REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7924265
Keyve Lemkull da Silva1
Zenia M. Rodríguez Chacón2
Érika Cristina Nogueira Marques Pinheiro3
Resumo
A bovinocultura se fez presente no Brasil por volta do século XVI, evoluindo com o passar do tempo, tornando-se um dos principais países produtores de bovinos do mundo. Gera emprego e renda para diversos produtores do país, movimentando a economia local de cada estado, seja na capital ou nos municípios. A bovinocultura leiteira possibilita a utilização, em cada região, do leite que é um dos alimentos mais consumidos pela população, tanto in natura como industrializado. O seguinte trabalho tem como ênfase, a produção de bovinos leiteiros, da cruza Girolando meio sangue 1/2, na propriedade Fazenda São José, produtora de leite e industrializadora de laticínios, localizada na estrada de Balbina, km 45 da rodovia AM-240, zona rural do município de Presidente Figueiredo-AM (107 km de Manaus). A maior parte do leite produzido no Amazonas vem de pequenos e médios produtores que trabalham em laticínios familiares ou cooperativas, trabalhando manualmente com pouco ou nenhum acesso a tecnologia que facilita o processo. A fazenda estudada mostra um nível adequado no manejo dos bovinos e do leite. Uma produção satisfatória não depende apenas da genética do animal, mas também inclui outros fatores como clima, temperatura, nutrição e cuidados, que juntos influenciam positivamente na produtividade.
Palavras chaves: Pecuária leiteira. Bovinocultura em Presidente Figueiredo. Produtos Lácteos.
Abstract
Cattle farming was present in Brazil around the 16th century, evolving over time, becoming one of the main cattle producing countries in the world. It generates jobs and income for several producers in the country, moving the local economy of each state, whether in the capital or in the municipalities. Dairy cattle farming enables the use, in each region, of milk, which is one of the foods most consumed by the population, both in natura and industrialization. The following work focuses on the production of dairy cattle, from the cross Girolando half blood 1/2, on the Fazenda São José property, a milk producer and dairy industrialist, located on the Balbina road, km 45 of the AM-240 highway, rural area of the municipality of Presidente Figueiredo-AM (107 km from Manaus). Most of the milk produced in Amazonas comes from small and medium-sized producers who work in family or cooperative dairy farms, working manually with little or no access to technology that facilitates the process. The farm studied shows an adequate level in the management of cattle and milk. Satisfactory production does not depend only on the animal’s genetics, but also includes other factors such as climate, temperature, nutrition and care, which together positively influence productivity.
Keywords: Dairy farming. Cattle farming in Presidente Figueiredo-AM. Dairy Products.
1. INTRODUÇÃO
O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo, exportando para as maiores potências mundiais, como, a China e os Estados Unidos. Os cinco maiores estados produtores de bovinos são: Mato Grosso, com 28 milhões de cabeças; Minas Gerais, com 23 milhões; Goiás, com 21 milhões; Mato Grosso do Sul, com 21 milhões e Pará, com 19 milhões. A bovinocultura tem resultados positivos na economia brasileira, gerando emprego e renda para inúmeros trabalhadores do campo, e contribuindo com o crescimento do PIB (CNA, 2021).
Por outro lado, o Amazonas, mesmo não sendo um dos principais estados produtores de bovinos do país, vem crescendo sua participação na bovinocultura, devido aos baixos valores das terras comparado aos demais estados brasileiros. Entre suas produções relacionadas à bovinocultura estão o gado de corte e o gado leiteiro; ambas as aptidões são responsáveis por abastecer parte da capital e o interior do estado, com a carne e produtos lácteos locais, como, o leite, o queijo, a coalhada e iogurte.
De fato, a bovinocultura vem participando na economia do estado, através de grandes, médios e principalmente dos pequenos produtores que praticam a bovinocultura familiar, estando distribuídos pelo interior do Amazonas.
Acrescenta-se que a criação de bovinos no Amazonas conta com pastos em áreas de várzeas e terra firme. A pastagem de várzea tem a vantagem de anualmente ter seus nutrientes no solo renovados de forma natural, pois a época de cheia traz todos esses minerais que são de grande importância para manter a boa fertilidade do solo (TOWNSEND et al., 2012). Quando chega o período de cheia, os pecuaristas de várzea costumam vender seus rebanhos para os abatedouros.
