados buscando asilo em outros países. (Bocuhy, 2022)

A perspectiva econômica é um ângulo adicional de impacto, isso porque as guerras gastam grandes quantidades de dinheiro, desviando-o para áreas vitais como educação, saúde e infraestrutura. Frequentemente, as economias das nações afetadas por conflitos entram em uma recessão e o nível de pobreza aumenta, agravando as desigualdades sociais. Além disso, as restruturações são muito custosas depois que um conflito encerra. A pressão enorme sobre os governos para reconstruir infraestruturas, reiniciar a economia e reintegrar soldados desmobilizados pode atrasar o progresso por décadas. (Bocuhy, 2022).

Uma das principais causas da guerra entre a Rússia e a Ucrânia é o desejo da Ucrânia de fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). A Otan foi fundada em 1949 e conta com 30 países-membros, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Turquia. No entanto, Leandro Consentino (Jovem Pan, 2022), um cientista político, afirma que os motivos vão além: “O que está em jogo é uma questão cultural e geopolítica, pelo fato da Rússia não querer um vizinho convertido ao ocidente, um vizinho inscrito na Otan e com laços com a União Europeia. A Rússia tenta preservar sua influência sobre uma área que já foi a cabeça da União Soviética. Para Putin, a Ucrânia ainda pertence ao império russo. O conflito tem a ver com laços culturais, mas, sobretudo, com laços políticos”. Líderes de países-membros da Otan e os Estados Unidos começaram a aplicar sanções para impedir os avanços russos como resultado das ações de Putin.

O ponto alto dessa animosidade ocorreu em 24 de fevereiro de 2022, quando Vladmir Putin, o então presidente russo, declarou uma invasão militar do território ucraniano em um pronunciamento televisivo, justificando a invasão afirmando que havia um genocídio em andamento no leste ucraniano por soldados russos e separatistas da região. Por outro lado, a guerra é vista pela Ucrânia e outros observadores como um esforço da Rússia para recuperar a área de influência e controle da antiga União Soviética. Isso é visto como um desrespeito à soberania da Ucrânia, que tem direito de escolher seus aliados e destino. (BBC News, 2022).

O objetivo principal deste artigo é analisar como essa guerra moderna gera impacto nos atletas e no esporte dos países envolvidos, com foco na Rússia, visto que houve uma maior repressão no país em comparação à Ucrânia, por ter sido o país invasor.

2 METODOLOGIA

Essa pesquisa foi realizada através de fontes bibliográficas relevantes ao tema, estudadas e analisadas pelos autores. Aplicou-se uma abordagem qualitativa sobre como a guerra da Rússia contra Ucrânia impactam de modo socioeconômico no esporte. As fontes de consulta principais foram, artigos científicos, revistas e livros.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Existem algumas teorias que tentam explicar, de modo holístico, os motivos no quais as guerras são originadas. No entanto, a sociedade contemporânea, por meio de diversos especialistas, afirma que os motivos são diversos e raramente uma única causa é responsável pelo estopim. A geopolítica, a história, a influência de conflitos anteriores, e até mesmo a religião podem e são motivos nos quais iniciam-se os combates, sendo armados ou apenas como demonstrações de poder. (Goodman, 2024).

Uma das diversas ideias sobre o tema é a do economista inglês Thomas Malthus (1766-1834), publicada em 1798, na obra “Ensaio sobre o princípio da população”. No contexto da primeira revolução industrial o Malthusianismo, afirma que o crescimento populacional acontecia a partir de uma progressão geométrica, ou seja, a sequência dos números populacionais era multiplicada por um valor comum. Esse valor seria o número médio de filhos de uma sociedade. Para contextualizar, o crescimento seria 2, 6, 18, e por assim em diante, se considerarmos que cada família produzisse 3 filhos. Já a produção de alimentos, é afirmada que possui o crescimento aritmético. De acordo com a Teoria Malthusiana, os números seguiriam um padrão, por exemplo 2, 6, 8, logo, em ritmos divergentes, e a população com um crescimento mais rápido. (EconomicsOnline, 2021).

Apesar de Malthus mostrar uma visão crítica e econômica, sua análise para a formulação dessas ideias foi muito restritiva, não abordando todas as razões citadas acima e muitas outras. Para entender uma guerra é necessário levar em conta diversas variáveis e inúmeros motivos que levam um país a atacar outra nação. Dessa forma, por mais que estudos tentam explicar como isso ocorre, é necessário que os conflitos sejam visualizados de forma angular, observado cada grau de variação de todo seu contexto.

