REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE AS PRINCIPAIS CAUSAS DE DIÁLISE EM PACIENTES QUE CURSAM COM URGÊNCIA DIALÍTICA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202504242247


Cristina Carneiro da Cunha1
Ana Carolina Lima da Silva2
Delaide Marinho Leandro3
Juliana Rodrigues Rocha4


RESUMO 

Pacientes acometidos com descompensação na função renal podem cursar com quadros de insuficiência renal, necessitando, posteriormente, de uma terapia de substituição renal. A mortalidade torna-se elevada nos pacientes que possuem uma doença renal grave. Devido a maioria dos diagnósticos serem tardios, acabam evoluindo para uma urgência dialítica em que o paciente irá cursar com hipervolemia, hipercalemia, acidose refratária, síndrome urêmica e intoxicação grave. Hipervolemia trata-se da sobrecarga de fluidos, na qual irá ocasionar outras patologias. Os que cursam com hipercalemia devem ter um cuidado indispensável, pelo fato desse distúrbio hidroeletrolítico ser apresentado apenas em casos mais graves, podendo evoluir para mortalidade. A insuficiência renal ocasionada pela intoxicação tem uma epidemiologia baixa, onde poucos pacientes são acometidos. A síndrome urêmica pode ter sua apresentação devido a um conjunto de sinais e sintomas, entretanto é desenvolvido quando o paciente tem uma tríade de patologias. Quando existe a falta de eliminação de ácidos presentes dentro do corpo pela urina, devido a uma ausência de funcionalidade renal, é o que provoca a acidose refratária. Diante disso, é visto que pacientes que são acometidos com acidose refratária, hiperfosfatemia, hipercalemia, dentre outras alterações, tem indicação absoluta para a realização da diálise.

DESCRITORES: Insuficiência renal; Urgência dialítica; Diálise; Distúrbios hidroeletrolíticos. 

INTRODUÇÃO

Os órgãos compostos no corpo humano possuem funções nas quais necessitam de um excelente funcionamento para que assim mantenha-se em equilíbrio. Diante disso, é possível observar que os rins englobam o grupo da homeostase, tendo como principal cargo a eliminação de resíduos, regulação dos líquidos e eletrólitos, retenção de nutrientes, dentre outras. Em pacientes que possuem comorbidades, como exemplo da diabetes e hipertensão arterial, acaba causando uma deficiência na função do órgão (MOTTA, 2009). 

Na presença de uma descompensação renal o paciente pode evoluir com quadros de insuficiência renal aguda, sendo esta a decadência da filtração glomerular, em que os marcadores irão demonstrar um aumento na creatinina sérica (POLONI, 2020). Como, também, pode chegar a quadros de insuficiência renal crônica em que existe a redução completa da função renal, sendo o maior cofator para levar os pacientes a indicação de hemodiálise (DE SOUSA et al, 2018). 

Devido ao acometimento de pacientes com lesão renal aguda ter complicações, levando ao risco de vida, é iniciada a terapia renal substitutiva. Esse plano terapêutico é iniciado quando o paciente começa a apresentar sobrecarga de volume com edema pulmonar, hipercalemia ou acidose metabólica refratária, e pericardite urêmica. Sendo um manejo clínico que necessita ser identificado se o paciente está em uma urgência dialítica e a causa base da lesão (MOURA et al, 2021). 

A maioria dos pacientes que desenvolvem uma insuficiência renal pode ter um diagnóstico tardio, onde nesse momento os rins estarão comprometidos em base de 75%, diminuindo sua funcionalidade. O fato de o quadro clínico está comprometendo a vida, será definido como urgência dialítica, em que esse paciente irá necessitar de uma terapia de renal substitutiva de maneira breve (GOMES et al, 2020).

O trabalho realizado tem como opção apresentar aos leitores uma revisão bibliográfica sobre o tema insuficiência renal, tendo foco nas urgências dialíticas. O estudo irá proporcionar a estudantes da área da saúde e profissionais, de forma breve, uma explicação sobre o tema. Tendo como ponto principal a indicação de diálise em pacientes que possuem a patologia nefrológica. Além desses pontos, trará de forma geral a epidemiologia, aspectos clínicos e formas de tratamento, para a patologia. 