Por outro lado, a pastagem em terra firme costuma ser em áreas desmatadas, limitando muitas vezes a área de pastejo. De acordo com a lei 12.651 de 25 de maio de 2012 (SENADO FEDERAL, 2012), é permitido desmatar apenas 20% de sua área total, mantendo os outros 80% como área de preservação. Em períodos de seca, a pastagem em terra firme tende a sofrer degradações por falta de água no solo, aumentando sua acidez e perdendo nutrientes, fazendo com que o pasto perca qualidade, o que ocasiona a perda de peso nos animais.
Além disso, no estado vem sendo implantado o sistema de pastejo intensivo, que consiste em fazer um pastejo rotacionado, diminuindo a área em que os animais precisam se alimentar através de piquetes. Este sistema propicia um bom ganho de peso animal em uma área menor em relação ao pastejo convencional, com benefícios ao meio ambiente através da redução do desmatamento para a expansão ou abertura de novos campos.
Este trabalho tem como objetivo caracterizar a participação da pecuária leiteira no município de Presidente Figueiredo-AM nos anos de 2021 até 2022. Também, pretende constatar quais são as principais raças bovinas produtoras de leite atualmente no município e descrever a produção de bovinos leiteiros, cruza Girolando meio sangue, em uma propriedade produtora de leite e industrializadora de laticínios, localizada no município de Presidente Figueiredo AM.
2. METODOLOGIA
O respectivo estudo foi realizado na propriedade Fazenda São José, localizada na região de Presidente Figueiredo-AM, rodovia AM-240 na estrada de Balbina km 45, área rural do município.
Este trabalho é do tipo quantitativo e descritivo, com o objetivo de avaliar a quantidade de leite produzido, e descrever as atividades realizadas na fazenda. Tem como base pesquisas de literatura e informações coletadas na propriedade.
Foram consideradas na propriedade as seguintes informações: as raças bovinas produtoras, o manejo dos bezerros, a alimentação dos animais, a preparação do animal antes da ordenha, o processo de ordenha, a higienização da área de ordenha e a quantidade de leite produzida por animal.
Os dados coletados correspondem aos meses de maio de 2021 até setembro de 2022. Esses dados foram analisados com a utilização do Excel, para obtenção de médias, gráficos e tabelas.
3. RESULTADOS
3.1. Pecuária leiteira no Brasil
O leite bovino e seus derivados estão entre os alimentos mais consumidos do mundo. De acordo com a (FAO, 2019) o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia. A bovinocultura de leite no Brasil é uma atividade de grande produção espalhada por todo o país.
Grande parte do leite e derivados como, por exemplo, o queijo e a coalhada vêm de pequenas propriedades que abastecem feiras e supermercados de sua região, ou até mesmo são vendidos diretamente na propriedade.
3.2. Importância da bovinocultura leiteira no Amazonas
Manaus, a capital do Amazonas, tem como foco maior o polo industrial. O setor primário tem contribuído para a geração de renda e movimentação da economia nos municípios do interior, colocando a agropecuária como uma das importantes atividades exercidas por pequenos e médios produtores (IBGE, 2014), sendo responsável por suprir a necessidade da população regional através de seus produtos, como, a carne, o leite e derivados.
3.3. Principais raças bovinas leiteiras no Estado
O gado leiteiro utilizado na Amazônia é predominantemente mestiço, originário do cruzamento de gado de origem européia (Bos taurus taurus) e de origem indiana (Bos taurus indicus), com destaque para o Holandês, Pardo Suíço, Gir e em menor escala a raça Guzerá.
A escolha do animal, grande parte das vezes, é de acordo com a região: é analisado se a raça se adapta ao clima e à temperatura do ambiente; também é estudada a resistência a determinadas doenças recorrentes da região (FAÇANHA et al., 2013).
Pode haver casos de um animal que seja ótimo produtor no sul dos país (de clima temperado), porém no Norte não seja tão produtivo, por conta do clima equatorial. Esses fatores devem ser levados em consideração na escolha do animal, fazendo com que o proprietário não venha sofrer danos econômicos. É comum fazer a cruza entre gado europeu com gado indiano para regiões que possuem o clima tropical, assim obtendo características desejadas, como, um animal bem produtivo e ao mesmo tempo robusto. Hoje se acredita que a raça Girolando responde por aproximadamente 80% do rebanho leiteiro nacional e 70% da produção nacional de leite (PEDROSO et al., 2018).
De acordo com FACÓ et al, (2002) e GUIMARÃES et al., (2002) a utilização do manejo reprodutivo de cruzamentos, pode conseguir animais de maior produtividade e com maior adaptação a condições de clima tropical. Isto por causa da combinação e complementaridade das características das raças utilizadas e devido a ocorrência do fenômeno “vigor híbrido” ou heterose.