As ideias que mais se aproximam do cenário atual, é a de Halford J. Mackinder (1861-1947) com a teoria do Heartland e Nicholas J. Spykman (1883-1943) com a teoria do Rimland. O Heartland afirma supremacia do poder naval havia terminado. Durante séculos, países que, devido às suas contingências geográficas, desenvolveram o meio de transporte marítimo, tanto para fins comerciais como para fins de segurança, obtiveram a supremacia nas relações de força no mundo. Contrariando os argumentos dos estrategistas que defendiam a hegemonia dos Estados Unidos apenas no âmbito do continente americano e o isolacionismo em relação ao equilíbrio de poder na Europa e na Ásia, Spykman afirmou claramente que a América seria vulnerável às invasões provenientes tanto do Hemisfério Ocidental, quanto do Hemisfério Oriental. O controle político e militar do Heartland, por parte da União Soviética, representaria o domínio dos recursos demográficos e naturais da eurásia e, por conseguinte, a chance de controlar o mundo. Conclui-se, portanto, que a política intervencionista que os Estados Unidos realizaram em prática seria concebida como uma defesa de sua soberania e de sua segurança estratégica. O que, efetivamente, os Estados Unidos e o mundo fizeram e continuam a fazer na guerra da Rússia e Ucrânia. (UOL, 2012).

A ação mais comum é o uso de diferentes sanções, para punir um governo ou forçá-lo a cumprir determinados objetivos. A partir de 1950, período englobado pelo banco de dados da Universidade Drexel, o número de sanções “aumentou continuamente, e esse aumento foi acelerado desde 2018″, consoante análise. Em média, mais de 35% de todas as sanções entre 1950 e 2019 foram impostas pelos Estados Unidos, país que usou esse tipo de penalidade com mais frequência. A análise também revela um “aumento significativo e contínuo em sanções da União Europeia e da ONU desde o início dos anos 1990”. Sanções econômicas e financeiras são as mais comumente usadas, segundo o banco. Dessa forma, é notório a importância de estudar e analisar como essas ações punitivas foram especificadas para o esporte na Rússia. (BBC News, 2022).

3.1 Impacto da guerra no esporte

A guerra da Rússia na Ucrânia levou a uma série de sanções esportivas sem precedentes impostas por organizações esportivas internacionais contra a Rússia. Organizações como a FIFA e a UEFA suspenderam as seleções e clubes de futebol da Rússia de participar em competições internacionais, incluindo a Copa do Mundo e a Liga dos Campeões. Outras federações, como as de atletismo, patinação artística e natação, seguiram o mesmo caminho, banindo atletas russos de eventos globais. (Uol, 2023).

A Rússia foi privada de sediar grandes eventos esportivos. Um exemplo notável foi a UEFA mudando a final da Liga dos Campeões de São Petersburgo para Paris. Além disso, diversas competições e torneios, como o Grande Prêmio de Fórmula 1 em Sochi, foram cancelados ou relocados. (SRzd, 2022).

Diversas marcas internacionais retiraram seus patrocínios de equipes ou eventos relacionados à Rússia. A empresa alemã de materiais esportivos Adidas suspendeu a parceria com a federação russa de futebol, e outras empresas seguiram o exemplo. Além de marcas internacionais, federações também tomaram medidas, mesmo que significasse perda de capital e investimento. A UEFA, por exemplo, rescindiu o contrato de patrocínio com a Gazprom, a maior exportadora mundial de gás natural, cuja maioria do capital social é detida pelo Estado russo. (Folha, 2022); (Sic Notícias, 2022).

Por sua vez, a McDonalds, cuja abertura em Moscou no ano de 1990, fora um marco histórico, confirmando a abertura da União Soviética ao mundo ocidental e simbolizando um novo período de integração econômica e cultural. Com mais de 850 restaurantes e empregando aproximadamente 62.000 pessoas na Rússia, a rede de fast food tornou-se um dos maiores empregadores do setor privado no país. Economicamente, a saída do McDonald’s foi um golpe significativo, não apenas pelo fechamento dos restaurantes, mas pelo efeito dominó causado nas cadeias de fornecimento locais que dependiam da multinacional. A medida refletiu uma tendência mais ampla de retirada de empresas ocidentais do mercado russo, resultando em um ambiente de negócios mais isolado e um retrocesso nas relações econômicas globais. O impacto econômico direto foi acentuado pela perda de capital, o fechamento de postos de trabalho e a redução do poder aquisitivo da população. (Sena, 2022).