Objetivo

O atual trabalho tem como principal objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre insuficiência renal, sendo um dos principais assuntos da nefrologia. O estudo irá demonstrar, de forma breve, uma discussão sobre as consequências da falta de tratamento, na qual leva o paciente a uma urgência dialítica. Além disso, mostrará os aspectos clínicos dessa complicação e o melhor tratamento para cessar a patologia. 

DISCUSSÃO 

Diante dos estudos realizados nos últimos anos, é possível observar que as doenças renais vem aumentando cada vez mais entre os brasileiros, tornando-se um grande problema de saúde pública. Mesmo com o aumento significativo da doença, tendo uma base de 140 mil brasileiros acometidos, foi visto que não está sendo empregadas novas medidas terapêuticas para tentar solucionar o problema, levando a uma porcentagem de 90% de usuários de hemodiálise (GOMES et al, 2020).

As doenças renais tratam-se de patologias em que na maioria dos casos não existe o diagnóstico precoce, fazendo com que os pacientes necessitem de terapias mais avançadas para terem uma melhor qualidade de vida. Quando existe essa gravidade nas lesões renais agudas o paciente é classificado como tendo uma urgência dialítica, na qual interfere principalmente nos distúrbios hidroeletrolíticos e na ausência de excreção de produtos nitrogenados. Dessa forma, o paciente irá cursar com hipervolemia, hipercalemia, acidose refratária, síndrome urêmica e intoxicação grave. 

Como já foi dito anteriormente, o paciente que cursa com urgência dialítica irá apresentar, como exemplo, hipervolemia, tratando-se da sobrecarga de fluidos, na qual irá ocasionar outras patologias. Para isso o tratamento desses pacientes é realizado com a restrição de sódio na dieta, como também pode ser feita a diálise caso ele apresente sinais de hipertensão arterial, edema periférico, derrames pleural e pericárdico, insuficiência cardíaca congestiva e ascite (OLIVEIRA, 2018). 

Os pacientes que cursam com hipercalemia devem ter um cuidado indispensável, pelo fato desse distúrbio hidroeletrolítico ser apresentado apenas em casos mais graves, podendo evoluir para mortalidade. O enfermo pode apresentar sinais de fraqueza muscular, dispneia, irregularidade dos batimentos cardíacos, e esses sintomas podem ser causados por uma insuficiência renal. Para a realização do tratamento é necessário observar como está a função renal, pois caso ainda esteja funcionante pode ser utilizado um diurético, onde ele irá realizar a excreção do potássio. Entretanto, em casos mais graves de insuficiência renal será necessário a realização de diálise para a correção da hipercalemia (DE OLIVEIRA PELLISSARI et al, 2020). 

A insuficiência renal ocasionada pela intoxicação tem uma epidemiologia baixa, onde poucos pacientes são acometidos. A causa mais comum é pelo uso de medicamentos, em que o principal grupo são de antibióticos e antivirais, sendo esses utilizados principalmente em um ambiente hospitalar. Quando esse paciente tem uma insuficiência renal nefrotóxica isolada irá apresentar uma clínica não oligúrica, todavia, caso esse tenha a patologia causada por outros fatores, pode apresentar um aumento na oligúria. Em relação aos fatores de risco, pode ter contribuição da hipertensão e diabetes, além da idade, e outras doenças, como exemplo de cardiovasculares e hepatopatias. O tratamento desses pacientes pode oscilar, entretanto, a maioria necessita de terapia renal (PINTO et al., 2009). 

A síndrome urêmica pode ter sua apresentação devido a um conjunto de sinais e sintomas, entretanto é desenvolvido quando o paciente tem outras patologias, sendo a tríade de anemia hemolítica microangiopática, trombocitopenia e por insuficiência renal. Em relação a lesão renal aguda, quando acometida sabe-se que é um quadro grave, sendo possível identificar que existe a presença de coágulos nos rins através de exames laboratoriais e a sintomatologia desse paciente, e este pode cursar com uma insuficiência renal necessitando de um tratamento com diálise (Barreto et al., 2014). 

A presença de pacientes acometidos com uma alteração nos distúrbios hidroeletrolíticos, também tem consequências na função renal. Quando existe a falta de eliminação de ácidos presentes dentro do corpo pela urina, devido a uma ausência de funcionalidade renal, é o que provoca a acidose refratária. Em relação a acidose metabólica, em que esteja o aumento de hidrogênio e redução do bicarbonato, não se encontra a excreção e reabsorção dos elementos devido a taxa de filtração está em um nível muito baixo. O aumento de mortalidade desses pacientes é elevado, em relação aos outros pacientes, por consequência ao tratamento de hemodiálise provocar a acidose metabólica, devido os níveis de bicarbonato serem baixos (Rezende et al, 2017).