Segundo AZÊVEDO & ALVES (2009), os animais leiteiros são muito sensíveis aos altos níveis de radiação solar, fazendo com que o animal procure pastejar nos momentos mais frios do dia, como pela parte da manhã e no final da tarde, assim evitando sofrer tanto estresse por excesso de radiação solar.
É de extrema importância que no campo haja sombra para as vacas poderem ter um melhor conforto térmico, seja de árvores ou sombrites, e também que possuam água disponível em bebedouros apropriados, para que possam se manter hidratadas. De acordo com THATCHER, (2010) as vacas que estão em lactação, precisam passar por algum método que faça com que a temperatura corporal venha a baixar, tendo assim um melhor proveito na produção.
3.4. Número de animais e principais raças
A propriedade conta com um número total de 610 animais, com 116 vacas em lactação para produção. Foram testados alguns graus de sangue, como, o 3/4 e 5/8, no entanto, não se adaptaram ao clima da região (tropical), apresentando problemas no casco, problemas reprodutivos, baixa produção e maior presença de carrapatos, ocasionando danos econômicos à propriedade. Constatou-se que o animal mais adaptado para a região seria o Girolando grau meio sangue (1/2), mostrando uma maior resistência ao clima, e consequentemente um aumento significativo na produção. Tornando-se assim a opção de cruza de raças mais viável para o produtor, devido a sua maior robustez.
Nas figuras 3A e 3B é possível observar as fêmeas bovinas, a maior parte da cruza Girolando (1/2-1/2), em lactação.
3.4.1. Manejo dos bezerros
Grande parte do rebanho da propriedade é originária de transferência de embriões da raça Girolando com o grau de sangue 1/2Gir-1/2Holandês, mas também há crias originárias da fazenda, através da cruza dos filhos das vacas produtoras com a raça Nelore. As fêmeas produzidas através de cruza na propriedade têm como finalidade serem receptoras de embriões Girolando; é um método utilizado para uniformizar o grau de sangue dos animais destinados à produção de leite, já se sabendo que através do embrião nascerá uma fêmea de sangue 1/2. Os machos originários da fazenda são utilizados para corte. Após o nascimento dos bezerros, em média entre 24h a 48h depois, eles passam pelo processo de desmama e são colocados no bezerreiro (figura 4). A partir dali começa todo um cuidado com o animal para que ele cresça de forma sadia e bem proveitosa para a produção futura. Durante os primeiros dias, os bezerros tomam 8 litros diários do colostro, para a boa nutrição do animal, criando anticorpos e assim prevenir possíveis doenças e infecções. Após esse período, o animal recebe leite como alimento diariamente. Com 60 a 90 dias os bezerros já começam a preparação do rúmen para o pastejo.
3.4.2. Sistema de pastejo
Os animais recebem a alimentação no pasto de terra firme, com o capim MG12 paredão (Panicum maximum) e o capim Mombaça (Megathyrsus maximus) no sistema rotacionado. O sistema conta com 24 piquetes, onde os animais ficam um dia em cada piquete, e no dia seguinte são direcionados a outro, sendo fornecida a quantidade de nutrientes necessários diariamente. A cada 24 dias fecha o ciclo do rotacionamento, voltando para o primeiro piquete, cujo capim estará no tamanho ideal para o patejo novamente.
Após o pastejo no piquete, é verificado se há alguma touceira fora do padrão, como por exemplo, uma quantidade maior de capim, assim como a altura em relação às demais. Quando constatado que de fato há uma diferença significativa na touceira, é feito uma roçagem para que possa ficar uniforme com o restante do pasto do determinado piquete, evitando que fique capim “velho” e pouco palatável para o próximo pastejo no piquete.
Com o passar dos anos a propriedade foi trocando de capim: no ano de 2015 utilizava o capim Brachiaria humidicola para a pastagem (Figura 6). Devido às novas tecnologias de melhoramento do capim ao decorrer do tempo, a pastagem foi mudado para a espécie Mombaça (Megathyrsus maximus) (Figura 7). O último sistema implantado na propriedade é o capim MG12 paredão (Panicum maximum) (Figura 8).
O capim Brachiaria humidicola é uma planta perene que possui de 4 a 8% de teor de proteínas na matéria seca, podendo alcançar de 0,5 a 0,75cm de altura, sendo tolerante ao ataque de cigarrinhas, podendo ser plantado em solos de baixa e média fertilidade, de boa digestibilidade e palatabilidade. (SAFRASUL SEMENTES, 2023).