O Comitê Olímpico Internacional (COI) recomendou a exclusão de atletas russos e bielorrussos das competições, embora houvesse exceções em alguns casos, permitindo que atletas competissem sob bandeiras neutras. No entanto, a postura contra a Rússia foi mais rigorosa em comparação com outras crises geopolíticas, sendo elas: nenhum evento esportivo internacional sendo organizado ou apoiado por uma IF (Federação Internacional) ou CON (Comitê Olímpico Nacional) na Rússia ou Belarus; nenhuma bandeira, hino, cores ou quaisquer outras identificações desses países sendo exibidas em qualquer evento esportivo ou encontro, incluindo todo o local; e nenhum funcionário do governo ou estado russo e bielorrusso deve ser convidado ou credenciado para qualquer evento ou reunião esportiva internacional. (GE, 2023).

Muitos atletas russos, incluindo aqueles sem qualquer envolvimento direto com o governo ou com a guerra, foram impedidos de competir em eventos internacionais, o que gerou debates sobre justiça e a responsabilização individual versus coletiva. Atletas russos foram forçados a competir de maneira neutra ou foram banidos completamente de algumas competições. Essas sanções refletem o impacto profundo da guerra nos esportes, sendo uma forma de pressão internacional que visa isolar a Rússia no cenário (GE, 2023); (France, 2018).

3.2 Imagem Diplomática Esportiva Russa

Consoante o professor da Universidade de Harvad, Joseph Nye, a obra de Nicolau Maquiavel, “O Principe”, na qual afirma “é mais seguro ser temido do que amado”, não é necessariamente a crença de alguns países. Defendido por Nye, em 1990, é possível ganhar poder sem usar força bruta, sendo tal método de invasão quase imperceptível, se for olhado sem muita atenção. O Soft Power Russo, que historicamente utilizava o esporte como uma ferramenta diplomática e de prestígio global, devido às sanções esportivas, foi um dos fatores que contribuíram para o isolamento econômico, afetando diretamente setores que tradicionalmente tinham grande apelo comercial e de imagem no mercado global. (Ferreira, 2022).

O COI recomendou que, se atletas russos e bielorrussos participarem das Olimpíadas de Paris 2024, eles competiriam sob bandeira neutra, ou seja, sem representar oficialmente a Rússia ou a Bielorrússia. Isso significa que não haveria bandeiras ou símbolos nacionais, e o hino nacional russo não seria tocado em caso de vitória. Essa política de “atletas neutros” já havia sido aplicada em outros eventos esportivos após a guerra, e segue a linha de sanções anteriores, como aquelas impostas após os escândalos de doping. No entanto, para muitos atletas russos, competir sem o reconhecimento oficial de seu país pode ter um impacto moral e emocional significativo. (CNN, 2023).

Concomitantemente o esporte olímpico como uma ferramenta de soft power, o balé, no qual faz parte dos pilares culturais da Rússia e é reconhecido mundialmente por sua excelência técnica e tradição, com o início do conflito, várias companhias de balé russas enfrentaram boicotes e cancelamentos de apresentações no exterior. Tal importância e visibilidade global data-se desde o século XIX, com companhias renomadas como o Balé Bolshoi e o Mariinsky sendo embaixadores culturais da Rússia em todo o mundo. Esses cancelamentos não apenas limitaram as oportunidades para os artistas se apresentarem no cenário global, mas também afetaram financeiramente as companhias, que dependem das receitas de turnês internacionais para manter suas operações. (Ponnezhath, 2022).

Além disso, vários bailarinos e coreógrafos russos se viram pessoalmente afetados pelo conflito, com alguns optando por deixar o país em busca de melhores condições de trabalho e liberdade artística no exterior. Esse êxodo de talentos reflete uma crise interna no balé russo, que enfrenta a perda de seus principais artistas para companhias estrangeiras. Artistas que permanecem no país enfrentam pressões políticas e culturais, com algumas produções sendo censuradas ou adaptadas para refletir as narrativas do governo. (Chan, 2023).

Culturalmente, o impacto da guerra no balé russo é profundo. Tradicionalmente visto como uma forma de arte que transcende as fronteiras políticas, o balé russo agora se encontra politicamente carregado, com seus artistas e companhias muitas vezes forçados a se posicionar diante de um cenário global polarizado. Para muitos, a guerra representa uma ruptura com a herança cultural do balé, que sempre se destacou como um emblema da habilidade artística e da expressão humana.