O tratamento por via diálise é uma filtração sanguínea tendo como finalidade a excreção de substâncias tóxicas e a quantidade de líquido. Diante disso, é visto que pacientes que são acometidos com acidose refratária, hiperfosfatemia, hipercalemia, dentre outras alterações, tem indicação absoluta para a realização da diálise. É possível observar que o início dos sintomas, como exemplo da anorexia, fadiga e mal-estar dos pacientes, tem aumento justamente quando a função renal tem uma decadência na sua funcionalidade (FERNANDES et al., 2022). 

CONCLUSÃO

O atual trabalho teve como principal objetivo apresentar aos leitores um conjunto de informações sobre pacientes nefrotóxicos que devido a uma insuficiência renal tiveram uma evolução da doença para uma urgência dialítica. Dessa forma, demonstrou os principais quadros, que cursam com a doença e sua gravidade. Além disso, a importância da terapia nesses pacientes, no qual iriam necessitar de diálise para diminuir o grau de mortalidade. 

REFERÊNCIAS

MOTTA, VALTER T. Rim e Função Renal. Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações, v. 16, p. 246-271, 2009.

POLONI, José Antonio Tesser. Insuficiência renal aguda em pacientes com COVID-19. A Tempestade do Coronavírus, v. 52, n. 2, p. 160-7, 2020.

DE SOUSA, Francy Bruna Nascimento; PEREIRA, Wellison Amorim; MOTTA, E. A. Pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise: tratamento e diagnóstico. Revista de Investigação Biomédica, v. 10, n. 2, p. 203-13, 2018.

MOURA, Nathalia Diniz; ALEXANDRE, Cristianne da Silva; RODRIGUES, Larycia Vicente; FILHO MEDEIROS, José Eymard. Abordagem do paciente com lesão renal aguda em urgência dialítica, 2021. 

GOMES, Yury et al. DESFECHO CLÍNICO DE PACIENTES EM URGÊNCIA DIALÍTICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA. Ciência, Cuidado e Saúde, v. 19, 2020.

OLIVEIRA, Alline de Souza Alves. Associação entre hipervolemia e progressão de doença renal crônica em pacientes pré-dialíticos. 2018. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco.

DE OLIVEIRA PELLISSARI, Rafaela Sonsim; SANCHES, Andréia Cristina Conegero. Eventos adversos a medicamentos associados à função renal e hipercalemia em uma revisão bibliográfica. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 1, p. 256-268, 2020.

FERNANDES, Nathália Reis et al. Indicações para início de diálise na doença renal crônica: Indications for dialysis initiation in chronic kidney disease. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 10, p. 65842-65848, 2022.

PINTO, Patrícia S. et al. Insuficiência renal aguda nefrotóxica: prevalência, evolução clínica e desfecho. Brazilian Journal of Nephrology, v. 31, p. 183-189, 2009.

BARRETO, Fellype Carvalho et al. Em busca de uma melhor compreensão da doença renal crônica: uma atualização em toxinas urêmicas. Brazilian Journal of Nephrology, v. 36, p. 221-235, 2014.

REZENDE, Luiza Raksa et al. Acidose metabólica em pacientes em hemodiálise: uma revisão. Brazilian Journal of Nephrology, v. 39, p. 305-311, 2017.


1Graduada em Medicina
Faculdade Estácio de Sá, Juazeiro-BA
Orcid: https://orcid.org/0009-0002-5234-4545
Email: cristinacarneiro89@hotmail.com

2Graduada em Medicina
Faculdade Estácio de Sá, Juazeiro-BA
Orcid: https://orcid.org/0009-0007-8278-7597
Email: carol.lima.0903@gmail.com

3Graduada em Medicina
Faculdade Estácio de Sá, Juazeiro-BA
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-7916-5646
Email: delaidemarinhoal@hotmail.com
Email: luiseduardosj@hotmail.com

4Graduada em Medicina
Faculdade Estácio de Sá, Juazeiro-BA
Orcid: https://orcid.org/0000-0003-3145-0744
Email: dra.julianarocha.med@gmail.com