O Mombaça é um capim com uma maior exigência de solo, com boa fertilidade, contendo cerca de 12 a 16% proteína na matéria seca, chegando em média a 1,70m de altura, sendo também tolerante ao ataque de cigarrinhas, possuindo uma boa digestibilidade e palatabilidade. (GERMIPASTO, 2023).
O cultivar MG12 Paredão é recomendado para solo de alta fertilidade, possuindo de 10 a 16% de teor de proteína na matéria seca, tem uma excelente palatabilidade, com uma altura que pode alcançar de 1,80m a 2,00m, com alta tolerância à seca. (SEMENTES MATSUDA, 2023).
Gráfico 1. Porcentagem de proteína nas 3 variedades de capim
O gráfico 1 mostra a porcentagem mínima e máxima de proteína no capim Brachiaria humidicola, Mombaça e MG12 paredão. Observa-se o maior teor de proteína nas pastagens Mombaça e MG12 paredão.
3.4.3. Processos de ordenha e pós ordenha
A ordenha é realizada duas vezes ao dia, a primeira com início às 4:00h da manhã, e a segunda por volta das 16:00h.
O processo realizado antes da ordenha é de grande relevância para uma boa produção diária. Os lotes de vacas lactantes antes de entrarem para serem ordenhados passam por um banho através de aspersão por 10 minutos, para baixar a temperatura corporal em até 2°C. Após o banho, o sistema automatizado de resfriamento liga os ventiladores por 20 minutos, o que auxilia no processo de secagem e baixa a temperatura corporal, com o objetivo de aumentar o conforto do animal. Um animal confortável e sem estresse térmico, tem uma produção significativamente maior, aumentando a quantidade de litros de leite extraído e a qualidade do produto.
A extração de leite na propriedade é de forma automatizada, através de ordenhadeiras mecânicas que fazem todo o serviço de forma eficaz. Isto evita a necessidade do trabalho braçal direto no processo de ordenha. Assim, o sistema tem a capacidade de ordenhar 12 vacas por vez, com um tempo de ordenha de aproximadamente 4 a 5 minutos por animal. Enquanto é ordenhar, a vaca tem entre 2kg a 3kg de ração disponível no cocho ao lado. Após a ordenha, a vaca é levada novamente para o campo.
Como observado na figura 9, as vacas estão passando pelo processo de banho através de aspersão. A figura 10 refere-se ao ventilador que auxilia no processo de secagem dos animais após o banho.
3.4.4. Higienização do setor de ordenha
O setor de ordenha recebe higienização constantemente. A primeira higienização é feita logo após a primeira ordenha matinal, para que possa ser realizada de forma segura a segunda ordenha diária pela parte da tarde. Depois de feita a coleta do leite, é realizada uma segunda limpeza, deixando-o pronto para a próxima ordenha. A higienização é realizada por um profissional utilizando produto a base de ácido nítrico, sequestrante e veículo.
Por se trabalhar com um produto alimentício, a higienização do local é de tremenda importância, para evitar que possa haver qualquer tipo de contaminação no leite. As figuras 12 e 13 mostram parte do processo de higienização no setor de ordenha.
3.4.5. Média de leite produzido por mês
Os dados informados no gráfico 2, a seguir, foram coletados a partir da data de 01 maio de 2021, até a data de 09 de setembro de 2022. Totalizando um período de 496 dias. Com 805.002,96 litros de leite ordenhados no total do período coletado, sendo que 736.124,96 litros de leite (aproximadamente 91,53%) são direcionados para o tanque de produção, e 62.356 litros de leite (aproximadamente 8,47%) para os bezerros.
Gráfico 2. Distribuição do total de leite produzido na fazenda
De acordo com o gráfico 2, a quantidade de litros de leite total é 805.002,96; foram 496 dias de coleta de dados, portanto a média de litros diários para a produção é de 1.622. Considerando 116 de fêmeas lactantes para a produção, a média por animal é de 13,99 litros por dia.
De acordo com o gerente da fazenda, a meta desejada é de 15 litros por animal somente através da pastagem. A propriedade vem buscando o melhoramento do pasto para reduzir a necessidade de fornecimento de ração devido ao seu alto custo de produção.
3.4.6. Dieta para os animais
Os animais recebem a dieta de acordo com a necessidade. Primeiramente é realizada uma análise no pasto, verificando a quantidade de nutrientes ali disponíveis, se possui a quantidade necessária para manter a nutrição que o animal necessita. Após essa verificação, se houver alguma deficiência de nutrientes, é disponibilizada a ração para a suplementação alimentar.
As tabelas a seguir mostram as formulações para o preparo da suplementação.