4 RESULTADOS

Esse artigo promoveu um diagnóstico sobre o motivo da guerra da Rússia e Ucrânia, abordando os temas culturais e geopolíticos envolvidos. Em seguida, uma análise sobre algumas teorias filosóficas foi explicada com intuito de demonstrar como nenhuma delas é cem por cento fiel a todos os motivos da guerra, corroborando a complexidade delas. Por conseguinte, pesquisas estatísticas concretizaram a punição mais comum aos países envolvidos, as sanções, na qual foram as medidas chave para o estudo.

As teorias de Heartland e Rimland defendem a força por terra e o planejamento da política de segurança de um país em função dos seus fatores geográficos, respectivamente.

Como é possível observar no mapa acima, a posição da Ucrânia entre a Rússia, ao leste, e países como a Polônia e a Romênia, a oeste, significa que ela se estende pelas esferas de influência europeia e russa. Por causa da expansão da Otan pelo Leste Europeu, a possibilidade de adesão da Ucrânia à aliança militar, a contestação ao direito da Ucrânia à soberania independente da Rússia e o desejo de Vladimir Putin de restabelecer a zona de influência da União Soviética, a guerra foi estabelecida. Ademais, a geografia é chave para entender como as invasões ocorreram. Moscow, planejou seus ataques via ar, terra e mar. (BBC News, 2022a); (BBC News, 2024).

Vale ressaltar que, a participação da Rússia em competições internacionais, particularmente nos Jogos Olímpicos, tem sido marcada por disputas e sanções. A Rússia foi alvo de várias punições nos últimos anos devido a um escândalo de doping que abalou o mundo do esporte, além da guerra com a Ucrânia. Buscando entender como tudo isso poderia impactar os esportes, a partir do interesse gerado aos autores após as Olimpíadas de Paris 2024, foi analisado a como isso impactou os atletas russos e as organizações. (Olivieri, 2024).

Embora equipes de atletas com passaporte russo ou bielorrusso não tenham permissão para competir, os competidores podem participar de esportes individuais como atletas neutros se atenderem a “condições rigorosas de elegibilidade”, como anunciado pelo COI. Para ser autorizado a competir como atleta neutro individual, os atletas devem cumprir todas as regras antidoping, não participar da guerra ou ter sido contratado pelo governo russo ou bielorrusso. O COI criou o Painel de Revisão de Elegibilidade de Atleta Neutro Individual para avaliar a elegibilidade de cada atleta. (Olivieri, 2024).

5 CONCLUSÃO

O impacto das guerras é vasto e duradouro, deixando cicatrizes que perduram por gerações. A devastação humana, econômica, política e ambiental que resulta de conflitos armados destaca a importância de esforços internacionais para prevenir guerras e promover a paz. A compreensão das consequências catastróficas das guerras é crucial para a construção de um mundo mais pacífico e estável.

Por conseguinte, os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia no cenário esportivo, revelam que os conflitos armados transcendem as esferas militar e política, afetando profundamente o esporte e os atletas envolvidos. As sanções impostas à Rússia pelas organizações esportivas internacionais, como a exclusão de atletas e a proibição de sediar eventos, refletem o aumento das repercussões geopolíticas no mundo do esporte, destacando a interconexão entre o poder político e as arenas esportivas globais.

Além das sanções esportivas, observa-se um impacto significativo na diplomacia esportiva russa, um instrumento de soft power tradicional do país. A proibição de símbolos nacionais e a participação de atletas sob bandeiras neutras enfraquecem a imagem internacional da Rússia e afetam a moral dos atletas. A situação não apenas isola a Rússia do cenário esportivo mundial, mas também prejudica a sua estratégia de utilizar o esporte como meio de projeção de influência e prestígio global.

Outro fator fundamental, é o impacto econômico sobre as federações esportivas, patrocinadores e atletas. As suspensões de contratos e retiradas de patrocínios por empresas ocidentais impuseram desafios financeiros significativos às organizações esportivas russas. Isso ocasionou uma perda de receitas e investimentos significativa, o que impacta diretamente na preparação dos atletas para competições futuras, como as Olimpíadas.

Assim, a guerra entre Rússia e Ucrânia demonstrou como conflitos armados podem influenciar negativamente o esporte em diversas dimensões, desde o nível individual dos atletas até o plano internacional das competições. As implicações socioeconômicas e diplomáticas provam que o esporte não é imune

às tensões geopolíticas, reforçando a importância de uma boa relação global. A partir da adesão das nações ao pacto de cooperação global proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU), poderá ser possível sanar as divergências e promover paz e estabilidade, mitigando os danos e com vistas a preservar o espírito olímpico e a integridade das competições esportivas. (Reuters, 2024).

6 REFERÊNCIAS

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