Tabela 1. Formulação para novilhas com peso de 200kg em média. (Consumo aproximado: 0,800g p/animal/dia)
GARROTES COM PESO MÉDIO DE 200,00 kg | % | CUSTO P/ KG (R$) | 1200 KG | QUANT. SACOS | |
MILHO MOÍDO | 45,00 | 1,92 | 0,864 | 540 | 11(50KG) |
FARELO DE SOJA | 33,00 | 2,9 | 0,957 | 396 | 10(40KG) |
UREIA | 2,00 | 8,5 | 0,17 | 24 | – |
TOP MILK NÚCLEO® | 20,00 | 6,2 | 1,24 | 240 | 9(25KG) |
TOTAL | 100 | 3,231 | 1.200 | 30 |
Tabela 2. Formulação para vacas em lactação. (Com 15% de farelo de soja).
VACAS EM LACTAÇÃO | % | CUSTO P/ KG (R$) | 1200 KG | QUANT. SACOS | |
MILHO MOÍDO | 77,00 | 1,92 | 1,48 | 924,00 | 18(50KG) |
FARELO DE SOJA | 15,00 | 2,90 | 0,44 | 180,00 | 4(40KG) +20KG |
UREIA | 2,00 | 8,50 | 0,17 | 24,00 | – |
TOP MILK NÚCLEO TAMPONADO® | 6,00 | 7,44 | 0,45 | 72,00 | 3(25KG) |
DDGS (Grãos seco de destilaria e solúveis) | 1,95 | 0,00 | 0,00 | – | |
18% PROTEÍNA | 100 | 2,52 9 | 1200,00 | – |
Tabela 3. Formulação para bezerras em aleitamento de 0 a 12 meses. (Consumo à vontade)
BEZERRAS EM ALEITAMENTO | % | CUSTO P/ KG (R$) | 1200K G | QUANT. SACOS | ||
MILHO MOÍDO | 58,50 | 1,70 | 1,00 | 702,00 | 14(50KG) | |
DDGS (Grãos seco de destilaria e solúveis) | – | 1,95 | 0,00 | 0,00 | – | |
FARELO DE SOJA | 29,50 | 3,05 | 0,90 | 354,00 | 9(40KG) | |
TOP MILK NÚCLEO BEZERRAS® | 12,00 | 7,14 | 0,86 | 144,00 | 5(25KG) +19KG | |
20% PROTEÍNA | 100 | 2,75 | 1200.00 | – |
Tabela 4. Formulação para gado solteiro. (Consumo de 1,0 a 2,0% peso vivo)
GADO SOLTEIRO | % | CUSTO P/ KG (R$) | 1200K G | QUANT. SACOS | |
MILHO MOÍDO | 35 | 1,90 | 0,67 | 420,00 | 8(50KG) +20 KG |
DDGS (Grãos seco de destilaria e solúveis) | – | 1,95 | 0,00 | 0,00 | – |
FARELO DE SOJA | 23 | 3,17 | 0,73 | 276,00 | 7(40KG) |
UREIA | 2 | 4,30 | 0,09 | 24,00 | – |
SAL BRANCO | 5 | 0,67 | 0,03 | 60,00 | 2(25KG) +10KG |
TOP MILK NÚCLEO NA | 35 | 4,6 | 1,61 | 420 | 17(25KG) |
18,7% PROTEÍNA | 100 | 3,12 | 1200,00 | – |
As formulações de ração conforme as tabelas acima são de acordo com a necessidade nutricional dos animais da propriedade, auxiliando na nutrição.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, conclui-se que para uma boa produção devem ser levados em consideração vários fatores, como, o clima, a temperatura, o sistema de pastejo, o tipo de pastagem a ser utilizado, a suplementação alimentar apropriada, o manejo adequado e principalmente a raça bovina utilizada.
Analisando principalmente as condições presentes na região Amazônica, a fazenda estudada mostra um nível adequado no manejo dos bovinos e do leite.
Não se deve simplesmente adquirir uma raça produtora por ter uma ótima genética no segmento leiteiro, deve-se observar também a sua capacidade de se adaptar em certos climas para que tenha um melhor proveito da capacidade produtiva e reprodutiva do animal. Visando também o conforto do animal no ambiente, um animal sem estresse e bem nutrido é mais produtivo.
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1Graduando em Engenharia Agronômica.
Universidade Nilton Lins
2Dra. em Ciências Biológicas, mestre em Produção Animal, Graduação em Zootecnia (Engenheira Agrônoma). Universidade Nilton Lins
3Engenheira Civil, Engenheira em Segurança do Trabalho e Licenciatura em Matemática.
Universidade Nilton Lins